Ara Ketu – Contos De Benin (1988)

Olá meus caros amigos cultos, ocultos e demais visitantes! Como se pode ver ainda estou em ritmo baiano. E hoje, mais uma vez, pretendo postar dois disco. Começo por este disco do grupo Ara Ketu que até pouco tempo eu nem conhecia. Confesso, tinha mesmo uma certa resistência.
Mas ao ouvir o disco sem idéias pré-concebidas, descobri um trabalho interessante, singular e contagiante. O grupo surgiu do bloco carnavalesco criado em 1980. Embora eu não conheça os outros discos do Ara Ketu, sei que de grupo virou banda. Mudaram um pouco a trajetória, incluindo instrumentos como teclados e metais. Fizeram muito sucesso e ganharam popularidade. Daí para o Axé foi um pulo. Contudo, porém, todavia… convido vocês a ouvirem esse álbum que é no mínimo uma boa curiosidade.
contos de benin
sentimento de um povo
crianças desabrigadas
ara ketu voz da natureza
canção do livramento
reino de daomé
desgosto de mãe
raiz
musa do ara ketu
povos de daomé

Tavinho Bonfá – Sem Palavras e É Tão Perfeito (1988)

Olá amigos e amantes da música! Embora meio sem tempo, aqui estou eu para a rodada do dia. Hoje iremos de música instrumental e por um pequeno erro meu, extraordinariamente, teremos não apenas um disco, mas dois em uma só postagem.
Estou trazendo para vocês oinstrumentistaa Tavinho Bonfá, que pelo nome já dá para saber que o moço tem algum parentesco com Luiz Bonfá. Tavinho é na verdade sobrinho do violonista, mas é também conhecido como Otávio Burnier, da dupla Burnier & Cartier.

Os discos que aqui seguem foram lançados no mesmo ano, 1988. São dois álbuns de produção independente. O primeiro “Sem Palavras” é um álbum totalmente instrumental, gravado no Rio e finalizado em Nova York, com participações de músicos americanos e brasileiros. Me parece que este disco foi promocional, uma encomenda para uma empresa de catálogos telefônicos. O outro disco, “É Tão Perfeito” segue o mesmo esquema de produção do primeiro, só que não é instrumental. Pessoalmente, acho esses dois discos medianos, principalmente e se comparado à trabalhos anteriores como em dupla com Cartier.
Como já disse outras vezes, costumo postar não apenas aquilo que gosto, mas também aquilo que dá gosto. Por isso o Toque Musical é assim variado. Um blog para quem escuta música com outros olhos 😉

É Tão Perfeito
.
é tão perfeito
professor de português no eua
musa
perto de você
sonhe com os anjos
ainda sou o mesmo
amor fora da lei
sem você
quando é verão
vem me dar um beijo
.
Sem Palavras
.
sem palavras
classical gas
beijo submerso II
visita presidencial
manhã de carnaval
agora mesmo
trenzinho caipira
mineral com jazz
amplificador de luz

Orquestra De Música Brasileira (1988)

Inicio a semana com boas novas. O nosso amigo Zecaloro do Loronix acabou de lançar seu novo projeto, uma enciclopédia eletrônica de música instrumental brasileira. Trata-se de um site, o “Músicos do Brasil – Uma Enciclopédia“, onde podemos encontrar informações precisas sobre os instrumentistas brasileiros. Taí uma nobre e necessária iniciativa a favor da memória musical em nosso país. Segundo o Zeca-Mauro “a Enciclopédia apresenta, além dos verbetes, dissertações universitárias que foram gentilmente cedidas por seus autores, e ensaios escritos especialmente para o projeto sobre os mais diversos aspectos da música instrumental brasileira.” Taí, mais uma boa fonte para nossas pesquisas. Saiba mais sobre o projeto no Loronix. Parabéns a toda a equipe envolvida neste trabalho!
Para brindar o momento instrumental estou postando a OMB – Orquestra de Música Brasileira em seu primeiro e único disco. Um álbum independente lançado em 1988, super elogiado pela crítica. A OMB foi criada e era regida por Roberto Gnattali. Em 91 fizeram sucesso em apresentação no “FREE Jazz Festival”. Muitos de seus integrantes, hoje são figurinhas conhecidas e respeitadas no cenário da música instrumental.
Não vou entrar em detalhes quanto ao disco e seu repertório, deixo que vocês o descubram por si só, o encarte é bem detalhado. Tenho certeza que todos irão gostar. Afinal é música brasileira e da boa! Toque este toque 😉

meu amigo tom jobim
quebra pedra
aquarela do brasil
jura
ou vai ou racha 1
ou vai ou racha 2
avenida
marimbanda
cantos silvestres afoxé
frevereiro

Camafeu de Oxossi – 1968 e Berimbaus Da Bahia (S/D)

Alternando entre os discos do Projeto Minerva, tenho apresentado alguns outros ligados à música de Umbanda, dos terreiros e fundo de quintal. Nessa linha, a Bahia é insuperável, rica em suas tradições e complexa nas questões espirituais, é por certo o estado brasileiro que melhor caracteriza a essência da cultura negra e sua herança africana.

Hoje, na sequência, estou trazendo uma das figuras mais interessantes da Bahia, Apio Patrocínio da Silva, o Camafeu de Oxossi. Personalidade tradicional baiana, conhecido internacionalmente através de sua famosa barraca São Jorge, foi tocador de berimbau, batuqueiro, ex-presidente dos Filhos de Gandhi e outras escolas de samba baianas. Tornou-se dono de um restaurante que ganhou seu apelido, “Camafeu de Oxossi” e desde então se tornou um dos pontos obrigatórios de passagem para todo o turista que visita Salvador. Apio ou Camafeu se preferirem, gravou apenas dois discos. No primeiro, lançado pela Philips em 1968, com uma bela capa do artista Caribé e texto de apresentação na contracapa de Dorival Caymmi, temos de um lado composições próprias para o Candomblé e do outro lado cantos de domínio público, recolhidas por Camafeu. O segundo álbum “Berimbaus da Bahia” também contou com texto de Caymmi e capa de Caribé. Um disco dedicado aos cantos de capoeira, alguns extraídos dos velhos tempos de escravidão. Este disco chegou a ser relançado uma década depois com outra capa e nomeado apenas de “Berimbau”, como podemos ver na foto menor ao lado. Até então, foi o único lp ressuscitado pelos blogs. Os dois discos de Camafeu de Oxossi são mesmo muito raros, por isso resolvi postá-los em conjunto. Infelizmente, mesmo com alguns cuidados, eu não consegui eliminar os estalos e chiados que acabaram sendo incorporados à percussão. Os encartes também precisam ser refeitos, mas isso eu farei caso haja interesse por parte de vocês. Como já dizia minha avó, a pressa é inimiga da perfeição. Mas eu ainda chego lá…
Camafeu 1968
ogum
exu-onã
oxum
oxossi
oxalá
crioula pariu mulata
bahia, minha bahia – canarinho da alemanha
canto contado
confirmação de oxossi
Berimbaus da Bahia
babá mixorô
moriô
ojo matin dolaie
afoxê loni
alá filá alá
adabaô no mafé
alá la la ê
paraná
quem quiser moça bonita
samba do mar
adeus corina
sou eu malta
vou dizê a meu sinhô que a manteiga derramou

100 Anos De Música Popular Brasileira – Projeto Minerva Vol.7 (1975)

Olá amigos cultos, ocultos e demais passantes. Ainda não acertamos com o quadriho de bate-papo? Não sejam preguiçosos 🙂 Não desistam…
Hoje finalizo a postagem dos quatro álbuns que tenho disponível do Projeto Minerva. Como informei anteriormente, esta coleção é composta de oito volumes. Foi lançada em 1975 pelo MEC através da Tapecar. Nos anos 80 a coleção voltaria num relançamento pobre da Soma/Sigla, sem preocupação ou cuidado de incluir as informações como no original. Depois de haver postado os quatro discos, vejo o quanto são raros. Ninguém tem, ninguém viu… mas quem sabe, numa hora dessa aparece…
O disco deste volume é todo dedicado ao samba e traz registros raros do mestre Cartola. Tem a música de Nelson Cavaquinho, Candeia e Martinho da Vila. Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Elza Soares e Roberto Silva. Pronto, não precisa dizer mais nada, não é mesmo? Momentos realmente raros com gosto de quero mais 🙂 Toque aí…

divina dama – quem me vê sorrindo – cartola
o sol nascerá – cartola
alvorada – cartola
acontece – cartola
notícia – roberto silva
luz negra – beth carvalho
a flor e o espinho – beth carvalho
as folhas secas – beth carvalho
a voz do morro – roberto silva
diz que fui por aí – elza soares
casa de bamba – roberto silva
tom maior e pequeno burguês – beth carvalho
canta, canta minha gente – elza soares
tiradentes – roberto silva
heróis da liberdade – beth carvalho
filosofia do samba- paulinho da viola
minhas madrugadas – paulinho da viola
manhã de carnaval – elza soares

J. B. De Carvalho – Apresenta São Jorge O Rei Do Terreiro (1970)

Olá! Hoje vamos dirigir nossa atenção à música umbandista. Um gênero que já ganhou o seu espaço até entre os blogs musicais. Entre os autores desta música, predominantemente percussiva, os chamados “pontos”, destaca-se J. B. de Carvalho (João Paulo Batista de Carvalho), cantor e compositor – autor dos mais conhecidos “pontos”, cantados não apenas em rituais, mas popularizado através de outros artistas. Aliás, muitos artistas gravaram suas composições que, quando não eram dadas erradamente como de domínio público, eram tomadas como sendo suas. Foi o caso uma vez do Martinho da Vila, que se apropriou de um de seus “pontos”, gravado em um de seus lp’s, mas depois reconheceu o verdadeiro autor e doou os direitos à uma instituição de caridade. J. B. de Carvalho é sem dúvida um dos nomes mais expressivos da música de Umbanda. Começou no final dos anos 20 ao lado do Conjunto Tupi, que interpretava corimás, músicas cantadas durante os rituais de macumba. Foi também autor de vários sambas e marchas carnavalescas. Conhecido também como “Batuqueiro Famoso”, gravou dezenas de disco, principalmente os de “pontos”, vendidos geralmente em casas de artigos de Umbanda.
Este álbum, lançado pela Continental com selo Disco Lar, não é exatamente uma coletânea, mas reúne composições criadas ao longo tempo. Algumas, me parece, são gravações originais, incluídas no álbum. Confiram mais um que eu recomendo 🙂

beira mar
ê-rê-rê
caboclo da cachoeira
ogum megê meu pai
oxumaré
cangira
são benedito
tranca rua
cabocla jurema
congo-ê
dia das crianças
ponto de aniversário (cosme e damião)

100 Anos De Música Popular Brasileira – Projeto Minerva Vol.1 (1975)

Pelo jeito os amigos ainda não pegaram a ‘manha’ do novo quadrinho de bate-papo. Confesso que nem eu, mas podem acreditar, não vou ficar inventando moda. A troca por esse novo quadrinho de comunicação foi muito pelo tamanho e os recursos. Me parece que através dele podemos criar um grupo, acompanhar uma discussão estando ou não nas páginas do blog. Aconselho aos amigos se cadastrarem. Se de uma hora para outra o Toque Musical precisar ir para o privado, só se salvarão os que estiverem com o bilhete.
Tenho para hoje mais um exemplar da coleção Projeto Minerva, na verdade o primeiro, como foi solicitado. Como eu já havia comentado, infelizmente me faltam quatro volumes para completar a coleção (2, 3, 4 e 8). Se acaso alguma boa alma tiver e quiser cooperar comigo, serei muito grato.
O volume 1 é um álbum que contempla mais ao chorinho e seresta. Os registros deste disco são exclusivamente do programa com Paulo Tapajós e Altamiro Carrilho.

flor amorosa – altamir carrilho e conjunto
lua branca – paulo tapajós
corta jaca – alamirro carrilho e conjunto
brejeiro – altamiro carrilho e conjunto
apanhei-te cavaquinho – altamiro carrilho e conjunto
terna saudade – paulo tapajós
primeiro amor – altamiro carrilho e conjunto
cabocla bunita – paulo tapajós

Aparecida (1975)

Estou testando o novo quadrinho de bate-papo. Ele tem uma série de recursos, dos quais eu ainda não me inteirei, mas como vocês, a gente aprende. Aos poucos vamos fazendo os ajustes…
Nesta postagem, trago para vocês uma sambista que vai além do pagode. Me refiro à Maria Aparecida Martins, cantora, compositora… figura de destaque no mundo do samba, fortemente ligada às tradições africanas. Sua música não ser regionaliza, ela canta a voz do negro no Brasil inteiro. Neste álbum, seu primeiro solo, podemos perceber isso entre suas onze faixas. O disco foi produzindo por Durval Ferreira e os arranjos são de José Menezes. Além de outros instrumentistas, Aparecida ainda conta com a participação do Conjunto Nosso Samba, com quem ela já havia gravado anteriormente. Muito bom…

mareia oxum
vovó catarina
terreiro de mãe nazinha
talunde
tereza aragão
a maria começa a beber
meu são benedito
segredos do mar
inferno verde
se segura zé
nanã boroquê

100 Anos De Música Popular Brasileira – Projeto Minerva Vol.6 (1975)

Embora pouco comentada a postagem do volume 5 do Projeto Minerva, vieram muitas solicitações para que eu continuasse a postar outros números. Tá certo, aqui vai mais um…
Hoje teremos o volume 6, onde constam registros de Pery Ribeiro, Rosana Toledo, Lúcio Alves, Johnny Alf e Alayde Costa. Infelizmente este sexto volume que tenho é do relançamento, feito nos anos 80 pela Sigla/Soma. Eu chego a ficar indignado com o pouco caso que fizeram ao relançarem essa coleção. Os álbuns, originalmente eram de capa dupla, trazendo em seu interior as informações sobre seu conteúdo (número das faixas, ficha técnica, etc…). Para pouparem gastos na produção, a série relançada pela Sigla/Soma em 84 veio desfalcada. Os caras não tiveram a sensibilidade de ver que o mais importante para se compreender o disco e essa coleção estava ali, no que eles omitiram. Para saber quem é quem e o que é o quê só mesmo olhando pelo selo, que por sinal não informa muita coisa, nem a data. Daí, quando a gente cisma de criar um blog e disponibilizar o disco com as informações completas, os caras dizem que é pirataria. Mas vamos deixar essa questão para um outro momento, que por sinal eu gostaria de dar meus esclarecimentos.
Como relação ao nosso disquinho do dia, o que tenho a completar é dizer que o mesmo traz um repertório que compreende o período que vai de 60 a 70, entre bossas, Jorge Ben e outras tropicálias. Participam do programa outros músicos de renome, mas só identifiquei o Altamiro Carrilho, que por sinal pelejou para se manter no ritmo da bossa. Segue a baixo a programação:

lobo bobo – alayde costa
influência do jazz – johnny alf
o barquinho – alayde costa
fim de noite – lúcio alves
canto de ossanha – rosana toledo
consolação – pery ribeiro
última forma – pery ribeiro
pra dizer adeus – pery ribeiro
a banda – pery ribeiro
carolina – pery ribeiro
travessia – rosana toledo
canção do sal – pery ribeiro
é de manhã – pery ribeiro
esse cara – rosana toledo
roda – pery ribeiro
procissão – pery ribeiro
preciso aprender a só ser – rosana toledo
chove chuva -pery ribeiro e rosana toledo
mais que nada – pery ribeiro e rosana toledo
país tropical – pery ribeiro
fio maravilha -pery ribeiro e rodan toledo

Os Tincoãs (1973)

Se tem um disco do qual eu me arrependo de ter vendido, este foi Os Tincoãs de 1973. Foi preciso quase duas décadas depois para eu novamente reencontrar o álbum, na verdade, sua versão em cd relançada pela EMI Odeon. Em outras encarnações eu já havia postado este disco e fez o maior sucesso. Dessa vez eu fiquei meio resistente, pois o disco já estava bem divulgado e haviam tantas outras coisas para postar que o disquinho acabou ficando na fila de espera. Mas como se trata de algo fora de série, eu não poderia me negar aos seus encantos.
Taí, Os Tincoãs, grupo baiano surgido no início dos anos 60. Gravaram inicialmente boleros e coisas semelhantes ao Trio Irakitan. Mas foi a partir de uma conscientização da cultura negra africana, dos terreiros de Candomblé da Bahia, que o grupo começou a tomar uma forma. Este foi o segundo disco gravado por eles e com certeza o mais importante. Não apenas pelo temática, mas principalmente pelos arranjos vocais e o trabalho de produção musical do maestro Lindolfo Gaya. Neste disco o trio era formado por Mateus, Dadinho e Heraldo que veio a falecer em 1975. O trio continuou na estrada com outras formações até o início dos anos 80. Depois, Dadinho e Mateus foram morar na África. Chegaram a gravar um disco em Angola, o qual também saiu no Brasil pela CID. Em 2000, foi a vez de Dadinho que mudou de lado e foi cantar com Heraldo no céu. Os Tincoãs, só por este disco, podem ser considerados um dos maiores grupos vocais brasileiros. Excelente! Confiram o toque…

deixa a gira girar
iansã, mãe virgem
sabiá roxa
ogundê
na beira do mar
raposa e guará
saudação aos orixás
canto de iemanjá
capela d’ajuda
obaluaê
a força da jurema
embola embola

Bando Da Lua – Nos E.U.A. (1975)

Ontem eu postei um disco do Projeto Minerva e até pensei que alguém fosse fazer algum comentário, considerando o imediato número de acesso em pouco mais de doze horas. Como não houve ainda um ‘feedback’, resolvi mudar o rumo. Ouvindo o Lúcio Alves, acabei me lembrando do Bando da Lua. Daí rumamos para o internacional Bando da Lua.
Eles surgiram no início dos anos 30 e fizeram muito sucesso como um revolucionário grupo vocal. Ficaram ainda mais (internacionalmente) famosos por serem o grupo de apoio de Carmem Miranda nos Estados Unidos. Seu elemento principal era Aloysio de Oliveira.
Não vou ficar aqui contando histórias, a contracapa se incumbirá disso.
Este disco reúne algumas das gravações que o Bando da Lua realizou na Decca americana. As faixas seguem uma ordem cronológica que se inica apartir de 1941. Em boa parte do disco as músicas são em inglês, naturalmente por se tratarem de gravações voltadas para o público americano. Aqui estão presente doze faixas de um repertório raro que vai até 1954.
Com selo MCA Records e distribuído no Brasil pela Chantecler em 1975, este lp se tornou uma raridade bastante procurada por colecionadores. Vendi o meu a algum tempo atrás por 120 pratas!

maria boa
cansado de sambar
na aldeia
lig lig lé
é bom parar
nega do cabelo duro
chiquita bacana
canoeiro (pescaria)
rag mop samba
bibbidi-bobbidi-boo (a canção mágica)
in the mood

100 Anos De Música Popular Brasileira – Projeto Minerva Vol. 5 (1975)

A sexta-feira foi um pouco corrida e pelo jeito o sábado também, mas vamos ao diário. Ainda com aquele espírito de bossa, temos para hoje um disquinho fino. Trata-se do volume 5 da coleção de oito álbuns produzidos por Ricardo Albim para o Projeto Minerva. Essa série saiu pela Tapecar nos anos 70 e foi novamente relançada pela Sigla nos anos 80. Um registro mais que histórico, perfeito! Básico a qualquer discoteca, seja ela de cd, vinil ou mp3. É de estranhar que até hoje nenhum blog tenha se prestado a trazê-los de volta. Vê-se de cara que estamos falando de uma coleção rara e muito importante. As gravações apresentadas aqui fizeram parte do programa de rádio levado ao ar para todo o Brasil por uns vinte anos. Quem não se lembra?
Escolhi o volume 5 que compreende uma fase da Bossa Nova. Neste disco temos Jonhnny Alf, Doris Monteiro, Lúcio Alves e Alaide Costa, tudo ao vivo, gravado no auditório do MEC, Rio.
Aos poucos irei soltando os demais álbuns da série. Ainda me faltam conseguir os volumes 2, 3, 4 e 8. Se acaso alguém tiver e puder enviar para mim, ficarei muito grato e postarei esses também. Compartilhe essa idéia!

rapaz de bem – johnny alf
eu e abrisa – doris monteiro
ninguém me ama / se eu morresse amanhã – doris monteiro
castigo – doris monteiro
se é por falta de adeus
camelô / mocinho bonito – johnny alf e doris monteiro
a banca do distinto – johnny alf e doris monteiro
foi a noite – lúcio alves
desafinado – alaide costa
garota de ipanema – alaide costa e johnny alf
se todos fosse iguais a você – lúcio alves
eu sei que vou te amar – lúcio alves
eu não existo sem você – alaide costa
a felicidade – lúcio alves

Bossa Nova – Para Fazer Feliz A Quem Se Ama (1988)

Olá! De última hora fui obrigado a mudar os planos da postagem do dia. Acabei esquecendo em um outro computador o disco preparado para hoje. Como não tenho como acessá-lo, o jeito vai ser apelar para os ‘álbuns de gaveta’. Por sorte achei mais um que celebra a Bossa Nova. Tenho aqui este lp lançado em 1988 com grandes nomes da nossa MPB, cantando alguns dos maiores sucesso do gênero. “Pra fazer feliz a quem se ama”.
Ao final, quem saiu ganhado foram vocês. Amanhã eu postarei o que deveria ter entrado hoje.

emilio santiago
vivo sonhado
triste
meditação
nara leão
corcovado
insensatez
joão bosco
a felicidade
o nosso amor
quarteto em cy
de conversa em conversa
tim tim por tim tim
samba de uma nota só
falsa baiana
moraes moreira
país tropical
chove chuva
guilherme arantes
nós e o mar
wave
leny andrade
garota de ipanema
rio
ela é carioca
ney matogrosso
vagamente
manhã de carnaval
mpb 4
chega de saudade
tem dó
carlos lyra
se é tarde
você e eu
saudade fez um samba

Bossa Nova Trinta Anos Depois (1987)

Hoje o dia tá bom a Bossa. Vamos continuar por essa trilha, pois por ela já passaram os “super blogs”. Quem sabe nessa a gente também alcance o mérito, não é mesmo?
O disco do dia é a pura Bossa. Lançado pela Philips em 1987, ano em que a Bossa Nova comemorava seus trinta anos, o álbum reúne quinze autenticas composições do gênero. Ficou a cargo de Roberto Menescal a seleção do repertório, que obviamente são apenas as pratas da casa. Mas longe de qualquer crítica negativa, o disco é muito bom. Artistas e repertório do primeiro time. Confiram a baixo quem foi escalado para o jogo…

rio – os cariocas
você e eu – nara leão
coisa mais linda – caetano veloso
garota de ipanema – sergio mendes e bossa rio
águas de março – elis e tom jobim
carta ao amigo tom 74 – toquinho e vinicius
falsa baiana – joão gilberto
surf board – roberto menescal e seu conjunto
desafinado – gal costa
o barquinho – tamba trio
chega de saudade – tom jobim
corcovado – sylvia telles
boranda – edu lobo e tamba trio
triste – elis regina
de palavra em palavra – mpb4

Elis Regina & Zimbo Trio – O Fino Do Fino (1965)

Eu sempre acabo me deixando levar pelas sequências e consequências. Ouvir o Tamba Trio acabou por despertar meu desejo de postar mais um disquinho que, para mim, é 10! Na mesma linha jazzística e bem suingado, temos agora o Zimbo Trio com a Elis Regina. Outro combinado que também foi show, literalmente show, gravado ao vivo no Teatro Record em 1965, Um disco perfeito em todas as suas dimensões, a começar pela capa. O álbum, já bem conhecido de todos foi relançado em discografias tanto da Elis Regina quanto do Zimbo Trio.
Se por acaso você ainda não o ouviu, confira aqui e corra logo atrás do CD original. O vinil você também pode encontrar, mas não sairá por menos de 50 pratas. Seja qual for sua escolha, está valendo, será uma boa, pois o fino do fino é ainda mais fino 😉

zambi
aruanda
canção do amanhecer
só eu sei o nome
esse mundo é meu
samba meu
expresso sete
tê o sol raiar
chuva
amor demais
samba nov
chegança

Quarteto Em Cy E Tamba Trio – Som Definitivo (1966)

Para engrossar o caldo do dia, estou trazendo mais um disco da baianinhas do Quarteto em Cy. Desta vez elas vem acompanhadas pelo não menos genial Tamba Trio. Um disco, sem dúvida, da melhor qualidade, o qual eu recomendo para aqueles que ainda não tiveram a felicidade de ouví-lo. A união desses dois grupos, com direção musical de Roberto Quartin e Wadi Gebara, resultou num trabalho muito original, com uma forte tendência jazzistica em contra-ponto com o balanço do samba, presente em praticamente todas as faixas. Um disco realmente fino, um clássico que não envelhece e não pode faltar aqui no Toque Musical. Confiram esta jóia 😉

zambi
imagem
aleluia
das rosas
se você pensar
agua de beber
o mar é meu chão
arrastão
apelo
eu vim da bahia

Viver Outra Vez – Campanha No Combate À Aids (1988)

Olá! Como todos devem saber, hoje é o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Em todo o mundo o dia é lembrado como uma manifestação de alerta, despertando nas pessoas a consciência da necessidade da prevenção e o entendimento sobre a síndrome. O Toque Musical também participa, apresentando este disco, sugerido pelo nosso amigo Edú. Trata-se de um álbum curioso, com participação de diversos artistas cantando a canção “Viver Outra Vez”, que em seguida e incessantemente, seu instrumental, aparece como fundo para todas as outras faixas. Ela se repete como fundo para a aplicação de textos recitados por Paulo Autran, Fernanda Montenegro, Tônia Carreiro, Lima Duarte e Maitê Proença. Chega a ser meio chato ouvir sempre a mesma música que ao final do disco você até já decorou. Mas as mensagens de Carlos Drumond de Andrade, Mário Quintana, Vinícius e tantos mais, valem a investida.
Não se desanimem com a minha crítica, eu sou mesmo um chato. Mas sempre bem intencionado. Além do mais, o blog é para quem escuta música com outros olhos.

viver outra vez
vida menor – carlos drumond de andrade
a carpideira – adélia prado
if – paulo mendes campos
viver outra vez
balada negra – vinicius de moraes
o que é o que é – gonzaguinha
o poema – mario quintana
o marrueiro – catulo da paixão cearense

A Grande Música Do Brasil – A Grande Música De Chico Buarque (1978)

Chico Buarque, indiscutivelmente é um de nossos maiores compositores de todos os tempos. Postar um disco dele é sempre uma grande honra, porém eu ainda não o fiz porque acredito que toda a sua obra se encontra disponível, seja em lojas ou em blogs. Contudo, o universo ‘buaqueano’ ainda merece ser explorado. Muita coisa ligada à música deste grande compositor necessita ainda um resgate ou atenção. Aqui temos um bom exemplo disso, na série “A Grande Música do Brasil”, concebida por Marcus Pereira para a Discos Copacabana. Esta série foi criada no sentido de homenagear alguns dos maiores nomes da nossa música e também ao maestro Guerra Peixe, responsável por toda a direção musical. Trata-se de um disco instrumental e orquestrado. Não sei precisar quantos volumes tiveram a série, mas todos tiveram o arranjo sinfônico de Guerra Peixe. Além da excelência musical de Chico, podemos apreciar a arte deste magnifico regente. Confiram o toque… 😉

a banda – olê olá
noite dos mascarados
carolina
roda viva
quem te viu, quem te vê
januária
pedro pedreiro – deus lhe pague
o que será

Bob Fleming – Boleros, Boleros, Boleros (198?)

Olá! Antes de tudo, eu gostaria de esclarecer dois pontos importantes para um melhor entendimento do nosso Toque Musical. Primeiro com relação aos links. Sempre usamos o Mediafire e o Rapidshare para arquivos maiores de 100 mega e para reposição dos vencidos. Acredito que todos atualmente estão ativos, contudo, conto com o interesse e colaboração de vocês. A reposição é imediata. O segundo ponto diz respeito à maneira como os álbuns são apresentados aqui. Procuro sempre caprichar, mas alguns detalhes como remasterização e capa, tenho procurado não intervir, de forma que se mantenha íntegra toda uma informação. Acho que é importante mostrar a coisa como ela é. Mostrar a capa do disco e não apenas o seu encarte. Por certo, tudo de forma apresentável, mas qualquer melhoramento, prefiro deixar a cargo de cada um. Em resumo, quero que o ábum chegue até vocês da forma mais pura, sem intervenções. Tenho tomado essa posição devido à facilidade com que hoje em dia podemos modificar, transformar e subverter uma informação. Digo isso principalmente dos arquivos de imagem e de som. Daí, chego a conclusão que quanto menos mexer, melhor. (cês tão intendendo?)
Bom, chega de blá-bla-blá… vamos ao que interessa! E hoje, como prometido, o negócio é o bolero. Como nesta semana eu andei postando álbuns instrumentais, para não destoar muito, preferi escolher boleros instrumentais. Então, nessa hora, não deu outra… escalei o Mr. Sax, Bob Fleming ou se preferirem Moacyr Silva. Como é sabido de todos, o saxofonista Moacyr Silva, assim como outros músicos, atuaram com outros nomes, principalmente nomes estrangeiros, de forma a driblar contratos com outras gravadoras. Moacyr fez muito isso e no caso de Bob Fleming, foi adotado para que o instrumentista pudesse gravar pela Musidic. O nome, me parece, foi cunhado por Nilo Sergio, dono da gravadora. Por esta ele gravou vários discos, entre eles esta série de boleros, que pelo que tudo indica começou a partir de 1960 com o Volume 1. O segundo volume eu não localizei a data, mas o terceiro saiu em 1965. Nos anos 80 os três volumes foram reunidos e relançados pela Sigla com esta bela capa conceitual, onde juntando os três álbuns temos um poster dessa loira sensual (até rimou!). O repertório vocês podem conferir logo a baixo, quase todas as músicas bem conhecidas do público. Vamos então ouvir o nosso Ben Webster tupiniquim. Maravilha…
vol.1
frio en el alma – aquellos ojos verdes
un mujer – desesperadamente
por que ya no me quieres – olhos castanhos
magic is the moonlight – tres palabras
adios – se muy bien que vendras
solamente una vez – frenesi
maria elena – la violetera
quiereme mucho – cubanacan
torna a surriento – o sole mio
poinciana – marta
stars in your eyes – orchilds in the moonlight
quero beijar-te as mãos – nostalgias
vol.2
la barca
cancion de amor cubano
nocturnal
duerme
regalo de viaje
misty
tu, mi delirio
la puerta
sabor a mi
green fields
sweet and lovely
vol. 3
charade – just for tonight
sin motivo – ay de mi
accarezzame – arrivederci
star dust – fly me to the moon
sta sera pago io – amapola
amor – abrazame asi
rose – trop beau
acercate mas – quizas, quizas, quizas
quando calienta el sol – besame mucho
uno per tutti – io che amo solo te
nessuno al mondo – al di la

Nouvelle Cuisine – Slow Food EP (1991)

Segundo os entedidos, Nouvelle Cuisine foi um termo criado por dois jornalistas franceses, Henri Gault e Christian Millau, especializados em gastronomia, para definir o estilo culinário de um grupo de ‘chefs’ franceses, que nos anos 60 se espelhavam nos ideais de cozinha do Movimento Futurista, revolucionando o ato de preparo e apresentação dos alimentos. Ou seja, a comida vista como uma obra de arte, aquela que é bonita aos olhos, mas que não enche a barriga. Naturalmente cara, como toda obra de arte, o que mais importa é o conceito (ups!). Somado ao requinte, transformam pequenas e simples porções em maravilhas culinárias, mesclando o salgado e o doce sobre um prato banco. Sem dúvida, essas misturas e o rompimento com a cozinha tradicional nos trouxe novos sabores, porém eu ainda sinto fome.
Aproveitando este enredo, mas sem querer fazer analogias com o grupo, acho que a postagem do dia merece um complemento. Daí, resolvi incluir este EP promocional que saiu em 91 anunciando a chegada do segundo disco, “Slow Food”. Um álbum produzindo por Oscar Castro-Neves e desta vez com um repertório que inclui também a música brasileira. Saboreie este fino prato, que aqui realmente está em pequena porção. Depois de ouvi-lo você vai ficar com a mesma sensação de quem comeu um “boeuf bourguignon” na hora do almoço. Gostoso, mas quero mais…

luzes
notas
cool
power flower

Nouvelle Cuisine (1988)

Olá amigos cultos, ocultos e visitantes em geral. Hoje me encontro um pouco indisposto, devido a uma endoscopia que fiz pela manhã. Examezinho chato, estou com a minha garganta ardendo como quando a gente fica gripado. É uma merda, me desculpem a expressão.
Para esta sexta-feira eu reservei o Nouvelle Cuisine, grupo paulista que surgiu no cenário artístico da segunda metade dos anos 80, fazendo apresentações em boates no Rio e em São Paulo. Caíram logo no gosto da crítica refinada e amantes do jazz. A proposta do grupo era versões acústicas de alguns dos mais famosos ‘standards’ dos anos 30 a 50, de autores como Duke Ellington, George e Ira Gershwin, Rodgers & Hart, Charles Mingus e outros.
O disco que apresento foi o primeiro, gravado em 1988, trazia exatamente essas versões. Um trabalho sofisticado, bem elaborado pelo vocalista Carlos Fernando que também é o responsável pelo conceito e programação visual do álbum. Pessoalmente acho este disco um charme e tenho certeza que aqueles que não o conhecem e gostam de jazz, vão se deliciar 😉

embraceable you
blues in the night
riquixá (pousse-pousse)
so long frank lloyd wright
my funny valetine
lullaby of birdland
my one and only
st. louis blues
day dream
chelsea bridge

José Carlos Poleshuck – E Sua Música (1990)

Eis ai um nome que sempre vejo presente como compositor em discos de música instrumental, principalmente os dos anos 80. José Carlos Poleshuck, eis um nome, cadê o ‘homi’? Esta é um pergunta que eu faço, porque não obtive respostas. Numa consulta por nome, não encontrei absolutamente nada a seu respeito, além de anúncios de venda, deste e de um outro disco que ele um dia lançou? Afinal, quem é este compositor?
O disco que tenho o prazer de apresentar, pelo que tudo indica não conta com a participação do compositor. Lançado 1990 pelo selo JLV, este álbum tem como figura chave o pianista Gilson Peranzzetta, responsável pelos arranjos, regência e presente em todas as faixas. Outros instrumentistas feras também entram no mexido, mas deixo isso para a ficha técnica que já vem incluída. Para aqueles que torceram o nariz para o experimentalismo da música instrumental, talvez neste disco possam se reencontrar. O disco é muito bom, eu garanto!

teu jeito gostoso de amar
caminho certo n.1
a menina dos olhos azuis
fabinandas
noturna n.11
estou de volta
caminho certo n.2
alegria

Eumir Deodato – Deodato 2 (1973)

Desculpem, mas hoje eu estou mais corrido que ontem e sem condições ou acesso a algo mais inédito. Assim, vamos com mais um dos meus já famosos discos de gaveta.
Eis aí um disco bacana, Eumir Deodato em seu segundo álbum solo americano, produzido por Creed Taylor. Depois do sucesso total que foi “Prelude”, no ano seguinte ele sairia com “Deodato 2”, um disco que em nada tem haver com a sonoridade musical brasileira, exceto pela presença de Airto Moreira que tempera um pouco o caldo. Todavia, não deixa de ser um disco genial, do qual eu gosto muito e recomendo para os que ainda não o ouviram. Podem comprar o disco, que com toda certeza vocês irão gostar. A pedido da g
Vou ficando por aqui, porque o tempo urge e a caravana passa. Té mais…

super strut
rhapsody in blue
nights in white satin
skyscrapers
pavana for a dead princess
latin flute
venus
do it again
tropea

Zé Eduardo Nazario – Poema Da Gota Serena (1983)

Olá! Hoje o bicho está pegando para o meu lado. Meu tempo está contadinho. Pensei até que não iria conseguir fazer a postagem do dia. Mas vou aproveitando o que tenho à mão nesta pausa para o café. Continuamos no instrumental, o bolero fica para o fim de semana, ok?
Taí, um disco para os apreciadores da música instrumental, “Poema da gota serena”. Primeiro álbum solo do baterista Zé Eduardo Nazario. Para os que não conhecem a fera eu vou dar a ficha, resumida, só para vocês sentirem o toque.
Zé Eduardo começou cedo. Aos 12 anos ganhou do pai uma bateria. Aos 13 formou seu primeiro grupo, o “Xangô 3” ao lado de mais dois adolescentes. Embora com pouca idade, o trio fez muito sucesso em São Paulo nos anos 60. Eles faziam bailes e também eram atração em todos os programas de tv’s paulistas. Se apresentavam regularmente em progamas como o Bossaudade de Elizeth Cardoso, Corte Rayol Show de Agnaldo Rayol, Hebe, Moacyr Franco Show e muito mais. Nos anos 70 formou o Grupo Experimental de Percussão, depois o Mandala, cujo o disco é raríssimo (qualquer hora dessas eu posto ele aqui). Nos anos 70 ele ainda tocou com Hermeto Pascoal, participou de outros grupos e de discos de figuras não menos importantes como Marlui Miranda e Egberto Gismonti. Formou juntamente com o irmão, Lelo Nazario e outros feras o Grupo Um, gravando uns cinco discos. A partir dos anos 80 ele começa a desenvolver seus trabalhos solo, gravando o “Poema da gota serena” em paralelo com o Grupo Um. Formou com o irmão o Duo Nazario, integrou o grupo Pau Brasil, Percussônica e nos últimos anos tem tocado com o guitarrista americano John Stein. Mora em Pouso Alegre, Minas Gerais e tem tocado com as formações Zé Eduardo Nazario Trio, Quarteto, Quinteto e Sexteto.
Bom, depois desta, falar do álbum postado é ‘chover no molhado’. Melhor ouví-lo e comprar o original na mão do . Toquei?

pra pensar
pra sentir e contar
energia dos três mundos
só pra ouvir

The Modern Jazz Quartet – Artista Convidado Laurindo Almeida (1964)

Depois de uma semana inteira entre o pinho e as cordas, vamos agora dar oportunidade aos outros instrumentos, artistas e aos nossos amigos cultos, ocultos e frequentadores em geral. Acredito que todos tenha gostado e por essa razão (e por outras), continuarei postando violeiros, violonistas, etc… Ainda temos muitas cordas para nos amarrar e elas virão entre outros artistas e gêneros. Como vocês sabem, o Toque Musical é um blog que gosta de diversificar e nesta semana que se inicia, a palavra de ordem é ‘variedades’. Mas não se preocupem, o pinho continua presente, solando ou acompanhando 🙂
Hoje o dia é do jazz em uma de suas mais autenticas expressões, o Modern Jazz Quartet. Formado pelas feras – John Lewis no piano, Milt Jackson no vibrafone, Percy Heath no baixo e Connie Kay na bateria – o TMJQ neste disco conta com a participação especial de Laurindo Almeida, o grande violonista ‘brazileiro’. Este disco, para quem gosta de jazz, é simplesmente maravilhoso. A química entre esses músicos é perfeita, graças, de uma certa forma, a uma experiência prévia de quase seis meses tocando juntos. Laurindo havia sido convidado por Lewis, com quem já havia tocado, para se juntar ao grupo numa turné europeia em 1963. O álbum em questão é fruto desta relação e foi lançado em 1964 pela Philips com o nome de “Collaboration – The Modern Jazz Quartet With Laurindo Almeida”. No mesmo ano ele também chegou ao Brasil, mas com a capa que vemos acima. Neste lp temos as seguintes faixas:

silver
trieste
valeria
fuga em lá menor
samba de uma nota só
foi a saudade
concerto para aranjuez

Baden Powell – Ao Vivo No Teatro Santa Rosa (1966)

Como eu havia dito, aqui vai mais um do Baden o qual eu gosto muito, gravado pela Elenco.
Este disco, como está estampado na capa, foi gravado ao vivo no Teatro Santa Rosa, no Rio em 1966. O espetáculo foi um tremendo sucesso de público e chegou a ficar mais de 5 meses em cartaz. O lp é hoje uma raridade e muito procurado por colecionadores. Não sei se chegou a ser relançado em cd, mas com eu havia dito antes, já está em diversos blogs nacionais e estrangeiros. Segue aqui a minha versão com a qualidade que o artista merece (e vocês também).

abertura – choro para metrônomo
astronauta
valsa de euridice
preludio em ré menor
berimbau
consolação
lamento
samba de uma nota só
tempo feliz

Baden Powell – Solitude On Guitar (1973)

Olá! Acho que todos os discos do Baden Powell já foram devidamente postados em diversos blogs, nacionais e internacionais. Agora a pouco estive checando na rede e pelo jeito já foram todos mesmo. Bom, pelo menos os que eu tenho. Mas seja como for, depois de tanto trabalho, não os vou deixar passar batido. Hoje resolvi que irei postar dois álbuns desse lendário instrumentista. Se você ainda não teve a oportunidade de vê-los e ouví-los, não deixe essa passar.
Começo com “Solitude on guitar”, lp gravado na Alemanha em 1971, mas que só chegou ao Brasil em 73. Produzido por Joachim Berendt e Júlio Medaglia, o álbum nos traz dez faixas, entre composições próprias e de outros artistas, inclusive internacionais. Um disco realmente excelente, com uma qualidade acima da media, com condiz ao apuro alemão. Gravação nota 10!

introdução ao poema dos olhos da amada
chará
se todos fossem iguais a você
márcia, eu te amo
na gafieira do vidigal
kommt ein vogel geflogen
fim da linha
the shadow of your smile
brasiliana
bassamba
por causa de você
solitário

Celso Machado – Brasil, Violão (1977)

Para completar a noite de sábado eu resolvi trazer também o primeiro disco do Celso Machado. Eu fiquei na dúvida se deveria postá-lo, visto que em outros blogs esse disco (me parece) já foi apresentado. Porém já estava mesmo na ponta da agulha. Agora vai de carona fazendo a dobradinha. Por certo vocês não irão reclamar, não é mesmo? 🙂
Segue então este álbum que também é muito bom, cheio de releituras famosas e acanhadamente uma única composição própria.

legua tirana / assum preto /qui nem jiló
asa branca
ponteado
cristal
odeon
choro n. 1
mágoas de africando
choro n. 2
estudo n. 1
a voz do morro

Celso Machado – Violão (1980)

Ainda presos às cordas do pinho, temos para hoje outro grande instrumentista, Celso Machado. Um artista excepcional, um virtuoso do violão que também domina outros instrumentos de corda e percussão. Sem dúvida um artista completo, de formação clássica, mas dono de uma técnica apurada e pessoal. Durante mais de trinta anos, ele tem realizado concertos em todo o Brasil, no Canadá, Europa e também nos Estados Unidos. Infelizmente o cara é mais conhecido e aclamado fora do que dentro de seu próprio país. Não é atoa que ele foi morar no Canada. Sempre muito requisitado, Celso, além de concertista é também professor, palestrante e claro, compositor. Suas criações não se limitam à música regional e tradicional brasileira. Ele também compõe para o cinema, sendo dele diversas trilhas de produções estrangeiras. Por trabalhos em cinema e produções para tv ele já recebeu diversos prêmios. Uma prova do talento e qualidade artística.
“Violão, Celso Machado” foi seu segundo álbum, lançado em 1980 pelo selo Marcus Pereira. O primeiro, “Violão, Brasil”, de 1977, também saiu pela mesma gravadora. Estranhamente, este segundo disco foi o único que até hoje não chegou a ser lançado em cd. Um álbum bacana, com direção artística de Marcus Vinicius e direção musical de Filó Machado que também participa ao lado de outros bambas da música instrumental brasileira. Imperdível!

motivo barroco
juazeiro
parazula em si menor
abraço a neto e lea
tributo ao músico
feitio de coração
el ultimo canto
retirantes
hora de mudar
tema de isabel

Garoto – MIS (1979)

De corda em corda, desta vez chegamos à Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto. Exímio instrumentista, dominava com muita técnica não apenas o violão, mas praticamente quase todos os instrumentos de corda. Me parece que até piano o cara tocava. O apelido de Garoto está relacionado ao fato dele ter se iniciado na música muito cedo. Com apenas 11 anos já fazia parte do Regional Irmãos Armani e era chamado de Moleque do Banjo. De Moleque virou Garoto. Ele é considerado por muitos como um dos precursores da Bossa Nova. Morreu com apenas 40 anos, mas nos deixou um grande legado.
Estou postando este disco, lançado pelo MIS – Museu da Imagem e do Som, porque sei que o mesmo não se encontra mais à venda (o que é uma pena). Aliás ele nem aparece na listagem de produtos oferecidos por essa entidade. No lp estão reunidas gravações raras em acetato, algumas em bases de alumínio, outras em vidro, realizadas ao vivo durante os programas da Rádio Nacional. Essas gravações não foram produzidas com fins comerciais, eram apenas registros dos programas. Assim, temos Garoto em vários momentos, tocando violão e cavaquinho, em solo ou como acompanhamento. Confiram esse toque.

alma brasileira
sons de carrilhões
benny goodman no choro
rato rato
tico tico no fubá
duas contas
amor não se compra
cavaquinho boogie
carinhoso
relâmpago
chinatown, my chinatown
chorinho do ahu
nacional
sempre perto de você
saudade de iguape