Daniel Viglietti é uruguaio, nascido em Montevideo, numa família de músicos. Sua carreira começou nos anos 60. Trabalhou com música e teatro em seu país, desenvolvendo uma intensa atividade, que por suas posições sociais e políticas, acabou levando-o ao exílio nos anos da ditadura. Durante um bom tempo ele viveu na Espanha. “Trópicos” é um disco de 1973 e nele temos dois momentos do movimento musical latino-americano – cantando os autores da (então) Nueva Trova Cubana (Noel Nicola, Silvio Rodriguez e Pablo Milanés) e a Nova Canção Brasileira (Chico Buarque, Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri). Daniel é acompanhado pelo Grupo de Experimentación Sonora do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica. Álbum raríssimo que merece toda a atenção.
Arquivo mensais:novembro 2007
Grupo Agua – Transparência (1978)
02. Esperanzas.
03. Transparencia.
04. Juerga.
05. La luna llena.
06. El Guillatún.
07. La semilla.
08. Caldera.
09. Baioncito.
10. Volver a los 17.
11. Tarkeada.
Agrupacion Musica De Buenos Aires – Folklore Musica Del Sur Argentina
Um disco muito bonito que reúne uma seleção com dez das mais conhecidas músicas folclóricas do sul da Argentina. A concepção e direção deste álbum é de Enzo Gieco, renomado compositor, maestro e flautista argentino. Infelizmente, não há muito o que encontrar sobre o álbum, que suponho, seja mais uma raridade por aqui e por lá. Melhor mesmo ouvir esse toque…
04 Recuerdos de Calahuayo
05 Danza del gurí
Victor Jara – El Derecho De Vivir En Paz (1971)
Um nome importantíssimo no cenário da música de protesto latino-americana, Victor Jara. Cantor, compositor, diretor de teatro chileno Foi assassinado barbaramente em 16 de setembro de 1973, em Santiago, capital do Chile, nos primeiros dias de repressão que se seguiram ao golpe de estado de Augusto Pinochet contra o governo do presidente Salvador Allende, ocorrido em 11 de setembro daquele ano. Desde então Victor Jara tornou-se um síbolo da resistência contra os governos militares. Suas canções tornaram-se hinos de protesto, cantadas em toda a América Latina.
2 Abre La Ventana
3 La Partida
4 El Niño Yuntero
5 Vamos Por Ancho Camino
6 A La Molina No Voy Mas
7 A Cuba
8 Casitas De Barrio Alto
9 El Alma Llena De Banderas
10 Ni Chicha Ni Limona
11 Plegaria A Un Labrador
12 B R P (Brigada Ramona Parra)
Ruben Pagura – Volve Frijol! (1975)
Nesta semana estarei fugindo do tradicional. Vamos dar um tempinho nos nacionais e olhar um pouco além do horizonte. Vamos dedicar a semana aos artistas de países vizinhos e de língua portuguesa. Começarei com Rubén Pagura, ator, cantor e dramaturgo argentino radicado na Costa Rica. Foi o fundador do movimento da Nova Canção da Costa Rica. Artista premiado, tem suas obras teatrais encenada desde 1972, assim como suas canções. O disco que tenho aqui é uma obra tão rara que nem mesmo Pagura tem mais seu exemplar. Felizmente nós estamos aqui, também para isso, resgatar obras perdidas. Vamos então ouvir e conhecer Rubén Pagura.
Sá & Guarabyra – Cadernos De Viagem (1975)
Fechando a semana, aqui vai o último toque. Sá e Guarabyra, dupla que dispensa apresentações, num disco da fase de ouro. Mesmo com a saída de Zé Rodrix, a dupla continuou investido no seu ‘rock rural’. Um disco raro, gostoso de ouvir. Me faz lembrar coisas do “Clube da Esquina”. Belo álbum!
Dança o atrevido (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Muchacha (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Passo-preto (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Lá vem o bicho (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Velho camalião (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Xote correntino (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Roda o mundo (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Ondina Paconé (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Tarzan dos cromados (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
O que você quiser (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Mundo invisível (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Ciro Monteiro – A Bossa De Sempre (1966)
Mais um disquinho interessante aqui, que com certeza irá agradar. O grande Ciro Monteiro numa coletânea que procura resgatar seus sucessos na RCA Victor, entre as décadas de 30 à 50. Uma compilação criada e lançada originalmente em 1966. Foi pouco mais de uns 5 anos atrás relançado em cd. É bem possível encontrá-lo a venda. Se liga nesse toque.
Guilherme Lamounier (1970)
Aqui temos agora um disco bem raro. Fui juntado os caquinhos, até completar este obscuro album do Guilherme Lamounier, lançado em1970 pela Odeon. Ao ouvir uma primera vez, lembra-se um pouco aquela linha brega do pós-jovem guarda. Mas num segundo momento começamos a perceber as sigularidades. Com produção de Carlos Imperial e participação de Dom Salvador e Maestro Cipó, o disco foi comparado a “uma versão crua e rude de Wilson Simonal” (nada a ver…) Sem dúvidas, o álbum de 73 é insuperável e talvez por isso mesmo convém uma conferida neste primeiro lp.
06 cristina
Luli & Lucina – Amor Mulher/Yorimatã (1982)
Uma coisa leva a outra. Depois de ter postado “A Nova Estrela” do Som Imaginário, me lembrei da dupla Luli e Lucinha (ou Luhli e Lucina). Essas duas moças fizeram muito a minha cabeça. Quanta coisa bonita elas criaram. Quantas boas recordações, momentos felizes ao som dessas duas mulheres maravilhosas. Minha fase ‘on the road’ foi embalda por coisas desse tipo. Lembranças de Mauá, Mangaratiba, Resende, Armação de Búsios, Parati, Ouro Preto, Dimantina… ô tempinho bão!
Quanto ao lp, podemos dizer que são dois discos em um. De um lado temos “Amor Mulher” e do outro “Yorimatã”. Segundo Luli, “…que canta a vida e a magia dos elementos”. Um trabalho esmerado, com capa dupla. Este álbum foi premiado como melhor disco independente no Brasil e como melhor disco estrangeiro na França. Simplesmente lindo!
Elizeth Cardoso – Naturalmente (1958)
Na dúvida, realmente, o melhor é manter o charme. E que charme é poder ouvir a Elizeth Cardoso! Acho que todos os discos dela já foram postados pelos amantes da boa música. Eu, mais uma vez, volto com essa magnífica cantora, trazendo um disco de 1958. Este álbum tem uma outra (e original) capa, que infelizmente eu não consegui. Mas o mais importante tá aqui nesse toque, confira…
Uakti – Oficina Instrumental (1981)
Som Imaginário – Nova Estrela (1971)
Atendendo aos meus caros amigos, vamos com o segundo disco do Som Imaginário. Neste álbum, o som vai além do imaginário. Zé Rodrix havia saído do grupo. Eles continuaram como banda de apoio de Milton Nascimento e Gal Costa. Tocaram também outros artistas. Em 1971 eles participaram de um filme, um curta rodado em super 8 de André Adler, chamado “Nova Estrela”. Segundo contam, este filminho esteve guardado com a Lucinha (Lucina) da dupla Luli & Lucina. Me parece que o filme foi rodado em Mangaratiba (RJ), onde elas moravam. Para os mais interessados, este filme pode ser visto no Youtube. Acho que o lp tem esse nome por causa da música do Wagner Tiso e por isso, correto? Toque dado, toque já…
Roberto Corrêa – Uróboro – Viola Caipira (1994)
Existem alguns trabalhos musicais onde o artista, além de ser artista tem que ser tudo. De produtor à empresário, de engenheiro de som à promotor e por aí vai… É este o caso de Roberto Corrêa, violeiro de mão cheia, acadêmico e músico independente. Embora como professor da UFB, suas pesquisas são geralmente voltadas para um trabalho pessoal. “A minha sensação é de que existe dentro de mim um vão muito grande que não foi preenchido com a tradição por causa de uma tragédia. Mas este vão existe e eu vou atrás de preenchê-lo. Na verdade, eu pesquiso para mim mesmo, o imaginário deste povo passa a ser meu”, afirma ele.
Neste disco, ele dá uma verdadeira aula de viola caipira, No encarte que acompanha e complementa o cd tem também um belo texto trilígue (em português, ingles e espanhol) sobre a
viola caipira e suas origens. Este texto eu não incluí porque se trata de um trabalho que pode ser encontrado e comprado diretamente com seu autor. Normalmente, não publico títulos recentes, em catálogo e de artistas que lutam para mostrar seus trabalhos e precisam vendê-los. Por essa razão, estou apenas apresentando o disco e dando um toque para quem gostou. Roberto Corrêa é um artista mais conhecido fora do Brasil e pouco divulgado aqui dentro. Sugiro que vocês visitem o seu site para conhecê-lo melhor e adquirir seus outros e maravilhosos trabalhos. Vale a pena…
Solange Borges – Bom Dia Universo (1984)
Matando a curiosidade de alguns, aqui vai o disco da Solange Borges, cantora e compositora do clã dos Borges (Lô, Marilton, Telo, Yê…). Me parece que este foi o único disco gravado pela irmã do Lô Borges. Ela participou de diversos trabalhos da família e amigos como Milton Nascimento e outros… O disco da moça não podia ser ruim, afinal está na veia artística, no sangue… Pessoalmente, acho que para cantora ela é uma ótima compositora. Talvez seja por isso mesmo que ela só ficou num disco. Não estou com isso tirando o seu mérito. Não é só por ser da família Borges que a faz uma artista. Solange é uma ótima compositora e podemos nos certificar disso nas músicas que compoe este álbum. Vale ouvir, vale o toque…
Egberto Gismonti – Dança Das Cabeças (1977)
Excelente e premiadíssimo álbum de um dos nossos mais respeitados músicos, o grande Egberto Gismonti. Percebendo que aqui no Brasil o mar não tá prá peixe, Egberto foi se aventurar em outras terras, outros mares, outros ares. Os álbuns que lhe renderam fama e respeito, na maioria foi gravados fora daqui, através do maravilhoso selo alemão ECM, do produtor Manfred Eicher. Este é um dos muitos discos da ECM, sempre em catálogo. Pode se comprar o cd com encarte e tudo mais através do próprio site deles. “Danças das cabeças” é (para mim) o melhor disco do cara. Egberto, multinstrumentista, toca acompanhado por outro grande artista, o percussionista Nana Vasconcelos. Precisa dizer mais algum coisa? Toque dado…