E já que postamos ontem um compacto, vamos aproveitar a semana, quem sabe talvez até o mês para trazermos aqui outros tantos disquinhos de 7 polegadas que coincidentemente recebemos do nosso querido amigo paulista, o Fares, tremendo colecionador de discos, dono de preciosidades que nos encanta. Ele generosamente nos emprestou alguns tantos compactos que vão caber aqui como luva. Uma variedade a qual estaremos aqui selecionando para vocês.
E começamos com este disquinho promocional dos postos de combustíveis da bandeira Atlantic. Quem dessa época não se lembra disso? Propaganda dos postos de gasolina Atlantic, que hoje já não existe mais. A Banda do Ratinho Atlantic, o mascote da marca, é aqui, na verdade Altamiro Carrilho e sua bandinha. O flautista é quem assina a direção musical e certamente é quem também toca esse jingles que muita gente cantou: “quem não é o maior tem que ser o melhor’.
Vale a pena ouvir de novo, pois até o momento, isso ainda não chegou no Youtube, Certamente, algum de nossos amigos ocultos vai logo monetizar ele em seu canal (o mundo é desses expertos). Ouçamos a Marcha do Ratinho: Quem não é o maior, tem que ser o melhor.
Hoje vamos com um disco comemorativo, uma colaboração de um dos nossos bons amigos cultos. Aqui temos um lp comemorativo do centenário do nosso “Pai da Aviação”, Alberto Santos Dumont, em 1973. Espanta pensar que já naquele centenário o homem já viajava a jato e para não dizer, já tinha chegado a Lua. Este álbum, álbum duplo é bom lembrar, fez parte do pacote das comemorações do governo militar, do Ministério da Aeronáutica. O álbum duplo se divide em dois momentos, musical, com uma seleção temática com diferentes artistas e um segundo disco trazendo a história sobre Santos Dumont, “A Conquista do At”. Eis aí um disco, no mínimo curioso. Vale conhecer.
hino do centenário
bandeirantes do ar
um dia aconteceu
exaltação a santos dumont
mineiro bom
canto do aviador brasileiro
hino dos aviadores brasileiros
14 bis
hino sa santos dumont
a conquiata do ar
salve santos dumont
alberto santos dumont
a conquista do ar (história de alberto santos dumont)
Belo Horizonte é uma cidade de altos e baixos com o Carnaval. Houve épocas em que a cidade era um roteiro de fuga para quem detesta o período. Porém, nos altos a cidade sempre mostrou que sabia fazer a festa e mais ainda, sabia fazer samba de carnaval que não deixava a desejar, em termos musicais, ao que era feito no Rio de Janeiro. O brilho das escolas e agremiações ainda existe, mas hoje em dia ficou um pouco apagado pela onda do ‘bloquinhos’, que nada mais são que uma versão modernizada dos saudosos blocos caricatos que representavam as comunidades de bairros. Hoje a festa é absurdamente uma sodomia, curiosamente cheia de regras para aqueles que não entendem que esta é voltada para a diversidade que aceita tudo (menos o etarismo e (com toda razão) o conservadorismo). Mas deixando de lado essas questões, vamos nos focar no álbum promovido pela Prefeitura de Belo Horizonte, que podemos chamar de uma bela ação registrando em disco um momento do carnaval musical da cidade. Aproveitamos para destacar aqui em 1987, Milton Nascimento já era motivo de enredo de escola de samba. Logo na primeira faixa temos o Unidos do Guarani apresentando seu samba enredo, “Travessia Esplendor de Uma Vida”. Vale a pena conhecer e conferir…
a.r.e.s unidos guaranis – travessia esplendor de uma vida
g.r.e.s inconfidencia mineira – chica da silva mulata
g.r.e.s. monte castelo – as minas gerais das mulatas
Abrimos fevereiro nos compactos… Começando por este promocional lançado em 1970 para O Pasquim, o memorável tabloide semanal subversivo que circulou no Brasil por quase trinta anos. “O Som do Pasquim” foi uma série fonomusical que saiu como brinde do jornal para os seus leitores. Ainda hoje é possível encontrar esses disquinhos. Aqui, temos o Trio Mocotó e Jorge Ben num registro que só consta neste diquinho. Muito legal, confiram…
Mais uma curiosidade fonomusical… Aqui temos Jonathan Gaivota, uma versão adaptada de “Jonathan Livingston Seagull”, a famosa história escrita por Richard Bach. Esta produção foi uma edição especial feita de brinde para os clientes das linhas aéreas Transbrasil. No tempo em que ainda se amarrava cachorro com linguiça, ou seja, um tempo onde se davam ao luxo de criar uma produção cara, a começar pelo lado artístico e técnico das gravações, envolvendo artistas e orquestras. Como produto final temos um álbum de capa dupla, laminado, que traz ainda um livreto com a história traduzida. A narração é de Ramos Calhelha. Participam dessa produção na parte musical Hebe Camargo e o cantor Wilson Miranda em três canções. A regência e arranjos é do maestro Moacyr Portes. Em nosso pacote, no GTM e como sempre, completo. Confiram…
Entre tantos veteranos, maestros e líder de conjuntos, músicos que fizeram parte dos anos dourados, notamos que até então nunca postamos um disco do pianista, compositor, maestro e arranjador, Fernando Gallo. Ele iniciou a carreira nos anos 50 tocando em boates da noite paulista. Gravou uma dezena de discos por diferentes gravadoras. Como compositor e por certo sendo seu maior êxito, foi o autor de “Na cadência do samba”, uma música que ficou famosa se tornando uma espécie de hino do futebol, muito por conta de ser o tema de abertura do Canal 100, aquele programa sobre o futebol que atencedia aos filmes, nos cinemas. Esta música, de autoria de Gallo, também conhecida como “Que bonito é” tinha letra de Luiz Bandeira. Ficou famosa através de Waldir Calmon que a gravou ainda no final dos anos 50 e foi a versão instrumental usada como abertura do Canal 100, nos cinemas de todo o Brasil.
O disco que hoje apresentamos, trata-se de um álbum não comercial, produzido exclusivamente para o Banco do Brasil para presentear aos seus clientes. Um lp muito bom trazendo um repertório repleto de clássicos da música popular brasileira, com se pode ver na contracapa e na lista logo a baixo. Participam dessas gravações um time de músicos também de primeiríssima, oque garante ainda mais a qualidade deste trabalho. Não deixem de conferir…
No embalo festivo de fim de ano, aqui vai mais um disco comemorativo. Desta vez temos um lp promocional com o Coral Willys, formado por funcionários da montadora de veículos, Willys Overland do Brasil, que fabricava os Jeeps e os Aero-Willys. Como se pode ver, é um disco com dois momentos, um comemorativo de fim de ano, com referências natalinas e de fim de ano. O outro lado do disco contempla algumas das mais famosas marchas e ranchos do nosso cancioneiro popular.
Aqui um disco promocional do cartão de crédito Credicard/Visa. Disco de brinde para associados, voltado para sua clientela estrangeira. Um lp exaltando o samba com autênticas batucadas, demonstração de instrumentos e baterias. Feito para impressionar turistas e marcar o samba e o carnaval como nossos melhores produtos de exportação. Curiosidades para preencher lacunas 🙂
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Depois daquele disco de compositores, Denis Brean e Oswaldo Guilherme, achei que seria bom trazer outro. Assim, temos desta vez, Sivan Castelo Neto, mais um desses grandes nomes da criação musical brasileira, compositor, produtor e publicitário. Nem vou entrar em detalhes aqui, pois o álbum que agora apresentamos faz uma varredura geral na vida e na obra de Sivan. Este lp, promocional, é sem dúvida um álbum raro e de importância fundamental para a história da nossa música popular e também da publicidade no Brasil. Sivan Castelo Neto – 60 Anos de Música foi um projeto criado em homenagem ao autor com produção de Ugo Marotta e Berto Filho, este último, filho de Sivan. Trata-se de um álbum duplo, sendo o primeiro um disco de depoimentos, com trechos originais de músicas e jingles de Sivan. No segundo disco temos uma seleção de suas músicas com diferentes artistas. Sem dúvida, um álbum que merece atenção, inclusive por ser promocional, uma produção para a Petrobrás em edição limitada e gratuita. Ainda é possível encontrar alguns exemplares pelo Mercado Livre e vale muito a pena, pois esse ainda não entrou na lista dos especuladores e se pode comprar por um preço honesto. Quer dizer, isso, até antes desta postagem, pois depois que passa por aqui a coisa muda de figura. Ainda bem que eu já tenho o meu 😉
disco 1:
depoimentos e jingles
disco 2:
tema do boneco de palha – tito madi
me faz um bem – zezé gonzaga
tema para sonata – márcia e luiz eça
se ela perguntar – maurício duboc e chiquinho do acordeon
deixei uma lágrima rolar – conjuntos nó em pingo d’agua e ugo morotta
chorar e cantar – márcia e osmar milito
rococó – marilía barbosa e chiquinho do acordeon
felicidade – zezé gonzaga e conjunto nó em pingo d’agua
quando a noite vem – tito madi, maurício einhorn e ary piasarolo
quatro letras – conjunto ugo marotta e osmar milito
vão falar de mim – helena de lima e luiz eça
brincar de amor – conjunto ugo marotta, marcio lott e don harris
Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Temos para este domingo um lp muito bem datado, prestes a completar 60 anos. Um disco calendário, do ano de 1961 (boa safra, diga-se de passagem) criado para a indústria gaúcha de roupas Renner, que em 1965 se tornaria as Lojas Renner, como a conhecemos hoje em dia. Neste lp, celebrando o ano de 1961, eles conseguiram um feito, reunir um time de artistas de vários selos para gravarem um disco realmente excepcional, onde cada faixa representa um mês do ano. Está aí uma interessante raridade para qualquer colecionador de discos de música popular brasileira, pois sendo um lp promocional, não comercial, brinde da Renner, certamente teve uma tiragem limitada e assim, poucos devem ainda existir. Outra coisa que faz este disco ser uma raridade é o fato de que temos aqui uma seleção musical composta especialmente por Miguel Gustavo para essa produção. Miguel Gustavo foi um compositor, jornalista, radialista e poeta. Já tivemos a oportunidade de postar aqui outros discos com músicas de sua autoria. Nos anos 50 ele começou compondo jingles (música para propagandas) que se tornaram muito populares, sendo ainda hoje lembrados por muitos de nós. Como compositor popular, seu primeiro grande sucesso foi ao lado de Ataulfo Alves com quem compôs “O que é que eu vou dizer em casa”, em 1947. Por certo, Miguel Gustavo foi um grande compositor popular e muitas de suas músicas são sucessos incontestáveis, os quais nem vou listar pois são muitos. E aqui neste álbum super bacana temos dele todas as faixas interpretadas por, Roberto Silva; Jorge Veiga; Lúcio Alves; Carequinha; Altamiro Carrilho; Conjunto Farroupilha; Luiz Vieira; Dircinha Batista; Sônia Delfino; Elizeth Cardoso; Jorge Goulart e Luciene Franco. E ainda, completando a obra, temos a vinheta jingle, “Roupa é roupa Renner”, com Britinho e Orquestra Columbia, no início e final do vinil. Um disco realmente dos mais interessantes. Confiram no GTM…
roupa é roupa renner – britinho com orquestra columbia
janeiro – ano bom – luciene franco, côro e orquestra
fevereiro – chegou o carnaval – dircinha batista e escola de samba
março – volta as aulas – sonia delfino, côro e orquestra
abril – marcha de brasília – jorge goulart, côro e banda
maio – dia da mães – elizete cardoso
junho – são joão – luiz vieira e banda
julho – dia da vovó – roberto silva e côro infantil
agosto – dia do papai – jorge veiga com orquestra
setembro – primavera – lúcio alves, côro e orquestra
outubro – dia das crianças – carequinha, regina e côro infantil
novembro – recordações – altamiro carrilho e conjunto seresta
dezembro – dia de natal – conjunto farroupilha
roupa é roupa renner – britinho com orquestra columbia