A Música De Lupicinio Rodrigues – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol.117 (2014)

Esta semana o Grand Record Brazil prossegue a retrospectiva dedicada à obra de Lupicínio Rodrigues (1914-1974), por certo o maior nome que o Rio Grande do Sul deu à nossa música popular. Depois de apresentarmos o próprio Lupi interpretando suas composições, temos agora catorze preciosas gravações de suas obras nas vozes de intérpretes diversos, a maior parte sambas e sambas-canções.
Para começar, temos o próprio Lupicínio interpretando “Sombras”, faixa que é o lado B do disco Star 353, editado em maio-junho de 1952 no álbum “Roteiro de um boêmio”. Eram quatro discos 78 embalados em capa especial, expediente às vezes comum nessa época, em que o LP estava em processo de implantação, e apenas começava a ser fabricado entre nós. Na faixa seguinte é “Triste história”, parceria de Lupi com Alcides Gonçalves, por este último interpretada,  gravação Victor de 3 de agosto de 1936, lançada em setembro do mesmo ano, disco 34089-B (o primeiro com gravações de músicas de Lupicínio), matriz 80188, samba que, por sinal, venceu, um ano antes, um concurso realizado em Porto Alegre por ocasião do centenário da Revolução Farroupilha (os autores abiscoitaram dois contos de réis).  Em seguida,o samba-canção “Divórcio”, só de Lupicínio,por ele composto numa ocasião em que o assunto estava na pauta das discussões, interpretado por João Dias, cantor que Francisco Alves indicara para sucedê-lo, dada a semelhança vocal. Gravação Odeon de 29 de janeiro de 1952,lançada em agosto do mesmo ano (um mês antes da trágica morte de Chico Viola em desastre automotivo),  sob n.o 13306-A, matriz 9233. O clássico “Vingança”, também só de Lupicínio, é a faixa seguinte, na gravação original do Trio de Ouro, então em sua segunda fase,  com Noemi Cavalcanti no lugar de Dalva de Oliveira, que se separara do fundador do grupo, Herivelto Martins, e mantendo Nilo Chagas (ainda que já tivesse divergências com Herivelto).  Gravado na RCA Victor em 10 de abril de 1951 e lançado em junho seguinte sob n.o 80-0776-B,matriz S-092932, “Vingança”, porém, teve sucesso muito maior posteriormente, na voz de Linda Batista, que fez da música um clássico, deixando este registro original esquecido. Ainda assim, o trazemos aqui para reavaliação.  O “rei do samba de breque”, Moreira da Silva, também mostrava algumas vezes sua faceta sentimental e romântica,como aqui, interpretando “Meu pecado”, parceria de Lupicínio com Felisberto Martins. Gravação Odeon de 3 de outubro de 1944,lançada em novembro do mesmo ano, disco 12516-B, matriz 7572. Na faixa seguinte, o primeiro grande hit nacional de Lupicínio como autor, e outra parceria com Felisberto Martins: o samba “Se acaso você chegasse”,verdadeiro clássico do gênero, que também projetou seu intérprete, o grande Cyro Monteiro.  Ele imortalizou esta obra-prima na Victor em 19 de julho de 1938, com lançamento em setembnro seguinte, sob n.o 34360-A, matriz 80844. Tocou até em um filme americano chamado ”Dançarina loira” e, em 1959, projetaria também a cantora Elza Soares.  A eterna “personalíssima”, Isaura Garcia, aqui comparece com “Eu não sou louco”, samba que Lupicínio fez com Evaldo Ruy, visando o carnaval de 1950. Foi gravado na RCA Victor em 14 de novembro de 49, e saiu um mês antes da folia, em janeiro, com o n.o 80-0625-B, matriz S-078984. Orlando Silva,o sempre lembrado “cantor das multidões”, vem com outro sucesso: “Brasa”,que Lupi compôs ao testemunhar as brigas domésticas de seu  irmão Francisco com a esposa, na ocasião em que residiu com eles. Novamente com a parceria de Felisberto Martins, foi imortalizado por Orlando na Odeon em  9 de março de 1945, e lançado em abril do mesmo ano,disco 12571-A, matriz 7772. Onofre Pontes é o parceiro do nosso Lupicínio em “Amigo ciúme”, lançado pela Copacabana em março de 1957, na voz da grande Sapoti, Ângela Maria, disco 5739-B, matriz M-1634. Felisberto Martins volta a ser parceiro de Lupicínio em “Feiticeira”. Afinal, Lupi era gastrônomo e cozinheiro de mão cheia, e as mulheres sabiam que o caminho para o seu coração também passava por uma boa mesa. Gravação de Homero Marques, lançada em 1952 pela Elite Special (coligada da Odeon), disco N-1081-A, matriz MIB-1131. “Quem há de dizer”, parceria de Lupicínio com Alcides Gonçalves, é outro clássico do samba-canção e da dor de cotovelo.  Alcides, nessa época, era pianista em casas noturnas portoalegrenses, e,  enquanto tocava, de certa feita observava enciumado o assédio dos fregueses da Boate Marabá à sua namorada,Maria Helena, bailarina da casa, o mesmo acontecendo com Lupicínio em relação à sua escolhida. Era preciso esperá-las cumprir sua obrigação profissional, o cabaré terminar. Francisco Alves imortalizou a música (letra de Lupi, melodia de Alcides) na Odeon em 25 de maio de 1948, com lançamento em julho do mesmo ano, disco 12863-A, matriz 8369. “Ponta de lança”, de Lupi sem parceiro, foi gravado na mesma Odeon por Dircinha Batista em 7 de fevereiro de 1952, com lançamento em abril seguinte no lado B em que saiu o clássico “Nunca”, também de Lupi, disco 13244, matriz 9249, e obtendo igualmente sucesso, ainda que em menor proporção.  Caco Velho (Mateus Nunes), “o sambista infernal”, e protoalegrense como Lupicínio, assina com ele o samba “Que baixo!”, e o interpreta com toda a bossa que lhe era peculiar nesta gravação Continental de 9 de agosto de 1945, lançada em setembro do mesmo ano, disco 15416-A, matriz 1154.Para finalizar a seleção desta semana, homenageamos o time de futebol de coração do mestre Lupicínio Rodrigues, apresentando o “Hino do Grêmio”, por ele mesmo composto em 1953, em meio a uma greve no transporte público de sua Porto Alegre (daí o verso inicial, “Até a pé nós iremos para o que der e vier”).  Tal obra, porém, só seria gravada efetivamente em 1971, pela Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (então Estado da Guanabara), para o LP de selo Continental “Hinos do futebol brasileiro”. É este registro que apresentamos nesta edição do GRB, merecendo (e com louvor) figurar como exceção à regra de apresentarmos apenas gravações em 78 rpm. Afinal, o retrato de Lupicínio está  na Galeria dos Gremistas Imortais, no salão nobre do clube. Divirtam-se e até a próxima!
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Texto de Samuel Machado Filho

Lupicínio Rodrigues – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 116 (2014)

Chegando à sua edição de número 116, o Grand Record Brazil apresenta a primeira parte de uma retrospectiva dedicada ao centenário do maior compositor que o Rio Grande do Sul deu à música popular brasileira: Lupicínio Rodrigues.  Lupi, como era carinhosamente chamado, nasceu em Porto Alegre, no dia 16 de setembro de 1914, na Travessa Batista, 97, na Ilhota, bairro pobre da Cidade Baixa. Dia esse de chuva torrencial, a ponto de, com a inundação, a parteira vir de barco para atender a mãe, Dona Abigail. Foi quarto, e primeiro homem, de VINTE E UM (!) filhos, de uma família extremamente musical. Seu pai, Francisco Rodrigues (o “seu” Chico), era porteiro da Escola de Comércio. Aos seis anos de idade, o pequeno Lupi seria matriculado na Escola Complementar, estudando a seguir nas escolas Ganzo e Dom Sebastião.  Era um aluno de atenção muito distraída para a música e para o futebol.  Torcia para o Grêmio, e compôs, em 1953, o hino do tricolor gaúcho, que começa com ”Até a pé nós iremos”  (na época havia uma greve no transporte coletivo de Porto Alegre). Seu retrato está na Galeria dos Gremistas Imortais, no salão nobre do clube. Após o primário, Lupicínio faz o curso de mecânica na Escola Técnica Parobé, sendo admitido como aprendiz na companhia de bondes e, depois, como menino de recados na fábrica Micheletto.  Aos 14 anos, em 1928, compõe a marchinha “Carnaval”, para o Cordão Prediletos. Na esperança de afastar Lupi de uma vida boêmia precocemente adotada , com bebida, música e mulheres, “seu” Chico o obriga a alistar-se no Exército “voluntariamente”, com 18 anos incompletos.  De fato entrou na linha, mas apenas quando marchava com seus colegas de farda.  Em 1932, conheceu Noel Rosa, que fazia uma excusão pelo Sul com Francisco Alves e Mário Reis.  Noel ouviu algumas músicas de Lupi, e previu acertadamente: “Este garoto é bom! Este garoto vai longe!” Mais ou menos nessa  ocasião, quando estava no Sétimo Batalhão de Caçadores,  chegou um catarinense de bela voz, o futuramente célebre Nuno Roland. Lupi, então “crooner” do Jazz do Batalhão e tinha em Mário Reis seu  espelho de cantor, passa o ofício a Nuno, imediatamente seu amigo nas madrugadas. Quando estoura a Revolução Constitucionalista, em São Paulo, o 7.o BC é mandado para lá, desembarcando com Lupi cínio e Nuno. Durante a longa viagem de trem, foram cantado inúmeros sambas. Ainda em 32, foi transferido para Santa Maria, no interior rio-grandense, ocasião em que conheceu sua musa inspiradora, Inah, uma paixão que lhe deixaria cicatrizes pelo resto da vida, uma dor-de-cotovelo “federal”, como ele próprio a definia. O noivado teria fim com a volta de Lupi a Porto Alegre, em 1938. Ele deixaria a caserna em 1935, ano em que compôs, com Alcides Gonçalves,o samba “Triste história”, inscrito em um concurso realizado por ocasião das comemorações do centenário da Revolução Farroupilha, e ganhador do primeiro prêmio, de 2 contos de reis.  Mesmo com várias composições prontas, Lupi não se empenhava em divulgá-las, e  as duas primeiras que teve gravadas, na voz do parceiro Alcides Gonçalves, foram dois sambas, o já citado “Triste história” e “Pergunta aos meus  tamancos”, em 1936, sem que saísse da sua Porto Alegre (de onde nunca se afastaria, a não ser por uns meses, em 1939, mais para conhecer o ambiente musical carioca),pois Alcides viajara para o Rio.  Em 1938, Lupicínio consegue estabelecer uma ponte com Felisberto Martins, compositor, pianista e funcionário de gravadora no Rio, que ainda não conhecia pessoalmente, para divulgação de suas músicas em troca de parceria, o que foi bom para ambos. No mesmo ano,  acontece o primeiro grande sucesso de Lupi, o samba “Se acaso você chegasse”, que também projeta seu intérprete, Cyro Monteiro.  Entre 1935 e 1947, por interferência do pai, trabalhou como  bedel  da Faculdade de Direito porto-alegrense.  Composições como ‘Felicidade”, “Nervos de aço”, “Minha história”, ‘Vingança”, “Ela disse-me assim”, “Exemplo”, “Paciência” e “Nunca”, só para citar algumas, foram sucesso em todo o Brasil e até no exterior. Era procurado por cantores de sucesso e fez da sua Porto Alegre a ‘Capital do Samba-Canção”.  Em contraponto à imagem boêmia,Lupicínio foi dono de diversos bares, churrascarias e restaurantes com música (era também bom cozinheiro, especializado no trivial caprichado), que seguidamente ia abrindo e fechando, como a Churrascaria Jardim da Saudade, o Clube dos Cozinheiros e o Restaurante Batelão, este o mais famoso de todos, que elevou a ponto turístico da capital gaúcha. Tudo para, antes do lucro, ter um lugar para encontro com os amigos. Lupi não fazia músicas por encomenda, era um despreocupado comercial. Suas composições nasciam de fatos verídicos, observados ou vivenciados por ele mesmo.  Cada mulher que lhe fazia alguma “sujeira” lhe inspirava a compor algo… Deixou cerca de 150 músicas editadas, e compôs outras centenas que foram perdidas, esquecidas ou estão à espera de quem as resgate. Por muitos anos, exerceria o cargo de procurador do SDDA (Serviço de Defesa do Direito Autoral) e de representante da SBACEM (Sociedade Brasileira de Autores,Compositores e Escritores de Música).  Alma boa e caridosa, manteve, em propriedade sua, e sem fazer qualquer alarde,um abrigo para desprotegidos da sorte. Sua rotina se dividia entre a boemia e o lar, onde era perfeito chefe-de-família. No seu casamento com Dona Cerenita, apesar dessa combinação inusitada, reinava o amor.Tanto que,ao comemorar dez anos de casamento com ela, compôs o samba-canção “Exemplo”, sucesso de 1960 na voz de Jamelão (que o próprio Lupi considerava o melhor intérprete de seus trabalhos). Lupicínio Rodrigues faleceu em sua Porto Alegre natal, em 27 de agosto de 1974, coincidentemente um dia  chuvoso, como havia sido o de seu nascimento, vitimado por uma trombose. Sua obra, porém, ficou como legado para os que sentem que, apesar dos riscos, vale a pena amar demais,  venham as dores-de-cotovelo que vierem. Enquanto houver paixão. Lupi viverá e será amado. Apesar de sua enorme bagagem autoral, Lupicínio Rodrigues deixou escassa discografia como intérprete. Com voz débil e interpretação intimista, impressionava  mais ao vivo, por sua figura fiel ao que cantava. Nesta primeira parte do retrospecto que o GRB lhe dedica, apresentamos doze faixas com o Lupi cantor-compositor. Sua estreia como intérprete em disco aconteceu em 1952,quando gravou na Star, futura Copacabana, um álbum de quatro discos em 78 rpm com oito músicas, “Roteiro de um boêmio” (época em que o LP estava em fase de implantação), acompanhado por Enrico Simonetti (piano), Paulo Mezzaroma (violino) e Paulo Pês  (contrabaixo). Aqui temos algumas faixas desse álbum, lançado em maio-junho de 52. Pela ordem de apresentação original, temos:  do disco 352, os sambas-canções clássicos “Vingança” (faixa 8, sucesso retumbante no ano anterior com Linda Batista, maior que o do registro original,com o Trio de Ouro) e “Não sou de reclamar” (faixa  4, também gravado na época pelo cantor Francisco Carlos); e do disco 354, outros dois clássicos de Lupi sem parceria: o samba-canção “Nunca” (faixa 9, então já sucesso com Dircinha Batista) e, em ritmo de baião, a toada  “Felicidade” (faixa 5, que conta com o suporte vocal das Três Marias). Foi lançada originalmente pelo Quarteto Quitandinha, depois Quitandinha Serenaders, em 1947, mas aqui Lupi e as Três Marias o cantam com a letra completa, com estrofes eliminadas na primeira gravação por serem consideradas demasiado gauchescas.  No restante do programa, temos faixas extraídas do LP de 10 polegadas também intitulado “Roteiro de um boêmio”, lançado em 1955 já pela Copacabana (CLP-3014), igualmente com arranjo e regência de Simonetti, todas, claro, de autoria do próprio Lupi. Na primeira faixa,  vem o samba-canção “Nossa Senhora das Graças”, que no entanto obteria maior sucesso um ano mais tarde, na voz de Nélson Gonçalves.Na faixa 2 , o samba (então também  inédito) “Amor é um só”. Na faixa 3, o fox-canção “Inah”, inspirado na mulher que, como já informado, era a “dor-de-cotovelo federal” de Lupicínio.  Na sexta faixa,o samba-canção “Namorados”, lançado um ano antes por Léo Romano. A faixa 7 é o primeiro grande hit autoral de Lupicínio, o samba “Se acaso você chegasse” (parceria com Felisberto Martins),  que projetaria seu criador, Cyro Monteiro,em 1938, e, mas tarde, em 1959, Elza Soares. Na faixa 10, “Os beijos dela”, samba-canção originalmente lançado em 1953,por Lúcio Alves. Na faixa 11, “Aves daninhas”, outro samba-canção bastante conhecido, lançado originalmente por Nora Ney, em 1954. Por último, encerrando esta seleção, a valsa “Jardim da saudade”, que deu nome ao primeiro estabelecimento gastronômico-musical montado por Lupi, uma churrascaria, e foi originalmente lançada por Luiz Gonzaga, em 1952. A destacar que Lupicínio gravaria ainda dois discos 78 com quatro músicas, também pela Copacabana, visando o carnaval de 1953, um compacto de 45 rpm em 1960, com três músicas de cada lado (na mesma marca), e,em 1973, um ano antes de sua morte, lançaria seu segundo e último LP como intérprete, “Dor de cotovelo”, pela Chantecler (selo Rosicler), além de ter registrado  uma ou outra faixa esparsa.  Na próxima semana, apresentaremos composições de Lupicínio Rodrigues nas vozes de outros intérpretes. Até lá!
*Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.
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Francisco Egydio – Vive Os Sucessos De Lupicinio Rodrigues (1962)

Para recordar, temos aqui o Francisco Egydio. Cantor de sambas e marchinhas famosas que no início dos anos 60 se voltou para o gênero romântico, onde então passou a fazer mais sucesso. Neste disco, de 62 pela Odeon, ele faz uma homenagem ao grande compositor gaúcho, Lupicínio Rodrigues, de quem ele gravou várias canções. É um disco que eu recomendo, ainda mais porque os arranjos e acompanhamento são de Walter Wanderley. Toque de mestre…

Maria Rosa
Nunca
Lavadeira
Brasa
Nervos de aço
Cadeira Vazia
Vingança
Esses moços
Se acaso você chegasse
Taberna
Quem há de dizer
Exemplo

Lupicínio Rodrigues – Gravações Originais (1974)

Não, peraí… Antes de fechar totalmente a semana do samba, deixa eu selar com ouro isso aqui. Digo assim porque, para mim, este é um dos meus compositores favoritos. Das minhas 100 melhores músicas da MPB, pelo menos cinco são desse maravilhoso Lupicínio Rodrigues, o gaúcho mais carioca do samba. Suas composições falam do amor, dos encontros e desencontros, da paixão e da dor de cotovelo. Dizia o Lupi: “Tive muitas namoradas na minha vida. Umas me fizeram bem, outras me fizeram mal. As que me fizeram mal foram as que mais dinheiro me deram, porque as que me fizeram bem eu esqueci.”