Luiz Claudio – Reportagem (1975)

“Qual é a música de sua autoria que você gosta bastante e por uma razão ou outra não fez o sucesso que merecia?” Esta foi a pergunta chave feita por Luiz Claudio a cada um dos onze compositores que aqui neste disco são interpretados por ele. Um lp curioso e interessante, que em cada faixa começa meio em tom de entrevista e depois Luiz Claudio entra cantando. Álbum de capa dupla, bem produzido por Aloysio de Oliveira. Tem orquestrações e regências de Wagner Tiso e participação do grupo Som Imaginário. Por aí podemos ter uma idéia da qualidade.

esperança perdida – tom jobim
lua cheia – chico buarque
matando o tempo – braguinha
cantiga – dorival caymmi
poema azul – sergio ricardo
há sempre um amanhã – tito madi
rugas – nelson cavaquinho
se pelo menos você fosse minha – roberto menescal
onde eu nasci passa um rio – caetano veloso
tarde – milton nascimento
canção da saudade – cartola

Joel Nascimento – Chorando Entre Os Dedos (1976)

Sempre que penso em bandolim, inevitávelmente um nome me vem a cabeça: Jacob. Talvez, de imediato eu só me lembraria dele, o grande Jacob do Bandolim. Mas tocar este instrumento e bem não é previlégio só do homem que está faltando naquela mesa. Ele realmente faz falta na mesa, na roda de choro. Mas quando escutamos o Joel Nascimento, percebemos que uma certa continuidade na emoção de ouvir e tocar um bandolin. A fineza e a beleza musical ainda estão presentes e uma sensação boa ao ouvir esse lp me faz acreditar nisso.
Joel Nascimento é hoje um dos instrumentistas mais respeitados no Brasil e exterior. Neste disco de 1976, produzido por João Nogueira, temos um repertório escolhido a dedo para o selo London. Vale muito conferir… Coisa fina!

ecos
apelo
marambaia
carolina
chorinho do sovaco de cobra
tempo à bessa
evocação de jacob
waves
cantiga por luciana
sambista chorão
conselho
valsa de realejo

Augusto Calheiros (1959)

Ouvi dizer que toda a obra de Augusto Calheiros havia sido resgatada para o digital a algum tempo atrás, porém não é fácil achá-la, mesmo pela internet. Nessa hora eu fico pensando como foi importante o surgimento dos blogs musicais, os blogs sérios, voltados exclusivamente para o resgate da boa música. Este era um trabalho que deveria ser feito pelas gravadoras, pelos profissionais. Mas eles não querem perder tempo com história, memória ou cultura fonográfica. Resta então aos amadores (entendam como os amantes da música), tomar a frente daquilo que não dá dinheiro, mas que dá prazer e é feito com amor. Curioso notar que quem poe mão à obra, também não é especialista, historiador, crítico ou jornalista. Somos nós, pessoas comuns, os amantes, os consumidores, os amadores…
O álbum que tenho aqui, eu não vi constando em nenhuma das discografias de Calheiros. Talvez por se tratar de uma coletânea, um álbum póstumo, o primeiro disco dele em lp. A Patativa do Norte, como era chamado, em vida, só gravou em 78 rpm. Aqui temos uma seleção de seus maiores sucessos que compreende os anos de 1945 a 1955. Um álbum maravilhoso e também básico para quem procura conhecer o trabalho deste artista.

senhor da floresta
meu ranchinho
pisa no chão devagar
fatal ilusão
garoto da rua
prelúdios de sonatas
célia
caboclo vingador
dúvida
bela
adeus pilar
vida de caboclo

Gordurinha – Súplica Cearense (1987)

Meus prezados, tenho recebido muitas reclamações sobre links que não funcionam. Realmente temos alguns casos, principalmente nas postagens mais antiga. Esses links, vamos ao poucos resolvendo. A prioridade é sempre para aqueles que são apontados e solicitados. Contudo, por muitas vezes, acontece de visitantes reclamarem mais por falta de atenção ao copiar o link. Aqueles que utilizam o Firefox como navegador são os que mais tem problemas para copiar o link no quadrinho de comentários. Acabam copiando somente uma parte do link, que por certo não irá funcionar. O melhor a fazer é clicar no título da postagem e uma nova página se abrirá, mostrando-a completa, incluindo link e comentários. Assim fica mais fácil copiar e colar 🙂
Originalmente lançado em 1968, este álbum é uma coletânea muito boa, onde estão incluidos os maiores sucessos de compositor Gordurinha. Ele é considerado um dos maiores nomes do samba baiano, mas sua música não fica só nisso. Passeia também por outros caminhos como o forró, o baião, o choro e mais… Para quem não conhece o trabalho de Gordurinha, este é um disco básico.

súplica cearense
vendedor de caranguejo
pedido a padre cícero
poema dos cabelos brancos
tô doido pra ficar maluco
o marido da vedete
baiano burro nasce morto
chicletes com banana
uma prece aos homens sem deus
oito da conceição
mambo da cantareira
calouro teimoso

Custódio Mesquita (1963)

Bom, aqui vai mais um para finalizar o dia. Serei breve porque tenho ainda algumas pendências e antes que o sono me pegue de vez, preciso finalizar outros trabalhos. É incrível como consigo embananar todo o meu dia. Acabo ficando assim, sem tempo…
Vamos logo com outra raridade, uma coletânea de obras de Custódio Mesquita. Este é outro nome pouco lembrado, embora muitas de suas composições seja bem conhecidas. Aqui neste lp temos uma amostra disso. São quatorze faixas interpretadas por diversos artistas, conforme segue a lista a baixo. Há na contracapa deste lp um texto muito bom do Sergio Cabral que complemeta o entendimento. Desculpem, mas como diz aquele bispo da tv, temp(l)o é dinheiro! Deixa eu correr atrás do meu…

promessa – angela maria
preto velho – luiz roberto
o pião – roberto silva
rosa de maio – jairo aguiar
adivinhe coração – mara cruz
naná – gilberto alves
mãe maria – angela maria
noturno – elizeth cardoso
saia do caminho – angela maria
caixinha de música – jorge roberto
velho realejo – gilberto alves
há sempre alguém – roberto silva
algodão – angela maria
mulher – josé bittencourt

Alcides Gerardi – Despedida (1964)

Hoje estou atendendo aqui aos que, a algum tempo atrás, haviam me pedido para postar mais coisas do Alcides Gerardi. Discos deste artista são mesmo difíceis de achar e sua obra anda meio esquecida. Eu, sempre que possível, tenho procurado atendê-los, embora não fosse esta a minha proposta inicial. Por outro lado, como tenho à mão coisas que podem agradar e que também me agradam, porque não fazê-lo? Mas aviso, não há promessas…
Segue então este álbum raro do Gerardi, com uma capa que desperta, no mínimo a curiosidade. A orquestração e arranjos são do maestro Astor e o repertório vai de samba ao bolero. As informações complementares estão na contracapa e selo, sempre incluídos no pacote. Este é mais um álbum que vai dar ibope.

despedida
por toda a vida
quem me vê
volte
diga
tinha que ser
a maria chorou
deus me ajudou
sem motivo
em volta da luz
perversa
a corda e a caçamba

Luiz Carlos Vinhas E Seu Conjunto – Baila Com Vinhas (1982)

Na sequência do lance, vamos com o Luiz Carlos Vinhas que é o que eu tenho na mão. Como havia dito anteriormente, não houve tempo para preparar nada, assim ficamos com os ‘discos de gaveta’. Pessoalmente, não vejo nada de extraordinário neste disco do Vinhas, mas sei que tem muita gente por aqui que vai querer bailar com ele. Como eu já havia dito uma certa vez -respondendo ao uma crítica que me fizeram a respeito de postar coisas que não me agradam – realmente, alguns discos que já postei aqui, musicalmente não me tocam, mas nem por isso deixam de ter o seu valor e interesse para o blog. Por outro lado, foi forçando a barra comigo mesmo que aprendi e descobri coisas que antes haviam passado despercebidas. No caso do Vinhas eu o faço em consideração aos bons tempos do Bossa Três, pelas faixas “Maracanã”, “Yê Melê” e “Sax Cantabile” e por não ter no momento nada mais consistente e que combine com a postagem final dessa noite. Por favor, não me reprovem…

maracanã
luar / palco
por causa de você, menina / praia e sol / que maravilha
o teu cabelo não nega (só dá lalá)
das maravilhasdo mar fez o esplendor de uma noite
yê melê
manhattan / with a song in my heart / as time goes by / chicago
sax cantabile
amor nas estrelas / laranja da china
lança perfume / baila comigo

Severino Araujo & Orquestra Tabajara – Série Depoimento Vol. 1 (1975)

Neste sábado eu não tive tempo de preparar muita coisa. Novamente recorri ao ‘gavetão’ para que o dia fosse salvo. Vamos então ao cardápio da noite…
Temos aqui um disco bacana com Severino Araujo e sua Orquestra Tabajara. Este é de uma série que até então eu desconhecia, na verdade não me lembro de ter visto outro volume. O álbum traz regravações de antigos sucessos e novas gravações com músicas de Toquinho e Vinicius, Martinho da Vila e até o Benito di Paula. Confira agora esse toque que eu já vou para o próximo lance…

prefixo
mirando-te
um chorinho pra você
espinha de bacalhau
um chorinho em aldeia
saudades do norte
dente por dente
conto de areia
se não for por amor
fogo sobre terra
no silêncio da madrugada
boato

Roberto Ingles & Sua Orquestra – Dançando Sentimentalmente (1960)

O próximo disco da noite é de um estrangeiro, Roberto Ingles (Robert Inglis). Arranjador, pianista e bandleader, este escocês viveu uma paixão muito intensa com a música brasileira nos anos 50. Angela Maria iniciou sua carreira acompanhada por ele. Dalva de Oliveira foi também outro nome que gravou e chegou a se apresentar com maestro em Londres, fazendo muito sucesso junto ao público inglês. Este foi seu primeiro disco lançado no Brasil. Na verdade eu não sei ao certo se ele chegou a gravar mais alguma coisa. Só me lembro do disco com a Dalva, álbum este já postado por aqui a um tempo atrás.

se todos fossem iguais a você
meu bolero
brasil
rio triste
colombinas fracassadas
ave maria
a voz do morro
insônia
bom que dói
não tem mais fim
contra-senso
cancion de mi alma

Reminicências (1960)

Hoje foi mais um daqueles dias em que eu não tive tempo nem para planejar o que iria postar. Foi puro osso. Assim, me vejo obrigado a recorrer ao gavetão, onde sempre encontrarei alguma coisa boa para encaixar.
Tenho então esta coletânea muito boa de marchinhas e sambas, bem conhecidos do público, em gravações originais de época com grandes nomes, intérpretes da velha guarda. Vale a pena conferir pois se trata de uma seleção musical e de artistas muito boa.

o teu cabelo não nega
(castro barbosa com o grupo da guarda velha)
alegria
(orlando silva com os diabos do céu)
linda lourinha
(silvio caldas com os diabos do céu)
a tua vida é um segredo
(mário reis e lamartine babo)
catharina
(carlos galhardo)
malmequer
(orlando silva)
linda morena
(lamartine babo e mário reis)
não pago bonde
(odette amaral com os diabos do céu)
a primeira vez
(orlando silva)
piroli, piroli
(castro barbosa comos diabos do céu)
eva querida
(mario reis com os diabos do céu)
cecy e pery
(dalva de oliveira e dupla preto e branco)

16 Seleções De Música Internacional (1962)

O segundo disco do dia, também um álbum com capa conceito, é esta seleção musical com músicas internacionais. Todas são composições que tiveram um grande apego popular, interpretadas por artistas nacionais, bem conhecidos do público. Chamo a atenção para as faixas com Dolores Duran e Angela Maria. A presença das duas já vale o disco. Mas temos mais… confiram, pois vale realmente ouvir este disco.

la violetera – angela maria
la marie vison – dolores duran
estupido cupido – the golden boys
abandono – gonzalo cortez
onde estará minha vida – agnaldo rayol
olhos castanhos – olivinha de carvalho
las secretarias – yunes
the peppermint twist – reynaldo rayol
cielito lindo – angela maria
ave maria lola – dolores duran
personality – the golden boys
look for a star – ronnie cord
coimbra – alberto ribeiro
terezita – yunes
piove – angela maria
soñar – trio tropical

Odete Amaral E Cyro Monteiro Jr. – Do Outro Lado Da Vida (1962)

Olá meus atentos e ocultos amigos do blog! Aproveito a folga de uma hora para adiantar um pouco as postagens do dia. Hoje venho trazendo dois discos de uma série lançada no início dos anos 60 pelo selo Som. Uma das coisas que logo chama a atenção é o trabalho de capa, para época, super inovador. Observem que ela é forrada por um tecido rústico, tipo saco de linhagem e a impressão gráfica é feita sobre ele. Realmente isso dá ao álbum uma característica única. Um tipo de trabalho agregado ao disco que viria a ser mais explorado na década seguinte. Muito legal.
Temos então para começar um álbum gravado pela Odete Amaral e seu filho Cyro Monteiro Jr. em 1962 (Odete foi casada com Cyro Monteiro) . Este lp foi idealizado pelo radialista Afonso Soares, que na época apresentava um programa de reportagem na antiga Rádio Tupi do Rio chamado, “Do outro lado da vida”, com entrevistas e crônicas, focando o dia a dia nos presídios do Brasil. Foi desses contatos que surgiu a idéia de se fazer um disco com composições dos presidiários, interpretadas por Odete e Cyro Jr. Uma iniciativa muito louvável que gerou um disco excelente. Coisas como essas não acontecem mais, pelo menos no quesito qualidade. Nossos antigos presidiários eram bem mais românticos e menos raivosos. Se fosse feito hoje, o que teríamos era um disco de rap. Um estereótipo da cultura marginal americana, uma cópia boçal de pura violência. Pura macaquice…
Este é um lp altamente recomendado. Um álbum que merece ser ouvido e alguns comentários…

luar de vila sônia
nos braços de alguém
quem zomba é criança
silêncio! é madrugada
amor sublime
passatempo
delírio
poema do meu bem
sorriso de ironia
chuva na calçada
reconciliação
tempo ladrão

Luiz Arruda Paes – Brasil Em Tempo De Dança (1961)

Como eu havia dito, este disco tem tudo a ver com o anterior (ou o anterior a ver com este). Observem a capa. No reflexo do espelho da cigarrilha podemos ver um casal feliz a dançar. Ou será a capa do disco do Mário Gennari? Vejam vocês como é a coisa… Bom, mas quanto a coisa lá dentro, o vinil, estou também ouvindo agora. Eu não conhecia este disco. Este álbum reúne alguns de seus trabalhos gravados anteriormente, na década de 50, nos bolachões de 78 rpm. Me lembrou alguma coisa de Ray Conniff, aqueles vocais… Mas cá prá nós… sou mais este aqui. Disquinho muito bom!
Luiz Arruda também foi outro grande instrumentista nos anos 50, recebendo vários prêmios como pianista e arranjador. Outra semelhança neste disco é também a sua ausência na discografia do artista. Alguém aí para dar uma luz?

mulher
o apito no samba
insônia
por causa de você
nada além
rio de janeiro
hô bá lá lá
eu sei que vou te amar
adeus
baia com h
mente
nem eu

Mário Gennari Filho – Seu Acordeon E Ritmo – Hum…Mmmmm.. É Bom Dançar (1960)

Hoje eu estou trazendo aqui dois lps que tem algumas coisas em comum. São álbuns supostamente da mesma época, gênero dançante e uma capa com tudo a ver. Outro detalhe é a total falta de informação sobre os discos. Neste do Mário Gennari, não consta data e nem em sua discografia. Estranho… Alguém aí tem alguma informação?
Estou ouvindo este álbum pela primeira vez. Um disco fino, que vai agradar. Traz um repertório de qualidade, somado a um estilo cativante. Mário Gennari Filho foi um dos maiores nomes no acordeon no Brasil. Fez muito sucesso na década de 50, recebendo vários prêmios como instrumentista. Melhor mesmo é ouvir, né? Vamos nessa, também estou descobrindo agora…

menina moça
meditação
amor, amor…
rico vacilon
e daí? (proibição inútil e ilegal)
a felicidade
trumpet cha cha cha
cubanancan
oorvalho vem caindo
ouça
acercate más
tu me acostumbraste

Joaquim Eugênio – Gotas De Sonho (S/D)

Vou aproveitar que hoje não tenho nada mais a mão e lançar este disquinho aqui para tampar a panela do dia. Este é mais um daqueles obscuros álbuns onde não podemos encontrar informações além das que temos no encarte e no selo. Álbuns como este aguçam a minha curiosidade e ao ouví-lo não me decepcionei. Lembra muito o cantor e compositor Luiz Cláudio em canções bem seresteiras. Nas informações da capa fica claro que se trata de um artista local, um selo desconhecido – Cifra, Grupo Irmão Tomaz – de Belo Horizonte. Um disco em formato dez polegadas, que provavelmente foi lançando na década de 60.
Joaquim Eugênio, o cantor – possívelmente mineiro – interpreta composições de Raul Marinuzzi. Este último eu vim a saber é um músico, maestro mineiro, que hoje em dia se dedica a dar palestra em empresas sobre trabalho em equipe. Ele tem uma forma muito original e interessante de mostrar a importância do trabalho em conjunto, através de exemplos, usando sua pequena orquestra. Muito bacana. Quem souber de mais alguma informação sobre o disco, não deixe de comentar.

gotas de sonho
faz tanto tempo
último adeus
se me olhasses nos olhos
agora é tarde
adeus boneca
alice
prece de caboclo

Relíquias Brasileiras (1967)

Começo esta postagem informando que o ‘Jorge’ nos enviou um novo link para a Nora Ney. No anterior faltava a quinta faixa, “De cigarro em Cigarro. Agora tá completo!
Nesta noite trago para vocês uma coletânea muito boa. Ao ver este disco pela capa, acreditei se tratar de um álbum de canto coral ou música sacra barroca. Mas minha curiosidade me levou a diante e ao virar a contracapa descobri que as relíquias brasileiras eram outras. Uma seleção de sambas, choros, valsas e marcha interpretadas por grandes nomes da velha guarda, com algumas jóias raras, produzida pela gravadora Continental. Sem dúvida, uma reliquia, um colar de muitas jóias musicais.

céu e mar – francisco alves com orquestra fon fon
cortina de veludo – carlos galhardo com orquestra
volta pra casa, emília – vassourinha com conjunto benedito lacerda
teleco-teco – isaura garcia com conjunto benedito lacerda
tico-tico no fubá – adhemilde fonseca e conjunto benedito lacerda
estrada do passado – dircinha batista e castro barbosa
amanhã tem baile – vassourinha e conjunto benedito lacerda
linda judia – francisco alves com orquestra radamés gnatalli
loteria do amor – carmem barbosa com conjunto benedito lacerda
sinto lágrimas – déo com conjunto regional
caçador de esmeraldas – dalva de oliveira com orquestra fon fon
faça o mesmo – emilinha borba com conjunto benedito lacerda

Djalma Ferreira E Seu Conjunto – Drinking (S/D)

Desculpem amigos, mas hoje eu estou meio travadão e preguiçoso, acho que é de tanto ouvir Dorival Caymmi. Mas, antes que o dia acabe e tudo termine, vou postar mais um disquinho só para embalar meu sono. Vamos dessa vez com o Djalma Ferreira e seu Hammond Solovox. Em alguns momentos este disco chega a me dar sono. Até o Miltinho cantando não vai me tirar dos braços de Morfeu. Vamos fazer o seguinte: vocês vão no ‘drinking’ que eu vou dormir… Comentários, valem inclusive as críticas sobre esses últimos ‘textículos’ (entendam como textos pequenos ou textos escrotos). Chega, vou dormir!

samba que eu quero ver
bicharada
caranaval
nosso samba
i love you samantha
i could have dance all night
casa da loló
quitandinha
samba no drink
cubanacan
beguin the beguin
love is a manu / splendored thing / i’ll be seing you

Dorival Caymmi – Caymmi (1967)

Boas… Começo a segunda-feira, já bem no finzinho dela, trazendo para vocês mais uma dose de Caymmi. Um disco maravilhoso, como tudo que este baiano faz. Ouvir Dorival Caymmi é esquecer da vida, é ficar por conta… passar uma tarde em Itapoã…
Neste álbum temos reunidos alguns clássicos, um disco com composições suas e de outros autores. Participam do disco o Quarteto em Cy. Curiosamente, não encontrei muita informação sobre o trabalho, assim como no próprio disco não temos muitas referências. Mas isso pouco importa quando se trata de Caymmi. Este, a gente escuta (letralmente) de olhos fechados!

01 …Das rosas
02 Sábado em Copacabana
03 Berimbau
04 Saudade da Bahia
05 Saudades de Itapuã
06 Maracangalha
07 Marcha dos pescadores
08 Morrer de amor
09 Temporal
10 Praia da Amaralina
11 O vento
12 Samba da minha terra

Jorge Veiga – Alô! Alô! Canta Jorge Veiga (1959)

Continuando as postagens do domingo, aqui vai mais uma obra rara do samba. Um disco que agrada gregos e troianos. Como diz um amigo meu, “puro filé!” É, hoje o dia é de filé…
Ao contrário do que disse um crítico sobe a capa ser a coisa mais horrorosa – a começar por ela, acho uma maravilha, quase linda e tudo a ver com a época. O conteúdo então nem se fala, puro samba de gafieira e muita malandragem. Longe de comparações com Moreira da Silva ou Germano Matias, Jorge Veiga foi também um dos expoentes do samba com pausas. Um samba com humor, uma caricatura da malandragem e da sociedade carioca daqueles tempos.
Mais um ‘filé’ para se degustar no domingo. Tá dado o toque?

Quem sou eu? (Gordurinha)
Garota de copacabana (Zé da Zilda)
Baile da Piedade (Raul Marques e Jorge Veiga)
Nêga Zura (Zé da Zilda)
Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico)
Perdeu-se uma valise (Daniel Lustoza e Jorge Veiga)
Mulher malandra (Zé da Zilda)
Sambista no céu (Zé Violão e Jorge Veiga)
Acertei no milhar (Wilson Batista e Geraldo Pereira)
Baile de choro (Zé Violão e Alípio Rangel)
Anúncio (Benê Machado)
Noiva da gafieira (Domingos Ludovic, Guimarães Santos e Waldemar Pujol)

Mario Reis – Canta Suas Criações Em Hi-Fi (1960)

Na sexta-feira passada eu postei um disco do Francisco Alves e daí me lembrei do Mário Reis. Como eu até hoje ainda não havia postado nada dele e também para não perder o clima, resolvi trazê-lo agora neste maravilhoso lp.
À convite de Aloysio de Oliveira, Mário retorna ao disco, desta vez na era dos lps de alta fidelidade. Neste disco, produzido por Aloysio, ele regrava antigos sucessos, mesclados com outras (então) novas composições do jovem Tom Jobim. Os arranjos são do maestro Gaya, que procurou se manter fiel às orquestrações das gravações originais. Um excelente álbum para se ouvir no domingo. Valeu?

palavra doce
vamos deixar de intimidades
o que vale a nota sem o carinho da mulher
yayá boneca
mulato bamba
rasguei a minha fantasia
isso eu não faço não
deus nos livre do castigo das mulheres
linda mimi
a tua vida é um segredo
vae-te embora
o grande amor

Noite Ilustrada – Caminhado (1965)

Putz! Que marcação a minha… Me esqueci completamente do segundo post. Felizmente o dia ainda não acabou e a noite… bem… a noite merece ser ilustrada! Assim, aqui vai o lp “Caminhando”, álbum de 1965 do cantor e compositor mineiro/carioca. Seu nome verdadeiro era Mario de Souza Marques Filho. Como cantor era conhecido por Noite Ilustrada, como compositor era Marques Filho. Este lp é da sua fase áurea, período de maior destaque do artista, consequentemente, um de seus melhores trabalhos. Confira aí que eu vou dormir…

caminhando
chorar pra quê
o neguinho e a senhorita
a idade de fazer bobagem
anúncio
surpresa
levanta outra vez
moleque do morro
luz negra
sonho submerso
menina escolar
pranto

Tito Madi – Quero-te Assim (1959)

Olá a todos! Hoje, como estou muito bem disposto, pretendo postar dois discos para embalar o sábado dos amigos. Começo atendendo a um pedido prá lá de especial e que por sorte estava na mão. Meu caro amigo Luizinho, a felicidade hoje é sua, pode matar saudades…
Temos então para iniciar, Tito Madi neste disco lançado pela Continental em 1959. Um álbum romântico e com muita classe. O repertório tem compositores variados e apenas a faixa título é de sua autoria. Eu, pessoalmente gosto mais e chamo a atenção para duas das faixas: “O nosso olhar” de Sergio Ricardo e “Além do céu” de Edson Borges e Sidney Morais. Gosto deste lp também pelo instrumental, os arranjos do maestro Radamés Gnattali que dão ao trabalho um toque de classe e riquesa musical. Muito boa pedida!
Quero-te assim (Tito Madi)
Neste mesmo lugar (Armando Cavalcanti – Klécius Caldas)
Caminhando na garoa (Dunga – Nazareno de Brito)
Minha canção do amor (Severino Filho – Alberto Paz)
O nosso olhar (Sergio Ricardo)
Seu nome não é Maria (Nestor de Holanda – Ismael Neto)
Pela rua (Dolores Duran – Ribamar)
Mal entendido (Ivon Cury)
Minha Maria morena (João de Barro – Alcyr Pires Vermelho)
Braços abertos (Norival Reis – Jair Amorim)
Não me condenem (Julio Nagib)
Além do céu (Edson Borges – Sidney Morais)

Orlando Silva – Quando A Saudade Apertar (1961)

Aproveitando os dez mega, vamos traçar nesta sexta-feira mais um vinil bacana. Para combinar com o Chico Alves, um Orlando Silva até que cai bem, né não? Principalmente se for um álbum de carreira. Este lp tem uma capa maravilhosa – a fotografia faz a diferença – uma visão do Rio original, pouco explorada. Aqui, ‘o cantor da multidões’ reafirma seu exito e nos brinda com canções como:

quando a saudade apertar
atira a primeira pedar
o que importa para nós dois a despedida
adeus
cancioneiro
lágrima de homem
espelho do destino
quero voltar aos braços teus
tenho amizade a você
voz do dever
eu sinto vontade de chorar
eu sei

Francisco Alves – O Cantor Eclético (1969)

Eis aí um astro de primeira grandeza. Este cara foi o primeiro e um dos poucos artistas a permanecer, durante toda a sua carreira, no topo do sucesso. Morreu num acidente (?) automobilístico quando ainda estava no auge… sua morte causou comoção nacional. Francisco Alves foi responsável pelo surgimento de diversos artistas, como Orlando Silva. Ajudou também a consagrar diversos sambistas como Cartola, Heitor dos Prazeres e Ismael Silva. Também era conhecido como Chico Viola, seu codinome fora da Odeon.
Neste álbum, lançado pela Odeon em 1961, temos uma seleção com músicas originalmente gravadas em bolachões de 78rpm, a partir de 1927, indo até 1942. Temos neste disco “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso, numa das versões mais bonitas que já ouvi. Em fevereiro eu havia postado um outro disco semelhante, mas só que eram com gravações pela RCA Victor.

malandrinha
a voz do violão
deusa
cai, cai, balão
feitio do coração
meu romance
que tem você
aquarela do brasil
cidade de são sebastião
esmagando rosas
carnaval da minha vida

Gilberto Alves – E As Valsas Voltaram Vol. 3 (1968)

Boa tarde, meus caros! Hoje eu adiantei o expediente porque estou com a noite ocupadíssima.
E mais uma vez tenho que recorrer a gaveta, pela total falta de tempo… Achei lá no fundão este disco do Gilberto Alves. O cantor já foi apresentado aqui no TM, em janeiro deste ano. Um álbum, como podemos ver, cheio de valsas. Um gênero um tanto envelhecido, mas que também tem sua história e suas qualidades. Eu, infelizmente, só tenho o volume 3. Mas vale a degustação.

a dama de vermelho
por um beijo (terna saudade)
a vida continua
tudo inútil
feliz trovador
mágoa
é sempre hora de amar
meu último luar
valsa para você
falsa felicidade
um sonho para dois
prelúdios de sonatas

Nelson Gonçalves – Noite De Saudade (1961)

Boa noite meus caríssimos. Quero iniciar este post comunicando sobre alguns links desativados. Temos, sem dúvida, alguns vinte e poucos links ‘caducos’. Já foram mais, quase 100, mas de pouco a pouco eles estão sendo renovados, graças aos artistas e amigos que gentilmente aparecem para nos enviar a dica dos ‘tesouros’. Espero que aqueles que ainda não foram atendidos, tenham um pouco mais de paciência e chequem sempre que possível na postagem se o link solicitado já foi reativado. Infelizmente me falta tempo para manter além das postagens diárias, reativação imediata de postagens antigas. Por favor, segurem a onda…
Diante à minha falta de tempo, recorro novamente aos álbuns de gaveta, aqueles reservados para os momentos críticos. Vamos mais uma vez de Nelson Gonçalves, eu sei que todo mundo gosta e aqui no TM já virou tradição. Deixo o complemento para nossos comentaristas. Eu por hoje, já deixei o principal… fiquem a vontade…

Flor do meu bairro (Adelino Moreira)
Maria Pureza (René Bittencourt – Nelson Gonçalves)
Timidez (Adelino Moreira)
Teu disfarce (Adelino Moreira)
Você chegou sorrindo (Luiz Bonfá)
Não quero mais sonhar (Nelson Gonçalves – Adelino Moreira)
Esquece coração (Rubens Soares – Nelson Gonçalves)
Noite de saudade (Adelino Moreira)
Olhos negros (Nelson Gonçalves)
Aquelas mãos (Aldacir Louro – Linda Rodrigues)
Que tolo sou eu (Nóbrega de Macedo – José Batista)
Moço (Adelino Moreira)

Carlos Nobre – Tudo É Paz (1964)

Vamos aqui com mais um toque musical… Hoje temos o cantor e compositor Carlos Nobre, “o seresteiro moderno”. Um nome, hoje, pouco lembrado. Iniciou sua carreira nos anos 50. Foi cantor de diversas rádios e gravou vários discos, até os anos 60. Este álbum é de sua fase madura, gravado em 1964. Traz um repertório de sucessos como “Ciclone”, “Amor proibido” e um destaque, “Rosas vermelhas”, um samba de Wilson Batista que aqui é pura bossa.
Infelizmente não consegui informações recentes sobre Carlos Nobre, mas sei que até nos anos 70 ele ainda tinha alguma atuação, depois acabou entrando no ostracismo. Em 2005 lançaram um cd em sua homenagem, intitulado “A voz do ciclone”.


Tempo perdido

(Jair AmorimEvaldo Gouveia)

Tudo é paz

(Marino PintoPernambuco)

Se depender de mim

(Haroldo Eiras)

E o céu desceu entre nós

(Jota SantosAlcyr Pires Vermelho)
Se eu tiver

(J. RibamarDolores Duran)

Pavana para um amor enfermo

(Jair AmorimEvaldo Gouveia)
Ciclone

(Adelino Moreira)

Amor proibido

(Benil SantosRaul Sampaio)
Rosas vermelhas

(Jorge de CastroWilson Batista)
Amor impossível

(Raul SampaioCarlos Nobre)
Ironia

(Adelino Moreira)
Prova de amor

(Benil SantosRaul Sampaio)


Caymmi Visita Tom – E Leva Seus Filhos Nana, Dori E Danilo (1964)

Extra! Extra! Olhem só a boa notícia chegando… Comprei hoje este disco pela incrível bagatela de 3 reais! Isso mesmo, 3 reais por um álbum original que nunca havia sido tocado por uma agulha. Não pude nem acreditar na hora que vi o disco naquele sebo, entre outros títulos pouco convidativos. Foi divertido, o dono do ‘topa-tudo’ achou que eu estava mais interessado nos discos surrados de funk que ele tinha por lá. Eu já de olho neste álbum da Elenco, dei uma de raposa com as uvas. No final, pedi a ele que separasse algumas daquelas suas ‘jóias’, com a desculpa de que iria ao banco buscar mais dinheiro para comprá-los. Por garantia e como prova da minha boa fé, paguei de imediato, três reais pelo Caymmi. Na hora, nem eu entendi bem essa minha proposta. Mas funcionou direitinho. Saí de lá vitorioso. Valeu o dia! E… qualquer dia eu volto por lá… Nesta, indiretamente vocês também saíram ganhado, não é mesmo?
Este álbum nasceu de um encontro articulado por Aloysio de Oliveira, entre Dorival Caymmi e Tom Jobim. Um encontro musical despretensioso, de uma rara e singela beleza. Nele participam também toda a família Caymmi, inclusive Stella, esposa de Dorival. O disco ainda conta com o apoio e participação de Sergio Barroso no contrabaixo e dos bateristas Dom Um Romão e Edison Machado. Um lp singular, um álbum histórico!

… das rosas
só tinha de ser com você
inútil paisagem
vai de vez
canção da noiva
saudades da bahia
tristeza de nós dois
berimbau
sem você

Elizeth Cardoso – Preciso Aprender A Ser Só (1972)

Com este álbum duplo da grande Elizeth Cardoso, eu dou por encerrada a semana dedicada às cantoras. Não tenho dúvida de que uma semana foi um período muito curto para listarmos o imenso número de ótimas intérpretes que temos por aqui. Mas vamos dar uma pausa, trazer outros artistas e outras propostas musicais. Fecho então a semana com uma da minhas prediletas, Elizeth, num álbum que merece… Este lp, um álbum duplo luxuoso com capa de Augusto Rodrigues – coisa rara na MPB mesmo para uma grande artista como Elizeth – foi produzido por Erlon Chaves e Moacyr Silva. Entre tantas, o disco traz a participação especial de Sérgio Bittencourt na faixa “Naquela mesa”, de sua autoria, cantada em dupla com Elizeth. Confiram mais essa jóia…

elizeth
meiga presença
o pranto deste mundo
preciso aprender a ser só
catimbó
abc da vida
olha quem chega
um pequeno nada
naquela mesa
partido baixo do partido alto
prá enganar solidão
herança
a volta
o amor acontece
preciso aprender a ser só
velho amor
samba da cabrocha bamba
primavera (we could be flying)
amor de carnaval
a agua e a pedra
nova raiz
vou por aí
última forma
preciso aprender a ser só

Lia Salgado – Interpretando Autores Brasileiros (1959)

Neste fim de semana, acabei ficando mais atarefado em consequência do feriado do dia 22. Quase não tive tempo para o Toque Musical, mas não deixei de fazer as postagem diária (pelo menos uma). Hoje, sábado, estou mais folgado e aproveito a manhã ensolarada para começar…
Fugindo um pouco da proposta da semana, estou trazendo aqui uma cantora lírica. Por certo, apesar do estilo, esta também não deixa de ser uma intérprete brasileira. Um dos maiores nomes na música de câmara, hoje lembrada apenas num pequeno círculo musical. Lia Salgado foi talvez o nome mais expressivo, como intérprete da música erudita nos anos 50 e 60. Solista da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do RJ e da Sinfônica de Belo Horizonte, Lia também atuou nas mais importantes obras de gêneros camerístico, lírico e coral da época. Foi casada com o médico Clóvis Salgado, figura de destaque na medicina, artes e política mineira. Clóvis Salgado foi vice-governador, governador e ministro da Educação e Cultura na fase de Juscelino Kubitschek.
O disco que apresento desta cantora, vale a pena conferir não apenas por se tratar de um álbum antigo e raro, mas também pelo seu conteúdo musical. Neste, ela interpreta alguns dos maiores compositores brasileiros do gênero. Temos aqui obras de Villa Lobos, Francisco Mignone, Lorenzo Fernandes, Alceu Bocchino e Camargo Guarnieri. Dos compositores apresentados nesta coletânea, temos ao piano, acompanhando a cantora – de um lado, Camargo Guarnieri e do outro Alceu Bocchino. Este é um álbum, no mínimo, histórico. Merece também um toque musical!

evocação (villa lobos e silvio salema)
vida formosa (villa lobos)
toada pra você (lorenzo fernandes e mario de andrade)
meu coração (lorenzo fernandes e j.b.mello souza)
cantigas de ninar (alceu bocchino e glauco de sá brito)
o doce nome de você (francisco mignone e joão guimarães)
cadê minha pomba rôla (amb. de camargo guarnieri)
viola quebrada (camargo guarnieri e mario de andrade)
eu gosto de você (camargo guarnieri e suzanna campos)
prelúdio n.2 (camamrgo guarnieri e guilherme de almeida)
meus pecados (camargo guarnieri e celso brant)
porque (camargo guarnieri)
não fales por favor (camargo guarnieri e suzanna campos)
quebra o côco menina (camargo guarnieri e juvenal galeno)
aceitei tua amizade (camargo guarnieri e suzanna campos)
porque estás sempre comigo(camargo guarnieri e suzanna campos)