Ponta De Rama (1980)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Vez por outra, recebo mensagens por e-mail de pessoas falando sobre o nosso Toque Musical. Recentemente alguém escreveu: “gosto do TM por conta da variedade, de coisas tão diversas, das coisas que descubro nele. Nunca pensei que a música no Brasil tivesse tantas variantes. O Toque Musical é sempre uma caixinha de surpresas.” Esse definiu bem nossa proposta. É mais ou menos por aí…
E hoje o que temos é o grupo paulista Ponta de Rama em seu primeiro e único disco, lançado de forma independente, em 1980. Descobri este grupo/disco há pouco mais de um ano. Agradei logo de cara, pela capa. Uma capa muitas vezes já define tudo e nesse caso não foi diferente. Incrível como um disco como este não ganhou repercussão, ficou esquecido, restrito ao público orbital. E curiosamente, desde então, nunca foi redescoberto por esses ‘entendidos em discos’. Por sorte, ainda hoje é possível encontrar exemplares sendo vendidos a preço de banana no Mercado Livre e Discogs. Por garantia, comprei logo uns três, pois certamente, depois dessa postagem a galera vai começar a inflacionar e o Ponta de Rama vai virar raridade. E sinceramente, acho que merece, pois é um disco único de um grupo que não existe mais, independente e um trabalho de qualidade acima da média. Por certo é também de edição limitada. Ao que parece, chegou a ser relançado em formato cd, no início dos anos 2000.
Achar informações sobre este grupo não é fácil. Aliás, sobre o grupo não há nada, além de algumas músicas postadas no Youtube de forma aleatória. O pouco que sei é que era formado por estudantes da USP (Alex Antonelli, Chico Ribas, Flávio Pacheco de Castro, Jorge Cordeiro, Klecius Albuquerque, Luiz Milan, Oscar Torales e Paulo Bafile), hoje em dia acadêmicos, profissionais liberais. Alguns até seguiram na música ou tem ela como atividade paralela, como é o caso do Klecius Albuquerque e o Luiz Milan. A música do Ponta de Rama tem as qualidades que condizem ao seu elenco, música boa sim e acima da média. Há neste trabalho pitadas de rock rural, folk, samba… mas essencialmente é um belo disco de música popular brasileira. Vale a pena conhecer.

igrejas
luiza luiza
viva a vida
indigesto
precisavas
carta pra ontem
corta essa
amigo hermano
thais
o rio é uma rua
bossa sul realista

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Canto & Dança Do Povo De Uberaba (1984)

Boa noite a todos, amigos cultos e ocultos! Aqui temos para hoje um disco de caráter folclórico e dos  mais interessantes. Trata-se, como se pode ver nas ilustrações da capa, de um lp que reúne quatro diferentes manifestações populares de música e dança da região do Triangulo Mineiro, ou mais especificamente da cidade de Uberaba, Minas Gerais. Lançado em 1984 pela Fundação Cultural de Uberaba, temos aqui um disco de Catira, Congado, Moçambique N. S. do Rosário e Folia de Reis. Um registro valioso e importante da nossa cultura que vale a pena ter e conhecer. Confiram no GTM…

congado – minas brasil
folia de reis – paulo curi
folia de são sebastião – sebastião mapuaba
moçambique – nossa senhora do rosário
catira dos borges – moda e recortado
catira dos borges – recortado
 


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Juarez Moreira – Bom Dia (1989)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! E para ser mesmo um ‘bom dia’, só mesmo com este maravilhoso disco de um dos grandes mestres das cordas, o mineiro de Guanhães, Juarez Moreira. Temos aqui o primeiro disco solo deste compositor, violonista, guitarrista, produtor e arranjador, o álbum “Bom dia”, lançado de forma independente em 1989. Um disco onde ele conta com a participação de outros feras como Toninho Horta, Zeca Assumpção, Paulo Moura, Nenen e André Dequech. Por aí já dá para se ter uma ideia do nível da ‘coisa’. Depois deste lp, relançado em 97 em cd, Juarez já gravou mais uma dezena de discos e cada vez mais respeitado como um dos nossos grandes talentos nacionais. Vale a pena a conferida…

bom dia
depois do amor
samba pra toninho
pas de deux
baião barroco
chora jazz
valsa pra maria
diamantina
chaplin
 
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Aline c/ Toninho Horta Beto Lopes Helvius Vilela Bernard Aygaoux – Mares De Minas (1988)

Boa tarde, companheiros e amigos cultos e ocultos! Cá estamos novamente, sempre com alguns atrasos, mas sempre procurando não pular dias.
Hoje temos um disco da cantora e compositora mineira, Aline, de Montes Claros. Há algum tempo atrás nós chegamos a postar o primeiro disco dela lançado também de forma independente em 1979. Agora trazemos um outro trabalho dela, na verdade o seu terceiro disco, lançado em 1988 de forma independente. “Mares de Minas” é um disco que reúne gravações de 1985 a 87. Como se pode ver logo pela capa, Aline vem muito bem acompanhada por Toninho Horta no violão e guitarra, Bernard Aygadoux nos teclados, Helvius Vilela no piano e Beto Lopes no violão. A produção ficou por conta de Adriano Martins. No repertório há um certo regionalismo, mas no conjunto da obra o que temos um trabalho sensível e de muita qualidade. Não deixem de conferir no GTM

mar de espanha
oi no colo dele
papel maché
dois mil e indio
primeiras bicicletas
vida consagrada
infância
noite no sertão
era só começo o nosso fim
o bardo
yo digo que las estrellas
na rama da alegria
amo-te muito



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Helvius Vilela – Planalto Dos Cristais (1983)

Boa noite meus queridos amigos cultos e ocultos! Quero agradecer as dezenas, talvez porque não dizer, centena de mensagens e e-mails recebidos por conta dos 13 anos do nosso Toque Musical. Valeu demais, meus caros! Agradeço a todos, em especial aqueles que sempre colaboraram de uma forma ou de outra para que nosso projeto se mantivesse vivo até hoje. Valeu e continua valendo! 🙂
Abrindo mais ano temos, para começar, um disco nota dez. Nada como um trabalho autoral onde o artista atua em todas as frentes desde a concepção, interpretação e produção. E nesse caso não se trata de qualquer um não. Estamos falando aqui de um dos grandes músicos mineiros, o pianista, compositor e produtor Helvius Vilela, figura importante na história da música mineira e que alcançou projeção nacional graças ao seu talento. Tocou com grandes nomes da música popular brasileira. Nos anos 60 fez parte do Tempo Trio, grupo de bossa cujo disco hoje é uma raridade. Nos anos 60 ele esteve na bossa, nos 70 nos discos de muita gente da mpb em geral e nos anos 80 passa a se dedicar a música instrumental. “Planalto dos Cristais” foi seu único disco solo, realizado em 1983 numa produção independente. Acompanhado por um time de músicos também de primeiríssima ele nos apresenta um trabalho instrumental, influencias jazzísticas, eruditas e populares. Um disco muito agradável e com o inconfundível sabor mineiro. Não deixem de conferir…

soledade
fruto generoso
o coronel e o lobisomem
rua java
nove de fevereiro
planalto dos cristais
diminuto
choro
companheira


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Assis Cabral – No Samba (1980)

Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! Nadando na onda dos discos compactos, os de 7 polegadas, temos hoje mais um disquinho bacana. Quem não conhece e vê apenas pela capa há de pensar que este é mais um capricho de algum artista amador, uma produção independente sem  grandes atrativos. Mas é aí que mora o engano. Nunca devemos julgar só pela aparência, ou no caso pela capa (que por sinal eu achei bem apropriada). Nosso artista é Assis Cabral, cantor e compositor que eu também, ainda há pouco não conhecia. Fui checar no Google, mas sobre ele quase nada se pode saber além de que já havia gravado outros discos, sempre na linha do samba, forró e frevo. Não deu para certificar, mas o cabra parece ser pernambucano. Digo isso porque seus discos foram gravados de maneira independente no estúdio da gravadora pernambucana Rozenblit. Achei também uns vídeos dele no Youtube e pelo jeitão ele deve ser mesmo um nordestino da gema.
Neste compacto duplo temos dele quatro músicas, sendo que de samba mesmo são só as duas da face B e por sinal dois sambas arretados que bem nos lembra os sambas dos anos 50 e 60, tipo samba de gafieira, muito legal. Na face A, para não variar, é só forró. Quer conhecer, chega junto… Confira no GTM…

garoto do sertão
pode balançar
fiquei na mão
não sofro mais

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Grupo Pausa – Cantiga De Um Caboclo Acabrunhado (1986)

Caros amigos cultos e ocultos, boa noite! Eis que hoje temos aqui um disco com o Grupo Pausa, vencedor do Festival Itabirano da Canção. Um evento que aconteceu ao longo de três dias de julho de 1986 na cidade de Itabira, Minas Gerais. Neste festival o Grupo Pausa levou o primeiro lugar com a música “Cantiga de um caboclo acabrunhado”. Como parte da premiação ganhou a chance de gravar este disco, o qual embora seja um vinil de 12 polegadas, tem apenas duas canções. (Nos anos 80 o compacto foi gradativamente dando lugar o disco no formato lp, foi quando apareceram os discos mix, EPs)…

cantiga de um caboclo acabrunhado
boi balaio


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Júlio E Zéfeliciano (1987)

Olá, meus amiguinhos cultos e ocultos, boa noite! Aqui voltamos a normalidade de nossas postagens, trazendo a cada dia uma novidade. Outros sertanejos em breve voltarão, não se preocupem…
Hoje eu tenho para vocês um lp independente, produção mineira lançada nos anos 80. Temos aqui a dupla Júlio e Zéfeliciano, mineiros de Teófilo Otoni. Lançaram em 1987 este lp de forma independente. O disco chegou até a ser tocado em algumas rádios de Belo Horizonte. Depois eles sumiram, parece não terem dado continuidade ao trabalho em dupla. Nos anos 2000 eles voltaram a gravar, lançando um cd. Contudo, hoje em dia, não sei se ainda estão na ativa. Mesmo assim, não vamos deixar de prestigiar aqui este trabalho autoral que é bem bacana. Confiram no GTM…

vice-versa
asa delta
coisa maluca
criaturas abissais
ponte de arco-íris
iluminação
pena natureza
sócio beócio capadócio
terceiro mundo
filho da terra
 

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4º Encontro De Corais Mineiros (1986)

Boa noite prezados amigos cultos e ocultos! Eis que em meio, ou já nos ‘finalmentes’ apareceu mais um disco da série de Encontro de Corais Mineiros. Aqui temos o quarto volume, lançado em 1986. Conforme nos fala o texto de contracapa, “o quarto álbum da série documenta a atuação dos grupos participantes do 4. Encontro Mineiro de Corais, realizado em setembro/outubro de 1985. Esse evento envolveu apresentações, oficinas e laboratórios onde participaram centenas coralistas e regentes. E como não poderia deixar de ser, produziram também o lp, este também um álbum duplo com os vários corais de Minas Gerais. O repertório, como podemos ver, traz como destaque o canto coral do Barroco Mineiro, mas também cabe a música popular em seus diversos clássicos. Um disco gravado ao vivo e bem bacana. Vale conferir…

te deum – coral vivace – belo horozinte
donine jesu – coral lorenzo fernandez – montes claros
hodie per totum mundum – coral waldemar baptista – sabará
popule meus – coral waldemar baptista – sabará
miserere – coral julia pardini – belo horizonte
pange lingua – coral pró-música – juiz de fora
vexila regis – coral pró-música – juiz de fora
popule meus – corpo coral da copasa – belo horizonte
stabat mater – coral  soremi – belo horizonte
pange lingua e tantum ergo – coral fafi-bh – belo horizonte
venite adoremus – madrigal schola cantorum – uberlandia
conceptionem – coral cantamor – juiz de fora
crux fidelis – coral instituto newton paiva – belo horizonte
bajulans – coral professor guilherme lage – belo horizonte
surrexit dominus – coral monlevade – joão monlevade
tantum ergo II – coral sociedade mineira dos engenheiros – belo horizonte
ó quam tristis – coral ars nova – belo horizonte
pé de vento – coral infantil waldemar baptista – sabará
gago apaixonado – coral vivace – belo horizonte
romaria – coral lorenzo fernandez – montes claros
verde mar coral waldemar baptista – sabará
arca de noé – coral julia pardini – belo horizonte
galo preto – coral pró musica – juiz de fora
três cantos nativos dos índios kraó – corpo coral da copasa – belo horizonte
cio da terra – coral soremi – belo horizonte
sertaneja – corpo coral fafi-bh – belo horizonte
caçador de mim – coral cantovivo – belo horizonte
as pastorinhas – madrigal schola cantorum – uberlandia
anima – coral cantamor – juiz de fora
nobreza – coral do instituto newton paiva – belo horizonte
canção da américa – coral monlevade – joão monlevade
ave maria – coral da sociedade mineira de engenheiros
jubiabá – coral ars nova – belo horizonte



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Coral Santa Clara – Canta Serestas Vol. 4 (1986)

E aí, meus amigos cultos e ocultos… Como disse, aqui temos mais um disco do Coral Santa Clara, este, o volume 4, sem dada, mas certamente de 1986. Nesta volume já não contamos mais com a participação de Waldir Silva, mas o nível continua apuradíssimo e o coral vem acompanhado por músicos bambas, do Clube do Choro de Belo Horizonte. E mais uma vez temos um repertório seresteiro, sob o comando de Irmã Betânia. Confiram o disco, vocês vão gostar 🙂
 
sertaneja
gente humilde
rosa
as pastorinhas
gotas de lágrimas
cadeira vazia
malandrinha
guacira
as rosas não falam
a pequena cruz do teu rosário
 
 

Coral Santa Clara – Canta Serestas Vol 2 (1984)

Bom dia, minha gente, amigos cultos e ocultos! Hoje nosso encontro é com o Coral Santa Clara, um grupo vocal formado em Belo Horizonte por religiosos católicos, possivelmente nos anos 70. Achar informações sobre este coral não é nada fácil, pois para começar existem outros corais com o mesmo nome. O pouco que temos falar deste coral é o que podemos encontrar na contracapa deste disco que aqui apresentamos. O Coral Santa Clara, nos anos 80, se apresentava aos domingos no programa “A Santa Missa em Seu Lar” pela Rede Globo de BH. Tinha como regente a religiosa Irmã Betânia e um contingente de até vinte elementos, incluindo os músicos e no qual destacamos também a presença do cavaquinista Waldir Silva. O coral gravou inicialmente um compacto duplo com quatro músicas de serestas: “Linda flor”, de Cândido Costa e Henrique Vogeler; “Felicidade de caboclo”, de Pexincha e Gino Alves; “Tardes de Lindóia”, de Zequinha de Abreu e “Velho realejo”, de Sady Cabral e Custódio Mesquita. Essas mesmas músicas foram incluídas neste lp, lançado posteriormente em 1984. E como podemos ver trata-se de um repertório essencialmente  de serestas, como nos indica o título. Na sequencia de nossas postagens vou trazer também um outro volume que tenho aqui, pois o Coral Santa Clara chegou a gravar mais discos. Vamos conferir aqui e aguardar o próximo, ok?

carinhoso
bodas de prata
abismo de rosas
ave maria do morro
velho realejo
tardes de lindóia
felicidade de caboclo
linda flor
amor de mãe
minha terra
a deusa da minha rua


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Orquestra Brasileira De Câmara E Coro De Belo Horizonte – Concerto De Mariana (1984)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Enfim chegamos a mais um começo de mês e a programação por aqui não pára. Nesta semana vamos nos dedicar aos discos de corais, música de câmara e outros quitutes do gênero. Taí uma série que creio, nunca postamos por aqui. Ou já? São tantas emoções  que as vezes, só checando no index. Mas por certo, os discos que irei postando são novidades por aqui.
Começo então trazendo o ‘Concerto de Mariana’, um disco muito especial, pois celebra a restauração e o retorno do antigo órgão da Catedral de Mariana (MG). Obra prima do barroco alemão, esse órgão é um dos poucos que ainda existem no mundo. Foi construído por volta de 1700, possivelmente pelo mestre organeiro Arp Schnitger. Chegou ao Brasil e foi instalado na catedral em 1753. Acompanhou durante quase dois séculos a evolução da música sacra no Brasil. Ao logo do tempo ele foi se desgastando e acabou não tendo as devidas manutenções de preservação. Foi ouvido pela última vez em 8 de dezembro de 1937. Somente no final dos anos 70, através de financiamento de empresas alemãs aqui no Brasil que este órgão começou a ser restaurado. Sua máquina foi levada para a Alemanha onde foi totalmente reparada. 47 anos depois, no mesmo dia 8 de dezembro, no ano de 1984, o órgão voltaria a ser ouvido, dia glorioso da Conceição de Nossa Senhora. Nesta data memorável, o órgão de Mariana, foi apresentado sob os acordes da “Missa em Fá Maior’, de José Emérico Lobo de Mesquita e o “Concerto n. 4 em Fá para Órgão e Orquestra”, de Haendel, também peças de Bach e Vivaldi executadas pelo organista francês, François Chapelet, que foi acompanhado pela Orquestra Brasileira de Câmara e Coro, sob regência do maestro Michel Cordoz. Confiram este disco no GTM…

missa em fá maior, de joaquim emérico lobo de mesquita
concerto n. 4 em fá maior, opus 4 para órgão e orquestra, de georg friedrich haendel
ladainha in honorem beatae mariae viginis, de joaquim emérico lobo de mesquita
beatus vir (salmo III) para solistas, dois coros e duas orquestras, de antonio vivaldi
concerto duplo em ré menor para violino, oboé e orquestra, de johann sebastian bach

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Sandra Rozados (1989)

Olá, amigos cultos e ocultos! Nesta semana que passou eu me deparei com este disco. Me chamou a atenção pela capa, a frente é em alto relevo, coisa que nunca tinha visto num lp. Diferente, quis ouvir. Infelizmente o exemplar que eu tinha não trazia encarte, o que limitou as informações sobre a cantora. Sandra Rozados é o nome dela, mas difícil foi achar algo sobre ela. Ao que parece, gravou apenas este disco. Projetos independentes tem disso. Descobri apenas que ela é uma cantora baiana e que fez parte de grupos de artistas como Geronimo, Luiz Caldas e Carlinhos Brown. Se tivesse essa informação antes de ouvir o disco pensaria que se trata de mais uma cantora de Axé ou coisa baiana parecida, mas Sandra Rozados passa longe, ou talvez não lembre em nada essas coisas. Com um tom de voz que lembra muito outra cantora dessa mesma época, a Marina, traz um repertório bacana, arranjos e instrumental também de surpreender. Vale a pena conhecer…

navio e navegante
chave
quero porque quero
trem doido
vai a luta
mais amor
asa delta
régia vitória
tipo navalha
sangue e som

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Solange Kafuri – O Canto Que Trago (1983)

E aí, amigos cultos e ocultos, como vamos? Nossa mostra musical feminina está rendendo e ainda temos muito a apresentar. Basta para tanto que vocês fiquem ligados, pois nossos links tem um prazo curto e não temos reposição dos mesmos no Grupo Toque Musical.
Continuando com as cantoras, desta vez temos Solange Kafuri em seu único disco, “O canto que trago”, produção independente , de 1983. E como se pode ver logo na contracapa, temos neste disco um repertório curto, mas da melhor qualidade, com músicas de grandes compositores. Não bastasse, ela vem apoiada por uma dezena de músicos instrumentistas de primeiríssima linha, o que garante de vez alto nível deste trabalho. Embora tendo uma formação musical e durante os anos 80 tenha sem apresentado em shows, Solange Kafuri preferiu atuar na área de produção artística, se tornando uma das mais importantes produtoras, tendo em sua trajetória profissional uma lista enorme dos melhores espetáculos de música popular brasileira.

capataz
doce ilusão
o canto que trago
fotos e risos
resgate
luanda
trilha sonora
mariana
homenagem ao mestre cartola

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Leila Pinheiro (1983)

Boa noite, caros amigos cultos e ocultos! Hoje e pela primeira vez temos um disco da Leila Pinheiro. E não por acaso apresentamos o seu primeiro trabalho, gravado logo no início dos anos 80. O lp é uma produção independente, dirigida por Raymundo Bittencourt. Traz um repertório com doze canções de diversos grandes compositores. Para melhorar ainda mais e mostrar o nível da moça, seu disco conta com a participação de uma dezena de músicos de primeiríssima linha, gente como Tom Jobim, Toninho Horta, Joel Nascimento, Gilson Peranzzetta, Alberto Arantes, Francis Hime, João Donato e muitos outros… Não bastasse, a contracapa vem com um texto de apresentação da cantora feito por Billy Blanco.
Leila Pinheiro é do Pará. Cantora, compositora e pianista. Uma artista de muito talento, com mais de 20 discos gravados. Respeitada mundialmente como um dos grandes nomes da nossa música popular brasileira. Este seu álbum de estréia é ímpar e hoje em dia pouco conhecido. Belíssimo trabalho que vale conferir…

tudo em cima
bons amigos
vai ficar no ar
coração vagabundo
falando de amor
a porta
lua de cetim
espelho das águas
mãos de afeto
passarinha
cão sem dono
nossa rua
 

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Elizeth Cardoso – Ary Amoroso (1989)

Muito boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje estou trazendo para vocês um disco bem bacana no qual temos em destaque duas grandes figuras: a cantora Elizeth Cardoso e o compositor Ary Barroso. Trata-se de um álbum não comercial, de tiragem limitada, feito de encomenda para uma fábrica de móveis presentear os seus clientes.(época das vacas gordas, lembram?). A produção deste lp ficou a cargo de Hermínio Bello de Carvalho, o que faz este trabalho ser ainda mais especial. Elizeth mais uma vez brilha como nunca. Discão imperdível. Confiram no GTM..

inquietação
faixa de cetim
na batucada da vida
camisa amarela
folhas mortas
trapo de gente
ocutei
tu
pra machucar meu coração
por causa desta cabôca
no rancho fundo
caco velho
as três lágrimas
inquietação
 

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Ester Mazzi – Explicação (1989)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Fazendo jus às nossas tradições de ter sempre aqui o que não se vê muito por aí, temos para hoje a cantora e compositora Ester Mazzi, artista de que teve sua formação e base no Espírito Santo, ou mais exatamente Vitória, onde vivia e era reconhecida como a ‘musa do jazz capixaba’. Ela nasceu em Nova Friburgo, RJ, mas ainda na infância mudou-se para o Espírito Santo, o que a faz ser uma autêntica artista capixaba. Ao longo de sua carreira gravou uns cinco discos. “Explicação”, lp gravado de forma independente, foi seu primeiro trabalho lançado em 1989. É um disco muito intimista com músicas curtas, onde ela canta e toca acompanhada de apenas outro artista, Chrysio Rocha. Ester era dona de uma voz singular. Segundo contam, o João Gilberto dizia que ela era ‘a voz mais caliente do Brasil’. Infelizmente faleceu, aos 71 anos, em 2016.
Não percam a chance de conhecer o trabalho desta artista, pois vale a pena. Confira no GTM…

body & soul
i’ll remember april
caso banal
recifes harmoniais
etc.
ilhas do sul
laura
lover
amar você
explicação

Paraguay Brasil – Guarânia A Canção Sem Fronteiras (1979)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Temos hoje um disco especial, produção não comercial e limitada, lançada no final dos anos 70. Um álbum promocional criado como brinde comemorativo para a Itaipu Binacional, em seus cinco anos de atividades. Como podemos ver logo pelo título e capa, o disco nos apresenta um gênero musical que está presente tanto no Brasil quanto no Paraguai, de onde se originou, a guarânia. É um trabalho caprichado, traz um encarte em forma de livreto com textos de Maurício Cardoso Ocampo e José Ramos Tinhorão, este último, um dos mais importantes pesquisadores da música brasileira, responsável pela produção deste álbum. Taí, mais um disco que vale a pena conhecer. Confiram no GTM…
 
lejanía (meu primeiro amor) – ramon cáceres
recuerdos de ypacaraí – los indolatinos
ña ne arambojha – magno soler y su conjunto
mi dicha lejana – jorge cácere e quinteto victoria
regalo de amor – los troveros de america
índia – los hermanos perez
moreninha de itaipu – carlos césar e ramon cáceres
se for pra medir saudade – emílio escobar
felicidade – raul torres e florêncio
quero beijar-te as mãos – irmãs galvão
guarânia da lua nova – cascatinha e inhana
saudade – neneco norton
 
 
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EMB – Enciclopedia Da Música Brasileira – Erudita Folclórica Popular (1978)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Espero que estejam todos seguindo a linha do bom senso, FIQUE EM CASA! Aproveitem o tempo para ler, ouvir música, colocar em dia aquilo que tem sempre sido adiado. Certamente não há de falta coisas boas para se fazer.
E falando em coisas boas, uma boa dica pode ser a EMB – Enciclopédia da Música Brasileira – Erudita, Folclórica, Popular. Como leitura vocês poderão encontrar para comprar o livro do pesquisador Marco Antônio Marcondes, lançado em 1977. É dele este importante trabalho que nos serve de guia, assim como outros, quando buscamos informações precisas sobre um determinado item histórico sobre a música brasileira. E como parte dessa sua produção tem também este box com dois lps, lançados em 1978, que já é mais difícil de achar e por isso mesmo está aqui, no Toque Musical. Nele temos dois lps nos quais são apresentados, no primeiro, de 77, um pouco da nossa música folclórica, de raízes regionais/sertaneja e no segundo disco, de 78, temos o grande violonista Toquinho (com violão de emprestado por Tom Jobim, segundo nota na ficha técnica) interpretando obras de Villa Lobos e também chorinhos diversos, que representaria aqui o popular. Sem dúvida um trabalho fonográfico interessantíssimo e raro de se ter e ouvir. Creio que talvez poucos o conheçam. Eis aqui a oportunidade. Não deixem de conferir no nosso GTM.

astúcia de negro velho – cornélio pires
jorginho do sertão – cornélio pires
no mourão da porteira – raul torres e florêncio
horóscopo – alvarenga e ranchinho
canoeiro – tonico e tinoco
guarânia da lua nova – cascatinha e inhana
ciriema – irmãs castro
cochilou cachimbo cai – tião carreiro e pardinho
cavalo preto – palmeira e luizinho
sarita – pedro bento e zé da estrada
chitãozinho e xororó – nonô e naná
nova flor – bia e dino franco
caminho do céu – caçula e marinheiro
suite popular brasileira, de villa lobos – toquinho:
mazurca
schottich
valsa
gavotta
chorinho
gracioso, de garoto
interrogando, de joão pernambuco
brasilliance, de laurindo de almeida
choro da saudade, de agustin barrios

 

Acidente – Fim do Mundo (1983)

Muito bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Por certo os amigos não irão estranhar a diversidade fonomusical. Um dia tem samba, outro tem tango, outro erudito, outro rock… Um verdadeiro drops sortido, onde a cada bala é um sabor. Nosso Toque Musical é assim mesmo, cheio de surpresas.
Hoje tenho para vocês um disco independente da banda carioca, Acidente, lançado em 1983. Há quatro anos atrás eu havia postado aqui um outro disco da banda, o “Guerra Civil”, de 81. Agora eu trago eles de volta neste álbum, “Fim do Mundo”. Um título bem sugestivo para o momento atual pelo qual estamos passando. Aliás, neste lp, muitas das músicas cabem bem nos dias de hoje, títulos e letras que falam de situações trágicas, temas que refletem e serviriam de trilhas para o que estamos vivendo. Contudo, não é algo baixo astral, até porque a banda tem uma pegada divertida e bem rock’n’roll. Na postagem que fiz do outro disco, creio que fui meio injusto com a turma, prá não dizer leviano. Me faltou mais atenção para ouvir o Paulo Malária e sua trupe. Devo admitir, o Acidente é uma banda bem legal. E quando digo isso no presente é porque ainda hoje eles continuam na ativa. Embora não tenham conseguido o reconhecimento que merecem, estão por aí se divertido, tocando e produzindo outros trabalhos. Vale a pena conhecer, ou relembrar…

a lua
melô de miguel pereira
triste sina
sociedade do mal
corpos e pratos
clube 34 blues
a sua mãe morreu
conferência em havana
dança
3. charrão
guerra civil
perdido num mundo de sonhos
baile black
eu vou vazar
diga o nome do senhor
 
 
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Saldanha Rolim – Forró For All (1994)

Olá, amigos cultos e ocultos! O TM destaca hoje o trabalho de um cantor e compositor pertencente a uma segunda geração de cantores e compositores nordestinos que, no início dos anos 1980, se lançaram no sul do Brasil: Saldanha Rolim. Cearense de Panambu, criado em São Luís do Maranhão, já aos dezessete anos de idade ele participava de movimentos culturais no Nordeste, especialmente no Maranhão e Ceará. Foi num seminário de frades franciscanos em Fortaleza que aprendeu as primeiras noções de música e a tocar violão. Daí, talvez, a fórmula de sua música, que tem como ingredientes o amor, a paz, a ternura e sobretudo a alegria, com notória influência de dois mestres do cancioneiro nordestino, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Depois de se apresentar em várias cidades nordestinas, em 1980 Saldanha Rolim foi para São Paulo, e começou a se destacar com seus shows vibrantes, fazendo circuitos universitários e aparecendo em programas de TV. Em pouco tempo, ele criou um estilo próprio ao dar um sotaque novo à rítmica nordestina. Na capital paulista travou contato, entre outros, com Geraldo Vandré, que em 1984 o convidou para participar do show “Das terras de Benvirá”, realizado na cidade de Puerto Stroessner, no Paraguai. Na ocasião, conheceu o cantador mineiro Saulo Laranjeira, de quem se tornou parceiro e passou a conhecer o estado de Minas Gerais, realizando shows em 120 cidades e no qual passou a morar. Gravou seu primeiro álbum, o LP “Rosa miúda”, em 1988. Em 1999, realizou uma turnê pela Itália, apresentando-se como representante do Brasil em nove festivais de verão daquele país ao lado da Família Alcântara, grupo afro-mineiro, com shows nas cidades de Gênova, Milão, Turim e Nápoles, entre outras. Em 2001, apresentou-se em Toronto, no Canadá, e, em 2007, em Portugal, na cidade de Serpa. Um ano depois, novamente em Portugal, apresentou-se nas cidades de Serpa e Caminha com seu espetáculo “Saldanha Rolim e os Tambores de Cantaria”, que já havia percorrido vinte cidades brasileiras em 2005. Em 2011, apresentou-se em dez cidades mineiras com o espetáculo “Saulo Laranjeira e Saldanha Rolim cantam Vandré e Gonzagão”. Este “Forró for all” é o terceiro dos cinco álbuns (até agora) da carreira de Saldanha Rolim, lançado em 1994, já na era do CD.  O título é referência à possível origem inglesa da palavra forró (outras fontes dizem que o termo se originou da corruptela de “forrobodó”, que tanto significa baile popular quanto confusão ou briga).  São onze faixas da mais alta qualidade (houve uma edição para o mercado internacional, com 17 faixas), que mostram por que Saldanha é um dos melhores artistas nordestinos da atualidade. É forró para todos, como quer dizer o título, em mais um trabalho merecedor de nosso Toque Musical. Não deixem de conferir no GTM. 

gosto veneno
pimenta morena
cacimba do meu amor
cana caiana
pot pourri
namoro novo
dendalei
bela menina
lua rei
baton
tô de olho



*Texto de Samuel Machado Filho

Eleny Galvan – Presença (1990)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Seguindo em nossa saga musical, temos para hoje a cantora Eleny Galvan. Um nome que talvez seja pouco conhecido do grande público e talvez por isso mesmo, aqui no Toque Musical, mereça o nosso destaque. Eleny Galvan é uma excelente cantora e compositora mineira. “Presença” foi seu primeiro disco e este gravado em Belém do Pará, onde morou por um tempo. O álbum foi produzido por Paulo André Barata que também participa do disco no acompanhamento e arranjo. No lp não consta, infelizmente, a data de lançamento, mas tudo leva a crer que foi no início da década de 90 (me corrija, Eleny, se eu estiver errado). No repertório ela canta músicas de sua autoria e também de outros compositores, tanto mineiros como paraenses. É um trabalho bem bacana que nos revela uma grande cantora, tanto assim que traz na contracapa o reconhecimento de quem entende do assunto, gente da música. Ao ouvir “Presença”, logo se percebe as qualidades e potencial dessa cantora. De volta a Minas Gerais, ela continuou seu caminho musical vindo na sequencia a gravar outros discos. Ao que parece, ela gravou mais uns três cds. No Youtube é possível conhecer esses outros trabalhos, que são também muito interessantes. Talvez, numa próxima oportunidade possamos aqui trazer mais coisas dela. Não deixem de conferir no GTM…

toda manhã
o sonhador
azura
presença
caminhos do rei
vamos
desacalanto
don chicote
depois do amor
jeito de viver
 
 
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Francisco Mario – Dança Do Mar (1988)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez marcando presença em nossa praça, trago o compositor mineiro Francisco Mário em um disco póstumo, lançado logo após o seu falecimento, em 1988. Na verdade, Chico Mário deixou antes de sua morte um vasto material inédito que acabou gerando novos discos, que foram editados ao longo dos anos seguintes. “Dança do Mar” foi o primeiro, lançado pela família, de forma independente. Este trabalho foi concebido como um autêntico álbum/livro, uma produção luxuosa cujo o encarte, em forma de libreto, trazia poemas de Dorival Caymmi e ilustrações de pinturas de Lobianco. O disco se divide em sete momentos: Verão, Outono, Inverno, Primavera, Calmaria, Amanhecer e Tempestade. Foi lançado meses depois em um show na Sala Cecília Meireles que contou com a participação de grandes nomes como Antonio Adolfo, Rafael Rabello, Rique Pantoja, Mauro Senise e o grupo Galo Preto. Este disco voltou a ser relançado, creio que em formato digital, alguns anos depois e também foi lançado no exterior. Confiram no GTM esse maravilhoso trabalho…

verão
outono
inverno
primavera
calmaria
amanhecer
tempestade

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Emmanuel – Qual Será O Amanhã Da Nossa Flor (1994)

Boa noite, amiguíssimos cultos e ocultos! Falávamos antes sobre discos de vinil obscuros e isso é o que não falta no campo dos independentes. E entre esses há de tudo e para todos os gostos. De caprichos pessoais a obras de verdadeiro interesse fonográfico. Passeando entre essa obscura e curiosa produção independente mineira encontrei este lp. Pelo nome do artista, Emmanuel, pensei também que fosse mais um disco de temática Espírita. Mas bastou ler a contracapa e evidentemente ouvir o disco para perceber que não tem nada a ver. Trata-se apenas de um trabalho autoral e por certo, amador. Como se pode ver pela contracapa, todas as músicas e arranjos são do próprio artista. Ele conta com a participação do Vermelho, músico integrante do 14 Bis. O disco foi gravado na Bemol, por tanto tem boas referências e já nos convida a escutar. Pessoalmente, achei boas as músicas e as letras, porém os arranjos são um tanto pretensiosos, com muitos teclados eletrônicos, buscando um pop que não se sustenta. Mesmo assim, não deixa de ser curioso para quem como nós escuta música com outros olhos. O importante é assim, variado… 🙂

qual será o amanhã da nossa flor
primavera
espaço nave
ninho de amor
america do sul
sereia
sedução
asa delta
além do além
iracema
pajuçara
aroma



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Emilio Pieroni – Conselhos do Além (1993)

Bom dia a todos os amigos cultos e ocultos. Como todos sabem, nosso Toque Musical é ‘um espaço para quem escuta música com outros olhos’, ou seja, um lugar onde cabem todas as manifestações fonomusicais e em especial aquelas feitas no Brasil. Vez por outra gostamos de ter discos diferenciados, de raro acesso por conta principalmente de serem produções independentes, de pequenas tiragens e até mesmo pela curiosidade de seus conteúdos. Já postamos aqui discos ligados a temática religiosa, mas creio que esta seja a primeira vez que publicamos um disco relacionado ao Espiritismo. “Conselhos do Além” foi um disco gravado pelo violonista e compositor mineiro Emílio Pieroni, em 1993. Trabalho autoral e inspirado na leitura do livro “Nosso Lar”, de André Luiz – psicografado por Chico Xavier. O disco traz belas melodias e mensagens sempre positivas, repertório frequente nos encontros do Grupo da Fraternidade Irmã Ló. Confiram no GTM…

conselhos do além
luz guardiã da noite
pivete não, irmão
amor e busca
será feliz
o homem de bem
renovar
ao cantarmos
eterno almir



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Geraldo Vianna – Grilos No Campo (1989)

Olá amiguíssimos cultos e ocultos! Há alguns anos atrás eu postei este disco do violonista mineiro Geraldo Vianna aqui no Toque Musical, o belíssimo trabalho “Grilos no Campo”, lp lançado em 1989, de maneira independente. Postei, mas de forma bem impessoal e hoje, verificando, achei que ficou mesmo muito incompleta. Este disco foi lançado em 1989, de forma independente. Foi seu primeiro lp, abrindo uma sequencia para mais outros 19 discos, até esta data. Trabalho instrumental de primeiríssima como composições próprias e também músicas de Tavinho Moura, Milton Nascimento e Fernando Brant, Garoto e Gilberto Gil. Ele vem acompanhado por Ivan Corrêa no contrabaixo; Lincoln Cheib na bateria; Márcio Batista e Ricardo Cheib na percussão. A música “Grilos no Campo” foi premiada no Festival de Música Popular de Avaré, SP.
Geraldo Vianna além de violonista e compositor é também arranjador, pesquisador e produtor musical, tendo em seu currículo trabalhos de produção de grandes artistas mineiros, espetáculos musicais para teatro e cinema. Sem dúvida, um grande talento mineiro. Não deixem de conferir no GTM.

baião da volta
choro no beco
de dentro de mim
domingo no parque
grilos no campo
gente que vem de lisboa
carioquinha
san vicente

 

Gauguin – O Outro Lado Do Tempo (1985)

Boa tarde, caríssimos amigos cultos e ocultos! Estou trazendo hoje para vocês este disco, produção independente, primeiro lp do músico e produtor mineiro Marcos Gauguin. Para os que não conhecem, Gauguin faz parte da cena musical belorizontina, hoje um repeitadíssimo produtor. Participou da banda Sagrado Coração da Terra e também do projeto Sargent Peppers, uma das melhores bandas cover dos Beatles. Tem participação em discos de diversos artistas mineiros. Também atuando como produtor, foi responsável por boa parte dos lançamentos das primeira bandas de heavy metal de Minas, através da Cogumelo, lendária loja e editora mineira de onde saíram, entre muitas, as bandas Sarcófago e Sepultura. Gauguin também produziu discos de outros artistas e bandas famosas, como o Skank. Neste seu lp temos um trabalho totalmente autoral, sendo algumas parcerias com Chico Amaral, Paulo Horta e Afonsinho. O disco foi gravado no estúdio do João Guimarães, baterista do Kamikaze, que também participa em quase todas as faixas, juntamente com o Chico Amaral. Confiram este ‘esquecido’ no GTM.

melhor assim
tudo ou nada
uma canção
estação de trânsito
nuvens
telefone
constelação
o outro lado do tempo
quarto crescente
 


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Perinho Santana – Falsamente Suave (1982)

Olá, amigos cultos e ocultos! O Toque Musical apresenta hoje o primeiro dos dois únicos álbuns-solo gravados pelo cantor e guitarrista baiano Péricles Bastos de Santana, o Perinho Santana, “Falsamente suave”, lançado em 1982. Também compositor, arranjador e produtor musical, Perinho nasceu em Salvador, Bahia, em 1949, e tocou com artistas de peso da MPB, tais como Raul Seixas, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Marisa Monte, Gal Costa e Luiz Melodia. Foi este último, aliás, que Perinho acompanhou por mais tempo, estando presente em boa parte da carreira do cantor e compositor. Eles foram parceiros nas músicas “Só” (“Mesmo se tudo juntar por aí/ em nós, o só há de sempre existir”) e “Sonho imaginação”, esta última no presente álbum. O último trabalho de Perinho Santana foi com o grupo O Síndico, com ex-integrantes da banda de apoio de Tim Maia. Perinho faleceu em 30 de novembro de 2012, no Rio de Janeiro, aos 63 anos, de parada cardíaca. Mas estará sempre na lembrança de todos aqueles que apreciam o que é bom. Neste disco, são oito faixas com música da mais alta qualidade. Além da já mencionada “Sonho imaginação”, há ainda parcerias com Caetano Veloso (“Nem sonhar”) e Paulinho Zdanowski (“Forte ilusão”), sendo as demais composições sem parceiros. E Perinho ainda faria mais um disco além deste, o CD “Amor de verdade”. Enfim, este é mais um trabalho de primeiríssima linha, merecedor desta postagem do nosso blog. Confiram!

nem sonhar
coração
o teu olhar
l-5
falsamente suave
sonho imaginação
tema do céu
forte ilusão
 

*Texto de Samuel Machado Filho 

Mário Lúcio de Freitas – Gota Mágica (1981)

Boa noite prezados amigos cultos e ocultos! No último momento, antes de soarem os gongos, aqui estamos com a postagem do dia. Temos um disco independente, “Gota Mágica”, trabalho muito bacana do músico, compositor e arranjador Mário Lúcio de Freitas. Um álbum autoral de cabo a rabo, músicas e letras, arranjos e regências e porque não, também a produção. Acredito que este tenha sido seu único disco antes de partir de vez para a publicidade, criando jingles e trilhas. Ele foi o responsável por vinhetas famosas de programas como o seriado infanto juvenil Chaves, desenhos animados como Cavaleiros do Zodíaco e Sailor Moon. Fez trilhas para novelas do SBT e também dublagem. Antes disso, porém, ele fez parte das bandas The Jet Black’s, The Beatnicks, Os Incríveis, Os Iguais e outros grupos de bailes.. Gota Mágica além de título do seu disco passou também a ser o nome de seu estúdio, onde gravou trilhas e discos para programas infantis como Bananas de Pijamas e Dragon Ball. De tudo, uma coisa eu garanto, este disco é o lado mais artístico de um profissional da publicidade. Boa letra e boa música. Não deixem de conferir no GTM.

gota mágica
confiar é fatal
novo encanto
o sistema
o amanhã não vem
cordel
ai que bom
piada
escorpião
sonhos de autista

 

O Ciclo Vargas – Um Visão Através Da Musica Popular (1983)

Olá, amigos cultos e ocultos! Esta postagem de hoje do Toque Musical é um LP duplo da série “Uma visão através da música popular”, produzida pelo Sesc em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, a mesma da qual apresentamos anteriormente o disco dedicado à Revolução de 1932. Desta vez, é abordado o longo período em que Getúlio Vargas governou o Brasil, tanto que várias de suas faixas já foram apresentadas nos dois volumes da coleção Grand Record Brazil sobre a Era Vargas, cujas resenhas foram de minha responsabilidade, e nas quais vocês poderão encontrar maiores informações sobre esse importantíssimo período da história do Brasil. O disco ainda apresenta duas paródias fazendo referência a Getúlio, das músicas “Taí” e “Gosto que me enrosco”, com o coral da gravadora Eldorado, e o samba-enredo “61 anos de República”, apresentado pela escola Império Serrano em 1951, mas só gravado em 1976. Enfim, um documento histórico que o TM põe à disposição.

harmonia harmonia
comendo bola
g-e-gê (seu getúlio)
gosto que me enrosco
taí
a menina presidência
glórias do brasil
onde o céu é mais azul
é negócio casar
o sorriso do presidente
brasil brasileiro
diplomata
salve 19 de abril
palacete do catete
salada política
ai! gegê
juramento de getúlio vargas na posse de presidente 1951
setenta e um anos de república
ministério da economia
coisa modesta (gegê)
trabalhadores do brasil
se eu fosse o getúlio
ele disse
hino a getúlio vargas



*Texto de Samuel Machado Filho