Suite TransBrasil (1972)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Enfim, chegou setembro! Adoro este mês, afinal foi nele quem nasceu o meu criador, o pai do Augusto TM e do Toque Musical (hehehe…). Virginiano gente boa, aliás, qual não é, né? 🙂
Então, entrando num novo mês, seguimos em nossas postagens diárias. Para começar bem, eu trago um disco raro, produção ao que parece encomendada. Pelo visto um lp não comercial, lançado em 1972 pela Copacabana para o Banco do Brasil, certamente como brinde a seus associados, hábito muito comum naqueles tempos.
“Suíte Transbrasil” é um lp que nos traz uma peça de mesmo nome, criada por Omar Fontana com co-autoria de Luiz Vieira e do Maestro Moacyr Portes. Trata-se de uma homenagem a Transamazônica, a estrada federal, transversal, que corta cinco estados do norte e nordeste, com uma extensão de mais de 4 mil quilômetros. Foi ‘inaugurada’ em 1972, mas ainda hoje, em pleno 2021 ela não foi finalizada, tendo boa parte de seu percurso sem pavimento. A Transamazônica, ou BR-230 é bem a cara do Brasil, uma rodovia enorme. sonhada e cantada em versos, mas como o país, sempre eu altos e baixos de acordo com o governo do momento. Mas, na época em que estava sendo criada era mesmo um sonho, uma esperança, principalmente para a região e também era um feito para um governo militar que se gabava de uma obra faraônica que nunca chegou mesmo a se concretizar (literalmente).
Foi mesmo nessa época, quando da criação desta peça musical, que seus autores e pessoas envolvidas no projeto, tiveram a oportunidade de conhecer a Transamazônica e vivenciar de perto a experiência na floresta. Puderam também visitar uma aldeia indígena, que os ajudaram na inspiração desta composição. A Suite Transbrasil é uma peça em três partes (Transamazônica, Tumucumaque e Hino da Integração). Os arranjos e regência dessa peça são de Moacyr Portes. Há também a participação do Coral da Associação Coral de Florianopolis. Aproveitando o espaço-tempo de um lp, os produtores incluíram também outra músicas como “Maria Eugenia” e “Paz do meu amor”, de Luiz Vieira, o “Hino do Sesquicentenário da Independência”, de Miguel Gustavo e também a canção “Gente humilde”, de Chico Buarque e Vinícius de Moraes. Trata-se, sem dúvida, de um trabalho de grande sensibilidade musical, o disco, em si, é perfeito. Contudo, há nele um certo ranço, pois funcionou de peça publicitária do governo durante o regime militar, vendendo um progresso que nunca existiu. 
Em 2011, a artista visual gaúcha Romy Pocztaruk fez um vídeo, o qual se chamava também “Suíte Transbrasil”. Neste vídeo, ela coloca uma vitrola dentro de um aquário, a qual vai tocando a Suíte Amazônica. O observador acompanha a música e a vitrola ser pouco a pouco submersa pela água que vai enchendo o aquário, até se tornar totalmente inoperante. Um trabalho que critica, investiga e questiona o progresso e a decadência da rodovia Transamazônica.
 
transamazônica
tumucumaque
hino da integração
fantasia do ar
maria eugenia
paz do meu amor
hino do sesquicentenário da independência
gente humilde
 
 
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Seleção De Ouro (1962)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Que tal hoje um a coletânea de artistas do início dos anos 60? Uma ‘seleção de ouro’, conforme o título, trazendo diferentes artistas da gravadora Copacabana e que aqui se reúnem neste lp, através de seu selo Som Hi Fi. Eis aqui um disco cuja função é promover nomes deste ‘cast’. E como podemos ver, temos aqui um grupo de cantores bem conhecidos do nosso Toque Musical: Elizete Cardoso, Luiz Vieira, Rinaldo Calheiros e Silvana, Luciene Franco, Marisa, Morgana e Moacyr Franco. É até bem provável que boa parte das músicas contidas neste lp já tenham aparecido aqui em discos desses artistas. Seja como for, não deixa de valer a pena essa nossa postagem, não é mesmo? Confiram no GTM…
 
prelúdio para ninar gente grande – luiz vieira
suave é a noite – moacyr franco
canção da manhã feliz – elizete cardoso
onde estás coração – silvana e rinaldo calheiros
tome continha de você – morgana
gostei, gamei – marisa
ninguém chora por mim – moacyr franco
na candência do samba – elizete cardoso
jura-me – silvana e rinaldo calheiros
gente maldosa – luciene franco
menina feia – marisa
poema do adeus – luciene franco
 
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Luiz Vieira E Orquestra – Prelúdios De Amor (1963)

O Toque Musical presta hoje uma homenagem póstuma a um dos maiores cantores e compositores de nossa música popular. Luiz Rattes Vieira Filho, ou como ficou para a posteridade, Luiz Vieira, nos deixou a 16 de janeiro deste ano, vítima de parada cardíaca, aos 91 anos de idade. Nasceu em Caruaru, Pernambuco, em 12 de outubro de 1928, e seu nome foi uma homenagem ao avô. Perdeu sua mãe com apenas dois anos de idade. Antes de completar dez anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, sendo criado pelo avô em Alcântara, distrito da cidade de São Gonçalo. Aos oito anos de idade, produziu sua primeira composição. Em criança, cantou em circos e parques de diversões, e exerceu diversas atividades no Rio, antes de ingressar na vida artística: foi domador, caminhoneiro, taxista, guia de cego, engraxate e lapidário. Em 1943, começou a se apresentar em programas de calouros do rádio e em casas noturnas da Lapa. Em 1946, foi contratado pela Rádio Clube do Brasil para apresentar, junto com Zé do Norte, o programa “Manhãs da roça”, destinado a músicas nordestinas, onde também foi secretário, diretor musical e redator. Trabalhou ainda no programa “Picolino”, de Barbosa Júnior, e transferiu-se depois para a Rádio Tamoio, onde passou a se apresentar no programa “Salve o baião”, onde recebeu o título de “príncipe do baião”, apresentando-se ao lado de Luiz Gonzaga, o “rei do baião”, Carmélia Alves, a “rainha”, e Claudette Soares, a “princesinha”. No mesmo período, a convite de Almirante, passou a trabalhar na PRG-3, Rádio Tupi. Em 1951, gravou seu primeiro disco, na Todamérica, interpretando “Baião da Vila Nova” e “Coreana”, composições de sua autoria e Ubirajara dos Santos. No mesmo ano, com a inauguração da TV Tupi do Rio, participou do primeiro programa musical da televisão, “Espetáculos Tonelux”, apresentando-se ao lado da vedete Virgínia Lane. Apresentou também programas nas TVs Record e Excelsior de São Paulo. Teve mais de quinhentas composições e muitos sucessos, gravados por ele próprio e por outros artistas. Entre seus maiores sucessos podemos citar “O menino de Braçanã”, “Estrada de Colubandê”, “Estrela miúda”, “Na asa do vento”, “Balada do amor sublime”, “Guarânia da saudade”, “Guarânia da lua nova”, “Estrela de veludo”, “Inteirinha”, “Os olhinhos do menino”, “Paroliado”, “Maria Filó (O danado do trem)”, “Cantiga pra Ribeirão Preto” e “Estrada da saudade”. O TM oferece hoje a seus amigos cultos e ocultos este compacto duplo dos anos 1960, lançado pela Copacabana, que inclui os dois prelúdios de sucesso de Luiz Vieira, “Paz do meu amor” e “Prelúdio para ninar gente grande”, mais conhecido pelo subtítulo “Menino passarinho”. “Temporal em nosso amor” e “Caminhos do amor” completam o disco, cuja postagem, sem dúvida, é uma singela homenagem do TM a este grande cantor e compositor brasileiro que partiu, mas deixou uma obra musical que ficará para sempre!

paz do meu amor – preludio n.2
prelúdio para ninar gente (menino passarinho)
temporal em nosso amor
caminhos do amor




*Texto de Samuel Machado Filho 

Luiz Vieira (1974)

Olá amigos cultos e ocultos! Sempre batendo nas mesmas teclas, repetindo frases e situções, assim é o Augusto TM em seu blog. Amado por muitos, odiado por porcos, quer dizer…, por poucos, o Toque Musical continua em seu propósito, aprendendo com as boas críticas e se lixando para as titicas. Falem mal, mas falem sempre do Toque Musical 😉
Hoje eu tenho aqui um disco que gosto muito, Luiz Vieira, de 1974. Tive a felicidade de reencontrá-lo na última feira de discos em Belo Horizonte. Há tempos eu não ouvia o lp e por acaso, também nunca pensei em procurá-lo em outros blogs. Deve até ter…
Luiz Vieira, para os que não conhecem, é um poeta cantador, compositor de mão cheio e de alma nordestina. Ele iniciou sua carreira artística na década de 40, se apresentando em programas de calouros, boates e no rádio. Embora seja um ótimo cantor, nunca gostou do título, preferindo ser chamado de ‘cantador’. Luiz Vieira também atuava como radialista, sempre focando a música nordestina. Não foi atoa que ele recebeu o título de “O Príncipe do Baião”. Até pouco tempo atrás eu sei que ele apresentava um programa de muito sucesso na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, chamado “Minha terra, nossa gente”. Faz tanto tempo que eu não vou ao Rio que já nem sei se ainda existe. O Luiz Vieira também já deve estar lá por volta dos 80 anos. Não sei se ele ainda continua em atividade. O certo é que o cara é um artista dos melhores. Gravou poucos discos, mas compôs centenas de músicas, interpretadas pelos mais diversos cantores. Neste álbum de 1974, temos alguns de seus grandes sucessos como “Menino do Braçanã”, “Prelúdio para ninar gente grande” e “Prelúdio Nº2 (Paz do meu amor)”. Tem mais uma música dele que eu gosto muito que é “Menino passarinho”, maravilhosa, mas esta é de outro disco. A gente ainda chega lá…

guarânia da saudade
os olhinhhos do menino
nossa vez
ave maria dos retirantes
menino do braçanã
prelúdio par aninar gente grande
rato, rato…
prelúdio nº 2 (paz do meu amor)
resto de quem parte
cortejo
estrela de veludo
zé valente