Trio Esperança – Nós Somos O Sucesso (1963)

Olá, amigos cultos e ocultos! Passada a febre pop rock dos anos 80 e 90, é hora de mergulharmos de volta ao velho baú. Hoje a escolha foi meio que aleatória, eu simplesmente puxei do fundo o primeiro disco que peguei. Olha só o que veio: Trio Esperança. Legal demais, né não? É isso aí… quem espera sempre alcança.
Temos aqui o primeiro disco deste grupo nascido no Rio de Janeiro no final dos anos 50. O Trio Esperança era formado pelos irmãos Mário, Regina e Eva Correia, essa última, em 1969 partiu para carreira solo, se tornando Evinha. Em seu lugar entrou a Marisa, a irmã caçula. O trio gravou inicialmente um compacto com as músicas “Filme triste” e “O sapo”, o qual fez muito sucesso, alavancando este primeiro álbum que trazia também outras versões de sucessos internacionais. Embora seja um lançamento de quase 50 anos atrás, ainda hoje podemos encontrar relançamentos e coletânea do grupo. Os irmãos Correia são mesmo de uma família talentosa, de lá veio também os Golden Boys, formados na mesma época e também como mesmo sucesso. Confiram o toque…

o sapo
bolinha de sabão
pobre barquinho
ensinando a bossa nova
nada a nos separar
filme triste
olhando para o céu
o passo do elefantinho
um pequeno nada
pombinha triste
tua

Finis Africae (1986)

Olha aí, mais uma banda interessante dos anos 80. O Finis Africae nasceu em Brasília em 1984 e teve um relativo sucesso, chegando a emplacar algumas músicas ‘na parada’. Antes porém, eles tiveram um EP que antecipava o álbum completo. Acho que não chegaram a gravar outro disco além de um cd ao vivo, que eu não escutei, mas acredito que não tenha novidades. Me parece também que eles tentaram um volta seguindo na mesma trilha de outras bandas da época. Estou vendo aqui agora que eles continuam ativos, pelo menos no MySapce. Taí, uma banda que ouvindo hoje me soa bem mais agradável.

deus ateu
vícios
chiclete
mentiras
a última do lado a
ask the dust
desertos
armadilhas
máquinas
círculos

Pelvs – Peter Greenaway’s Surf (1993)

Pronto, chegamos ao final da semana dedicada ao rock e afins. Eu já estava cansado de ficar na mesma onda. Meu negócio é variedades. Não consigo ficar muito tempo ouvindo um mesmo tipo (ou gênero) de música. Para encerrar, hoje eu vou tentar fazer diferente. Tenho três discos que já estavam na lista e só não entraram porque eu não dei conta de fazer as tais ‘dobradinhas’, com duas postagens no dia, com eu imaginava. Vamos ver se hoje eu consigo…
Segue aqui a primeira, “Pelvs – Peter Greenaway’s Surf”. Pelo nome já deu para imaginar que se trata de uma banda de ‘surf music’? Mais ou menos. O Pelvs na verdade é bem mais que isso. O grupo surgiu no início dos anos 90 no Rio de Janeiro. Gravaram este que foi o primeiro álbum e na sequência vieram mais três. O Pelvs é uma da banda independente das mais antigas e em atividade até hoje. Chegam a ser quase uma comunidade, com tantos participantes. Atualmente eles são um sexteto. O som da banda é uma mistura de tudo o que há no rock. Neste álbum eu gosto muito é da guitarra. Embora não tenha nada diretamente a ver, me faz lembrar um artista que eu idolatro, Neil Young (quando nervoso e roqueiro). O Pelvs, assim como diversos outros grupos independentes estão fazendo parte da comunidade musical Trama Virtual, que tem uma proposta de download remunerado. Acho até interessante a ideia, você paga uma taxa para baixar as músicas e o montante de ‘downloads’ no fim do mês é rateado entre os artistas que participam (juntamente com o UOL que banca o serviço). Pelo que eu soube, através dos próprios artistas envolvidos na Trama, o que se ganha não paga nem o taxi até o banco. Mesmo assim não deixa de ser uma boa iniciativa, principalmente de apoio e divulgação do artista. Aqui no Toque Musical eu estou postando discos que possivelmente vocês encontrarão por lá. Mas não é minha intenção embaçar o trabalho da Trama Virtual. O que estou postando aqui é apenas uma cópia da versão em vinil, a qual serve apenas para uma avaliação e nem se compara ao produto a venda. Inclusive, a respeito do meu “Peter Greenaway’s Surf”, acredito que as faixas não segue a ‘desordem’ da lista contida na contracapa. Vocês irão notar que está tudo um pouco confuso, mas o disco está completo, exceto por duas músicas que só entraram na versão cd. Pois é, música, de uma certa forma, é uma coisa etéria e felizmente de graça para quem escuta (e tem bons ouvidos). Já o suporte que carrega a música, este sim deve ser remunerado. Por tanto, comprem discos, esses sim são audíveis, palpáveis e um fetiche sem igual.

loveles
ior
bacon’s babe
don’t want… so she tried
we’ve
ferry boat, ferry boat
white a. l.
putercent overdrive
menstruation and masturbation
white bathroom
left speaker – margarine / right speaker: sugar
sundried and mellowed
a. l. fucked
with sand and rough salt
black trunk
the black coconut sweet
jazz
morangotango
surferena

Os Intocáveis (1985)

Olás! Eu hoje bem que tentei fazer a postagem matinal, mas para variar, tive alguns probleminhas de ordem técnica e só agora estou de volta, já quase no fim de um dia, morrendo de fome e de sono. Mas antes disso, vou deixando o toque do dia.
Tenho aqui uma coletânea de grupos de pop rock lançada nos anos 80 pela CBS, através de seu selo Epic. O disco foi produzido como uma forma de divulgação de doze bandas até então recentes, contratadas da gravadora. O título “Intocáveis” vem do fato de serem artistas recentes e que até então não eram tocados em rádios. Mas foi só a gravadora botar o disco para rodar e todos passaram da noite para o dia a serem conhecidos. De todas as estreantes, apenas o Capital Inicial vingou, as demais, em sua maioria, não passaram deste registro. Vale como uma curiosidade, mas sei que muitos outros irão amar. Desculpem, mas choveu no meu chip… Zzzz…

vazio de amor – c-47
descendo o rio nilo – capital inicial
abominável homem das neves – omar e os cianos
ao viov e a cores – upi
choveu no meu chip – eletrodomésticos
metropolis – neon
menina do metrô – tan tan club
ecos da caverna – os mesmos
heróis – zero
rollar pra você – thc
dodói – front
papo sério – banda 69

Maria Angélica – Outsider (1988)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Nossa semana segue em frente ao sabor do vento dos anos 80 e 90. Acabou que eu não postei nada dos anos 60 e 70, mas não faltarão oportunidades, ainda temos muitos sulcos a percorrer.
Para hoje eu estou trazendo um disco que na década de 80 era um dos meus prediletos nacionais (estou falando de rock, tá?). Lançado no auge do fervor das bandas alternativas, que faziam o contraponto com as pop e mais comerciais, o “Maria Angélica – Outsider” foi o primeiro disco de uma banda, cujo o nome era “Maria Angélica Não Mora Mais Aqui”. Naquela época era o máximo esses nomes fraseados, seguindo as tendências de bandas internacionais. Talvez por uma questão de ordem prática, quando do seu lançamento, ficou reduzido apenas ao nome próprio, Maria Angélica. O grupo foi criado uns quatro ou cinco anos antes de lançarem “Outsider”. Era uma banda cultuada inicialmente por poucos, os mais descolados e os antenados. Os shows, segundo contam, eram ótimos. Era mesmo uma banda ‘cult’, liderada pelo poeta e jornalista Fernando Naporano e o guitarista Carlos Nishimiya. Faziam parte também, Victor Bock (segunda guitarra), Victor Leite (bateria) e Lu Stopa (vocal). O som do Maria Angélica é uma mistura de diversas influências do rock, mas principalmente do punk. As letras são praticamente todas em inglês. A performance vocal de Fernando nos remete à uma mistura de John Lydon, do Sex Pistols e Damo Suzuki, do Can. Gosto bem disso…

hotel hearts
purple thing
another life
i don’t mind
shyness
dog’s life
shame of love
absinto me só

Sergio Hinds – Mar (1986)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje eu não vou me complicar. Antes mesmo do café, quero já deixar aqui o meu recado. Tenho ainda uma boa e variada relação de discos para a semana, contudo, essa onda pop rock morre na praia na sexta feira. Eu bem que gosto de fazer essas semanas dedicadas a um determinado gênero de disco, só que quando vai chegando na segunda leva eu já estou doidinho para ‘virar o disco’.
Certa vez eu postei um disco aqui no blog e caí na bobagem de dizer que o achava ruim. Alguém do outro lado logo comentou, então porque postar o disco? Foi nesse momento que eu percebi que mais do que postar algo que não me agrada musicalmente, eu deveria me preocupar com as minhas afirmações e com o sentido que quero dar a elas. O Toque Musical não contempla apenas o meu gosto pessoal, mas principalmente a curiosidade e o interesse por coisas diversas que talvez agradarão à outros. É mais ou menos por aí o sentido também desta postagem.
Sérgio Hinds é sem dúvida outro grande nome da guitarra brasileira. Fundador e principal nome da lendária banda O Terço, o cara tem muita bagagem e toca horrores. Além do trabalho com o grupo, ele já acompanhou e gravou com alguns dos mais importantes artistas da música brasileira. Entre os diferentes projetos que ele já se envolveu, temos o lp “Mar”, uma produção independente, lançada em 1986. Taí um disco que é a cara dos anos 80, sintético e muito ‘iMIDIato’, cheio de recursos eletrônicos que (para mim) só embaçam a beleza da melodia. Na década de 80 o povo abusou da eletrônica, encantados com os sons, os recursos e facilidades, bastava ligar o ‘play back’ e sozinho o músico se transformava numa orquestra. Não é o caso do Sérgio, claro, mas as semelhanças aproximam e as vezes até enganam. Para mim, o grande pecado dos anos 80 está nisso, nos efeitos especiais e superficiais. Conheço músicos que se pudessem fariam uma releitura de seus trabalhos daquela época, não porque fizeram sucesso e mereçam voltar, mas para dar uma roupagem mais digna e eterna a sua arte. Acho que é por isso que existem outros intérpretes e versões. Bom, o disco não me agradou, mas também não desagradou. Foi como os anos 80, passou…

saxual
marear
ventre
automotiva
mirimai
seu zeca

André Christovam – A Touch Of Glass (1990)

Desculpem, mas agora a pouco me deu vontade de chorar. Tenho o péssimo hábito de escrever direto a postagem no editor do blog (por isso saí tanta merda). Cheguei tarde, cansado e sem a menor condição para fazer a postagem que já deveria ter entrado logo cedo. Escrevi tudo, fiz uma resenha até confiável. Daí, por um lapso, um pequeno vascilo, deletei todo o texto. Tive que escrever tudo de novo (merda de Ctrl + C!)
Hoje, excepcionalmente, eu gostaria de dedicar esta postagem a uma pessoa muito especial, um amigo sem o qual eu não estaria aqui. Como eu, ele nos anos 80 se refugiou no blues (ou será que foi a bossa nova?) Taí, meu camarada…
Vamos com André Christovam, um dos maiores nomes do blues brasileiro. Reconhecido também internacionalmente e já tocou com muita gente, inclusive medalhões do blues americano. “A Touch Of Glass” é o seu segundo álbum. Um disco bacana. Um blues feito na medida e sem exageros, nada de performatismo. O título do álbum está relacionado ao tocar a guitarra usando o ‘bottleneck’, uma espécie de tubo, de metal ou vidro, colocado no dedo que desliza no braço encostado nas cordas. Esta técnica é conhecida como ‘slide guitar’. André Christovam toca o ‘slide’ de forma brilhante, sem ficar chato. Considero “A Touch Of Glass” um dos melhores disco de blues brasileiros. Confiram aí…

wolf & sheep
leave my money alone
the stumble
santa cecília
love jar blues
edo
flag pole
tintagel
one kind favor
oh1 captain my captain
brown candles
oh! captain my captain (reprise)

Rádio Taxi (1982)

Bom, como ninguém pediu para parar, meu toca discos continua no embalo… Eu queria ter mantido um toque duplo durante os dias que se passaram, mas acabei sem condições. Mal dei conta do que é diário. Já vi que ficar prometendo ou antecipando as coisas por aqui não é uma boa, preciso ir devagar com isso.
Seguindo em nossas postagens, o domingo vai ser oitentão, do jeito que o povo gosta. Vamos com o grupo pop Rádio Taxi, formado no início dos anos 80 por Wander Taffo, Lee Marcucci, Willie de Oliveira e Gel Fernandes. Gravaram este primeiro disco onde constam os ‘hits’ “Garota Dourada”, “Conversa Fiada” e “Coisas de Casal” que fizeram muito sucesso nas rádios do país. O grupo parece ter sido feito de encomenda para aquele momento pop. Duraram mais de vinte anos e emplacaram algumas músicas (que até hoje eu não consegui tirar por completo da minha mente)*. Neste primeiro álbum eles contaram com participações especiais de Rita Lee, Lucinha Turnbull e Lincoln Olivetti. Taí, do jeito que os amigos queriam…

vai e vem
coisas de casal
dentro do coração
ana
caramujo
conversa fiada (i didn’t know i loved you until i saw you rock and roll)
abelha rainha
pedra de talistmã
quero que vá tudo pro inferno
garota dourada
*brincadeirinha para cutucar os amigos 🙂

O Último Número – Filme (1988)

Olás! Estou fazendo esta postagem apenas por honra da firma. O dia hoje foi pauleira e nessa altura o que eu mais quero é um banho e uma cama para dormir por umas doze horas. Depois de uma avalanche de paulistas (que não pára), vamos dar um breque, trazendo os mineiros dO Último Número em seu segundo álbum, “Filme”, lançado em 1988 pelo selo independente Cambio Negro. Pessoalmente, eu gosto mais deste trabalho do que do anterior, o primeiro, “Strip Tease da Alma”, também já postado aqui. A impressão que eu tenho é que no segundo disco o grupo adquiri uma certa maturidade, com músicas mais bem trabalhadas e capazes de encarar até uma versão de “Come together” dos Beatles, que por sinal ficou fora de série, muito boa mesmo. Mas gostaria também de destacar “Desintoxicação”, “Os Doze Trabalhos” e “Filme”, música que dá nome ao disco. Só por essas quatro faixas já valeria o disco, mas tem mais…

filme
come together
o anjo
museu do mundo
desintoxicação
a carta do marquês
os doze trabalhos
ars longa vita brevis II

Rock Do Autor – Manifesto (1991)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Realmente, gosto não se discute, lamenta-se. Daí, lamentem uns de lá que eu vou lamentando também de cá. Uma coisa que eu gostaria de deixar clara é que o Toque Musical, embora seja um espaço autoral, não reflete exatamente o gosto pessoal do Augusto (muito menos o meu). Por certo, também não vou deixar a coisa descambar para a ignorância, a não ser quando essa se faz como uma curiosidade. O interessante disso tudo é que a música e seus autores e artistas são como vinho, com o passar dos anos vão sofrendo alterações. Uns melhoram, se tornam marcas de qualidade, outros se tornam vinagre e na melhor das hipóteses, para aproveitar, a gente usa na salada (estão gostando da Waldorf?).
E por falar em autores, hoje teremos em nossa sexta independente o álbum “Rock de Autor”, uma coletânea reunido diversos artistas da cena poética e musical paulista no início dos anos 90. Taí um trabalho diferente e muito legal criado por artistas autores. O intérprete aqui é o próprio autor. Talvez por isso mesmo o disco seja mais poesia do que exatamente rock ou pop. Até a capa e seu título é uma arte, uma poesia concreta… 🙂

we bop – p. antunes
as gangs – aguilar
esse é o lugar – paulo miklos
drunk rock – minho k
o verme e a estrela – cid campos
tokei – akira s e charlie c
sote inglês – miranda, neneco, m andarde, jimi joe e r salvagni
o gato de schrodinger – rh jackson
preposições – dequinha e zaba
e só – arnaldo antunes
o gato vermelho -maria andrade
borgo san freiano – m barella e g lenti
arabia maldita – nasi

Wejah – Renascença (1988)

Hoje, ao postar um disco do Pholhas, senti falta do progressivo. Para fazermos a dobradinha, escolhi então o Wejah. Saímos dos anos 70 e voltamos aos 80, extamente no ano de 1988. Foi nesta data que um grupo de quatro rapazes conseguiram lançar seu primeiro álbum. Até antes do lançamento do disco a banda era conhecida como Renascença. Não sei a razão, mas eles adotara Wejah (não me perguntem o que é). O grupo faz um rock progressivo bem particular, com uma sonoridade que agrada. O único pecado é a parte vocal. Faltou um cantor (ou cantores) ao nível dos instrumentistas. Eu, de tanto ouvir o disco, já estou começando a acreditar que aquilo era intencional.
Bom, eu agora vou dormir. O sono tá pegando. Divirtam…

espelhos
homens do futuro
eventualidades
renascença
poeta terrestre, poeta divino
cânone

Pholhas (1975)

Olá amigos cultos e ocultos! Como eu havia comentado inicialmente, teremos música jovem a partir dos anos 60. Não sei bem onde eu estava com a cabeça no momento em que pensava em privilegiar uma determinada época. Acabei gerando confusão. Mas sempre há como corrigir. Daí, pulamos agora para os anos 70. Vamos mais uma vez relembrar o grupo Pholhas. Em outubro do ano passado eu postei aqui o álbum “Forever“, de 1974. Agora é a vez do trabalho seguinte. A impressão que eu tenho é que a cada novo disco, o Pholhas ia ficando mais pop, deixando de lado a sua veia rock’n’roll. Acredito também que por ter seguido este caminho mais imediato e comercial, a banda acabou sendo vista com um certo ar de desconfiança. Não me lembro de nenhum roqueiro simpatizante do grupo. O Pholhas ficou associado ao pós Jovem Guarda, por sua música, embora em inglês, excessivamente romântica. Mas tinha mais rock que os românticos de hoje.

get back
anymore
i’m sown
my sad blues
lonely boy
sunshine
my sorrow
i’ll make your day bright
clouds
i use to sleep
no make chances (to love me)
bye people

Smack – Noite E Dia (1986)

Da última vez que eu fiz uma semana de postagem dedicada ao rock/pop nacional, acabei fazendo algumas dobradinhas, com duas postagens por dia. Mesmo sem ter muito tempo disponível para ficar aqui criando novas postagens, não resisti a tentação de mais uma dose. Coincidentemente, da outra vez, na dobradinha, eu postei um disco do Smack, o “Ao vivo no Mosh”. Vamos então ao segundo e último trabalho dessa banda de vida efêmera, mas que gerou frutos como o Ira!, As Mercenárias e Fellini. Eis aí algumas das poucas e boas coisas feitas nos anos 80. Por favor, não me crucifiquem, isso é apenas uma questão pessoal 😉 Um ponto de vista de um virginiano chato.

abertura
pequena ressonância
não enlouqueça
cavalos
rádio smack
sete nomes
desafinado
just reality
noite e dia

Pin Ups – Time Will Burn (1990)

Na semana dedicada à música jovem, ao rock e pop nacional, eu não poderia deixar de fora uma da minhas bandas preferidas, a Pin Ups. Com este chegamos ao terceiro disco do grupo postado aqui no Toque Musical. “Time will burn” foi o álbum de estréia. Um trabalho que parece ter sido gravado ao vivo, quer dizer, os caras gravaram direto, sem retoques. Me lembro na época do lançamento do disco, muitos acreditavam ser uma banda estrangeira. As letras das músicas são todas em inglês, assim como suas referências musicais. Podemos dizer que o Pin Ups foi uma das primeiras bandas brasucas a ser reconhecida como ‘indie’. Foi, sem dúvida, uma das melhores bandas dos últimos vinte anos surgidas no Brasil. “Time will burn”, eu acredito, não foi até hoje relançado em cd e nessa altura do campeonato nem sei se ainda vale a pena. O ‘glamour’ e o encantamento dos discos, hoje, só se encontra em blogs.

sonic butterflies
kill my self
bright
loose
so high
bleed
you’re not the one
these days
hard to fall
thousand times
the groover

Rock Brasília – O Rock É O Caminho! (1987)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje foi dia de Parada, daí eu parei mesmo, tomei o tempo para descançar. Tirei o sono atrasado, dormi umas quatro horas, nem acredito… Mas ainda continuo preguiçoso, como parece estar o Mediafire. Não estou conseguindo acessá-lo. Será um problema local? Se até o fim desta postagem continuar assim, pedirei aos ‘meus famosos colaboradores’ para usarem o Rapidshare.
Bom, depois de receber ‘uma meia dúzia e meia’ de e-mails dos meus amigos cultos protestando quanto ao meu descaso com os anos 80, resolvi ‘desovar’ então algumas coisas apenas a título de curiosidade e conhecimento. Minha preguiça até aumentou, mas vamos lá…
Segue aqui uma coletânea de bandas de Brasília, quando o ‘rock nacional’ resurgia vestido de ‘new wave’. O álbum traz várias bandas em um registro ao vivo, gravado no Circo Show em dezembro de 1986. O disco teve a direção artística de Liminha e foi produzido por Pena Schimidt, através do selo WEA, que buscava um novo ‘cast’, apostando na nova onda da música pop mundial. Brasília era naquele momento um celeiro ideal, fervilhando de bandas, todas seguindo as mesmas trilhas do Legião Urbana, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso (que por acaso não foi formada em Brasília). Das dez bandas que participam da coletânea, acho que nenhuma vingou, pelo menos o suficiente para um primeiro disco solo. E não é de se estranhar… o caldo ainda estava muito ralo para eles. Não era qualquer bandinha que tinha um Cazuza, um Renato Russo, um Herbert Vianna… no máximo chegavam a um Dinho Ouro Preto. Sinceramente, eu acho que o novo rock brasileiro só engrossou a partir dos anos 90. Os 80 foi ‘chacrinha’…

a carta – w-3
máscaras – pânico
história – marciano sodomita
e o tempo – habeas corpus
pássaros negros – 5 generais
volta pra mim – beta pictoris
tudo mal – elite sofisticada
velhas caras – manto
razões – os culpados
seja normal – artigo 153

Obina Shock (1986)

Êta diazinho atarefado! Nem parece segunda feira e nem véspera de feriado. Ufa! Finalmente estou aqui, me dedicando aos meus 15 minutos de folga (ou de fama?). No corre corre, escolhi para hoje um disquinho gostoso de ouvir. Vamos pegar de leve, por enquanto… a semana está apenas começando. E para não ficarem chateados quanto às minhas incursões no pop/rock nacional, vou dar uma chance aos anos 80 e incluir algumas coisas também.
Seguimos com o Obina Shock, um grupo formado em Brasília em 1985, basicamente formado pelos estrangeiros, Jean Pierre Senghor, Roger Kedy e Winston Lackin, filhos de funcionários de embaixadas sediadas na Capital Federal. Faziam parte do grupo também músicos brasileiros. A música do Obina Shock mistura ritmos africanos e caribenhos, mas sempre pautada num estilo pop. O grupo gravou apenas dois discos. Neste primeiro (que é o melhor, sem dúvida) temos a participação entusiasmada de Gilberto Gil e também de Gal Costa. As faixas “Vida” e “Reggae Obina” fizeram um relativo sucesso nas rádios. Confiram aí…

vida
lambaréne
africaner brother bound
brazilian style
reggae obina
sika
adjeni

Quaterna Réquiem – Velha Gravura (1990)

Na postagem de ontem eu cometi um pequeno erro ao comentar que teríamos na semana que se inicia discos de rock/pop predominantemente dos anos 80. Desculpem, falha minha ao digitar, troquei o nove pelo oito (vou até corrigir). Acabei despertando a atenção de alguns esperançosos para ver por aqui o que foi sucesso naquela década (muito) colorida. O que faltou nos anos 80 foi uma visão lisérgica para dissolver e misturar um pouco aquele ‘modrianismo-tonal-contrastante’. Eu até gosto, mas sinceramente, me cansa (os anos 80). Todavia, não ficarei batendo apenas numa mesma tecla. Vocês verão ao longo dos dias coisas bem variadas, inclusive um ou outro ícone dos anos 80.
Se tem um tipo de rock que eu ainda hoje escuto com atenção é o progressivo. Sempre gostei daquele estilo que se consagrou na primeira metade dos anos 70. Mas o ‘prog’ por mais que tenha sofrido baixas na década seguinte, nunca perdeu o seu encanto, tomou fôlego nos anos 90 e hoje em dia se recicla e se mescla à diversos outros gêneros que vão do ‘erudito’ ao ‘trance’.
Devo confessar que perdi o bonde da história do progressivo a partir dos anos 90. Foram poucos os discos que me interessaram a partir de então (acho que daí para adiante eu estava redescobrindo a música brasileira, herdando discos e também os sonhos dos meus falecidos).
Eis aqui o Quaterna Réquiem, um grupo de rock progressivo nascido no Rio de Janeiro no final dos anos 80, formado pelos irmãos, Elisa Wiermann (teclados, arranjos e composições) e Cláudio Dantas (bateria). Um dos melhores grupos de progressivo nacional surgido desde então. “Velha Gravura” foi o primeiro álbum e conta ainda, na formação inicial com Kleber Vogel (vocal e violino), Jones Júnior (guitarra e violão) e Marco Lauria (baixo). O som da banda é muito gostoso de ouvir. Me faz lembrar Camel, Curved Air e até algumas bandas italinas setentonas. Este disco saiu em 1990 e em 92 teve sua versão em cd, com direito a mais duas músicas inéditas. Depois de mais de 20 anos de estrada, com vários discos e algumas alterações na formação, o Quaterna Réquiem continua a todo vapor. Acredito que ainda hoje é possível adquirir este cd em shows da banda. E por falar em show, o QR estará se apresentando na segunda edição do já famoso “Festival Música do Mundo“, que acontece agora em Três Pontas/MG, de 8 a 12 de setembro. Um super evento musical, recheado de super atrações, encabeçado por Milton Nascimento. Eu daria tudo para estar lá, mas ainda não vai ser nesse…
Posso ter ficado velho para o rock’n’roll, mas ainda estou muito jovem para morrer (salve Jethro Tull!) Aliás, eu não fiquei velho, o meu rock é que talvez já não esteja agradando. Mas como na história em quadrinho do ‘velho Ray Lomas’, no final eu me dou bem: “Too Old to Rock ‘n’ Roll:(no, no..) Too Young to Die“.

ramoniana
aquarta
velha gravura
tempestade
madrugada
toccata

Mutantes – Os Mutantes (1968)

Olás! Antes que vocês estranhem o fato de eu estar postando um disco dos mais ‘manjados’ na rede, vou logo explicando os meus motivos. O primeiro, com certeza, é por ser um disco dos que eu mais adoro. Cresci ouvindo Mutantes e fiquei velho também ouvindo Mutantes. Seria um pecado da minha parte não postar ao menos um clássico do grupo no meu blog. Embora aqui no Toque Musical tenhamos três outras postagens deles, este é sem dúvida um autêntico Mutantes. O outro motivo que me leva a fazer esta postagem é também para anunciar o tema da próxima semana: música jovem (dos 60 para cá).
Há alguns dias atrás, um amigo, vendo a minha preparação toda para as costumeiras postagens diárias, me disse meio de zombaria: “Cara, você está mesmo ficando velho! E rápido demais. Já está ficando careca e o cabelo que lhe resta começa a embranquecer. Isso deve ser os efeitos colaterais dessas músicas velhas que você anda ouvindo. Esse mundo antigo, passado e saudoso é bacana, mas vê se não absorve muito a ideia. Você está com atitudes de um velho…” Eu quase meti a bengala na cabeça dele, mas resolvi não dar muita bola para aquela bobajada. Mas confesso que depois, fiquei pensando na minha adolescência, nos meus vinte anos de ‘boy’ e coisa e tal. É, acho que de vez em quanto eu preciso mesmo rever os meus valores, ou melhor, minha juventude. O que de uma certa forma, também não deixa de ser coisa do passado. Mas sei que foi nesse conflito de geração que decidi trazer mais um pouco da música que eu ouvia até os meus vinte e poucos anos. Me refiro em especial à música jovem, o rock e o pop nacional. Durante a(s) próxima(s) semana(s) vamos ter aqui alguns álbuns interessantes, principalmente dos anos 80. Quero trazer discos que não vejo com muita frequência em outros blogs. Espero que vocês gostem. 🙂
Bom, sobre o disco de hoje, acho que não tenho nada a dizer que já não tenha sido dito. Temos aqui o primeiro lp do trio Arnaldo, Rita e Sérgio. Um álbum inovador, que na época não foi muito bem compreendido pelo público. Era a vertente elétrica do Tropicalismo. Um álbum cheio de experimentação, diferente de tudo o que rolava de jovem num Brasil Pop e (pi)careta. Ave, Gengis Khan!

panis et circenses
a minha menina
o relógio
adeus, maria fulô
baby
senhor f
bat macumba
le premier bonheur du jour
trem fantasma
tempo perdido (once i was a time i tought)
ave, gengis khan

Orlando Silva – Olhos Magos E Outros Clássicos (2010)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Aqui estamos em mais uma ‘sexta independente’. A semana passou tão rápida que não deu nem tempo para eu programar a postagem de hoje. Ainda bem que eu sempre tenho à mão aqueles meus famosos ‘álbuns de gaveta’, prontos para as eventualidades. Tinha, inclusive, diferentes opções de artista e discos independentes, mas optei por essa coletânea do Orlando Silva para manter o clima da semana.
Aproveito, inclusive, o momento para informar aos artistas independentes que enviaram material para ser divulgado no Toque Musical, que seus discos irão entrando conforme a temática da semana. Ainda quero fazer aqui uma semana inteira (ou mais) dedicada ao disco e artista independente. Há cada coisas que vocês nem imaginam, mas sempre interessantes e de qualidade (ou no mínimo curiosas). Vamos ver…
Segue então na postagem de hoje uma coletânea de Orlando Silva, que não é exatamente um álbum independente, mas sim uma produção amadora, com capinha e lista das músicas, que me foi enviada como uma colaboração, pelo amigo culto José Carlos Martins. Na coletânea temos 24 músicas interpretadas por Orlando Silva, extraídas de seus diversos discos de 78 rpm lançados na década de 40 pela Odeon. São gravações raras, remasterizadas e relativamente em ótimas condições. Tenho certeza que vocês irão gostar 😉

sempre no meu coração
nossas vidas… sempre iguais
estrela dalva
e… guardarás uma saudade
há sempre alguém
não terminei tua canção
carioca boêmio
voltei sertaneja
boa noite querida
minha devoção
apartamento pequenino
saudade
quero te como és
begin the beguine
pássaro cativo
noutros tempos… era eu
olhso magos
abigail
zé ponte
rococó
não serás feliz
poema imortal
flor mulher

Hélio Paiva – Instantâneos De Hélio Paiva E A Música De Ary Barroso (1957)

Olá amigos cultos e ocultos, bom dia! Hoje eu estou começando cedo, pois o dia vai ser longo e cheio de ‘abacaxis para descascar’. Antes disso, porém, aqui vai a postagem do dia…
Apresento a vocês o cantor Hélio Paiva. Ao longo de tantos anos que se passaram, eu acredito que poucas pessoas se lembrarão deste cantor. Hélio Paiva surgiu no início dos anos 50, vindo da cidade mineira de Caratinga. Conforme nos conta o próprio Ary Barroso no texto da contracapa, Hélio assistia, no auditório da Rádio Tupi, a um programa de calouros. Ao final da apresentação do último candidato, quando ainda faltavam quatro minutos para terminar o programa, ele subiu ao palco e insistentemente conseguiu a proeza de cantar e ser aprovado por todos. Em sua carreira gravou diversos discos de 78 rpm e somente dois lps, sendo esses exclusivamente dedicados à música de Ary Barroso. Ele foi um cantor talentoso, mas como muitos outros, não conseguiu se manter após a chegada da Bossa Nova e Jovem Guarda. O álbum que temos aqui é o segundo e de 12 polegadas, lançado pela Sinter em 1957. Nele encontramos…

faixa de setim
canta maria
cabôca
rei nagô
hoje é novo dia
isto aqui o que é
tu
quero dizer-te adeus
chula-ô
no rancho fundo

Cauby Peixoto – Cauby Canta Para Ouvir E Dançar (1965)

Este blog está mesmo um sucesso. A cada dia estamos conquistando mais adeptos, tanto brasileiros quanto estrangeiros. O que eu acho muito interessante é saber que até mesmo os artistas estão se descobrindo no Toque Musical. Até eles estão reencontrando aqui um pouco do passado. Acho isso muito legal. Para o artista é sempre bom saber o quanto ele é querido e lembrado. Através de ações como esta, o blog, muitos passaram a ser novamente conhecidos, ou mesmo tiveram a satisfação de rever seus discos publicados, mesmo não sendo mais da forma convencional. Como já foi dito por mim e também por outros blogueiros, o artista vê nos blogs um aliado para divulgar sua arte. Quando a coisa é feita na transparência e com certos critérios que não visam prejudicar ninguém, não há porque ser desaprovado.
Dando sequência à postagem do dia, aqui vai mais um disco do Cauby Peixoto. Gravado em 1965, o presente álbum nos traz onze faixas com um repertório bem variado, com músicas que marcaram uma época. Cauby canta aqui em português, inglês, italiano e espanhol, demonstrando a sua facilidade para cantar em qualquer idioma. Sem sombras de dúvidas, as músicas que se destacam no lp são as ‘bossanovíssimas’ “Samba de verão”, de Marcos e Paulo Sergio Valle e “Garota de Ipanema”, de Tom e Vinícius. Cauby como sempre, impecável. Originalmente Cauby.

samba de verão
call me irresponsible
sabor a mi
senza fine
la puerta – sabra dios – la barca
somos iguais
days of wine and rose
balançafro
amore scusami
hello dolly
garota de ipanema

Sivuca – Onça Caetana (1983)

Ora, ora… vejam só… Chegamos aos 400 seguidores oficiais do blog. Putz, que legal! Obviamente, não deixei de reparar quem foi o responsável por completar a quarta centena de gente antenada no Toque Musical. Para a minha grande surpresa, o quatrocentéssimo seguidor é o Edy Star, artista que eu tive o prazer de apresentar na blogosfera, muito antes do Toque Musical, numa época de acessos raros 😉 Mas aqui no TM eu também postei o disco do cara, logo no primeiro ano do blog. Seja bem vindo! Aliás sejam todos bem vindos. Este blog já virou uma constelação, tá cheio de estrelas, cultas e ocultas, e acima de tudo, sempre brilhantes.
E por falar em estrela, aqui vai uma que hoje brilha no céu, o nosso grande Sivuca. Tenho para vocês o álbum “Onça Caetana”, lançado em 1983. Neste trabalho Sivuca conta com os arranjos e a participação de Antonio Adolfo, Reinaldo Arias e Claudio Jorge. Participam também outras feras do mesmo calibre, mas que deixo na lista da contracapa para vocês se certificarem 😉 No repertório temos o belíssimo instrumental , de Reinaldo Arias, “Central do Brasil”. Esta música já vale o disco. Mas há outras belas composições, tanto próprias, de parcerias e de outros autores. Vocês vão ver e também vão ouvir. Confiram aí…

central do brasil
conto de fadas
em cada parte, em cada ponte
imburana pau de abelha
subindo ao céu
onça caetana
novas canções
mistura fina
pro que der e vier
amigo de fé

Tito Madi – Chove Lá Fora (1963)

Bom dia a todos! Bem rapidinho, inicio a semana trazendo mais uma vez o nosso querido Tito Madi. Antes que começem a comentar, vou logo avisando que o presente lp não é uma repostagem, mas sim uma reedição do álbum de 10 polegadas “Chove lá fora”, lançado em 1958. Acontece porém que nesta segunda versão de 1963 temos além das oito músicas constantes no disco de 58, outras quatro retiradas de discos anteriores gravados em 78 rpm.
Confiram aí, porque eu já estou de saída. Segunda feira é foda!

chove lá fora
duas contas
cansei de ilusões
só desilusão
dá-me tuas mãos
gauchinha bem querer
não diga não
foi a noite
fracassos de amor
… e a chuva parou
rio triste
olha-me, diga-me

Márcio Lott – Compacto (1968)

Para adoçar a boca e dormirmos felizes, aqui vai um compactozinho raro do Márcio Lott. Este disco, nem ele deve ter mais. Provavelmente nem vai se lembrar que um dia gravou pela RCA Victor, “Litoral”, de Toninho Horta e Ronaldo Bastos e Sá Marina, de Antonio Adolfo e Tiberio Gaspar. É raridade pura!
Márcio Lott, para quem não sabe, é um cantor mineiro, premiado em festivais. Iniciou sua carreira ainda na adolescência. Gravou seu primeiro disco, um compacto simples em 1964. A partir de 1970 ele foi morar no Rio de Janeiro onde está até hoje. Por lá ele participou de diversos grupos vocais, entre esses o Quarteto Forma. Trabalhou como vocalista e apoio vocal em dezenas de shows e gravações para diversos artistas. Participou de trilhas de novelas da TV Globo, atuou fazendo ‘jingles’ para campanhas publicitárias e até gravou junto com Lucinha Lins e outros o disco “As vozes do jingle” em 1981. Na década de 90 integrou o quarteto vocal “Be Happy”. A partir de 2003 ele formou o grupo “Nós Quatro”, com Célia Vaz, Ana Zinger e Fabíola. Lançou em 2005, inaugurando o selo Rádio MEC, o cd “EnCantos Geraes” com músicas de Milton Nascimento, Toninho Horta, Dori Caymmi, Fernando Brant, Sueli Costa e outros.
Confiram aqui este raríssimo disquinho que, com toda a certeza, nunca fora visto ou ouvido na rede. Muito bom! 😉

litoral
sá marina

Renato Tito E Seu Conjunto Teleco Teco – Choros HI-FI (1959)

Na quinta-feira passada eu postei um disco do Maestro Carioca, onde sua orquestra interpreta alguns clássicos do chorinho (brasileiro!). Chamei a atenção para os arranjos que dão ao choro um aspecto mais dançante. Ouvindo aquele disco, com orquestra e seus metais, nós inevitavelmente nos transportamos para um ambiente diferente, um salão dançante ou uma gafieira. Eu chamaria este de um chorinho noturno, enquanto que o chorinho diurno seria aquele do violão, pandeiro, cavaquinho, bandolim, flauta e clarinete, tocado numa roda em um fundo de quintal ou mesmo na mesa de buteco. Pensando nessas questões, eu me lembrei deste disco do Renato Tito que um dia eu baixei no Loronix. Ele é ótimo e tem tuda a ver com essa coisa do choro para dançar e sua mistura com o samba. Na verdade aqui, nem tudo é choro, mas se transforma, no solo da clarinete de Renato Tito. Confiram o toque… e aguardem que hoje ainda pode ter mais… 😉

petite fleur
vivaldo no choro
eu e você
compromisso com a saudade
idealizando
pudim de maria
espinha de bacalhau
sai do bar
pezadinho
um choro diferente
louco por música
perigoso

Orquestra Romântica de Itapoan – Bahia De Todos Os Sonhos (1971)

Olás! Demorei, mas cheguei. E cheguei trazendo coisa muito boa, com certeza. Hoje vamos como um disco, o qual passou muitas vezes pelas minhas mãos e olhos, mas nunca chegou aos ouvidos. Por alguma razão nunca tive a curiosidade de ouvir este disco, que insistentemente vem me acompanhando ao longo dos anos. Uma falha da minha parte, devo confessar, pois aqui temos uma pérola rara e obscura. Digo obscura porque realmente não sei nada sobre a Orquestra Romântica de Itapoan. Por mais que eu tenha me esforçado na busca de informações sobre o disco e seus autores pela rede, acabei ficando apenas nos sites de sebos e produtos a venda nos ‘eBays’ da vida digital. Interessante observar a variação dos preços do disco que chega a mais de 1000%, obviamente eu não estou levando em conta o estado de conservação do vinil.
O certo é que com este nome, “Orquestra Romântica de Itapoan”, a gente logo pensa em algo parecido com tantas outras orquestras do gênero, como os Românticos de Cuba. Mas é colocar o lp para tocar e logo se percebe que não tem nada a ver (ou seria ouvir?). A orquestra aqui está presente sim, mas eu diria que em segundo plano. Existe além do acompanhamento orquestral a presença do solista e também de um coro, e não são muitas as faixas exclusivamente instrumentais. Temos um conjunto vocal muito bom. Me pareceu um misto de Tincoans com Os Cariocas. Gostaria de saber quem são. Na verdade eu gostaria mesmo é de saber mais sobre este disco e essa Orquestra Romântica de Itapoan. Provavelmente foi um nome dado a uma produção única da gravadora Beverly, através de seu selo,o setentão AMC.
Quanto ao repertório, é tudo de bom, é pura Bahia. São doze músicas, verdadeiros clássicos da nossa MPB cujo a inspiração é a Bahia, realmente, de todos o sonhos. Não deixem de conferir e também de contribuir nos comentários com alguma informação sobre este trabalho. Além de críticas, correções e solicitações, também gosto de receber informações complementares para as minhas postagens. É tão bom quanto os inúmeros elogios 😉

a bahia te espera
os quindins de yaya
no tabuleiro da baiana
falsa baiana
saudades de itapoan
lá vem a baiana
exaltação à bahia
o que é que a baiana tem?
na baixa do sapateiro
saudades da bahia
365 igrejas
bahia com h

Bruno Capinan – Gozo (2009)

Sexta feira, dia de darmos espaço às produções independentes, seja elas de ontem ou de hoje. Artista independente interessado em divulgar o seu disco no Toque Musical, basta fazer contato.
Estamos aqui para avaliar e ouvir o seu trabalho. Por certo, estamos interessados em material de qualidade e para participar da nossa divulgação existem alguns critérios básicos e de bom senso. Necessariamente o material não precisa ser lançamento ou inédito. Pessoalmente, eu até prefiro postar produções mais antigas e que não tenham sito publicadas em outros blogs. Álbuns recém lançados eu só publico com a autorização ou solicitação do artista.
Para hoje, temos aqui uma divulgação, o cd do artista brasileiro, radicado no Canadá, Bruno Capinan. “Gozo” é um disco lançado lá fora (Canadá, Estados Unidos e Europa) e ainda inédito no Brasil. Recebi a solicitação, através de seu empresário, para a postagem do disco há poucos dias atrás. Ainda não tive a oportunidade de ouví-lo com mais atenção, mas logo de passagem deu para sentir que é coisa boa. Sua música tem diversas influências o que a torna um pouco inclassificável. Eu diria que se trata de uma ‘word music’, a música com influências mundiais. Se fosse lançado no Brasil poderíamos talvez chamá-la de música popular brasileira dos novos tempos, coisa semelhante ao que é produzido hoje pelos artistas da nova geração da MPB. A capa me fez lembrar um disco do Caetano Veloso da década de oitenta. Faltou mesmo foi a contracapa e os encartes. Infelizmente eu acabei esquecendo de pedir ao artista para anexar esses complementos. Todavia, vocês poderão conhecer melhor Bruno Capinan e seu trabalho através do site.
Confiram aí e dêem as opiniões…

planetário
captura
astral
oxigênio
tantas horas
monet goes mad 1
bando bamba
gozo
your cheating heat
bolero
fim

Carioca E Sua Orquestra – Chorinhos Brasileiros (1963)

Depois do riso vem o choro. Justo na semana das postagens de humor, alguém pediu discos de chorinho. Eu, no clima, respondi que aquela era semana do riso, o choro viria depois. Acabei esquecendo disso, mas daí me veio às mãos este disco do Maestro Carioca. Ao contrário do que se espera num disco de choro, com um grupo ao estilo de um regional, este, curiosamente é interpretado por uma orquestra de danças. Carioca dá a essa série de clássicos chorinhos uma roupagem mais alegre e dançante. O chorinho vai para o salão, cai na gafieira…
Lançado originalmente no início dos anos 60, como muitos outros títulos da Musidisc, teve seu relançamento, ainda em vinil, nos anos 80 pela Sigla/Som Livre. É, sem dúvida, um excelente disco, que merece relançamentos. Outra curiosidade neste álbum diz respeito ao título, “Chorinhos Brasileiros”. Tô doido para conhecer o chorinho argentino, americano ou italiano… 🙂 será que existe? Tudo bem, a gente entende o pleonasmo. Se é para enaltecer nossa arte musical, está valendo 😉 Para quem não é muito ligado no gênero Choro, ao ouvir este lp irá se surpreender. Confiram…

1 x 0
paraquedista
um passeio a tarde
murmurando
numa seresta
bem te vi atrevido
andré de sapato novo
o xameguinho dela
fica entre nós
sonoroso