Al Person E Seu Ritmo – O Máximo No Gênero (1960)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Nesta semana eu postei aqui um disco do Miltinho, gravado pelo selo Sideral, lp gravado em 59 e lançado em 1960. Hoje, temos mais um disco do selo Sideral, aliás, o primeiro disco lançado por esse selo, também gravado em 59 e lançado em 60. Al Person e Seu Ritmo é o nome do artista, vocês conhecem? Pois é, acho que este é mais um caso de pseudônimo, um nome fictício criando para vender discos. A gente percebe logo de cara, quando na contracapa vem um texto de apresentação e nele quase nada se fala sobre o artista. Sinceramente, não faço a menor ideia de quem seria e para não variar, informações sobre este disco é nula, no máximo o que se encontra são referências para venda no Mercado Livre. Al Person é, com certeza, mais um personagem criado para engrossar o caldo dos catálogos dessas antigas gravadoras. Porém, o que nos chama mesmo a atenção aqui é o conteúdo musical. Temos um disco muito bem gravado, hi-fi, cujo repertório traz, em sua maioria, música brasileira. Temos aqui vários destaques, mas tomando pelo ano, o que mais nos chama atenção é o “Chega de Saudade”, música composta em 56 por Tom e Vinícius e que só veio a ser gravada em 58 por Elizeth Cardoso. Depois dela, a música foi gravada por outros artistas e se tornou um marco para a Bossa Nova quando João Gilberto a gravou em seu primeiro lp. Vale a pena conhecer este lp também pela sua qualidade sonora, cristalina, embora tenhamos os inevitáveis estalos de um disco com mais de 60 anos de idade.
 
mar negro
balada triste
vai, mas vai mesmo
chega de saudade
ontem e hoje
prece ao sol
foi ela
suas mãos
olhos negros
o amor numa serenata
come prima
aquarela do brasil
 
 
 
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Miltinho Sexteto Sideral – Novo Astro (1959)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Na semana passada, precisei dar uma ida até o centro da cidade, coisa que tenho evitado desde que começou a pandemia. Fui levar o filhote ao dentista e daí, enquanto esperava por ele, encontrei um sebo aberto e lá fui eu garimpar discos. Como o tempo era curto não deu para explorar todas as estantes de lp, mas fiquei super satisfeito quando achei um raríssimo compacto do Miltinho e o Sexteto Sideral. Me lembrei que tenho o lp e que por acaso nunca cheguei a postá-lo aqui no Toque Musical. Este disco é simplesmente maravilhoso e curiosamente, parece, até hoje não foi descoberto por colecionadores, ou mais exatamente por formadores de opinião, a ponto de chamarem a atenção para alguns exemplares que ainda se encontram a preço de banana nos Mercados Livres da vida. Olha a dica aí… Mas difícil mesmo é encontrar este lp em bom estado. Lá fora, os gringos não perdem tempo e pagam bem por uma joinha dessas e vão levando… O que faz este disco ser tão bacana, começa pelo seu artista, Milton Santos de Almeida, o nosso Miltinho, um intérprete singular, dono de uma voz anasalada e cheia de bossa. Um repertório fino e só de sambas (dos anos 50) e para completar, um time de músicos de primeiríssima, escalados pela gravadora Sideral para acompanhar nosso artista, um sexteto com o nome da gravadora, no qual trazia entre esses o violão de Baden Powell. Este é um disco refinado e ao que parece chegou a ser lançado internacionalmente, pois a etiqueta Sideral tinha também uma filial em Lima, no Peru. Miltinho por essas épocas já tinha fama pela América Latina. Imperdível!

ri

ideias erradas

teimoso

menina moça

ultimatum

triste fim

mulher de trinta

fechei a porta

você só você

fica comigo

volta

eu e o rio

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Baile de Gala – Teatro Municiapal Do Rio De Janeiro (1967)

Eu fiz hoje a chamada para o Carnaval, mas a postagem do dia está chegando agora.
Abrindo o nosso carnaval, vamos logo cair na folia e com toda a pompa. Começamos com um baile memorável. Vamos para o Baile de Gala do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no ano de 1967. Temos aqui um raro disco lançado pelo selo Sideral, da Rozenblit, apresentando o que foi o baile daquele ano, numa gravação ao vivo muito empolgante. Este álbum eu escalei meio que encima da hora. Tive que refazer a capinha que se encontrava um pouco amarelada e desgastada pelo tempo. Ficou até bem próxima da original.
É interessante notar como, naquela época, se lançavam discos como este, literalmente uma gravação ao vivo de um baile de carnaval. A qualidade do som chega a ser um pouco sofrível, muito pelo fato de que o ambiente e as condições técnicas não deveriam ser lá muito propícias. Mesmo assim, não deixa de ser interessante e saudosista. Me faz lembrar dos bailes que um dia eu fui também.
Um fato interessante e de destaque neste disco é que nele aparece pela primeira vez a marcha rancho “Máscara Negra”, de Zé Ketti e Pereira Matos, gravada ao vivo e no melhor estilo carnavalesco. Esta música passaria a fazer parte do repertório de carnaval deste e de todos os bailes desde então, se tornando um verdadeiro clássico. Confiram aí…

afinando instrumentos
cidade maravilhosa
mácara negra
colombina yê yê yê
a banda
linda mascarada
mulata yê yê yê
bicho carpinteiro
maê iê
jardineira
mamãe eu quero
joga a chave
mulata yê yê yê
demonstração de ritmo
saudade
colombina yê yê yê
demosntração de ritmo
máscara negra
pout pourri de sambas
vem chegando a madrugada
oba
volta maria
pout pourri de marchas
pó de mico
linda morena
o teu cabelo não nega
as pastorinhas