Peri Pane – Canções Velhas Para Embrulhar Peixes – Volume 2 (2015)

Então… para não perdermos o fio da meada, aqui vai logo o segundo volume de “Canções Velhas Para Embrulhar Peixes”, este, lançado dois depois do primeiro, em 2015, mantendo as mesmas características conceituais de capa e o mais importante, o conteúdo poético-musical dessa feliz parceiria, Peri Pane e arrudA. Muito lindo este volume 2. Não deixem de conferir. Pra semana vem o terceiro, aguardem. 🙂
 
o tempo é onde
escápula
uma canção
certo tipo de dor
ponte de safena
la cumbia del mole
o sapo e o poeta
espavilo
recôndidos amores
assim me acende
 
 
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Ná Ozzetti – Balangandãs (2009)

Mais uma joinha aqui no nosso Toque Musical, desta vez destacando a cantora e compositora paulista Ná Ozzetti em um disco dos mais interessantes, “Balangandãs/’, uma releitura de uma série de sucessos que fizeram parte do repertório de Carmem Miranda.  Disco lançado em 2009, produção independente, Ná Records.
 
imperador do samba
camisa listada
tic tac do meu coração
disseram que eu voltei americanizada
touradsa em madri
e o mundo não se acabou
ao voltar do samba
na batucada da vida
diz que tem
a preta do acarajé
recenseamento
o samba e o tango
tico-tico no fubá
chattanooga choo-choo
adeus batucada
 
 
 

Peri Pane – Canções Velhas Para Embrulhar Peixes (2012)

Certa vez, recebi através de um ‘amigo culto’, um cd que ele havia me enviado, recomendando sua postagem aqui no Toque Musical. Como se tratava de um cd recém lançado e até então nossas publicações eram exclusivametne de lps/vinil, o disquinho prateado acabou ficando meio de lado e confesso, nem cheguei a ouvir. Demorou uns dez anos para que um dia, no acaso, eu resolvesse então olhar direito e ouvisse também, esse tal cd. Esse tal disquinho, no caso, é este ‘discão’ (no melhor sentido da expressão) que hoje eu apresento. “Canções Velhas Para Embrulhar Peixes” foi uma das coisas mais encantadoras que ouvi nesses últimos tempos. Um trabalho totalmente acústico, de uma beleza musical cuja sensibilidade também transborda nas letras originais, verdadeiras poesias. E tudo isso é obra de Peri Pane, um artista dos mais interessantes. Além de músico e compositor é também um artista performático.
“Canções Velhas Para Embrulhar Peixes” foi um projeto de múisca e poesia, em parceiria com o poeta arrudA. Se eu já estava encantado com este cd, fiquei mais ainda ao saber que esse projeto rendeu três discos, ou seja, três volumes lançados, este primeiro em 2012, depois veio o segundo volume em 2015 e completou a tríade em 2018. Adquiri os outros dois volumes, todos feitos, pelo menos as capas, de forma artesanal, usando restos de caixas de papelão com arte em spray, aerógrafo, talvez. Isso deu ao trabalho ainda maior originalidade, sendo que por mais que parecidas as capas nunca são iguais, pelo menos nas cores. Na primeira edição, inclusive, o lançamento era numerado. Infelizmente, alguém que gostou desses discos mais do que eu, acabou no meu discuido. Por sorte, consegui entrar em contato com o Peri e com ele adquirir os três volumes, com direito a autógrafo para ficar bem claro que esses aqui tem dono. 🙂
Por hoje, vou puclicar aqui só o primeiro volume, mas já aviso que os outros dois virão em seguida. Tenho certeza que muitos aqui que ainda não conhecem vão adorar. Música boa pra gente boa 🙂
 
note
a morte dos ácaros
tonta
canções velhas para embrulhar peixes
sambinha
ivete
dulcineia
pulo saudade
crânio
prana
 

Bené Fonteles – Benditos (2002) 

Aqui um ‘album’/cd dos mais interessantes, peça importante e decisiva na seleção de cds desta mostra. Trazemos agora “Beneditos”, de 2002, produção do Sesc/SP que reúne os três primeiros trabalhos do artista paraense Bené Fonteles: “Benedito” de 1983, “Silencioso” de 87 e “Aê” de 91. Os três trabalhos foram condensados em apenas um cd. Lembrando que “Silencioso” é um disco conceitual, ou seja, ele enquanto material fonográfico não existe, somente a capa. Quanto a “Benedito” e “Aê”, já foram publicados aqui em outros momentos. Mesmo assim, vale muito a pena conhecer essa produção de um artista que não é músico, mas está sempre rodeado e acompanhado de músicos de primeiríssima…
Imperdível!
 
aboio 
dentro da nuvem
na verdura do mar
aves e frutos
a chapada ensina
n’aaguay
o som da pessoa
exemplo de pedra
om
o silencio de um minuto
amar
onde navega o ser
so.li.dão
nômadi tarqui
tudo em todo
um novo dia
azul
sem olhar
mergulhador
onda azul
 
 

Antonio Nóbrega – Madeira Que Cupim Não Rói (1997)

Temos aqui, “Madeira que cupim não rói”, segundo disco solo do cantor, compositor e multinstrumentista  pernambucano Antonio Nóbrega. Entre outras qualidades, nosso artista também é ator, dançarino e um eterno pesquisador das manifestações culturais populares do Brasil. Antonio Nóbrega foi também um dos integrantes do maravilhoso Quinteto Armonial, cujo alguns de seus discos até já publicamos aqui no Toque Musical. 
Os trabalhos solos de Nóbrega foram até então, lançados somente em formato cd. Escolhemos este no acaso, considerando que qualquer outro de seus discos são tão bons ou melhores. Eis aqui “Madeira que cupim não rói” que seria uma espécie de continuação do primeiro disco. Tanto, que traz o subtítulo “Na pancanda do ganzá 2”. “Madeira que cupim não rói” é o nome de uma consagrada marcha de bloco, de Capiba, sempre lembrada no carnaval de Recife e Olinda. “Na pancada do ganzá” e “Madeira que cupim não rói” são, antes de tudo, espetáculos que viraram disco. Coisa linda de vê e ouvir.
 
abrição deportas
canudos
chegança
quinto imperio
olodumaré
nascimento do passo
andarilho
o vaqueiro e o pescador
quando as glórias que gozei
madeira que cupim não rói
corisco (instrumental)
monga
coco da lagartixa
maracatu misterioso
rasga do nordeste (instrumental)
lição de namoro
sambada de mestres
vou-me embora
 
 
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Kadu Vianna (2003)

Começamos outubro dedicado aos cd’s, aos discos da geração digital, lançamentos pensados para este formato que continua sendo a opção mais em conta para os artistas de hoje em dia e também para o colecionador. Aliás, observa-se que o colecionismo fonomusical para o cd tem voltado, ou por outra, diríamos que muita gente aprecia o formato. Além do quê, o cd tem sua própria história, ou seja, tem sua produção e muito desta, ou até mesmo sua maioria, não tem versão em vinil. Daí a necessidade de pontuarmos também essa produção e nessa altura do campeonato, cai também como uma luva em nosso Toque Musical.
E nesta, temos desta vez, mais um artista mineiro, o cantor e compositor Kadu Vianna em seu disco de estréia, lançado em 2003 tranzendo um repertório muito bem selecionado, com músicas próprias e de autores como Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, Edu Lobo e Chico Buarque, seu parceiro Magno Mello e (com destaque) Lô Borges e Fernando Brant com a música que abre o disco, “Flor de Minas”, lindíssima. Este trabalho foi  produzido, arranjado e conduzido por Luiz Brasil. Kadu ainda conta com participações especiais de Carlinhos Brown e Jaque Morelenbaum. Tudo isso garantiu ao artista uma super estréia, a altura de seu talento. Confiram…
 
flor de minas
sonhei que estava todo mundo nu
radio
nada será como antes
bala perdida
mãos de poeta
coração polar
falso
só me dão solidão
quantas religiões tem o mundo
é onde você mora
cambaio
amar você é como me perder
 
 
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Telo Borges – Centelha No Olhar (2005)

Outubro começando e a gente aqui, abrindo um mês exclusivo para as edições em formato ‘compact disc’, o CD. E neste segundo dia vamos trazendo o músico mineiro, Marcelo Borges, ou como é conhecido, Telo Borges. Instrumentista, cantor e compositor, mais um da Família Borges, irmão de Lô, Marcio, Marilton e Solange Borges. Aqui temos ele em seu terceiro disco solo, “Centelha no olhar’, uma produção independente, gravado em 2005. Disco bacana, totalmente autoral e com parceirias, entre essas com Milton Nascimento na múisca “Tristesse”, que em 2013 faturou o Grammy Awards.
Confiram no GTM…
 
cidade do amor
ouro da palavra
parece
meninos de araçuai
minha
tristesse
seis horas da manhã
centelha no olhar
amar o amor
 
 
 

Jardim Elétrico – Laranja Mecânica (2005)

Abrimos outubro com uma nova proposta para o mês… Que tal uma mostra voltada apenas para as produções musicais lançadas em cd’s? Em outros momentos já publicamos no Toque Musical produções em cd’s, isso não é novidade. Mas considerando que a partir do sugimento do compact disc muitos artistas e produções importantes ficaram limitadas a apenas esse formato. Alguns até ganharam versões em vinil, mas isso é para poucos e mesmo assim há também a questão de adaptação, do conceito que diferencia os dois formatos. É mais fácil colocar um lp em um cd do que o contrário. A produção em cd permitiu ao artista, entre muitas coisas, a facilidade em gravar um disco longo, coisa que se em formato lp poderia gerar um álbum duplo ou triplo, coisa que poucos irão querer produzir. Enfim, por essas e muitas outras, achamos que devemos também dar um toque naquilo que percence a geração compact disc laser. Daí, neste mês de outubro vamos postar apenas publicações lançadas em cd’s. E pelo jeito, este formato também vai passar a fazer parte comum em nossas postagem, pois só trinta dias não bastam, não é mesmo?
Então, pra começar, ainda vibrando e sentido ecoar o rock e as guitarras, vamos trazendo aqui este cd, procução independente, gravado e lançado em 2005, da banda de Belo Horizonte, Jardim Elétrico. Um ‘power trio’ de rock instrumental, com músicas autorais, que impressionam pelo seu vigor e qualidade da banda. Infelizmente, não foi possivel achar informações sobre o Jardim Elétrico, mas certamente foi um desses muitos projetos que rolam na cidade, duram um tempo e depois ficam só na lembrança. Então, já que é para lembrar, aqui está… Confiram, pois é bem legal 🙂
 
caixa de pandora
a hora do rush
naja de vidro
laranja mecânica
navio fantasma
treze macacos
tornado
miragem
apocalipse
rei vermelho
 
 
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Stress (1982)

Bicho tá pegando? Que nada! Vamos desestressar… Setembro é só mais uma semana, hehehe… E por hora, vamos de rocks e toques. Desta vez com a pioneira banda paraense, Stress, que nasceu no final dos anos 70. Segundo as fontes, o Stress foi a primeira banda brasileira a lançar um disco de heavy metal e que no caso, seria este, produção independente. Gravado em apenas 16 horas e de maneira precária, o resultado não estava agradando ao pessoal da banda que acabou abandonando o estúdio. Porém levaram uma cópia da gravação e pelo que dizem, foi desta que se originou o presente lp. O Stress se tornou uma lenda no universo do metal, reconhecida internacionalmente pelo seu pioneirismo e certamente é também a que está a mais tempo em atividade.
 
sodoma e gomorra
a chacina
2031
oráculo de judas
stressencefalodama
o viciado
mate o reu
o lixo
 
 
 
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Arnaldo Baptista & Patrulha Do Espaço – Faremos Uma Noitada Excelente (1989) 

Outro disco que vale a pena o nosso toque musical é este ‘pirata oficial’. No caso, um registro ao vivo e dos mais “inspirados’ (em todos os sentidos e derivações da palavra) com Arnaldo Baptista e a Patrulha do Espaço, banda essa que surgiu para acompanhá-lo e depois seguiu em vôo solo. Conforme já nos fala a contracapa, este disco foi lançado para comemorar, os então, dez anos de formação do grupo ao lado de Arnaldo com registros de ensaios e do lendário show no Teatro São Pedro, em SP. Sem pretenção, essas gravações históricas acabaram sendo usadas para esse lançamento. Agora, já imaginou isso bem produzido com a devida qualidade de uma gravação ao vivo, ou melhor ainda em estúdio? Seria (muito mais) um discão, heim?
 
emergindo da ciência
um pouco assustador
arnaldo solista
feel in love day
cowboy
hoje de manhã eu acordei
 
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Aguilar E Banda Performática (1981)

E para hoje temos Aguilar e Banda Performática. Um disco de artista para artistas. Uma proposta poetica visual e musical criada em no início dos anos 80 pelo artista José Roberto Aguilar. Segundo ele, “foi uma epécie de ícone transgressivo que aconteceu na contracultura daquele momento. Fundada por (ele) um pintor performático que não sabia nem cantar…” Reunindo uma turma de jovens amigos (Arnaldo Antunes, Paulo Miklos, Lanny Gordin e outros…) E assim nascia a Banda Performática e este lp, produção independente e por essas e outras, também um disco raro. Aguilar daria sequencia a banda que mais tarde se tornaria a Orquestra Perfomática e depois, mais uma vez, Banda Performática. Este lp recebeu uma segunda edição com uma capa um pouco diferente. Aguilar gravou outros discos com sua Banda Performática com outras formações. Vale a pena conhecer…
 
você escolhe errado o seu super herói
carioca canibal
monsieur duchamp
revolução francesa
tribo
ma
nos espancaremos o urubu
estranheza
parangolé
 
 
 
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Sergio Murillo – Tira Teima (1989)

E entramos em setembro… Neste mês vamos dar atenção aos discos a partir da década de 70. Tem muita coisa pedindo um toque musical 🙂 E entre nossos interesse há um pouco de tudo, seja pela raridade, pela curiosidade, seja pela necessidade…
E aqui temos um disco do cantor Sérgio Murilo, alías, o último disco que ele gravou. Uma produção independente que infelizmente não ajudou muito o nosso artista que já passava por uma fase de depressão. “Tira-teima” foi um verdadeiro fracasso. Disco um tanto inexpressivo, talvez por conta da própria produção. Porém, é um lp raro, deve ter tido uma tiragem pequena. O peso do nome do artista faz a coisa valer.
 
tira-teima
fuga
curvas e ciladas
calamaria do meu porto
na próxima semana
viver é ser bom
outro astral
armadilhas
tapete mágico
rebuscando
tarde de verão
os dia não são iguais
apesar dos pesares
descendo pelo são francisco
 
 
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A Divina Increnca (1980)

Hoje, nosso ouvido é puramente instrumental, ou seja, da boa música instrumental produzida no Brasil nos anos 80. Aqui temos A Divina Increnca, grupo formado pelos músicos Azael Rodrigues, Felix Wagner e Rodolfo Stroeter. Um trabalho dos mais interessantes produzidos naquele início dos anos 80. Gravado numa sentada só e em apenas dois dias (e em dois canais) Claus num pequeno estúdio, O JV, de Vicente Salvia e também na Sala Guimoar Novaes, por conta do piano que não cabia no JV. Participam também do disco o saxofonista Mauro Senise e o flautista Claus Petersen. Música instrumental contemporânea para ouvidos treinados, um ‘free jazz’ bem inspirado. Este disco chegou a ser relançado no formato cd, remasterizado pelo Lelo Nazário. A Divina Increnca, infelizmente não durou mais que um ano, sendo este o único trabalho coletivo realizado por esses músicos.
 
cheguei lá e tal
canção pra ela – baião
friii-tz
ainda bem que não flalta fauta
frevo do cheiro (nóis sofre + nóis goza
a lira e agira
ufa!
conforme o dia (filomena)
 
 
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Alcyr Guimaraes – Mestre Calafate (1990)

Temos hoje um disco independente do paraense Alcyr Guimarães, figura, infelizmente, pouco conhecida do grande público brasileiro. Porém, um artista consagrado, principalmente no Pará, com uma vasta discografia que se inicia nos anos 60, quando gravou seu primeiro disco. Seus discos foram praticamente lançados de forma independente, o que justifica talvez o desconhecimento do artista em outras regiões do país. Mas a trajetória de Alcyr Guimarães lhe garantiu um renome. Foi jogador de futebol, radialista, médico, professor e pesquisador da Organização Mundial da Saúde. Integrou um dos primeiros grupos de samba de Belém, se destacando também no carnaval como compositor. Não podemos esquecer também que Alcyr fez parte do conjunto de Sivuca, com quem tocou por um tempo.
Aqui temos dele mais um disco, gravado em 1990, o Mestre Calafate, um lp que demonstra seu regionalismo já pelo título. São dez composições próprias, ou em parceiras. Mestres calafates são pessoas responsáveis pela vedação das frestas entre as tábuas de madeira das embarcações ribeirinhas. É uma profissão muito antiga da construção naval e que ainda hoje continua existindo e muito comum no Pará.
 
mestre calafate
meu filme francÊs
foges de mim
madrinha
manga doce
porões
pérolas aos porcos
credo
alugado
somente eu
 
 
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Gilson Peranzzetta – Seiva (1987)

Hoje, uma postagem para os amantes do choro e em especial, aos fãs do grande Abel Ferreira. Um trabalho encomendado a um outro grande músico, o pianista, regente e arranjador Gilson Peranzzeta, responsável pela concepção musical deste projeto chamado Seiva, produção de  Lauro Henrique Alves Pinto e Nina Rosa Aguiar Alves Pinto. Disco gravado em Belo Horizonte, em 1987, com Gilson Peranzzetta ao piano regendo um conjunto com músicos jovens da cidade. Há participação especial do violonista Sebastião Tapajós. Conforme o texto do encarte, “este trabalho buscou retirar do esquecimento a página importante que Abel Ferreira escreveu na música do Brasil. Sob a forma de Suíte, Seiva resgata a alma do Abel chorão, por meio de suas melodias mais expressivas, todas reescritas para novas formações tímbricas…” São oito faixas com músicas de Abel, tendo cada uma introduções como uma espécie de abertura, criadas por Peranzzetta. Um álbum que se complementa com encartes e informações sobre este sensível e raro projeto musical. Vale a pena conhecer…
 
entardecendo – uma noite em são borja
todo veneno – sovaco de cobra
chuva de prata – luar de coromandel
aurora – acariciando
insinuante – sai da frente
raízes – seiva
nossos pecados – doce mentira
entardecendo – chorando baixinho
 
 
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Ricardo Vilas – Locomotiva (1985)

Seguindo em nossa colcha de retalhos fonográficos e complementando nosso acervo de curiosidades fonomusicais, temos desta vez o lp “Locomotiva”, do cantor, compositor e instrumentista Ricardo Vilas. Já postamos outros discos com ele, cuja trajetória artística vem desde os anos 60. Se destaca como integrante do quarteto vocal Momentoquatro, no qual também faziam parte Zé Rodrix, Maurício Maestro e David Tygel. Nesta época, Ricardo também era estudante de Psicologia e foi preso por conta da sua atuação política contra o regime militar. Se livrou da prisão por fazer parte do grupo que foi liberado em troca do embaixador americano Charles Elbrick que havia sido sequestrado por um grupo da luta armada. Foi então exilado na França, onde viveu por quase dez anos e ainda hoje mantém um vínculo muito forte com aquele país. Formou dupla com a cantora Teca Calazans com quem trabalhou até o início dos anos 80. “Locomotiva” foi seu primeiro disco solo, lançado de forma independente. Um trabalho totalmente autoral, exceto pela faixa “Expresso 2222”, de Gilberto Gil. 
 
cordão de prata
novo romântico
flor de lã
fruto generoso
feiticeira
expresso 2222
nuvem
locomotiva
a formiga
paradorxal
os astronautas
 

Zezé E Simões – Barragem (1981)

Entre os diversos discos que andei digitalizando para um amigo, havia entre eles este compacto de uma dupla, Zezé e Simões, supostamente, músicos paranaenses, pois o disquinho foi gravado em um estúdio em Curitiba. Me chamou a atenção por ser algo que até então eu não conhecia. Produção independente, música rural de boa qualidade (não confundir com sertanejo) que vale a pena conhecer. Infelizmente, não achei nada a respeito dessa produção e seus autores. Mas fica aqui registrado. Afinal, só mesmo no Toque Musical pode haver tanta diversidade e surpresas. Não é mesmo?
 
barragem 
mágoas de caipira
 
 
 
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Carlos Mendes (1980)

Seguindo… Aqui vai outro compacto, mais uma produção independente e também um disquinho bem raro que até então não se via e nem se ouvia por ‘aquis’ 🙂 Mas logo alguém vai publicar no Youtube, senão o próprio autor. Estamos falando aqui de Carlos Mendes em seu primeiro disco, ou melhor, este compacto que serviria para anunciar um futuro lp. Carlos Mendes é um cantor e compositor santista, filho de Gilberto Mendes, considerado um dos maiores compositores eruditos da música de vanguarda brasileira. Este compacto simples, lançado de forma independente traz duas de suas composições, com direito a um texto de apresentação de Caetano Veloso. Ao que parece, ele em seguida só gravou um lp, o “Imã”. Criou um canal no Youtube onde fala de música, de seu pai Gilberto Mendes e outros compositores eruditos brasileiros.
 
oamoréomar
hora só
 
 
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Alzira Espíndola – Terra Boa (1983)

Aqui um outro compacto que já espera há tempos para ser postado, o primeiro disco da cantora e compositora Alzira Espíndola. Na verdade, este foi o compacto lançado de forma independente, em 1983. Seu primeiro lp (já publicado aqui) viria somente quatro anos depois, trazendo, duas composições deste compacto duplo, que já nasceu sendo uma raridade. 
 
terra boa
nossa senhora do pantanal
pai da natureza
luzmarina
 
 
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Grupo Estrada (1981)

Nossa postagem de hoje traz este disquinho compacto, lançado de forma independente aqui nas Minas Gerais. Trata-se do Grupo Estrada, conjunto formado nos anos 80 e ao que sei, só chegaram a lançar este compacto simples, gravado na Bemol, em 1981. Segundo algumas informações colhidas em um site sobre um dos membros do grupo, Sérgio Seidel, este conjunto ganhou alguma projeção quando se apresentou em programas de televisão como o “Viola Minha Viola” e o “Som Brasil”. Também acompanharam o cantor e compositor Zé Geraldo bom um bom tempo. Sérgio Seidel também foi empresário de Zé Geraldo e parceiro na música “Caminhos de Minas” e ‘Quatro cantos da saudade”, lançadas no disco do Zé, em 1983.
Aqui temos um autêntico grupo musical mineiro, com todas aquelas características da música que se fazia por aqui naqueles anos 80. Disquinho bacana que em outros tempos talvez fosse um ‘debut’ para um lp. Hoje é uma raridade, pois se trata de uma edição independente e limitada. 
 
asas cortadas (crianças)
esses homens
 
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Regina Schlochauer – Brasil Album De Sons E Formas Vol. I (1989)

e. m. ribas – glória
b.itiberê da cunha – a sertaneja op 15
h. oswald – reverie
a. nepomuceno – valsa nº2
e. nazareth – escorregando
f. mignone – primeira valsa de esquina
h. villa-lobos – saudades das selvas brasileiras
l. gallet – hieroglifo
l. fernandes – cateretê
c. guarnieri – ponteio nº49
o. lacerda – toada nº6
g. peixe – prelúdios tropicais nº4
c. santoro – paulistana
m. nobre – toccatina
a. prado – ad laudes matutinas
 
 
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Orquestra Sinfônica Da Universidade De São Paulo – Osvaldo Lacerda – Ernst Mahle – Guarnieri (198…)

camargo guarnieri – concerto para orquestra de cordas e percussão:
vigoros
saudoso
jocoso
oswaldo costa lacerda – quatro peças modais para cordas:
dórico
pentafônico
lídio
mixokídio
ernst mahle – suíte nordestina para cordas:
allegro moderato
andantino
vivo
 
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Coral Da Puc-RS E Orquestra – Rei Dos Reis – Cantata De Frederico Gerling Junior (1981)

ambientação: 
intrdução (os pastores no campo
coral – linda e calma a tarde cai
o nascimento:
não pode demorar
e isto vos será por sinal
maravilhoso – seu nome seria maravilhoso
hosana – a entrada triunfal
getsemani:
jesus minha alma está triste
calvário:
a caminho do calvário
ressurreição:
o amanhecer
o anjo sepulcro
não temais… jesus ressuscitou
 
 
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Orquestra De Cordas Da Camerata De Curitiba (1981)

quatro momentos nº3 – ernani aguiar:
tempo de maracatu
tempo de cabocolinhos
canto
marcha
petróppolis da minha infância – guerra peixe:
a baronesa sobe a serra
crianças na praça da liberdade
barquinhos do cremerie
os indios do morin
mini concerto – claudio santoro:
allegro moderato
andante
allegro finale
serenata noturna – henrique de curitiba:
cortejo
serenata
valsa
final jocoso
 
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