Conjunto Baluartes – Nira Gongo (1976)

Olá, reclusos amigos culto e ocultos! Espero que estejam todos bem. Fique em casa! Aproveite o tempo para visitar e explorar as postagens do nosso Toque Musical. Música é sempre uma boa distração. E aqui isso não falta, tem para gregos e troianos. 😉
Vamos hoje com o Conjunto Baluartes, grupo produzido por Hélcio Milito, do Tamba Trio no qual trazia em sua formação os grandes ritmistas Eliseu, Luna, Marçal, Dotô, Armando e Toninho. “Nira Gongo”, o nome do disco, é uma referência a um vulcão que existe no Congo africano, no Monte Nyiracongo. Segundo o texto de contracapa o nome simboliza a explosão rítmica de uma raça predestinada para o som. E o disco procura seguir nessa linha, mas é um trabalho essencialmente de samba, um samba de exportação. Este lp é hoje uma raridade, difícil de de achar em sebos e feiras de vinil e quando encontra custa os olhos da cara. Este é mais um disco bem rodado e conhecido do nosso público e agora está marcando presença em nossa praça. Se ainda não conhece, confira o arquivo no GTM. Já está lá esperando por vocês 😉

por favor
sai encosto
nira gongo
quando eu me lembro
andarilho
não é… não é
ausência de paz
tiradentes
samba do trabalhador
chegou mais um
conflito
a nova mangueira



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Ed Carlos – Juro Que Te Amo (1975)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje o Toque Musical apresenta a vocês um disco de um cantor que recebeu o título de “reizinho da Jovem Guarda” por ter sido apadrinhado por Roberto Carlos. Estamos falando de Oscar Teixeira, ou melhor, Ed Carlos, nascido em Santo André, na Grande São Paulo, em 3 de fevereiro de 1952. Seu primeiro disco, um compacto simples, saiu pela Fermata em novembro de 1967, trazendo o sucesso “Edifício de carinho”, de Roberto Carlos e Tom Gomes. Com o declínio da Jovem Guarda, a exemplo de Roberto, passou a interpretar músicas românticas. Em 1979, Ed homenageou o “rei da MPB” com a música “Roberto, meu amigão”. Posteriormente, tornou-se proprietário do restaurante Ed Carnes, no bairro paulistano do Cambuci. Casado com Vânia, teve três filhos, Edinho (falecido em acidente de carro), Rafael e Vinícius. “Juro que te amo”, o álbum que o TM nos oferece hoje, é o quarto LP de Ed Carlos, lançado pela CBS (selo OkeH) em 1975. No repertório, temos composições de Elizabeth (“Eu não vivo sem você”), Marcos Roberto (“Por quê”), Dora Lopes (“Você não merece”) e inúmeras versões. Uma delas, “Amante latino”, assinada por Rossini Pinto, é curiosa por ter sido lançada antes que Sidney Magal, em 1977, fizesse sucesso com outra versão da mesma música e com o mesmo título, só que feita por Antônio Carlos.  Em suma, é o tipo do repertório que costumava ser executado com frequência nas rádios AM de cunho popular, sobretudo em São Paulo, numa época em que o FM ainda engatinhava. Um trabalho interessante de Ed Carlos, que merece o nosso Toque Musical. É só ir para o GTM e conferir.

juro que te amor
gosto muito de você
minha amiga minha esposa minha amante
mundo agitado
amante latino
uma velha canção de amor
com um punhado de areia
eu não vivo sem você
porque
você não merece
não vale a pena lastimar


*Texto de Samuel Machado Filho 

A Fina Flor Do Partido Alto (1974)

Olá amigos cultos e ocultos! Já nos preparando para o Ano Novo, vamos aqui queimando o resto de gás, pois em 2015 tem mais (putz, até rimou!) Para animar a festa aqui vai um bom disco de samba, reunindo alguns bambas do chamado ‘samba de partido alto’. Entre os membros do pagode, curiosamente, temos o cantor e puxador de samba, Neguinho da Beija Flor, ainda não totalmente conhecido. “A Fina Flor do Partido Alto” é uma dessas pérolas que todo gringo antenado procura. Um lp com o selo de qualidade Okeh, da CBS. Criado exclusivamente para o lançamento de discos de samba, tendo a frente como seu diretor artístico o sambista e compositor Zuzuca. Confiram

sanfona no samba
cavaco emprestado
saudade danada
minha viola
seu nome é saudade
o carambé
o seu libório
partido do peixe
lá vem água
poeira
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Os Bambas – O Melhor Em Samba (1969)

Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Trago hoje uma triste notícia para todos. Infelizmente esta será a nossa última postagem. O Toque Musical dá por encerrada as suas atividades, sendo esta a última que farei. Na segunda feira o blog será retirado da rede, atendendo assim as reivindicações das gravadoras, editoras e empresas estrangeiras, responsáveis pelos direitos autorais de toda a fonografia brasileira. Toda a música brasileira, inclusive os discos raros, fora de catálogo e tudo o que já foi postado aqui, serão agora oferecidos gratuitamente pelo iTunes. Esses discos serão novamente relançados, no formato vinil e cd e estarão à venda a partir da segunda quinzena de abril. Pelas informações, esses relançamentos serão vendidos por preços de banana, numa faixa média de 5 reais. Diante a tudo isso, realmente, não faz mais sentido ficar mantendo um blog como o Toque Musical. Fica aqui então a minha despedida. Ao ritmo do samba a gente vai chegando à ‘apoteose’. Valeu demais!

Xiii… tô vendo aqui que tem nêgo já com taquicardia, desesperado com essa notícia. Hehehe… calma gente, é uma pegadinha, hoje é primeiro de abril 🙂 Tudo mentira, hehehe…
De verdade aqui é só o samba, o disco deste domingo.

Tenho aqui para vocês mais uma produção da CBS, no final dos anos 60, através de seu selo Okeh, “O melhor em samba com Os Bambas”. Quem foram esses ‘bambas’ eu não saberei dizer. Tenho para mim, que “Os Bambas” foi apenas um nome fictício, criado pelos produtores da CBS no intúito de poder lançar discos com músicas e artistas que não faziam parte de seu ‘cast’. Este era mais um dos muitos artifícios usados pelas gravadoras para burlar direitos (aparentemente exclusivos). Os Bambas, da CBS, lançaram diversos discos ao logo dos anos. É bem provável que os músicos que tocam neste lp não sejam os mesmos de outros volumes. Não há créditos, nem nomes. Tudo feito com um intúito puramente comercial. Mas nem por isso deixa de ser interessante e tem lá as suas qualidades. Há discos, músicas e artistas que são como vinho. Com o passar do tempo, alguns ficam cada vez melhores, outros se tornam vinagre. Mas todo vinagre tem seu dia de salada. Se for esse o caso, o prato frio está ótimo. Eu não tenho nada a reclamar 🙂

levanta a cabeça
tá tudo aí
bloco do sujo
casa de bamba
maria chora
não posso parar
pot pourri:
zé marmita
tumba lê lê
levanta mangueira
araruta tem seu dia
madureira chorou

Os Bambas – O Melhor Em Samba Com Os Bambas (1969)

Boa noite meus prezados! Dia puxado, quase sem tempo para as nossas postagens. Como falei, nesta semana o ritmo aqui vai ser o samba. Nosso toque do dia (ou da noite) é este álbum lançado em 1969 pela CBS, através de seu selo Okeh. “Os Bambas”, grupo ao qual são creditados diversos discos de samba, lançados no final dos anos 60 e durante os 70 pela ‘subsidiária’ da gravadora. Eu, sinceramente não faço a menor ideia de quem está por trás desses ‘Bambas’. Tenho para mim, que o nome foi apenas uma fachada. Quem já teve oportunidade de ouvir outros discos, talvez perceba, como eu, que o conjunto teve muitos bambas. E em nenhum dos discos temos uma ficha técnica. Fica claro, portanto, que Os Bambas é uma produção essencialmente comercial, feita de encomenda. Uma maneira de juntar num único disco sucessos de diferentes gravadoras. Uma fórmula que deu muito certo. Bem porque, mesmo com um sentido comercial, a escolha de repertórios e os próprios intérpretes se faziam respeitando algumas qualidades.

Em “O melhor em samba com Os Bambas” iremos encontrar uma seleção musical das mais interessantes