Rago – Jamais Te Esquecerei (1957)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje trazemos o primeiro LP, em dez polegadas, de um dos maiores violonistas que o Brasil já teve: Antônio Rago. Ele nasceu em São Paulo, no dia 2 de julho de 1916, filho de imigrantes italianos. Desde criança interessou-se por música. Começou a tocar violão aos 14 anos e, em 1933, iniciou seus estudos de violão clássico com o professor Melo. Em 1936, começou sua carreira artística fazendo parte do regional de Armandinho, com o qual, e mais Zezinho, mais tarde conhecido como Zé Carioca, formou o trio de violões. Atuou com sucesso na Rádio Record e também na Rádio Belgrano de Buenos Aires, acompanhando o cantor Arnaldo Pescuma em excursão que se estendeu até o Uruguai. Em 1937, retornou ao Brasil e foi trabalhar na recém-inaugurada PRG-2, Rádio Tupi de São Paulo, com Zezinho e seu conjunto. Ao longo dos anos, acompanhou artistas como Sílvio Caldas, Francisco Alves e Aracy de Almeida. Gravou seu primeiro disco em 1943, época em que passou a dirigir o regional da Tupi, interpretando ao violão duas composições de sua autoria, o choro “Chorando” e a valsa “Velhos tempos”. Em 1947, passou a ter o próprio regional, que, em 1950, recebeu o Troféu Roquette Pinto como melhor daquele ano. Em 1952, ingressou na Rádio Nacional de São Paulo, hoje Globo. Em meados dos anos 1960, quando seu regional perdeu força, passou a produzir programas de rádio em diversas cidades paulistas, entre as quais Santos e Campinas. Como compositor, teve mais de 400 músicas gravadas, e foi ainda um dos responsáveis pela introdução do violão elétrico no Brasil. Antônio Rago faleceu em 24 de janeiro de 2008, em sua São Paulo natal, aos 91 anos de idade. Neste LP, lançado pela Continental em 1957, estão oito de suas composições mais expressivas, entre elas a faixa-título, “Jamais te esquecerei”, um bolero lançado originalmente em 1947 e que permaneceu por cerca de um ano nas paradas de sucesso, tornando-se fenômeno de popularidade. Tem ainda “O Barão na dança”, “Folinha”, “Mambo na Glória”, “Festa portuguesa”, “Encantamento”, “Mentiroso” e “Em tuas mãos”, em uma seleção que vale a pena ouvir. Portanto, este é mais um trabalho que merece o nosso Toque Musical. Não deixem de conferir no GTM.

jamais te esquecerei
folinha
mentiroso
mambo da glória
em tuas mãos
o barão da dança
festa portuguesa
encantamento




*Texto de Samuel Machado Filho 

Rago – Em Sonorâmico (1960)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Como fiquei por quase dois meses sem fazer novas postagens, acho que muita gente pensou que o Augusto aqui não fosse voltar. Mas enquanto ouver sulco na agulha o Toque Musical continua mandando brasa! Como já havia comentado, estou aos poucos repondo novos links. Primeiro cuidamos da postagem diária, depois vamos para as solicitações de reposição de links pedidos por vocês. A propósito disso, conto com a paciência de todos, pois vou colocando novos links de acordo com a ordem de chegada. Estamos ainda na pendência de 119 novos links. Aos poucos ou aos muitos eles saem. Paciência…
Escolhi para hoje este disco do violonista e compositor paulista Antonio Rago. Juro que eu nem lembrava de que já havia postado aqui um outro disco dele. Aliás, uma coletânea, a qual traz diversas músicas deste outro que estou trazendo agora. Certamente, quem estiver lendo este post já sabe onde clicar para chegar à postagem do disco anterior. Lá também vocês saberão um pouco mais a respeito desse artista.
“Rago, Em Sonorâmico” foi um lp da Continental, lançado em 1960. Neste álbum Rago vem acompanhado por seu regional, formado com Portinho, na clarineta; Hortêncio, na gaita; Jocy Alves, no violão; Nefe, no contrabaixo; Xixa, no cavaquinho e Pedro (Sorongo) no pandeiro. Antonio Rago, como se pode ver na capa do disco, vem pilotando seu violão elétrico, instrumento esse, criado exclusivamente para ele pela fábrica Di Giorgio. No repertório temos uma seleção variada de ritmos, entre boleros, baiões, mambo, choro, toada, samba e cha cha cha. Todas as músicas são de sua autoria.

jamais te esquecerei
folinha
mentiroso
mambo na glória
se ela voltasse
cha cha cha
em tuas mãos
o barão na dança
festa portuguesa
encantamento
boneca japonesa
você é meu samba

Rago E Seu Conjunto – Os Grandes Sucessos De Rago (1980)

Hoje o nosso toque musical é dedicado à Antonio Rago, um nome pouco lembrado e na ‘blogosfera’, nem sequer comentado. Se por um lado isso é ruim, por outro me dá o prazer de ser o primeiro a apresentá-lo. Espero que de agora em diante este título se replique ou que outros discos dele venham a aparecer.

Rago, como ficou mais conhecido, foi um compositor e violonista dos mais brilhantes e originais, nascido no bairro do Bixiga, reduto italiano da capital paulista. Iniciou sua carreira ainda na adolescência, acompanhado outros músicos locais nas noites de serenata. Estudou violão clássico e profissionalmente começou a tocar aos vinte anos, integrando o conjunto regional de Armandinho, outro grande violonista paulista famoso. Em pouco tempo foi se tornando um dos acompanhadores preferidos dos grandes cantores da época, inclusive de Francisco Alves com quem ele trabalhou na última apresentação, um dia antes do trágico acidente que vitimou o cantor. Rago, em seguida, montou o seu Regional, tocando na Rádio Tupi de São Paulo. Seu grupo se tornaria famoso, principalmente pela qualidade artística de seus componentes. Sua composição mais conhecida foi o bolero “Jamais te esquecerei”, em parceria com Juracy Rago. Outro fato interessante na figura de Antonio Rago é que ele foi o pioneiro na eletrificação do violão. A fábrica Di Giorgio criou exclusivamente para ele o primeiro violão elétrico. Ao contrário dos violões elétricos atuais, o dele tinha características, tanto técnicas quanto sonora, mais próxima da guitarra, produzindo um efeito único até então. Não se ouvia nessa época nada parecido. A sonoridade de seu Regional com o violão eletrificado traçou um outro caminho para uma música essencialmente acústica. O disco que temos aqui reúne alguns de seus melhores momentos. Confiram já esse toque…
jamais te esquecerei
nada
despertar da montanha
festa portuguesa
que importa
boneca japonesa
motivo cubano
pelo teu amor
lisboa antiga
mambo na gloria
o barão na dança
carambolas