Jards Macalé – Só Morto (Burning Night) (1970)

Boa hora, amigos cultos e ocultos! Nada como ser independente, não estar atrelado a regras e poder seguir livremente fazendo as coisas do jeito que a gente quer. Me refiro, por certo, ao próprio blog Toque Musical, esse ‘arremedo informativo fonomusical’ que está na ativa já há quase quinze anos. Sabemos o quanto somos menosprezados pela turma dos expertise da música, gente graduada que escreve em jornais e revistas, publicam livros e coisa e tal, mas torcem o nariz para o nosso blog. Eu até entendo, principalmente por conta de uma certa vaidade e orgulho, ter seu nome associado ao TM pode  por em descrédito o profissionalismo. E isso se dá pelo fato de não termos normas, por ser um blog que compartilha no assunto da música o fundamental, a própria música. Ainda hoje somos associados a pirataria, como se tivéssemos mesmo interessados em fazer dinheiro. Estamos há 15 anos por aqui e ao contrário do que possa parecer, nunca ganhamos nada além da satisfação de apresentar diariamente uma produção fonográfica, coisa que, modéstia a parte nós, os blogs musicais, ajudamos a resgatar. Sinceramente, acho mesmo até bom que não tenhamos nos vinculado a parceiros robustos. Por certo, numa dessas já teríamos fechado as portas, como fizeram tantos outros blogs, seja pela pretensão ou pela falta mesmo de estímulos (melhor um incompetente animado do que um competente limitado). É ótimo trabalhar assim, sem amarras, sem uma ordem que nos imponha limite. É bom contar com parceiros que se unem ao TM apenas pelo prazer em cooperar. E se ainda estamos no jogo, isso se deve ao fato de somos exatamente isso o que queremos ser, um blog de caráter pessoal, que posta e compartilha em seu grupo privado, o GTM, o conteúdo de suas publicações. Alguns, por certo, irão questionar o fato de pedirmos doação, coisa que fazemos somente e mediante a solicitação para postagens antigas cujo os links já tenham caducado. Consideramos isso como uma contrapartida, um valor simbólico que nos ajuda a manter a hospedagem da versão WordPress e sua manutenção, nada a mais. Nosso ganho é apenas o prazer de fazermos novas amizades e nesse sentido, temos os melhores amigos cultos e ocultos do mundo, que são vocês…
Mas, deixemos esse assunto para um próximo momento, vamos dando sequencia às nossas postagens que hoje está trazendo o genial Jards Macalé. Já o apresentamos aqui em outros trabalhos, mas como estamos na onda dos discos de sete polegadas, vamos aproveitar a oportunidade para postarmos dele este disquinho que foi seu filho primogênito, um compacto duplo lançado pela RGE, em 1970. “Só morto (burning night)” foi um trabalho produzido pelo próprio Macalé e por Carlos Eduardo Machado, contou com a participação de um time de primeira linha, como se pode ver na ficha da contracapa. Trazia o grupo de rock carioca Soma, Zé Rodrix no piano e orgão e Naná Vasconcelos na percussão. As quatro músicas que compõe o compacto são todas de Macalé em parcerias, sendo uma com Capinan e as outras três com Duda (Carlos Eduardo Machado). Nas quatro faixas Macalé é o responsável pelos arranjos e é quem toca o violão. Neste primeiro disco temos, por exemplo, a música “Sem essa”, que voltaria a ser regravada por ele em seu disco de 1977. Embora seja uma joinha, o disquinho tem uma qualidade de som que ficou a desejar e foi nesse desejo que décadas depois ele mereceu uma segunda edição, feita com maestria pela Discobertas, transformando aquele compacto duplo em um lp/cd e no qual trazia mais dez faixas bônus que são gravações também antigas, feitas ao vivo. Esta versão vocês ainda encontram com facilidade para comprar. Já o compacto original, esse já virou artigo de especulação no Mercado Livre e Discogs. Confiram no GTM…
 
soluços
o crime
só morto (burning night)
sem essa
 
 
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Jards Macalé – Contrates (1977)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Entre tantas curiosidades, músicas para se ouvir com outros olhos e coisa e tal…, as vezes eu penso: pô, tenho que postar aqui também aquilo que sempre faz a minha cabeça. Ou melhor dizendo, preciso também postar aqui aquilo que eu realmente nunca deixo de ouvir. Assim, eventualmente, dou um toque nos meus prediletos 😉 Olha aí, que beleza…. “Contrastes”, de Jards Macalé. Tenho por este disco uma atenção especial, pois é um álbum que me acompanha desde o seu lançamento, em 1977. Me lembro exatamente do dia em que comprei este disco. Nesta época eu vivia num verdadeiro contraste musical. Amava os Beatles e os Rolling Stones (e ainda amo!), também o hard rock e já flertava com a nova onda, o punk rock dos Ramones e Sex Pistols. Porém, ao ouvir (como se a primeira vez) ao Jards Macalé, vi a salvação. Voltei a tomar gosto pela MPB. “Contrates” é um puta disco! Aliás, o Macalé é que é… um puta artista… todos os seus discos são ótimos e vale a pena ouvi-los, sem excessão. Um artista assim nunca deixa de ser cultuado, principalmente nos dias de hoje. Inclusive, seus discos, mesmo fora de catálogo estão, vez por outra, sempre sendo resgatados. “Contrates”, obviamente já teve seu relançamento na versão cd. Inclusive, a capa na nova edição é diferente. A foto da capa, o beijo, aparece aqui rasgada. Seria uma demonstração de desfeto e mágoa do artista? A moça da foto era então a sua esposa. Na época do relançamento do disco em cd, ela não permitiu que sua imagem fosse novamente exposta (os tempos são outros). Acho que, meio no desaforo, o artista deu o troco, recriando de maneira interessante a velha capa.
Bom, falar da música acho que é desnecessário. Este não precisa de defesa ou promoção. O melhor mesmo é ouvir 😉

contrates
sem essa
poema da rosa
black and blue
sim ou não
conto do pintor
negra melodia
choro do archanjo
cachorro babucho
garoto
passarinho no relógio (cuco maluco)
no meio do mato
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Jards Macalé – Disco Mix Promocional (1987)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! E depois do Melodia e do Sampaio, outro artista que cai bem no clima é o Jards Macalé. É ou não é? Segue aqui então este disco promocional, com duas faixas exclusivas, onde Macalé nos apresenta a sua divertida versão para “Blues Suede Shoes” de Carl Perkins (samba rock, unplugged!) e “Rio sem Tom”, um momento de desilusão com o Rio, um ‘fonocomentário maxixento brasileiro’ (segundo o próprio autor). Esse tal disco ‘Mix’ foi o substituto do compacto nos anos 80. Várias gravadoras chegaram a usar esse tipo de disco que antecedia ao lançamento do álbum oficial. No caso do Macalé eu não sei dizer…
Putz! Tá vindo muita chuva aí. Acho que vou parar por aqui. Pensei em postar hoje ainda uns compactos, mas acho que vou deixar isso para amanhã. Lá vem chuva…

blues suede shoes
rio sem tom

Jards Macalé – 4 Batutas & 1 Coringa (1987)

A mais ou menos uns dois anos e meio (ou três), achar discos do Macalé era uma tarefa difícil e por conseguinte, o público conhecedor era outro. Quero dizer com isso que foi através da internet, mais precisamente a partir dos programas e sites de troca (os blogs) que começaram a pipocar os discos do cara por aí. Então toda aquela aurea de raridade deixou de existir, os álbuns fantásticos da década de 70 e outros, começaram a vir a tona. Passaram a ser conhecidos, tornaram-se figurinhas repetidas. Apesar ou independente disso, achei que seria uma boa publicar alguma coisa dele. Bom, este álbum não é da década de 70 e nem traz sua obra. Porém é um disco excelente onde Jards Macalé interpreta composições de quatro grandes compositores/sambistas. Quatro dos maiores nomes da nossa verdadeira música. Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Paulinho da Viola e Geraldo Pereira interpretados por Jards Macalé, preciso dizer mais alguma coisa? Taí, tá dado o toque… Agora toca!