A Música De Dunga – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 143 (2015)

E aí vai mais uma edição do Grand Record Brazil, o “braço de cera” do TM, com o número 143, para seus amigos, cultos e associados. Desta vez, focalizamos a obra musical do compositor e pianista Waldemar de Abreu, o Dunga.  Nosso focalizado veio ao mundo no dia 16 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro. Ganhou o apelido de Dunga aos sete anos de idade, de sua professora, que o considerava o mais querido da turma. Fez o curso primário na escola pública do subúrbio de Haddock Lobo, e o ginásio (até o quarto ano) no Instituto Matoso. Em 1928, começou a jogar futebol, em Petrópolis, região serrana fluminense.  Em 1930, ingressou na Leopoldina Railways, trabalhando como conferente, e sempre jogava nos times de futebol e basquete da companhia, sendo campeão da Liga Bancária diversas vezes.  Em janeiro de 1935, sai a primeira música gravada de Dunga, para o carnaval do mesmo ano: o samba “Amar pra quê?”, na voz de Sílvio Pinto. Ainda em 35, acontece o enlace matrimonial de Dunga com Zaíra Moreira, que tiveram dois filhos. Em 1940, entrou para a SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), exercendo a função de cobrador junto aos teatros, e , um ano depois, ingressou na UBC (União Brasileira de Compositores), onde permaneceria durante anos. Em 1960, assumiu a vice-presidência da ADDAF (Associação Defensora de Direitos Autorais e Fonomecânicos), sem no entanto abandonar a atividade musical. Ao longo de sua carreira, teve mais de oitenta músicas gravadas, nas vozes de grandes astros da MPB, tais como Orlando Silva, Jamelão, Dircinha Batista, Cyro Monteiro,  Déo, etc. Basta lembrar, por exemplo, de “Conceição” (1956), eterno sucesso de Cauby Peixoto, cuja melodia é de Dunga, com letra de Jair Amorim. Eles também fizeram juntos “Maria dos meus pecados”, hit de Agostinho dos Santos em 1957. E Dunga continuaria compondo até sua morte, em 5 de outubro de 1991, aos 83 anos, em seu Rio de Janeiro natal.

Para esta edição do GRB, foram escolhidas músicas de exclusiva autoria de Dunga, ou seja, obras que ele compôs sem parceria. São 29 faixas, interpretadas pelos melhores cantores e instrumentistas de sua época, quase todas sambas. (Uma boa lembrança e colaboração do amigo Hélio Mário Alves, quem nos enviou boa parte desse material). Para começar, temos “Antes tarde do que nunca”, do carnaval de 1940, gravado na Victor por Odete Amaral em 23 de outubro de 39 e lançado ainda em dezembro, disco 34537-B, matriz 33187. Em seguida, um sucesso inesquecível de Orlando Silva, “Chora, cavaquinho”, outra gravação Victor, esta de 27 de agosto de 1935, lançada em dezembro do mesmo ano, disco 33998-B, matriz 80011. Edna Cardoso, cantora que só gravou dois discos com quatro músicas, pela Continental, aqui comparece com as três obras de Dunga que constam dos mesmos. Para começar, temos “Confessei meu sofrer”, lado A do disco 15428, o segundo e último de Edna, lançado em setembro de 1945, matriz 1199. Depois desta faixa, Aracy de Almeida comparece com “Dizem por aí”, gravação Victor de 20 de abril de 1938, lançada em junho seguinte sob número 34321-B, matriz 80761. Em seguida, o delicioso arrasta-pé “Espiga de milho”, executado pelo regional do violonista Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano), em gravação RCA Victor de 21 de maio de 1954, lançada em agosto do mesmo não, disco 80-1325-B, matriz BE4VB-0462. Depois, mais três imperdíveis faixas com Orlando Silva. “Esquisita” é da safra do Cantor das Multidões na Odeon, por ele gravado em 23 de junho de 1947 e lançado em setembro do mesmo ano, disco 12797-A, matriz 8246. Voltando à Victor, temos um verdadeiro clássico da carreira de Orlando: o samba-canção “Eu sinto vontade de chorar”, que ele canta acompanhado pela Orquestra Carioca Swingtette, sob a direção de Radamés Gnattali. Gravação de 13 de junho de 1938, lançada em setembro seguinte sob número 34354-B, matriz 80826. “Foi você”, outra das melhores gravações de Orlando, foi feita em 17 de setembro de 1936 e lançada pela marca do cachorrinho Nipper em outubro seguinte com o número 34100-A, matriz 80221. O samba-canção “Justiça”, grande sucesso na voz de Dircinha Batista, foi por ela gravado na Odeon  em 20 de junho de 1938, com lançamento em agosto do mesmo ano, disco 11628-B, matriz 5871. Logo depois, temos “Meu amor”, samba do carnaval de 1949, na interpretação de Jorge Goulart, lançada pela Star em fins de 48 sob número 79-A. Nuno Roland interpreta, em seguida, o samba-canção “Meu destino”, gravação Todamérica de 8 de março de 1951, lançada em abril do mesmo ano, disco TA-5053-A, matriz TA-101. Dircinha Batista volta em seguida com “Moleque de rua”, lançado pela Continental em setembro de 1946, disco 15691-A, matriz 1639. Roberto Paiva interpreta depois “Não sei se voltarei”, em gravação Victor de 13 de julho de 1944, lançada em setembro do mesmo ano, disco 80-0211-A, matriz S-078018. Déo lançou em janeiro de 1945, na Continental, para o carnaval desse ano, o samba “Nunca senti tanto amor”, matriz 912. Em junho do mesmo ano, ele lançou pela mesma marca outro samba de Dunga, “Orgulhosa”, disco 15356-A, matriz 1128. Em seguida, volta Edna Cardoso, desta vez cantando “Pandeiro triste”, lançado em agosto, também de 1945, e pela mesma Continental, abrindo seu disco de estreia, número 15408, matriz 1201. Alcides Gerardi aqui comparece com “Perdoa”, gravado por ele na Odeon em 29 de agosto de 1946, com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 12730-A, matriz 8092. “Quando alguém me pergunta”, samba destinado ao carnaval de 1939,  tornou-se um clássico na voz de Castro Barbosa, que o gravou na Columbia em 12 de janeiro desse ano, com lançamento bem em cima da folia, em fevereiro, disco 55015-B, matriz 125. Cyro Monteiro, em seguida, interpreta “Que é isso, Isabel?”, gravação Victor de 3 de junho de 1942, lançada em agosto do mesmo ano, disco 34950-B, matriz S-052544. Poderemos apreciá-lo ainda em “Quem gostar de mim”, que gravou na mesma Victor em 8 de julho de 1940, com lançamento em setembro do mesmo ano, disco 34646-B, matriz 33461. Janet de Almeida, irmão de Joel de Almeida, falecido ainda jovem, interpreta depois “Quem sabe da minha vida”, batucada do carnaval de 1946, lançada pela Continental em janeiro desse ano, disco 15582-B, matriz 1397. Em seguida, Aracy de Almeida interpreta “Remorso”, gravação Odeon de 30 de março de 1943, lançada em maio do mesmo ano, disco 12305-B, matriz 7244. Temos depois novamente Edna Cardoso, desta vez interpretando “Se ele me ouvisse”, lado B de seu segundo e último disco, o Continental 15428, lançado em setembro de 1945, matriz 1198. Orlando Silva registrou “Soluço de mulher” na Odeon em 6 de agosto de 1944, com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 12503-B, matriz 7645. A bela valsa “Sonho” é executada pelo clarinetista Luiz Americano, acompanhado por Pereira Filho ao violão elétrico, em gravação lançada pela Continental em maio de 1945, disco 15337-B, matriz 1105. O choro “Tic tac do meu relógio” foi lançado pela Continental, na interpretação de Carmélia Alves, ao lado do Quarteto de Bronze, acompanhados por Fats Elpídio e seu Ritmo, em março-abril de 1949, sob número de disco 16048-B, matriz 2067, por sinal marcando o início definitivo da carreira fonográfica de Carmélia, seis anos após sua estreia na Victor. O samba “Trapaças de amor” foi gravado na RCA Victor por Linda Batista em 5 de maio de 1947, com lançamento em junho do mesmo ano, disco 80-0519-A, matriz S-078750. Primeiro ídolo country brasileiro, Bob Nélson aqui comparece com “Vaqueiro apaixonado”, marchinha do carnaval de 1951, devidamente acompanhado de “rancheiros” músicos que, mais competentes, não existiam nem mesmo no Texas ou na Califórnia. Gravação RCA Victor de 12 de outubro de 50, lançada ainda em dezembro, disco 80-0726-A, matriz S-092786. Para encerrar, temos “Zaíra”, valsa cuja musa inspiradora foi certamente a esposa de Dunga. É executada ao saxofone por Luiz Americano, em gravação Continental de 5 de abril de 1948, só lançada em março-abril de 49, disco 16015-A, matriz 1831. Enfim, esta é uma justa homenagem do GRB a um dos maiores compositores que o Brasil já teve: Waldemar “Dunga” de Abreu!

* Texto de Samuel Machado Filho

Feliz Natal Para Você (1955)

Muito bom dia a todos os amigos, seja eles cultos, ocultos ou apenas associados! Começo com um bom dia para desejar a todos uma boa noite. Boa noite de Natal. Desejo a todos muita paz, amor e alegria, pois de tristeza nenhum dia deveria ser. Mas, sem dúvida, será uma noite melancólica, de reflexão e de perdão (nesse último quesito, tá difícil, mas eu vou tentar!) Também pode ser uma noite de música e é por conta disso que eu ainda, no último instante, trago mais um presente de Natal.
Segue aqui este lp de 10 polegadas reunindo alguns dos brilhantes nomes do ‘cast’ da Odeon numa saudação ao Natal de 1955. Certamente as músicas presentes neste lp foram também lançadas em 78 rpm (que me corrija ou me complete o amigo Samuel Machado). São temas clássicos e alguns até já apresentados aqui, mas vale a pena ouvir mais uma vez, até porque é mais uma boa seleção musical de natal. Não deixem de conferir! Mais uma vez, Feliz Natal a todos!

noite de natal (white christmas) – orquestra e coral severino araújo
dezembro – roberto paiva
natal – odete amaral
o natal chegou – trio irakitan
noite santa silenciosa – orquestra e coral severino araújo
noite linda de natal – alcides gerardi
natal de nossa terra – dalva de oliveira
feliz natal, boas festas – trio irakitan
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Temas Natalinos – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 130 (2014)

Então é Natal… Aquela ocasião em que a gente arma a árvore, o presépio, reúne a família, troca presentes, degusta a ceia… e, por que não, também canta canções típicas da festa máxima da cristandade. Assim sendo, o Grand Record Brazil, em sua edição de número 130,  presenteia os amigos cultos, ocultos e associados do TM com mais esta compilação de músicas natalinas. São, no total, dez gravações.

Abrindo esta seleção natalina muitíssimo especial, temos o gaúcho (de Rio Grande) Alcides Gerardi (1918-1978), criador de sucessos do porte de “Antonico”, “Cabecinha no ombro” , “Marise” e “Chora, Pierrô”, entre outros,  interpretando aqui a valsa “Natal de saudade”,da dupla Raul Sampaio-Ivo Santos. Saiu pela Columbia em dezembro de 1957, sob número CB-10386-A, matriz CBO-1220, entrando também no LP coletivo “Nosso Natal”. Um ano mais tarde, houve uma reedição em 78 rpm com o número CB-11093-B. Ângela Maria, a grande Sapoti, interpreta o samba-canção “Outros Natais”, de autoria de Cláudio Luiz Pinto,impregnado de forte crítica social em sua letra. A Copacabana o lançou em dezembro de 1954, sob número 5351-A, matriz M-1006, sendo mais tarde faixa de encerramento do LP de 10 polegadas “Sucessos de Ângela Maria”, primeiro de uma série de três.  João Dias, que o próprio Francisco Alves escolheria para ser seu sucessor, por ter timbre de voz parecido com o dele, vem com duas faixas, ambas extraídas do disco Odeon  13592, gravado em 30 de novembro de 1953, com acompanhamento orquestral de Osvaldo Borba,  e lançado (detalhe intrigante) em janeiro de 54. O lado A,matriz 9987, é “A doce canção de Natal”, de autoria de Sivan Castelo Neto (psudônimo de Ulysses Lelot Filho), na qual João Dias canta ao lado de Edith Falcão e do então menino Altir Gonçalves.  O lado B, matriz 9988, que João Dias canta em dueto com Edith Falcão, é a conhecida valsa “O velhinho”, de autoria de Otávio Babo Filho, primo do compositor Lamartine Babo, correspondente à última faixa desta seleção. Relançadas mais tarde em LPs e compactos, essas gravações de João Dias permaneceram no catálogo da Odeon por vários anos. Na faixa 4, você tem  o grande João Gilberto interpretando o delicado samba em estilo bossa nova “Presente de Natal”,de autoria de Nelcy Noronha, uma das faixas de maior destaque de seu terceiro LP-solo, sem título, editado pela Odeon em outubro de 1961. Formado por Edda Cardoso, Lolita Koch Freire e Yeda Tavares Gomes da Silva, o Trio Madrigal comparece aqui com as duas músicas do disco Todamérica TA-5359, ambas cânticos, gravado em 15 de setembro de 1953 e lançado em novembro do mesmo ano. Abrindo-o,  a matriz TA-542 apresenta “Oh! Vinde crianças (Ihr Kinderlein, kommet)”, do compositor alemão  Johann Abraham Peter Schulz, sobre versos de seu conterrâneo  Christophe von Schmid, sendo a letra brasileira de Frei Paulo Avelino Assis. No lado B, matriz TA-543, vem “Noite de luz”, outra adaptação de Frei Paulo. Laranjinha e Zequinha, dupla do sertanejo-raiz,  vem aqui com as duas músicas do 78 Odeon número 13553, gravado em 31 de agosto de 1953 e lançado em dezembro do mesmo ano.  No lado A, matriz 9852, o valseado “Natal no sertão”, de Reinaldo Santos e Vicente Lia, e, no lado B, matriz 9862, a valsa “Ano novo”, de  Francisco Lacerda e José Maffei. Filha caçula do compositor Hervê Cordovil, e por tabela irmã de Norman e Ronnie Cord, Maria Regina Cordovil, então com apenas quatro anos de idade, apresenta as duas faixas do 78 RCA Victor 80-2398, gravado em 28 de setembro de 1961, com acompanhamento orquestral de Francisco Moraes, e lançado em outubro do mesmo ano. Primeiro temos o lado B, matriz M2CAB-1479, “Carta a Papai Noel”, de autoria do paizão Hervê e certamente seu maior sucesso. Depois vem o lado A, matriz M2CAB-1478, o clássico “Sinos de Belém  (Jingle bells)”, do norte-americano James S. Pierpont em versão de Evaldo Ruy. Curiosamente, esta canção foi composta em 1857 sem qualquer intenção natalina, com o título de “One  horse open sleigh”. Foi traduzida para inúmeros idiomas. Ambas as faixas também saíram no LP “A menor cantora do mundo”, por sinal o slogan de Maria Regina. O niteroiense Orlando Correia, que se destacou gravando sucessos do porte de “Meu sonho é você”, “Sistema nervoso” e “Serenata suburbana”, interpreta aqui o samba-canção “Natal sem você”, de Bruno Gomes e Jorge de Castro, com a participação do Trio Madrigal. Foi gravado na Todamérica em 15 de setembro de 1953 (a mesma sessão em que o Trio Madrigal registrou outras duas faixas deste volume) e lançado em novembro do mesmo ano, disco TA-5358-A, matriz TA-544. Enfim, é um presente que o GRB  oferece aos amigos cultos, cultos e associados do TM, com os mais sinceros votos de um maravilhoso Natal e um 2015 repleto de alegrias e realizações positivas. E nunca é demais lembrar do verdadeiro dono desta festa. Feliz aniversário, Jesus!

* Texto de Samuel Machado Filho

A Música De Buci Moreira (parte 2) – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 97 (2014)

E aí vai para todos os nossos amigos cultos, ocultos e associados, mais uma edição do Grand Record Brasil, a de número 97, apresentando a segunda e última parte da retrospectiva dedicada ao compositor Buci Moreira (1909-1982), oferecendo mais dez gravações históricas com suas músicas. Abrimos esta segunda parte com Carlos Galhardo, interpretando o samba “Loucura”, parceria de Buci com Oswaldo Lira e A. F. Conceição, gravado na RCA Victor em 17 de outubro de 1955 e lançado em janeiro de 56, destinando-se evidentemente ao carnaval, sob n.o 80-1539-B, matriz BE5VB-0896. “O cantor que dispensa adjetivos” também está na faixa 8, “Adoro o samba”, em que Buci Moreira tem como parceiro (aliás, um de seus mais constantes) Arnô Canegal, gravação Victor de 26 de agosto de 1941, lançada em novembro do mesmo ano sob n.o  34830-B, matriz S-052344. Prosseguindo, na faixa 2, temos o grande flautista Benedito Lacerda, à frente de seu grupo Gente do Morro, e também cantando, no samba “Preto d’alma branca”, só de Buci Moreira, que mostra a banalidade do preconceito racial. Foi lançado pela Brunswick (marca americana de curta duração no Brasil) em janeiro de 1931, por certo também visando o carnaval, com o n.o 10128-A, matriz 528. Em seguida  vem o misterioso H. G. Americano, intérprete de curta carreira fonográfica (apenas seis discos com dez gravações, em 1929/30), com o samba “Mulher soberba”, em que Buci tem como parceiro Oswaldo Santiago, lançado pela Odeon em agosto de 1930 com o n.o 10657-B. Depois, Francisco Alves nos traz outro samba, “Em uma linda tarde”, parceria de Buci Moreira com Nasinho (apelido de Norival Reis), gravação Victor de 16 de abril de 1935, lançada em julho seguinte com o n.o 33946-A, matriz 79877, com acompanhamento da orquestra Diabos do Céu, do mestre Pixinguinha. O gaúcho Alcides Gerardi vem com “Protesto”, samba em que Buci tem como parceiro Felisberto Martins, então diretor artístico da Odeon, onde o cantor o gravou em 9 de junho de 1952, com lançamento em setembro do mesmo ano, disco 13318-B, matriz 9332. Henricão (Henrique Felipe da Costa, 1908-1984), também compositor de renome, aqui comparece com o samba “Pra que tanto ciúme?”, de Buci Moreira em parceria com Lacy Martins (irmão de Herivelto), gravado na mesma Odeon em 10 de dezembro de 1937 e lançado em janeiro de 38, com vistas ao carnaval, disco 11565-A, matriz 5731. Pioneiro da música country no Brasil, Bob Nélson (Nélson Roberto Perez, Campinas, SP, 1918-Rio de Janeiro, 2009), devidamente acompanhado de seus “rancheiros” (entre eles nada mais nada menos que Luiz Gonzaga à sanfona), apresenta a marchinha “Companheiro de caçada”, em que o parceiro de Buci Moreira é o ator Macedo Neto, que atuou no rádio e na televisão e foi inclusive marido de Dolores Duran. Foi gravada na RCA Victor em 26 de outubro de 1949, e lançada em janeiro de 50 (para o carnaval, claro) sob n.o 80-0634-A, matriz S-078961. O eterno “metralha do gogó de ouro”, Nélson Gonçalves (1919-1998) nos traz o samba “Perfeitamente”, do trio Buci Moreira-Arnô Canegal-Carlos de Souza, gravação Victor de 7 de abril de 1943, lançada em junho seguinte sob n.o 80-0086-B, matriz S-052749. Tem versos algo confusos, mas merece ser ouvido.  E, para encerrar com chave de ouro, volta Francisco Alves, agora junto com o Trio de Ouro em sua primeira formação (Dalva de Oliveira, Herivelto Martins e Nilo Chagas), com o samba “Não é assim que se procede”, do quarteto Bucy Moreira-Arnô Canegal-Raul Marques-Henrique de Almeida, do carnaval de 1945, gravação Odeon de 13 de dezembro de 44 lançada bem em cima da folia, em fevereiro, disco 12550-B, matriz 7735. O próprio Herivelto comanda o acompanhamento, a cargo de sua escola de samba, e no final da gravação comete um erro crasso dizendo “Não é assim que se PORCEDE”! Isso, porém, é apenas é um detalhe. E assim apresentamos a segunda e última parte da retrospectiva do GRB dedicada a Buci Moreira. Até a próxima e muito obrigado pela atenção e carinho!
*Texto de Samuel Machado Filho

Alcides Gerardi – Palavras De Amor (1961)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu tenho reunião de condomínio e não posso faltar, afinal, eu sou o síndico. Tim Maia, me ajude! O tempo está curto e enquanto espero a chegada dos moradores, vou aqui traçando o que dá para traçar. Mais que de pressa, vou escolhendo no sorteio qual dos meus ‘discos de gaveta’ entra hoje.
Olha aí, vamos trazendo de volta o cantor gaúcho Alcides Gerardi, acompanhado pela orquestra do maestro Britinho. “Palavras de amor” foi mais um dos muitos discos que o cantor gravou na Columbia/CBS. Este, lançado em 1961 e pelo título já diz tudo. Um álbum ultraromântico regado a sambas e boleros…
Xiii… vou ter que parar… Chegaram três condôminos aqui… acho que vou começar a reunião. Me acuda Santo Tim!

palavras de amor
deixa que eu sofra
nem saudade
penumbra
injustiça
reversão
maria do mal fim
meu carinho
mulher de ninguém
só penso em você
ninguém a teus pés
desprezo
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A Música de Ismael Silva Na Voz De… – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 86 (2014)

Chegamos à edição de número 86 do Grand Record Brazil, apresentando a terceira parte de nossa retrospectiva da obra do compositor Ismael Silva (1905-1978). São mais dezessete composições deste notável mestre do samba, cantadas por intérpretes diversos, inclusive ele mesmo. Para começar, temos um dos mais expressivos intérpretes da obra de Ismael, Mário Reis.  Ele interpreta aqui, como solista, as quatro primeiras faixas deste volume do GRB,  todas elas sambas e em gravações Odeon, a saber: “Novo amor”, de Ismael sem parceiro, gravação de 27 de fevereiro de 1929, lançada em abril do mesmo ano com o n.o 10357-A, matriz 2400; “Sofrer é da vida”, parceria de Ismael com Francisco Alves e Nílton Bastos, gravado em 28 de novembro de 1931 com vistas ao carnaval, mas só lançado em julho de 32 (deveria, pela lógica, ter saído em janeiro) com o n.o 10872-A, matriz 4375; “Ao romper da aurora”, parceria de Ismael e Francisco Alves com outro mestre, Lamartine Babo,  também do carnaval de 1932, disco 10881-A, matriz 4398; e “Uma jura que fiz”, da parceria de Ismael Silva com Noel Rosa e Francisco Alves, que Mário gravou em 12 de julho de 1932, disco 10928-A, matriz 4482. Na faixa seguinte, volta a dupla Francisco Alves-Mário Reis, de quem apresentamos alguns registros  na edição anterior, agora interpretando uma obra-prima do samba, “Arrependido”, da santíssima trindade Ismael Silva-Chico Viola-Nílton Bastos, gravação Odeon de 28 de fevereiro de 1931, lançada em abril do mesmo ano sob n.o 10780-A, matriz 4163 (em nosso volume anterior apareceu o outro lado, “O que será de mim?”).  Sílvio Caldas, o eterno “caboclinho querido”, aqui comparece com duas faixas assinadas exclusivamente por Ismael Silva, que gravou na Odeon em  14 de dezembro de 1934 com lançamento em fevereiro de 35 (claro que para o carnaval) sob n.o 11194, o samba ‘Agradeças a mim” (lado B, matriz 4974) e a marchinha “Cara feia é fome” (lado A, matriz 4972). Jonjoca (João de Freitas Ferreira) vem em seguida com outro samba só de Ismael, ‘Não te dou perdão”, lançado pela Odeon em fevereiro de 1930 para o carnaval, disco 10579-A, matriz 3366. J. B. de Carvalho,  que se converteu à umbanda e gravou por toda a carreira a música de sua religião (teve até terreiro e programa de rádio do gênero), aqui comparece com outro samba de Ismael Silva sem parceiro, “Com a vida que pediste a Deus”, gravação Odeon de 26 de outubro de 1939, lançada em janeiro de 40 para o carnaval, “of course”, sob n.o 11803-B, matriz 6237. “Fã”, outro samba de Ismael sem parceria, foi gravado na mesmíssima Odeon por Gilberto Alves em  14 de julho de 1942, com lançamento em setembro do mesmo ano sob n.o 12189-B, matriz 7015. Compositor e humorista de rádio, Silvino Neto, pai do comediante Paulo Silvino, aqui interpreta uma marchinha de Ismael Silva sem parceiro, “Boa boca”, gravada na Victor em 18 de fevereiro de 1941 e lançada bem em cima do carnaval de 42, em fevereiro, disco  34873-B, matriz S-052447. Nélson Gonçalves, o eterno “metralha do gogó de ouro”, vem com o samba “Não tenho queixa”, parceria de Ismael Silva com David Raw, gravação também da Victor, datada de  15 de dezembro de 1942 com lançamento bem cima do carnaval de 43, em fevereiro, disco  80-0050-A, matriz S-052678. Orlando Silva, o sempre lembrado “cantor das multidões”, comparece com um samba que Ismael fez com Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr.,  “Se eu tiver que escolher”, gravação Odeon de 12 de dezembro de 1945, editada bem em cima do carnaval de 46, em fevereiro, sob n.o 12672-B, matriz 7958. A faixa seguinte é “Antonico”, samba com o qual Ismael Silva retornou às paradas de sucesso, depois de anos no ostracismo. Foi imortalizado na Odeon por Alcides Gerardi em 19 de janeiro de 1950, com lançamento em  abril do mesmo ano sob n.o 12993-B, matriz 8625. É um samba pungente que foge à linha tradicional do autor, pelo andamento um pouco mais lento (o personagem Nestor, de que fala a letra, é o próprio Ismael Silva, na época enfrentando problemas financeiros). Clássico inúmeras vezes regravado. Cyro “Formigão” Monteiro, “o cantor das mil e uma fãs”, comparece aqui com a marchinha “Eu sou um”, também de Ismael sem parceiro, do carnaval de 1940. Gravação Victor de 11 de outubro de 39, lançada ainda em dezembro sob n.o 34529-A, matriz 33184. O Ismael Silva intérprete dá as caras nesta seleção com seu samba “Me diga o teu nome”, lançado pela Odeon em dezembro de 31 (lógico, para o carnaval de 32) sob n.o 10858-A, matriz 4280. No selo original, Francisco Alves e Nílton Bastos aparecem como co-autores, mas, em regravações posteriores, só Ismael  aparece como autor deste samba. Conhecido como “a voz de dezoito quilates”, João Petra de Barros aqui interpreta outro samba só de Ismael, “Não é tanto assim”, gravação Odeon de 18 de dezembro de 1933, lançada em janeiro de 34 para o carnaval, disco 11089-B, matriz 4771, finalizando a terceira parte de nossa retrospectiva.   Enfim, mais uma contribuição do GRB à preservação de nossa memória musical. Até a semana que vem!

* Texto de SAMUEL MACHADO FILHO

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Meus Favoritos Columbia (1956)

Bom noite, amigos cultos e ocultos! Estou eu aqui passando um mal com minha coluna. Depois que chega na idade do condor, todo dia tem uma enhaca diferente. Esses dias eu não estou nada bem. Mas vou tentar aqui fazer esta postagem para ver se me distraio um pouco.
Segue aqui este lp de 10 polegadas, lançado pela Columbia nos anos 50. Como se pode ver, trata-se de uma coletânea reunindo gravações de cinco cantores do ‘cast’ da gravadora: Cauby Peixoto, Luiz Claudio, Lana Bittencourt, Alcides Gerardi e Zezé Gonzaga. São músicas extraídas de bolachas em 78 rpm desses artistas, sucessos nos anos de 1955 e 56. Vamso conferir?

para que recordar – alcides gerardi
os pobres de paris – luiz claudio
meu benzinho – lana bittencourt
lisboa antiga – cauby peixoto
história de um amor – luiz claudio
arrivedercy roma – zezé gonzaga
é tão sublime o amor – cauby peixoto
tudo foi ilusão – alcides gerardi

Vários Cantores – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 39 (2012)

E chegamos à trigésima-nona edição do meu, do seu, do nosso Grand Record Brazil. Esta semana, estaremos apresentando seis cantores de prestígio popular, cada um comparecendo com duas gravações.

O primeiro deles é José Alcides Gerardi, nascido na cidade gaúcha de Rio Grande em 15 de maio de 1918. Ainda muito jovem, Alcides mudou-se para Porto Alegre, onde começou seus estudos, e logo depois para o Rio de Janeiro, onde concluiu a escola primária e começou a trabalhar com o pai, que era comerciante, o que faria até 1935, quando iniciou sua carreira de cantor numa orquestra de dancing. Sua primeira gravação comercial deu-se em 1945, interpretando a valsa “Lourdes”, de Mário Rossi e George Brass, que o acompanhou ao acordeão. Entre seus maiores sucessos estão “Pergunte a ela”, “Abaixo de Deus”, “Antonico”, “Seu nome não é Maria”, “Marise”e muitos outros. Alcides Gerardi morreu de acidente automobilístico, ao voltar de um show, em 3 de janeiro de 1978, no Rio de Janeiro. Dele o GRB apresenta o disco Columbia CB-10370, lançado no ano de 1957. Abrindo-o, matriz CBO-1093, o bolero “Não”, de Renê Bruxelas e Belony de Carli, e no verso, matriz CBO-1092, um rasqueado de Paulo Borges que até hoje todos conhecem: o famoso “Cabecinha no ombro” (‘Encosta tua cabecinha no meu ombro e chora”…), um sucesso de fato estrondoso, e que tem merecido inúmera regravações. As duas faixas também foram incluídas no LP de dez polegadas “Encantamento”, refletindo uma época de transição de formatos, da cera para o vinil.

O seguinte é João Dias Rodrigues Filho, ou simplesmente João Dias. Paulista de Campinas, onde nasceu em 12 de outubro de 1927, começou sua carreira em 1948 na PRA-5, Rádio São Paulo (“a voz amiga”), levado por Cardoso Silva. Um ano depois já estava na Bandeirantes (então “a mais popular emissora paulista”) e, em uma apresentação na boate Cairo, foi descoberto por Francisco Alves, que o levou para o Rio de Janeiro (e o apontou como seu sucessor, porque a voz era praticamente igual). Lá, João gravou seu primeiro disco, na Odeon, lançado em fevereiro de 1951, interpretando “Guacira” (Hekel Tavares e Joracy Camargo) e “Canta, Maria” (Ary Barroso). Entre seus maiores hits estão “Sinos de Belém” (versão de “Jingle bells”), “Fim de ano” (o famoso “Adeus, ano velho”), “O velhinho” (“Botei meu sapatinho na janela do quintal”…), “Mamãe” (clássico dueto com Ângela Maria), “Milagre da volta”, “Poema das mãos”, “É o pau”, etc. Faleceu em 27 de novembro de 1996, no Rio de Janeiro, época em que dirigia a Socimpro (Sociedade Brasileira de Intérpretes e Produtores Fonográficos). João Dias é aqui lembrado com o disco Odeon 13679, gravado em 17 de maio de 1954 e lançado em julho do mesmo ano. Abrindo-o, matriz 10130, a valsa “É o amore” (“That’s amore”), de Harry Warren e Jack Brooks, em versão de Haroldo Barbosa, e no verso, matriz 10131, o samba-canção “Falso amigo”, de Herivelto Martins (compositor cujo centenário de nascimento é relembrado neste ano de 2012) e Benedito Lacerda.

Francisco Rodrigues Filho, aliás, Francisco Carlos, nasceu no Rio de Janeiro em 5 de abril de 1928, mas foi criado no Recife, capital pernambucana, para onde sua família se transferiu, lá morando até 1939. De volta ao Rio natal, apresentou-se ainda estudante no programa de Ademar Casé (avô da Regina), na Rádio Mayrink Veiga, e diplomou-se em pintura pela Escola Nacional de Belas Artes. Ao longo de sua vida dedicou-se à música e à pintura (inclusive foi pintor premiado no Brasil e fora dele) e, em 1946, assinou seu primeiro contrato profissional, com a Rádio Tamoio. Seu primeiro disco saiu pela Star, em 1949, interpretando os sambas-canções “Abandono”, de César Formenti Neto”, e “Distância”, de Fernando Lobo. Mas seu primeiro grande sucesso aconteceu quando ele se transferiu para a RCA Victor: a marchinha “Meu brotinho”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira”, estrondoso sucesso na folia momesca de 1950 e por ele também interpretada no filme “Carnaval no fogo”, da Atlântida. Nesse lendário estúdio, participou de inúmeras chanchadas como ator e cantor, e também foi contratado da não menos lendária Rádio Nacional, onde foi campeão absoluto de correspondência durante anos. Entre seus sucessos destacamos “Rio de Janeiro (Isto é o meu Brasil)”, de Ary Barroso, “Vestido de noiva” (Francisco Alves e David Nasser), “Você não sabe amar” (Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima), “Minha prece” (Haroldo Eiras e Ciro Cunha), o frevo-canção “Nos cabelos de Rosinha” (Capiba) e muitos mais. Faleceu em 19 de março de 2003, em seu Rio de Janeiro natal, de câncer. De Francisco Carlos apresentamos o disco RCA Victor 80-1967, gravado em 6 de maio de 1958 e lançado em agosto do mesmo ano. Abrindo-o, matriz 13-J2PB-0403, o clássico choro-canção (originalmente polca) “Flor amorosa”, de Joaquim Antônio da Silva Callado, com letra escrita por Catulo da Paixão Cearense no mesmo ano do falecimento de Callado, em 1880, e cuja primeira gravação cantada deu-se em 1913, por Aristarco Dias Brandão. Francisco Carlos também o interpretou no filme “Esse milhão é meu”, da já mencionada Atlântida, e sua inclusão deu-se por sugestão de Paulo Tapajós, cantor, compositor e radialista. No verso, matriz 13-J2PB-0402, o bolero “Cuando tu me quieras”, de Raul Shaw Moreno e Mario Barrios, em versão de Geraldo Serafim. Das  duas, só “Flor amorosa” chegou ao LP, em álbum sem título.

Em seguida, vem um dos mais queridos cantores populares que o Brasil já teve: José Adauto Michiles, aliás Orlando Dias, nascido no Recife em 1.o de agosto de 1923 e falecido no Rio de Janeiro em 11 de agosto de 2001. Ele tinha como marca registrada interpretações cheias de estilo, exageradas, acenando lenços, fazendo gestos teatrais, ajoelhando-se no palco, declamando versos emocionados, agradecendo às fãs, usando roupas espalhafatosas… Enfim, o mais polêmico cantor de sua época, mas ainda assim verdadeiro ídolo popular, com sucessos sem conta, principalmente no gênero romântico, interpretando boleros e sambas-canções. No disco que incluímos aqui, o Odeon 14538, gravado em 2 de outubro de 1959 e lançado a toque de caixa, vem dois boleraços de sucesso por ele interpretados: “Vem pra junto de mim”, de William Duba e Nahum Luiz, matriz 13837, e “Tu hás de pensar de mim”, de Waldir Machado, matriz 13838. Esta última seria faixa-título de um LP lançado por Orlando em 1960, no qual também saiu “Vem pra junto de mim”. Outros hits do cantor foram “Perdoa-me pelo bem que te quero”, “Minha serás eternamente”, “Tenho ciúme de tudo” e muitos e muitos mais…

Em seguida relembramos Roberto Vidal, nome artístico de Pedro Sidnei Grigoletto. Membro de uma tradicional família do bairro paulistano do Ipiranga, foi finalista de um concurso promovido pela TV Record para descobrir novos talentos, logo passando a se apresentar com frequência no programa “Astros do disco”. Porém, sua carreira artística foi curta e a discografia escassa: apenas oito discos de 78 rpm com 16 músicas (o primeiro deles, em 1959,  apresentando o samba-canção “Botequim da vida” e o samba”Violão amigo”), e um LP, todos pela RCA, selos Victor e Camden, o do LP. Dele apresentamos seu segundo 78, o RCA Victor 80-2159, gravado em 28 de outubro de 1959 e lançado em janeiro de 60. E ele abre, na matriz 13-K2PB-0805, com um verdadeiro clássico do samba-canção: nada mais nada menos que “Negue”, de Adelino Moreira em parceria com o radialista Enzo de Almeida Passos, que marcou época no rádio paulistano com os programas “Telefone pedindo bis” e “A grande parada Brasil”. “Negue” foi inúmeras vezes regravado, inclusive por Maria Bethânia, que o incluiu em seu LP “Álibi”, de 1978,  renovando-lhe o êxito, e seu criador foi justamente Roberto Vidal. No verso, matriz 13-K2PB-0806, o samba “Triste coração”, do carioca de Botafogo Aldacir Louro (Aldacir Evangelista de Mendonça, 1926-1996) em parceria com a cantora Linda Rodrigues, depois regravado por Anísio Silva no LP  “Alguém me disse”. Das duas, só “Negue” saiu no único LP de Roberto, sem título, lançado em 1961 com o selo RCA Camden.

Por fim, apresentamos Cláudio de Barros, nascido na cidade mineira de Itanhandu em 24 de outubro de 1932. Antes da fama, trabalhou como comissário de bordo e redator de jornal. Gravou sue primeiro disco na Columbia, em 1954, interpretando o samba-canção “Espiritualmente” (Antônio Bruno) e a toada “Amor, ilusão” (dele próprio com Fenando Lacerda). Mas foi na Chantecler, para onde foi levado pelo cantor e compositor sertanejo Diogo Mulero, o Palmeira, que Cláudio de Barros despontou para o estrelato, e justamente com o disco que o GRB apresenta aqui, de número 78-0132, lançado em junho de 1959. O lado A, matriz C8P-263, é um tango dele mesmo, “Cinzas do passado”, ainda hoje bastante conhecido. No verso, matriz C8P-264, outra composição sua, agora em parceria com Mário Zan (o acordeom que o acompanha nas duas faixas é certamente dele), o rasqueado “Meu primeiro beijo”, que um mês depois teve outro registro na mesma gravadora, selo Sertanejo, pelas Irmãs Celeste. “Cinzas do passado” também foi faixa-título e de abertura do primeiro LP de Cláudio de Barros, no qual também saiu “Meu primeiro beijo”, é claro. Outros sucessos do cantor: “Teu desprezo”, “Bonequinha da noite”, “Taça da amargura”, etc. Com 20 álbuns gravados, Cláudio de Barros também compôs para outros artistas e se apresentou com sucesso na América Latina e em Portugal, onde cantou inúmeras vezes no famoso Cassino Estoril. Segundo Robertinho do Acordeom, foi o primeiro cantor a migrar do gênero romântico para o sertanejo, bem antes de Sérgio Reis.  Faleceu em 22 de agosto de 2009, em Mairiporã, na Grande São Paulo, após sofrer o quarto infarto.

Enfim, mais uma edição do GRB que é entregue aos amigos cultos, ocultos e associados do TM, relembrando intérpretes e músicas que, se depender da gente, dificilmente serão esquecidos!

Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.

A Era Getúlio Vargas Vol. 2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 20 (2012)

O Grand Record Brazil está de volta com a segunda e última parte da crônica musical da era Getúlio Vargas. Obedecendo à cronologia dos fatos, começamos com a deposição de Getúlio pelos militares, acontecida em 29 de outubro de 1945. O “pai dos pobres” teria de deixar o poder, após quinze anos, pois as eleições estavam marcadas para 2 de dezembro daquele ano. Mas Getúlio articulava sua candidatura e mesmo um novo golpe, como em 1937, e a campanha “Queremista” (“Queremos Getúlio”) estava nas ruas. Os militares entraram em cena e tiraram Getúlio do poder à força. Nem bem Getúlio saía do Catete, Herivelto Martins e Ciro de Souza compuseram uma marchinha para o carnaval de 1946: “Palacete no Catete”. Apenas um dia depois, 30 de outubro de 45, lá estava Francisco Alves no estúdio da Odeon para gravar, acompanhado da orquestra de Fon-Fon (Otaviano Romero Monteiro), “Palacete no Catete”, em que Getúlio é apresentado como o “inquilino”que se mudou de lá após morar nele quinze anos. Em dezembro de 1945, o disco já estava nas lojas com o número 12649-A, matriz 7927. Nas eleições daquele ano, a vitória foi do candidato apoiado por Getúlio, o marechal Eurico Gaspar Dutra.
Cinco anos depois, a 20 de janeiro de 1950, Jorge Goulart grava na Continental, para o carnaval desse ano, a marchinha “Ai, Gegê”, de João “Braguinha” de Barro e Alberto Ribeiro, expressando a saudade que o povo então sentia de Getúlio e mostrando como a situação piorou depois de sua saída do poder, até mesmo a inflação. O disco saiu pela Continental com o número 16172-A, matriz 11110, em março-abril de 1950, detalhe intrigante, uma vez que o carnaval já havia passado…
 A deposição de Getúlio fez com que seu retrato oficial, com a faixa de presidente, datado de 1934, fosse retirado das repartições públicas e até mesmo das paredes de muitos lares, sendo que até não simpatizantes o mantinham pendurado em casa, por precaução. Mas o tempo passou e, em 1950, Getúlio foi o grande vitorioso das eleições presidenciais, acontecidas em 3 de outubro daquele ano. Ironizando os anti-getulistas, Haroldo Lobo e Marino Pinto compõem a espirituosa marchinha “Retrato do velho”, concitando a volta do mesmo. Gravada por Francisco Alves na Odeon, em 16 de outubro de 1950, com acompanhamento de regional, e lançada um mês antes do carnaval de 51, janeiro, com o número 13078-A, matriz 8826, “Retrato do velho” foi um grande sucesso na folia daquele ano, e na edição impressa dos irmãos Vitale os autores homenageiam o jornal “O Radical”, então “líder dos órgãos trabalhistas brasileiros”.
Em seu segundo mandato, Getúlio cria o Ministério da Economia, e isso inspira Geraldo Pereira e Arnaldo Passos a compor um interessante samba-crônica a respeito, com perspectivas bastante otimistas, inclusive com barateamento do custo de vida. A música, também chamada “Ministério da Economia”, é lançada pelo próprio Geraldo na Sinter, em agosto de 1951, com o número 00-00.071-B, matriz S-150, e mereceu mais tarde inúmeras regravações, uma delas inclusive com Bebel Gilberto, em dueto com Pedrinho Rodrigues.
E, como a moradia sempre foi problema, Horácio Felisberto, o Dácio, compõe para o carnaval de 1952 o samba “Coisa modesta”, na qual um operário, morando embaixo da ponte por causa de despejo, pede a Getúlio uma moradia bem simples, nada sofisticada, apenas um barracão para poder morar com um mínimo de conforto. Alcides Gerardi o gravou na Odeon em 22 de outubro de 1951, com lançamento um mês antes da folia de 52, janeiro, com o número 13213-A, matriz 9165.
 O bordão com que Getúlio Vargas iniciava seus discursos, “Trabalhadores do Brasil”, inspira o humorista e compositor Silvino Neto a lançar um samba mostrando que naquela ocasião a vida estava “de amargar”. Ele próprio o lança na Copacabana, em janeiro de 1953, com vistas, claro, ao carnaval desse ano, disco 5035-B, matriz M-301. O próprio Silvino Neto é quem imita Getúlio no início do registro, como fazia no programa de rádio “Pimpinela escarlate”.
 Já naquele tempo, o funcionalismo público já era aquilo que chamamos de “cabide de emprego”. É o que comprova a marchinha de Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti aqui incluída: “Se eu fosse o Getúlio”, na qual, através do vozeirão do grande Nélson Gonçalves, eles pedem que toda essa gente seja mandada para a lavoura, ou seja, o setor agro-pecuário. Gravação RCA Victor de 16 de novembro de 1953,  lançada para o carnaval de 54 um mês antes do mesmo, janeiro, com o número 80-1248-B, matriz BE3VB-0308. Creio que seja adequada para qualquer presidente brasileiro que esteja no poder, até mesmo a atual titular do posto…

Em 5 de agosto de 1954, ocorre um atentado em frente ao prédio em que residia o jornalista e político Carlos Lacerda, ferrenho opositor de Getúlio Vargas, em frente ao edifício em que residia, na Rua Tonelero, no bairro carioca de Copacabana. Lacerda é ferido no pé  e o major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, que o acompanhava, acabou morto. O atentado foi atribuído a membros da guarda pessoal de Getúlio, sendo seu líder, Gregório Fortunato, acusado de ser o mandante do crime, e além disso a FAB, à qual pertencia o major Vaz, tinha como grande herói o brigadeiro Eduardo Gomes, derrotado por Getúlio nas eleições de 1950. Isso desencadeia grave crise política, na qual o povo e os militares pedem a renúncia de Getúlio. Não tendo outra alternativa, e após aquela que seria sua última reunião ministerial como presidente da República, Getúlio se suicida com um tiro no coração, na fatídica madrugada de 24 de agosto de 1954, deixando uma famosa carta-testamento e causando forte comoção em todo o pais. Por isso mesmo, encerramos esta retrospectiva musical da era Vargas com duas homenagens póstumas. A primeira é o rojão (espécie de baião mais acelerado) “Ele disse”, lançado na Copacabana por Jackson do Pandeiro dois anos após a morte de Getúlio, em 1956, com o número 5579-A, matriz M-1503, citando inclusive uma frase dessa carta: “O povo de quem fui escravo jamais será escravo de ninguém”. E a segunda, composta por João “Braguinha” de Barro, é o “Hino a Getúlio Vargas”, lançado por Gilberto Milfont na Continental em setembro-outubro de 1958 com o número 17579-A, matriz C-3478. Curiosamente, no verso do disco, a música aparece em versão apenas instrumental, com a Orquestra Continental. Enfim, esta é a segunda e última parte de uma retrospectiva que apresentou interessantes crônicas musicais da era getulista, inclusive mostrando a comoção que seu trágico suicídio desencadeou. Mas, como diz o hino de Braguinha, Getúlio ficará para sempre no coração do Brasil! 


*TEXTO DE SAMUEL MACHADO FILHO

Leonel Azevedo – Ontem E Hoje – 40 Anos De MPB (1970)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Eu, sinceramente, não sei se rio ou se choro. Hoje eu recebi um comunicado do Mediafire avisando que diversos dos arquivos hospedados por lá estavam bloqueados. Aliás não são diversos, são centenas de toques que agora estão inativos. O Blogger, também se resguardando, retirou todas essas postagens até que eu regularize a situação com links para donwload. Será que precisa? O Mediafire já foi pressionado e cortou a hospedagem. Ficamos assim numa situação complicada. Ou eu republico as postagens sem os links, ou as deixo fora de uma vez. Sinceramente, não quero podar as postagens do meu blog, por isso irei realmente retirar os links e assim o farei sempre que tal situação se repetir. Mandou tirar, a gente tira, mas a postagem continua! Daí, passamos a traçar outros caminhos, que obviamente serão mais complicados e demorados para vocês. Mas o direito de compartilhar o que tenho e que é meu continua. Não estou vendendo nada e nem ganhando indiretamente com propagandas. O máximo que eu poderia estar fazendo era ofuscar a coisa enquanto ‘negócio’. Mas que negócio é esse que nem sabe bem qual é o seu produto? Nos proíbem de ouvir discos e músicas que nunca mais serão editados, outros que nem chegaram a ser discos ou publicados. Gravações caseiras como a do João Gilberto na casa do Chico Pereira, uma demo de um grupo punk que nunca chegou a gravar um disco e outras produções exclusivas e independentes do Toque Musical, foram incluídas na listagem dos ‘patrulheiros cibernéticos’ à serviço do DMCA. Seria triste se não fosse cômico.
Uma coisa curiosa que eu percebo é que o Toque Musical parece ser o único infestado pelo vírus da intolerância e do despeito. A inveja é mesmo uma merda (e se manifesta, podem aguardar!)
Para o momento eu vou deixar as coisas como estão. As postagens antigas irão voltando gradualmente, sem toques mediúnicos ou musicais. Para essas, o melhor mesmo é recorrer ao e-mail, fazer um pedido pessoal e aguardar pacientemente. É o máximo que posso fazer, sinto muito… Vamos aos poucos encontrando outras alternativas e nos adaptando. Como sempre digo, o que foi publicado, do público é!
Seguimos com o disco do dia. Tenho para vocês (e sejam rápidos) este ótimo e raro lp, lançado por um selo independente em 1970, trazendo a música de um dos nossos grandes compositores, Leonel Azevedo. Encontraremos no lp dois excelentes intérpretes, Alcides Gerardi e Lia de Carvalho, os quais dividem o discos, cantando coisas como:

lábios que beijei
não foi o tempo
por ti
estória junina
quero voltar aos braços teus
mágoas de caboclo
cantar
nada vezes nada
barqueiro do amor
razão do meu cantar
tá na hora de acabar
um juramento falso
maria
quando a saudade apertar
a primavera chegou
ter tudo e não ter nada
caminho de volta
quem é que não chora?
é de amargar 

Alcides Gerardi – Vítimas Iguais (1959)

Olá, amigos cultos e ocultos! Rapidinho e bem resumido, aqui vou eu… O tempo urge e a caravana passa…

Há algum tempo atrás, alguém que não me lembro mais, me pediu insistentemente para postar aqui mais discos do Alcides Gerardi, em especial o seu famoso “Vítimas Iguais”. Na época eu não tinha o disco em mãos, mas prometi que o faria assim que ele aparecesse. Demorou, mas finalmente o disco está aqui. Só espero que o amigo oculto ainda esteja também. Para os fãs do cantor gaúcho, temos no Toque Musical quatro outros títulos dele.

flor da madrugada
a dor do amor
e daí?
deixa
covardia
vítimas iguais
maria anita
na casa dela
rua da amargura
regeneração
preocupação
você não vem

Nosso Natal (1957)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje talvez não seja um bom dia para uma postagem, como também não foi ontem, para mim. Como vocês já sabem, estou vivendo um momento de luto. Hoje, às 15 horas será o sepultamento da minha tia. Estou aqui aguardando este encerramento. Logo estarei indo ao velório e a minha noite de Natal vai ser ainda mais melancólica. A cada ano percebo e agora mais ainda, que o Natal realmente não é uma data alegre. Também não a chamaria de triste. É um momento de reflexão, concentração e emoção. É aquela hora em que deixamos de pensar somente em nós, quando nos deparamos com o outro e quando vemos nele o nosso próprio reflexo. Neste momento eu sinto que o todo é um só e que eu sou parte desse todo. É por isso que me sinto tão bem quando faço algo que alegra as outras pessoas. Sinto que estou fazendo também por mim. Trazer a alegria, mesmo que num momento de tristeza, vai me fazer bem. Estar aqui preparando este disco para vocês, me afasta de pensamentos ruins, me dá esperanças e resignação. Preciso ocupar a minha cabeça com outros pensamentos. O duro disso tudo é a história que vem por trás. Mas isso eu vou poupar aos amigos, pois mesmo na passionalidade, este assunto não é nada musical.
Bom, para celebrarmos o nosso Natal, estou trazendo um disco bem bacana, um típico exemplar do Toque Musical. Temos aqui um disco de Natal, do ano de 1957, onde a gravadora Columbia reuniu alguns de seus melhores artistas, cantando doze temas originais. São músicas natalinas nacionais, criadas por compositores brasileiros. Este álbum é raro em todos os sentidos, mas principalmente pelo time de artistas, em gravações que só foram ouvidas neste lp. São onze nomes de peso: Doris Monteiro, Alcides Gerardi, Luiz Claudio, Lana Bittencourt, Zezé Gonzaga, Silvio Caldas, Zilá Fonseca, Paulo Marquez, Dircinha Costa, Ellen de Lima e Gilvan Chaves. Apenas a última faixa, “Papai Noel”, foi gravada em côro e ‘a cappela’ pelo Coral da Columbia. Segundo me contaram, o coral foi formado pelo próprio elenco (será?).
Taí o meu toque musical de Natal. Desejo a todos uma boa noite. Muitas felicidades, paz e amor.

canção de natal – silvio caldas
a caminho de belém – zezé gonzaga
é natal – paulo marques
quando chega o natal – ellen de lima
blom blem blão – luiz claudio
jerusalem – zilah fonseca
boas festas – doris monteiro
natal da saudade – alcides gerardi
feliz natal – lana bitencourt
cantiga de natal – gilvan chaves
canção de natal do brasil – dircinha costa
papai noel – coral columbia

Alcides Gerardi – Despedida (1964)

Hoje estou atendendo aqui aos que, a algum tempo atrás, haviam me pedido para postar mais coisas do Alcides Gerardi. Discos deste artista são mesmo difíceis de achar e sua obra anda meio esquecida. Eu, sempre que possível, tenho procurado atendê-los, embora não fosse esta a minha proposta inicial. Por outro lado, como tenho à mão coisas que podem agradar e que também me agradam, porque não fazê-lo? Mas aviso, não há promessas…
Segue então este álbum raro do Gerardi, com uma capa que desperta, no mínimo a curiosidade. A orquestração e arranjos são do maestro Astor e o repertório vai de samba ao bolero. As informações complementares estão na contracapa e selo, sempre incluídos no pacote. Este é mais um álbum que vai dar ibope.

despedida
por toda a vida
quem me vê
volte
diga
tinha que ser
a maria chorou
deus me ajudou
sem motivo
em volta da luz
perversa
a corda e a caçamba

Alcides Gerardi – E… Eu Sem Maria (1964)

Alcides Gerardi, quem diria… Tá bombando aqui no Toque Musical. Fazendo mais sucesso que o Sílvio Caldas que eu achei que seria o máximo. É isso aí… já que tá bom vamos mandar ver… (e ouvir, claro!) Como eu tinha mais um disco do cara, resolvi então postá-lo. Este eu baixei no Soul Seek a um tempo atrás, mas infelizmente veio incompleto. Felizmente, depois de algum tempo, eis que surge o disco completo, enviado pelo nosso atencioso amigo, Recruta Zero. Agora não há porque reclamar. Disco completo, link novo. Confiram.

e… eu sem maria
você é que pensa
não troquemos de mal
nossa canção
maria
castelo de areia
professora
antonico
brotinho maluco
o esbarro

marise
ansiedade

Alcides Gerardi – Innamorata (1957)

Hoje o dia foi corrido. Não deu tempo de preparar nada, mas para essas horas sempre tenho uma carta na manga. E pode-se dizer que é uma carta muito cobiçada. Sei que tem gente por aqui que vai dar pulinhos da alegria ao ver o Alcides Gerardi nesta nova postagem. Para meu espanto, o álbum postado aqui em agosto do ano passado fez o maior sucesso e ainda faz. Assim, porque não apresentar mais um disco do homem?
Aqui temos então um 10 polegadas de 1957, com oito faixas, entre tango, valsa, toada, samba e bolero. Um dropes misto para recordar… vai daí que o sonho daqui tá pegando… desculpem.

01 Innamorata – Jack Brooks/Harry Warren vrs. Alberto Ribeiro
02 Tudo foi ilusão- Laert Santos
03 Para que recordar- Fernando Cesar / Carlos Cesar
04 Quero ver-te uma vez mais- Mario Canaro / vrs Jair Amorin
05 Mulher Banal- Miguel Miranda / Francisco Babli
06 Cruel Realidade- Américo Seixas / Alberto Jesus
07 Eh ! Vento- Nilva Teixeira / Nazareno de Brit0
08 A chuva cai- Irany de Oliveira

Alcides Gerardi (1968)

Ainda na linha da “velha-guarda” e atendendo a um pedido muito especial, estou postando este disquinho aqui que eu mesmo não o conhecia direito. O pouco que sei é que o Alcides Gerardi foi um cantor romantico do rádio, na linha de tantos outros como o próprio Nelson Gonçalves e também veio do sul. Seus trabalhos mais marcantes são os da década de 50. Ao longo de sua carreira gravou também uma infinidade de discos, na sua maioria bolachões de 78rpm. Fazendo uma pesquisa pela rede, não será difícil encontrar informações sobre o Alcides. O meu toque inicialmente é o Dicionário Cravo Albin de MPB. Doralice, vai lá que tem…