Carlos Barbosa Lima – Imortal Catulo (1964)

E desta vez, entramos numa pegada mais erudita num contraponto com o popular. Temos aqui um disco bem bacana que certamente agrada ao nosso público musicista e também os apreciadores do violão. E ainda, por que não dizer, a todo aquele que apreciador do regional, do imortal, Catulo da Paixão Cearense. Este é um disco que vale a pena ouvir. Temos o violonista de formação clássica/erudita Carlos Barbosa Lima neste lp lançado pela Chantecler, em 1964. Como já podemos ver, ele interpreta de forma magistral quinze obras de Catulo, transcrita para o violão. Um trabalho sensível, que vale a pena ouvir. Felizmente, já temos na contracapa todas as devidas informações. O que nos poupa tempo. Cabe aos amigos apenas ler e ouvir…
 
luar do sertão
flor amorosa
os olhos dela
u capim mais mimoso
o capanga eleitoral
recorda-te de mim
quebrei a jura
cabôca bonita
rasga o coração
cabôca di caxangá
talento e formosura
ao luar
ontem ao luar
aruê… aruá…
a choca do monte
 
 

Tuca – O Cavaleiro (1966) 

Mais uma vez, Tuca. Aqui num compacto de 1966 lançado pela Chantecler, trazendo a cantora e compositora em dois momentos: “O Cavaleiro”, parceiria com Geraldo Vandré e “Cirandando”, com Consuelo de Castro. A música “O Cavaleiro” foi selecionada no I Festival Internacional da Canção da TV Rio, classificada em segundo lugar na fase nacional do festival.
 
o cavaleiro
cirandando
 
 

Lélio E Seu Conjunto – Momentos De Alegria (1963)

O disco de hoje é “Momentos de Alegria”, lançado em 1963 pelo selo Chantecler. E nosso artista é Lélio e Seu Conjunto. Um músico paraense que se destacou com seu conjunto em bailes e festas na cena social e cultural de Belém, no início dos anos 60. Infelizmente não temos muitas informações sobre o grupo além do próprio texto de contracapa. Um disco raro e por certo pouco conhecido, mas representativo do cenário musical dos anos 60, considerando também que se trata de um conjunto fora do eixo Rio-São Paulo. Disco muito bom que o Toque Musical recomenda…
 
me descobre pierre
no balanço da vida
na base do toffe
tem bobo pra tudo
na roda de samba
de perna bamba
tonigth
andaluzia
canção do fim
fim de noite
continental
revendo o passado
para sempre te adorar
 
 
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Trio Marayá – Balanço Zona Sul (1966)

E vamos de compacto, porque disco de 7 polegadas aqui também sempre tem vez. E como tem… 
Temos então, o Trio Marayá, grupo surgido nos anos 50, em Natal, no Rio Grande do Norte. Fromado por Behring Leiros, Marconi Campos e Hilton Acioli, foi um conjunto que atuou nos 50 e 60. Eles se destacaram em boates, no rádio e na televisão, partiparam de festivais e fizeram turnês internacionais.
Este compacto duplo, “Balanço Zona Sul”, foi lançado em 1966 pela Chantecler. E como podemos ver pela contracapa, temos quatro temas bem bacana…
 
sabor de nada
balanço zona sul
quem é homem não chora
chorando adormeci
 
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A Vida De Jesus (1964)

Aproveitando que estamos na Semana Santa, nesta Sexta-feira da Paixão, vamos aqui trazendo este lp. Não se trata de um toque musical, mas uma curiosidade do mundo fonográfico. Lançado pelo selo Chantecler no início dos anos 60 e explorando o tema de religiosidade, ao estilo das rádio-novelas daquele tempo, temos assim, “A Vida de Jesus”. Este lp faz parte de uma série de discos lançados por essa gravadora dedicados à família, família padrão de classe média e católica, certamente. O álbum infelizmente não traz nenhuma outra informação além do que vemos na capa e o que tem no selo. Enfim, algo irrelevante quando o foco é apenas o conteúdo, como os discos de ‘estórinhas’.
Para quem não conhece a vida de Jesus Cristo, eis aqui a salvação.
 
 
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Claudio E Os Goldfingers (1967)

Mais uma raridade, agora dos anos 60. Desta vez vamos com Cláudio e Os Goldfingers, um dos conjuntos gaúchos do gênero Jovem Guarda. Liderado pelo tecladista (organista) Cláudio A. de Souza, que já era arranjador da Chantecler, com seus quatro ‘goldfingers’, gravaram este que foi o primeiro e ao que parece, único lp, em 1967 por esta gravadora. Na contracapa temos um texto mais detalhado e também o repertório, como podemos ver, um misto de sucessos jovens da época e temas autorais do próprio conjunto. Um disco bem interessante para colecionadores e amantes da Jovem Guarda.
 
acorda maria bonita
o homem verde
era um garoto que como eu amava os betles e os rolling stones
ciao amore ciao
não crie caso
sem ti
falso amor
cuore matto
there’s a kind of hush
somentihing stupid
goldfinges
meu grito
 
 
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Tuca – Meu Eu (1966)

Há tempos fiquei de postar aqui este disco da cantora e compositora paulista Tuca (Valeniza Zagni da Silva). “Meu eu” foi seu primeiro lp, gravado no final de 65 e lançado em 1966 pelo selo Chantecler, com arranjos e regências dos maestros Erlon Chaves, Francisco Moraes e Renato Mendes. Um disco muito bacana que merecia uma reedição. Aliás, não apenas este, mas também seus dois outros trabalhos lançados em 68 e 74. Em 1971 ela também participou do disco da cantora francesa Françoise Hardy, onde boa parte das composições eram suas, “La Question”, o nome do lp, foi também lançado no Brasil pela Som Livre. Infelizmente, Tuca veio a falecer em 1978 por conta de uma dieta radical que fez para emagrecer.
 
curtinha nº2
refrão “guerra e paz”
a estrada
medieval
yemanjá
aconteceu de repente
terra triste
xangô “meu santo é forte”
amor e morte de um soldadinho de chumbo
meio sertão andei
simplicidade
cirandando
homem de verdade
 
 
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Idalina De Oliveira – Idalina (1962)

Para o dia de hoje, vamos trazendo a Idalina de Oliveira, cantora, atriz e garota propaganda. Idalina foi uma das pioneiras na televisão brasileira como garota propaganda. Atuou principalmente nos anos 50 e 60. Como atriz, trabalhou no seriado infantil “Capitão 7”, da TV Record, que foi ao ar de 1954 a 1966. Ela era ‘Silvana’, a companheira do Capitão 7. Foi ainda no início dos anos 60 que ela foi convidada para gravar uma música na Chantecler e esta foi “Mariquilla bonita”, em versão de Joaquim Gustavo, recebendo o nome de “Amorzinho querido”, sendo lançada primeiramente em compacto e que teve muito sucesso. Isso deu a ela a oportunidade de gravar este lp com as orquestras de Élcio Alvarez e Francisco Moraes. “Idalina” foi seu único disco, no qual traz um repertório misto de sambas, baião e versões, incluindo “Amorzinho querido”. Em 1966 ela voltou a gravar um outro compacto, mas ficou só nisso… Aproveitamos para incluir aqui, como bônus, as duas músicas deste compacto.
 
pissi pissi bao bao
amorzinho querido
tristeza em meu coração
chove no meu coração
fim de noite
vento do mar
gosto de você
vai trenzinho
passeando pela praia
convencido do sete sete nove
a canção que te ouvi cantar
furugudum
você é tudo para mim
alguém na vida da gente
 
 

The Jet Black’s E Edmundo Cortes – Temas De Sempre Na Música Jovem (1967) 

Seguimos com este raro e curioso lp lançado pelo selo Chantecler, trazendo o conjunto The Jet Black’s  e o maestro Edmundo Villani Côrtes. Um encontro realmente curioso que buscava reunir sucessos da música (internacional) de diferentes épocas interpretadas numa roupagem moderna. Arranjos e piano de Villani conduzem os experientes rapazes do Jet Black’s. Um trabalho que vale a pena conhecer, instrumental, bem anos 60 🙂
 
wonderfull
alexander ragtime band
that’s my baby
it had to be you
whispering showberger
deep purple
make the knife
the sheik of araby
when the saints of marchin in
at sundown
like someone in love
i can’t give you anything but love
 
 
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Guilherne Coutinho E Seu Conjunto – Procura-se (1971)

Não faz muito tempo, eu postei aqui um disco do músico paraense, Guilherme Coutinho. E por conta da política do momento, não fiz nenhum texto de apresentação, considerando o texto de contracapa já explicativo. Tinha adotado essa máxima, muito por conta de achar que ninguém dava muita bola para o que escrevemos aqui. Mas sei que estou enganado, há muitos atentos e interessados, mesmo quando o texto tá fraco. Por certo e na pior das hipóteses damos o norte… 🙂
Mas voltando ao Guilherme Coutinho, para os que não sabem, foi um músico paraense que atuou durante os anos 60 e 70. Pianista, arranjador e compositor, gravou poucos, mas excelentes discos. Hoje em dia pura raridade, difíceis de encontrar. Creio que nada chegou a ser relançado, nem mesmo em cd. O que postamos anteriormente foi seu primeiro disco. Somente quatro anos depois viria a lançar este outro, o “Procura-se”, pela Chantecler. Disco bacana, com uma pegada bem estilizada, um pop ‘brazuca’ refinado com leves pitadas ‘jazzística’. Recomendo…
 
saravá babalaorixá
falência
tributo a mim mesmo
adios guadalajara
vai lá
crepúsculo
papa jimmy
vira broto
trepadeira
bar do parque
baby
belo kid
 
 

Leila Silva – Perdão Para Dois (1960)

Inezilda Nonato da Silva (Manaus, 7 de junho de 1935), mais conhecida como Leila Silva, é uma cantora brasileira. Ficou famosa na década de 1960 e com a música “Não Sabemos” do LP Perdão para Dois, rendendo a ela a conquista dos prêmios mais importantes da época. Sucesso no rádio e na televisão, se apresentou em quase todos os programas. Sua voz chamou a atenção da crítica e do público e seu talento alcançou outros países, como Itália, França e Japão. Atualmente residindo em Santos, São Paulo, continua na ativa se apresentando por todo o Brasil.
 
perdão para dois
mar negro
não sabemos
inteirinha
sarjeta
ansiedade
saudade distante
tango triste
céu sem estrelas
para que chorar
diga você 
deixe-me
jura-me
que será de ti
 
 
 
*Texto extraído da biografia da artista

Uccio Gaeta – O Novo Som De Uccio Gaeta (1968)

Olá, meus caros amigos cultos e ocultos! Correndo aqui para não perder muito tempo, hoje temos um artista que fez sucesso nos anos 60 e 70, aqui no Brasil, o italiano Matteo Gaeta, mais conhecido como Uccio Gaeta. Italiano, veio para o Brasil, segundo contam, no início dos anos 60. Trabalhou como ator e comediante na antiga TV Tupi e também teve seu próprio programa de auditório na TV Cultura, de São Paulo. Também participou de novelas como “Nino, o italianinho” e “Canção para Isabel”. Foi cantor da Rádio Gazeta e como músico gravou dezenas de discos no Brasil. Entre eles temos este de 1968, chamado de “O novo som de Uccio Gaeta”, onde ele desfila um repertório com 27 músicas em pout-pourri, conforme seguem a baixo listadas. Confiram no GTM….
 
no balanço do jequibau – jequibau – gamboa
viola enluarada – um amor sem igual
bom tempo – até segunda feira – lapinha
esta tarde vi llover – habla me
 januaria – areia do mar – serenata teleco-teco
a flor que o tempo guardou – tristeza de amor
inno – l’ultima cosa – você não serve pra mim
melancolia – além da imaginação – você
la tramontana – madame x – samba cha cha cha
vesti azul – malysha – tubon
 
 
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Vanja Orico – A Volta De Vanja Orico (1967)

Olá, amigos cultos e ocultos! Em tempos como os que estamos vivendo, em especial o momento político, onde militares (as Forças Armadas), se vendem por leite condensado e viagra, pela manutenção das mamatas que sempre tiveram, em troca de se sujeitarem a ser comandados por um capitãozinho louco, insubordinado e que chegou a ser expulso da corporação. Tempos vergonhosos para as fardas militares que mais uma vez se sujam, se sujeitam a serem comandados por um crápula e sua família de milicianos. Triste momento para o Brasil. E mais triste ainda é perceber o quanto este nosso povo é tosco, rude, mal informado e mal educado, burro, mas essencialmente pretencioso. Triste ver que uma boa parcela desse povo sofrido ainda não tenha conseguindo ver quem realmente é seu opressor. Gente com memória fraca, gente que ignora seu próprio câncer e acha graça da dor que sente no seu próprio estômago. Em momentos como este, de ataques a Democracia, ao Congresso e a Justiça em nome de um radicalismo de direita que assola o país, a gente as vezes precisa lembrar os fatos do passado, trazer de volta nossa luta por liberdade, palavra que hoje caiu na boca dessa gente de forma errada. Seria irônico se não fosse trágico ver essas ‘tosqueiras’ pedindo liberdade de expressão e ao mesmo tempo ditadura militar. 
Estou fazendo esta introdução porque de certa forma ela tem a ver com Vanja Orico. Cantora, atriz e cineasta, surgiu no cenário artístico cantando o tema ‘Mulher rendeira” no filme “O Cangaceiro”. Foi uma artista internacional, mas sempre valorizou a cultura nacional e por ela esteve sempre a frente defendendo o que é nosso. Inclusive, há de se lembrar, em 1968, em plena ditadura, no dia 07 de novembro Vanja, em protesto se ajoelhou na rua, impedindo a passagem de um comboio militar que ia de encontro a manifestantes que carregavam o corpo de um estudante assassinado pela repressão. Uma cena triste de se ver e que boa parte dessa gente burra e sem noção, talvez não façam a mínima ideia do que foi e do que simbolizou aquele momento. Essa era uma das facetas dessa mulher incrível, a qual já falamos e postamos vários outros discos. Agora trazemos para vocês este lp, lançado em 1967, pela Chantecler. “A volta de Vanja Orico”, como o próprio título afirma, marca o retorno da artista ao Brasil. Neste lp ela canta um repertório cheio de clássicos, um disco maravilhoso de se ouvir, com músicas de Fernando Lona, Geraldo Vandré, Chico Buarque, Gil e Torquato Neto, Catulo de Paula, Paulinho Nogueira, Tom e Vinícius, Nonato Buzar e Carlos Imperial. Por aí já dá para se ter uma ideia do quanto este disco é legal. Confiram no GTM…
 
cantilena
contracanto
é ou não é
andam dizendo
mulé rendeira
casa de pau po pa
a banda
minha zabelê
a lua girou
depois do amor
samba de protesto
 
 
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Coquetel de Sambas (1964)

garota de ipanema – francisco de moraes
samba da madrugada – elcio alvarez
samba é – miranda e seu conjunto
cheiro de saudade – biriba boys
chora coração – elcio alvarez
não tenho lágrimas – guerra peixe e seus músicos
mas que nada – waldemiro lemke e sua orquestra
chove chuva – nininha
não sabemos – elcio alvarez
leva-me contigo – biriba boys
evolução da bossa – nininha
agora é cinza – guerra peixe e seus músicos
 
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Miriam Batucada – Amanhã Ninguém Sabe (1974)

Olá, amigos cultos e ocultos! Para não ficarmos apenas em orquestras e coisas dos anos 50, vamos mudando um pouco o nosso foco, afinal o nosso espaço é musicalmente democrático (e com tendências esquerdistas, com certeza!). Mas fora a nossa ideologia, somos abertos a todo tipo de manifestação construtiva, por isso ouvimos música com outros olhos 😉
Então, aqui temos hoje e pela primeira vez em nosso toque a cantora e compositora paulista Miriam Ângela Lavecchia, mais conhecida como Miriam Batucada, apelido que recebeu quando ainda era apresentadora de programa de televisão, nos anos 60, por conta de sua técnica de batucar com as mãos. Embora não tenha gravado muita coisa, se destacou  por conta de sua presença sempre constante na tv. Em 1971, juntamente com Raul Seixas, Sergio Sampaio e Edy Star ela gravou o “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista – Apresenta Sessão das 10”, disco que seria redescoberto nos anos 2000, se tornando obra ‘cult’. Por consequência deste disco ela voltaria a cena musical, mas infelizmente de maneira póstuma, pois Miriam faleceu em 94. Seus outros dois discos, “Amanhã ninguém sabe” e “Alma da festa” voltaram a ser procurados e por terem sido pequenas tiragens, hoje se tornou também tão ‘cult’ quanto o “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista”, assim como são os discos do Sérgio Sampaio e do Edy Star. E como esses discos não andam rodando em qualquer prato, cabe a nós divulgá-los, trazendo de volta aos olhos e ouvidos… Vamos conferir no GTM?
 
o que vier eu traço
teco teco
chuá chuá
apanhei um resfriado
felicidade
meu romance
você é meu melhor amigo
eu quero é botar meu bloco na rua
amanhã ninguém sabe
acertei no milhar
você vai se quiser
tudo em p
conversa de samba
o show já terminou
 
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Anares Diaz – Colecão de Modinhas (1960)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Hoje estou trazendo aqui um disco que eu acho dos mais interessantes e por certo, raro em todos os sentidos. Este é um dos lps que fazia parte da pequena discoteca que acompanhava a radiola lá de casa, quando eu ainda era criança. Me lembro bem deste disco e ainda de algumas dessas canções. Infelizmente, assim como a radiola, os discos também se foram. Porém, algum tempo atrás, descobri que tinha esse disco em arquivo digital, que certamente alguém me enviou e como está completo, do jeito que a gente gosta, não há porque não termos ele aqui em nosso Toque Musical. No entanto, deixei este disco para a estreia de um novo ‘resenhista’, o amigo culto, Ayrton Mugnaini Jr. que havia manifestado interesse em colaborar com a gente. O Ayrton é um cara dos mais completos, músico, escritor e como eu, virginiano (hehehe…). Eu já tive a oportunidade de postar aqui no TM um de seus discos e acho que sua musicalidade e seu estilo é bem parecido com o Anares Diaz. Portanto, não foi por acaso que enviei o disco para ele resenhar, Porém, o moço, além de esquecido é também super atarefado e creio que no momento ele está envolvido com lançamento de novos livros e discos. Achei melhor então aguardar que ele mesmo se manifeste. Mas o disco de coleção de modinhas do Anares Diaz não vai poder esperar. Assim, meu caro Ayrton, estreia quando der e com outro disco, coisa que por certo não irá faltar.
Como disse, temos aqui um lp raro e quando digo raro não me refiro ao valor exorbitante que malucos põe lá no Mercado Livre, mas sim ao fato de ter sido um disco com uma tiragem pequena, lançado a sessenta anos atrás e que por certo nunca teve uma reedição. Para completar, Anares Diaz é um completo desconhecido em áreas públicas da internet. Pode procurar no Google, jogar no Youtube que não vai aparecer nada, somente o anúncio de um único disco sendo oferecido especulativamente no Mercado Livre. Assim sendo, qualquer informação a respeito deste artista se concentra no próprio álbum, nas músicas e principalmente no texto de contracapa. Neste reforça ou comprova o que podemos ouvir, um repertório totalmente autoral e de uma originalidade que só se vê (e ouve) em artistas da mesma época cuja a música funciona muito bem na simplicidade de apenas um instrumento, no caso , o violão. Sua música tem algo de modinha, de tradicional, de folclórico e popular, é direta, simples, objetiva e que agrada de cheio e logo de cara. Incrível com esse disco ainda não chegou nas plataformas do Youtube. Portanto, o melhor é conferir no GTM…
 
somente pra você
vento frio
saci-pererê
ondas da praia
adeus cidade
tic tac do coração
grito de carnaval
você diz que não namora
lamento
tango
saudade
teu olhar faceiro
a boiúna
paraguaia linda
morena moreninha
a marcha do feijão
rio mar
meu amor
não me abandones
 
 
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Leila Silva – Quando Canta Leila Silva (1962)

Olá, amiguinhos cultos e ocultos, muito boa noite! Vejam vocês como eu sou avoado…Estava crente que o aniversário do Toque Musical fosse agora neste fim de mês. Mas, na verdade, é no dia 30 de julho. Portanto, ainda temos muitos toques antes de chegarmos lá 🙂
Muito bem, então, o nosso encontro hoje é com a cantora Leila Silva e seu lp de 1962, lançado pela Chantecler. Leila Silva (Inezilda Nonato da Silva) fez parte do cast da gravadora Chantecler onde gravou também outros discos desde o final dos anos 50. Uma cantora popular que fez um relativo sucesso e tal como outras que atuaram no rádio e na televisão, hoje são pouco lembradas, como também são difíceis de achar os seus discos. Assim, nada mais oportuno que um lp da Leila Silva, em quatorze faixas, entre sambas, tangos, boleros e mais… Ela vem com o acompanhamento de orquestras regidas por Elcio Alvarez e Zico Mazagão e também com o Regional de Poly. Eis aqui um dos raros discos dessa época que traziam as letras das canções. Vamos conferir?
 
com você
esquece-me
libelo
promessa
perdão pela minha dor
um minuto de amor
adeus amor
justiça de deus
altares profanos
nossa união
decisão cruel
boite da ilusão
assim como o rio
na solidão do meu quarto
 
 
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Alberto Calçada – Cascata De Valsas (1958)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, atendendo a um pedido especial, que necessariamente não era o de postagem, mas que achei por bem publicá-lo, afinal, é aqui o reduto de tudo aquilo que se esconde na poeira do tempo. E assim, temos para hoje este lp do acordeonista Alberto Calçada e seu conjunto. Já apresentamos algumas coisas desse artista no nosso Toque Musical.
 Agora, aqui temos um lp lançado pela Chantecler, em 1958.Um disco dedicado a valsa brasileira. Uma seleção clássica de temas populares, repertório seresteiro que ainda agrada a muita gente. Vamos conferir? 
 
cascata de beijos
rapaziada do bom retiro
último beijo
são judas tadeu
luar de são paulo
morrer sem ser amado
saudades de minha terra
nossa senhora do amparo
e o destino desfolhou
vera
cascata de lágrimas
 
 
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Domingos Pecci – Mágoas De Um Chorão Vol. 2 (1966)

 

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Ainda atendendo um pedido especial, vamos com um pouco mais de choro e de quebra ainda tem as valsinhas. É mais ou menos na mesma linha do Jair Pimentel que trago mais uma vez para o nosso Toque Musical, o saxofonista Domingos Pecci. Já havíamos postado dele “Um saxofone no choro”, uma reedição de 1977 de um disco gravado em 60. Agora vamos como “Mágoas de um chorão, vol, 2”, disco lançado pela Chantecler em 1966. Neste lp encontramos também um repertório com composições próprias e de outros autores do universo seresteiro. Confiram…
 
saxofone porque choras
amorosa
teu sorriso
nice
chorando
primaveril
beira-mar
flor de abôbora
cecília
pesadelo
jovina
que noite estrelada
 
 
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José Orlando – Um Disco E Doze Sucessos (1959)

Boa noite a todos os companheiros, amigos cultos e ocultos! Aqui mais um disco que eu recolhi de um sebo. Me chamou a atenção logo de cara, ou por outra logo pela capa, bem ‘diferentona’, não acham? Eu confesso que até então nunca tinha ouvido falar deste artista, José Orlando, cantor paraibano que iniciou sua carreira no início dos anos 50. Cantou em diversas rádios pelo Brasil. Este, ao que parece, foi seu primeiro lp, disco este com regência de Elcio Alvarez e arranjos de Guerra Peixe. O repertório é muito bom, tendo nele várias músicas de sucesso. E como iremos ver, José Orlando não deixa a peteca cair, canta com naturalidade, voz direta e agradável. Na contracapa temos um bom texto de apresentação. Daí, eu deixo que o mesmo cumpra o seu papel. Confiram no GTM
 
perfume de gardênia
sete notas de amor
chega de saudade
vai, mas vai mesmo
piove
ave maria lola
o diário
castigo
balada triste
lamento
all the way
 
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Poly – Alô Alô Poly (1974)

Olá, caríssimos amigos cultos e ocultos! Temos para o dia de hoje um lp do multi-instrumentista Angelo Apolonio, mais conhecido como Poly. Este músico dominava com maestria diferentes instrumentos de corda. Já postamos outros discos dele no nosso Toque Musical e agora temos o prazer de trazer de trazê-lo de volta neste lp, que eu acredito ter sido talvez um dos últimos disco que gravou ao lado de um time de outros músicos também de primeira. Curiosamente, este lp não consta em sua discografia. E por sinal, um disco muito bom, vejam pelo repertório…
 
folhas secas
pior pra ela
retalhos de cetim
eu só quero um xodó
eu bebo sim
deus me perdoe
alô alô
teimosa
ninguém põe a mão
camisa 10
orgulho de um sambista
tico tico no fubá
 
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Módulo Quatro – Bossa Carrossel Brasileiro (1970)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Para a nossa salada musical ficar realmente sortida, eu hoje estou trazendo um pouco da herança deixada por outros blogs musicais que hoje já não existem mais. E no caso aqui, me recordo, este disco foi postado pela Bruxa do Vinil em seu blog Abracadabra, um dos melhores espaços com um acervo incrível. Pena que fechou. Daí, vez por outra, eu ressuscito um para enriquecer nossas fileiras.
Então, hoje vamos com este quarteto instrumental que é um encanto só. O Módulo Quatro foi um grupo formado por quatro experientes músicos: Carlos Nobrega nos teclados, Mário Augusto no contrabaixo, Joni Soto, nas cordas e Toni Marcílio na bateria. Lançaram a penas este lp, em 1970 pelo selo Chantecler. Disco bacana, músicas autorais e com muita bossa. A contracapa traz um texto complementar, o que já me poupa aqui o trabalho de entrar em detalhes. Melhor mesmo é ouvir, conhecer esse que foi, sem dúvida, um dos excelentes discos da chamada ‘bossa tardia’. Não deixem de conferir…
 
cantiga para meu amor
módulo 4
viagem
ao cair da tarde
alegre passeio
genipapo
salpicando
bossa norte
passeando em recife
rememorando
pingos nos is
você voltou
 
 
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Trio Tamoyo – Interpreta Ritmos Variados (1960)

Olá, meus caros amigos cultos e ocultos! Já não é de hoje que temos tido problemas aqui no nosso Toque Musical, por conta de tentativas de invasão de hackers, pessoas interessadas em boicotar nossa missão, os famosos ‘espírito de porco’. Felizmente temos um ótimo provedor que não deixa a nossa peteca cair. Porém essas invasões tem nos tirado do ar e por consequência atrasado as postagens. Mas estamos aí, sempre presentes.
E para hoje temos aqui um disco das antigas, o primeiro e único disco do Trio Tamoyo, surgido no Ceará no final dos anos 50. Este conjunto era formado por Ary Silva, José Roberto e Ribamar. Fizeram muito sucesso, logo de início, se apresentando em rádios de Pernambuco, Bahia e finalmente Rio de Janeiro. E finalmente alcançaram seu objetivo que era gravar um disco. Eles conseguiram, gravaram este lp pelo selo Prestige, um disco onde eles interpretam os ritmos mais populares daquela época, sendo boa parte do repertório autoral. Infelizmente, por contingências do destino acabaram não vingando, ficaram apenas neste lp, que por sinal é muito bom. Podem conferir…
 
assim.. assim…
costume de praia
mercadora do mal
explicação
longe da vida
na orla do mar
recado pra yaya
tortura
dance o molengue
tormento
beijo demorado
mambo quente
 
 
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Francisco De Moraes E Sua Orquestra – As Melhores Do Ano (1964)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Nesses últimos dias tenho passado uns apertos aqui com essa internet de fibra da Vivo. A gente tenta melhorar a coisa, acompanhar a tecnologia, mas aqui no Brasil, neste sentido, tudo que é novo é a maior furada. A internet por aqui fica oscilando e quando a gente menos espera ela cai. Chega a dar raiva, acabo desistindo e vou cuidar de outra coisa.
Mas para não deixar acumular ou atrasar, vou aqui tentando emplacar mais uma postagem. Nosso encontro hoje é com as orquestras e mais exatamente com a orquestra do maestro Francisco Moraes, figura já conhecida em nossos ‘toques musicais’. Aqui temos ele, em disco da Chantecler, lançado em 1964. Um lp reunido diferentes sucessos nacionais e internacionais daquele ano. Um disco, obviamente instrumental e orquestrado, coisa que hoje em dia não se escuta mais, a não ser nas postagens desse blog musical. Confiram no GTM…
 
lawrence da arabia
sonhar contigo
ensinando bossa nova
legata a un granello di sabbia
tudo de mim
garota de ipanema
ti guardero nel cuore
essa noite eu queria que o mundo acabasse
chariot
quando quando quando
o problema do amor
sukyaki
 
 
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Elcio Alvarez E Sua Orquestra – O Máximo Para O Seu Baile (1962)

Maestro, compositor, produtor e arranjador dos mais requisitados nos anos 1950/60/70, Elcio Alvarez volta a bater ponto aqui no Toque Musical. Desta vez, apresentamos “O máximo para o seu baile”, álbum lançado pela Chantecler em 1962. Seguindo o padrão dos álbuns dançantes então vigente, o disco apresenta um repertório de sucessos nacionais e internacionais da época. Basta citar “Exodus”, “Let’s twist again”, o chá-chá-chá “Las secretarias”, “Colonel Bogey” (do filme “A ponte do Rio Kwai”), “Samba chá-chá-chá” (de Mário Albanese, aqui em sua primeira e única gravação)… Tudo com a competência e o talento do maestro, com sua orquestra e coro, aqui mostrando por que foi um dos maiores que o Brasil já teve. Em suma, mais uma produção que merece o nosso Toque Musical. A conferir no GTM, sem falta.

exodus

let’s twist again

castiguei

moonglow

las secretarias

colonel bogey

samba cha cha cha

kissin’ twist

além do horizonte azul

veja só

tea for two

 

 

 

*Texto de Samuel Machado Filho

 

Banda Chantecler – Lampião De Gás (1958)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Como uma coisa puxa a outra, eis aqui outro disco de banda, ao estilo tradicional, banda e músicas de coreto, daqueles que toda cidade do interior tem. E é mais ou menos por aqui que se pauta este disco, pelas boas recordações e isso já lá pelos idos dos anos 50! Temos aqui “Lampião de Gás”, título do lp que também é o nome da valsa que abre o disco, um grande clássico de Zica Bergami. Aliás, aqui temos vários clássicos entre valsas e rancheiras, tudo por conta da Banda Chantecler, sob regência do maestro Zico Mazagão. Confiram, no GTM…
 
lampião de gás
mariazinha
cielo lindo
viajando pela índia
raios de sol
valsa da meia noite
vida marvada
sarita
babo…zeira
afilador
boneca cobiçada
cabecinha no ombro
 
 
 
 
 

Berenice Azambuja – Romance De Terra E Pampa (1980)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Hoje o nosso encontro é com a gaúcha Berenice Azambuja, cantora, compositora e instrumentista. Uma artista ligada as tradições nativista gaúcha. Cresceu no meio artístico no qual seu pai era violinista e sua mãe artista circense. Contam que ela, nos anos 60, fez parte de grupos na linha Jovem Guarda, mas foi na música gaúcha que ela se destacou. Seu primeiro disco, “Fogo de Chão” foi lançado em 1975. Mas seu maior sucesso está neste lp que agora publicamos, o vanerão “É disso que o velho gosta”, música que ela fez e homenagem ao seu pai e que foi gravada por Chitãozinho & Xororó e também por Sérgio Reis . “Romance de Terra e Pampa” foi seu quinto lp, lançado em 1980, pela Chantecler. As faixas, quase todas são músicas de suas autoria. Um trabalho muito bem produzido e por certo um de seu melhores discos. Vamos conferir?

estás acabando comigo

romance de terra e pampa

amor verdadeiro

homenagem a minas gerais

grito de saudade

reclamação de amor

é disso que o velho gosta

perdendo o taco da bota

meu pago minha terra

fandango da berenice

locomotiva do progresso

essência do pago

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3º Ronco D0 Bugio – São Francisco De Paula (1988)

Olá, prezados amigos cultos e ocultos! Hoje o Toque Musical oferece parcela do rico acervo regional gaúcho.  Estamos apresentando para vocês um disco com as doze músicas classificadas da terceira edição do festival Ronco do Bugio, lançado pela Chantecler/Continental em 1988. O evento se realiza anualmente na cidade gaúcha de São Francisco de Paula (por certo não aconteceu este ano em virtude da pandemia de Covid 19), com o intuito de preservar e difundir o único ritmo originário do Rio Grande do Sul, ou seja, o “bugio”, compasso criado justamente no interior desse município. Tal criação se deu a partir da criatividade dos gaiteiros (sanfoneiros) serranos, que buscaram imitar, com seu instrumento musical, o ronco do primata nos matos da serra. A festividade é genuína, pois é a única da América onde, obrigatoriamente, os participantes devem utilizar apenas um ritmo, o citado “bugio”, embora a temática seja abrangente. Daí ser considerado o festival mais autêntico do Rio Grande do Sul. Além do forte enfoque cultural que envolve toda a comunidade musical gaúcha, o festival tem seu apelo ecológico, pois chama a atenção para a preservação da espécie, hoje quase em extinção. Nas doze faixas deste disco, o mais autêntico “bugio”, na interpretação de artistas típicos gaúchos. É ir ao GTM e conferir, tchê!

bugio do meu rincão – gonzaga dos reis e grupo

gaiteiros da serra – koko, emerson e grupo

de mala gaita e violão – grupo som campeiro

que viva o bugio – souzinha jr e grupo vozes do pago

oque é bugio – jaime ribeiro e os provincianos

bugio arisco – nelcy vargas e grupo

a voz do lugar – elton saldadnha e grupo

bugio da serra e da fronteira – itajaiba mattana e os nativos

bugio safado – leo almeida e grupo rodeio

tropeadas – gozaga dos reis e grupo

bailanta da tilóca – grupo caaguas

bugio e violão – antoninho duarte e os andantes

 

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*Texto de Samuel Machado Filho