Al Newman E Orquestra – Meu Amor … Você (1960)

Boa noite a todos os amigos cultos e ocultos! Neste domingo que passou o papai aqui resolveu tirar uma folga. Eu normalmente, nessas datas costumo postar algum disco relacionado ao tema da data. Sobre o ‘Dia dos Pais’ eu certamente devo ter algum disco, mas vai ficar para uma próxima…
Ontem eu anunciei no Facebook uma nova postagem do Grand Record Brazil, dedicada à Aracy de Almeida. Para tanto, fiz uma brincadeira, postando uma foto de um show do Prince. Das duas, uma… Ou ninguém entendeu, ou ninguém da minha lista de amigos está querendo ver as minhas publicações. A piada é boa… Vi essa foto do Prince, com um novo visual afro e aquele óculos escuro, ficou a cara da Aracy de Almeida. E para reforçar a ideia, coloquei o Silvio Santos tocando bateria. Acho que ninguém ‘curtiu’, que pena…
Mas voltando às orquestras, temos mais uma que merece a nossa atenção, “Al Newman e Orquestra” Eis aqui outra incógnita que vale comentários. Será que alguém aí sabe quem foi Al Newman? Conheço dois discos dele, ambos pela etiqueta “Som”. Lançados, inclusive, numa mesma época e em estilosas capas forradas em tecido de saco de linhagem. Porém, a figura do misterioso ‘maestro’, que nos sugere ser um artista internacional, creio que não existe. Ou por outra, este deve ser mais um pseudônimo criado pela gravadora, coisa comum naqueles tempos. O certo é que o disco é bem interessante. Um repertório predominantemente de sambas, mas tem lugar para alguns boleros e fox. Pessoalmente, gosto mais do lado do, onde o samba é quem dá a cadência. Não deixem de conferir.

a volta
maldito
capricho
tender is the nigth
para que me enganar
meu amor… você
areia branca
samba da madrugada
piada
leilão
cravo vermelho
é a tua vez de sorrir
houvesse um coração
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Aracy De Almeida – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 64 (2013)

Muita gente se lembra de Aracy de Almeida apenas como a jurada ranzinza, implacável e exigente dos programas de calouros da televisão  (Chacrinha, Sílvio Santos, etc.), sempre imperdoável. Mas era um tipo que forçava mais para estimular a plateia a dar sonoras vaias, e o público, no fundo, a amava. Além disso, como cantora, a “Araca” escreveu um importantíssimo capítulo da história de nossa música popular. O próprio Noel Rosa (1910-1937) a considerava a melhor intérprete de suas composições, e foi quem primeiro a incentivou na carreira.
É justamente a Aracy-cantora que focalizamos nesta sexagésima-quarta edição do Grand Record Brazil. Aracy Teles de Almeida (ou d’Almeida, como aparecia sem seus primeiros discos)nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de agosto de 1914, no subúrbio do Encantado, no seio de uma família evangélica (era de confissão Batista).  Tanto que começou sua carreira cantando no coro de sua igreja, e para ser também fiel ao samba, também se apresentava em festinhas, escola de samba e até terreiro de candomblé!
Em 1932, levada por um amigo lá mesmo do Encantado, Aracy apresentou-se pela primeira vez numa estação radiofônica, a Rádio Educadora do Brasil, interpretando a marchinha “Bom dia, meu amor”, de Joubert de Carvalho, do repertório de Cármen Miranda. Sua estreia em disco dá-se na Columbia, que, em janeiro de 1934, lança para o carnaval duas marchinhas por ela interpretadas: “Em plena folia”, de Julieta de Oliveira, e “Golpe errado”, de Jaci, uma em cada disco. No terceiro e último disco de Aracy nessa marca, já aparece um samba de seu amigo Noel, “Riso de criança”.  Em 1935, vai para a RCA Victor, passando a lançar sucessos sobre sucessos, tanto de Noel (“Palpite infeliz”, “Triste cuíca”, “Cansei de pedir”, “Último desejo”, “Século do progresso”) quanto de outros autores (Wilson Batista, Cyro de Souza, Ary Barroso etc). Grava também na Odeon, na Continental, na Polydor, na Sinter (e sua sucessora, a Philips), na Elenco, enfim, em vários selos, lançando também LPs e compactos. Outros de seus hits são “Não me diga adeus” (Paquito, Luiz Soberano e João Corrêa da Silva), “Fez bobagem’ (Assis Valente), “Louco, ela é seu mundo’ (Wilson Batista e Henrique de Almeida), e mais os presentes nesta edição do GRB, que comentaremos a seguir. Embora fosse mestra da gíria e gostasse de frequentar a noite, Aracy não comentava sua vida sentimental. Teve um romance com o goleiro Rey, do Vasco da Gama, seu time de coração, e foi casada com um médico, do qual se separou amistosamente, sem filhos. Chamada de “O samba em pessoa” , receberia do estilista de moda Dener Pamplona de Abreu, seu grande amigo, um outro apelido, “Dama da Central”, pois ela só viajava de trem, por medo de acidente de avião.  “Araca” lia os melhores autores e gostava de um bate-papo inteligente.
Nos anos 1950, Aracy praticamente fez sua base em São Paulo, mas sem abandonar seu querido Encantado (tanto que era também “A dama do Encantado”, título de um álbum que Olívia Byington dedicou a ela).  Sempre muito querida e reverenciada, apresentava-se nas melhores casas noturnas paulistanas e cariocas, e tornou-se uma espécie de musa de círculos artísticos e sociais. Em 1954, por exemplo, foi-lhe oferecido um jantar comemorativo de seus 23 anos de carreira, do qual compareceu até mesmo o então governador paulista Lucas Nogueira Garcez.
Com o passar do tempo, a Aracy-cantora daria lugar à Aracy-jurada. Sempre foi muito grata a Sílvio Santos: “Bom patrão, é gente que sabe tratar. Esse é em cima. Tudo que a gente quer, ele dá”. Em 1988, Aracy tem um edema pulmonar e se interna em São Paulo, sendo transferida para o hospital do SEMEG, no bairro da Tijuca, em seu Rio de Janeiro natal. Após dois meses em coma, recuperou a lucidez, mas, após dois dias, a 20 de junho, tem um súbito aumento de pressão e vem a falecer,  deixando infelizmente para as novas gerações apenas a imagem da jurada de TV.
Pois nesta edição do GRB, apresentamos dezesseis dos melhores momentos  da Aracy cantora, que não pode nem deve ser esquecida,  sendo ontem, hoje e sempre, “o samba em pessoa”.  Começando a seleção com o pé direito, “Tenha penha de mim”, de Cyro de Souza e Babaú, gravação Victor de 17 de agosto de 1937 lançada em novembro desse ano com o número 34229-A, matriz 80596, e um dos maiores hits do carnaval de 38. Também da Victor e de um ano antes, é a faixa seguinte, “Contentamento”, de Bucy Moreira e Raul Marques, que ela gravou em  9 de setembro de 1936 com lançamento em novembro seguinte, disco 34106-A, matriz 80215. A faixa seguinte, o samba-rumba ou sambatuque “Nasci para bailar, nasci para sambar”, ostenta uma curiosidade: foi composta e gravada por Joel de Almeida na época em que ele morava na Argentina, período esse que ele próprio considerava o melhor de sua vida. Com letra em espanhol do próprio Joel e de Tasiro, recebeu versão por Fernando Lobo, que Aracy grava na Odeon em 19 de julho de 1948, com lançamento em setembro desse ano sob número  12876-A, matriz 8390. Um ano depois, Fernando Lobo escreveu novos versos para a música, e essa outra letra seria gravada por Marlene com o título reduzido para “Nasci para bailar”, e sem o nome de Tasiro no selo.  Retornando à Victor, temos uma dupla “braba”, Ataulfo Alves e Wilson Batista, assinando “Eu não sou daqui”, gravação de 3 de abril de 1941, lançada em julho do mesmo ano com o n.o 34757-A, matriz 52170. Wilson assina a faixa seguinte com Cyro de Souza, “Ganha-se pouco mas é divertido”, gravação de 2 de junho de 1941 lançada em agosto seguinte com o n.o 34780-A, matriz S-052232. Wilson Batista também fez com Rubens Soares “Gênio mau”, que Aracy imortaliza na marca do cachorrinho Nipper na mesma sessão de “Ganha-se pouco…” e é lançado em  setembro do mesmo ano no disco 34787-A, matriz S-052230. Não para por aí: também em 2 de junho de 1941 a “Araca” imortaliza “Falta de sorte”, de Geraldo Pereira e Marino Pinto, matriz S-052233, e será o lado B de “Ganha-se pouco mas é divertido”. Em janeiro de 1953, Aracy lança na Continental, para o carnaval desse ano, outro samba, “Por que é que você chora?”, de Bucy Moreira  e do cantor Ary Cordovil, com o número 16695-B, matriz C-3017. Retornando à Victor, temos “Oh! Dona Inês”, da dupla Wilson Batista-Marino Pinto, gravação de 27 de março de 1940 que vai para as lojas em junho com o n.o 34609-A, matriz 33364, disco do qual também foi escalado o verso, da mesma dupla, matriz 33365, “Brigamos outra vez”.  “Mal agradecida”, também de Wilson Batista, aqui com Bucy Moreira, por sinal neto da lendária Tia Ciata, é gravado na Odeon pela “Araca” em 9 de junho de 1948, com lançamento em julho sob n.o  12867-B, matriz 8378. Outro nome lendário do samba, João da Baiana, assina com o ex-pugilista Kid Pepe “Pra que tanto orgulho?”, batucada que Aracy grava na Victor em 2 de outubro de 1939 e lança em novembro sob n.o 34518-B, matriz 33169, visando o carnaval de 40. A faixa seguinte é um autêntico clássico do mestre Ary Barroso: “Camisa amarela”, imortalizado pela “Araca” na mesma Victor em 31 de março de 1939 com lançamento em junho seguinte sob n.o  34445-A, matriz 33047, e que o próprio Ary considerava a melhor gravação deste seu samba. Temos depois a sensível e comovente interpretação de Aracy para a “canção regional” “Mamãe baiana”, de Xerém e do teatrólogo Joracy Camargo, autor da famosa peça “Deus lhe pague”, imortalizada em 14 de fevereiro de 1940 com lançamento em abril do mesmo ano com o n.o 34586-A, matriz 33322. Foi também escalada outra canção, constante do verso desse disco e gravada na mesma sessão, matriz 33325: “Minha saudade”, concebida pelo violonista Laurindo de Almeida (1920-1995), que mais tarde passaria a residir nos EUA, onde desenvolveu uma carreira repleta de prestígio e prêmios. Encerrando esta seleção, um samba de Haroldo Barbosa, também jornalista, roteirista e produtor de programas de rádio e televisão, inclusive de cunho humorístico: “Quando esse nêgo chega”, gravação Odeon de 19 de julho de 1948, lançada em setembro desse ano com o n.o  12876-B, matriz 8389, o outro lado de ‘Nasci para bailar, nasci para sambar”. Uma seleção assinada, como se vê, por grandes autores, e que comprova a observação feita pelo pesquisador Abel Cardoso Júnior: “Se Aracy de Almeida não perdoava falsos valores, é porque ela mesma  jamais deu ao público nada menos que o melhor”. Ouçam e comprovem!
* Texto de SAMUEL MACHADO FILHO
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Guerino Tyrone E Sua Orquestra – Tyrone Apresenta Sua Sensacional Orquestra Em Hi-Fi (196?)

Olá, prezados amigos cultos e ocultos! Me fazendo o dono do tempo, vou agora, num último instante apresentar o toque musical do dia. Olha só, já que estamos numa onda de orquestras, instrumentistas, discos raros e porque não dizer, ‘ocultos’, aqui vai mais um ‘missão impossível’: Tyrone e Sua Orquestra. Alguém aí conhece? Tenho certeza que poucos ou nenhum irá se manifestar. Esse aqui é o ‘cabra’! Informação sobre este artista, só mesmo na contracapa de seu excelente lp. Guerino Tyrone, seguindo o texto da contracapa, foi um saxofonista (multinsturmentista) paulista que atuou em cassinos pelo Brasil e América do Sul na década de 40. Formou também a sua orquestra com a qual ele nos brinda com este trabalho. Segundo ainda informações interessantes da contracapa, o ‘bandleader’ procura prestar uma homenagem aos autores do Sociedeade Independente de Compositores e Autores Musicais””- SICAM. Todas as músicas que compoe o repertório do álbum são de autores desta entidade. E são músicas muito boas. Disco bacana, vale uma conferida 🙂

adeus cantereira
o mais lindo amor
professora
quando amanhece
sam-bar
sonho que sonei
lavadeira
muler
o passado nào importa
irene
um amor assim assim
histórias iguais
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É Só Discar… Estamos Aí (1966)

Boa tarde, meus prezados amigos cultos e ocultos! Depois do Sidney, achei que seria interessante postar outra raridade. Aliás, uma super raridade, fazendo aqui a sua estréia no mundo digital, na web e na ‘blogsfera’. Este disco aqui, com certeza, poucos foram os que ouviram, pelo menos falar… Além do mais, hoje é sexta feira e geralmente neste dia a gente posta um álbum/artista independente. Eis aqui o disco… Apresento a vocês este curioso lp, lançado em 1966. Uma produção independente do maestro Simonetti. Um disco ‘cartão de vistas’, se é que podemos chamar assim. Talvez até um álbum promocional, dirigido aos clubes da época (como consta na contracapa), onde são apresentados dez diferentes orquestras e conjuntos, artistas arregimentados pela “Simonetti Produções Ltda”. Como se pode ver pela capa e principalmente contracapa, o ‘cast’ é muito bom: Zezinho da TV, Carlos Piper, Ritmistas Modernos, Guarujá Boys, Três Américas, Luiz Arruda Paes, Biriba Boys, Birutas do Ritmo, Arley e Sua Orquestra, Conjunto Excelcior e o próprio Simonetti. Melhor ainda é a seleção musical apresentada por eles.
Interessante, em vários textos que li sobre o mestro Enrico Simonetti, nunca houve uma menção ao fato dele ter criado esta produtora. E este disco, só mesmo agora, passa a se ser do conhecimento de todos. Bem legal, podem conferir…

arrastão – carlos piper
sevilha mambo – arley e sua orquestra
oh privade – biriba boys
exodus – peruzza e sua orquestra
consolação – birutas do ritmo
abre-te sezamo -simonetti ritmos
primitivos brasileiros (o morro não tem vez / consolação / terra de ninguém) – simonetti ritmos
the song is you – zezinho da tv e luiz arruda paes, vozes e côro
garota moderna – conjunto excelsior
fascinação – conjunto excelsior
zelão – ritmistas modernos
from russia with love – guarujá boys
vivo sonhando  – três américas
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Sidney – Ritmo Jovem (1965)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eis aqui uma postagem que tenho certeza, vai bombar. Incrível como este artista é cultuado. Um autêntico ‘cult’. Um nome para poucos, inclusive na ‘uebi’. Eu tenho para mim que ‘Sidney’ foi apenas um personagem criado pela CBS, em discos que tiveram atuação de nomes como o maestro Astor Silva e sua orquestra e José Menezes. “Ritmo Jovem” é uma raridade que poucos conhecem e sabem seu valor. Quem o procura pode dar a sorte de encontrar algum no Mercado Livre. Como a maioria dos vendedores de discos não entendem nada do que vendem, pode ser que achem um bem baratinho. Garanto para vocês que este álbum é muito legal. O repertório é internacional, mas cabe também um “Meu limão, meu limoeiro”, bem estilizada. Este disco tem aquele jeitão meio Lalo Schifrin, ou será apenas coisa dos anos 60? Bom, mas quanto ao Sidney, vou deixar rolar no piano. Uma hora alguém aparece com a história deste ‘cult’.

a taste of honey
felicia
tijuana taxi
um passeio na floresta negra
meu limão, meu limoeiro
bitter sweet samba
lollipops and roses
spanish flea
i’m gettin’ sentimental over you
love
ladyfingers
walk,don’t run
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Radamés Gnattali – Retratos (1990)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Cheguei cansado, esgotado e sem o menor pique para sentar em frente ao computador. Porém, me lembrei que ainda não fiz a postagem do dia. O jeito foi recorrer aos ‘discos de gaveta’. O sorteado da noite foi o Radamés Gnattali e quem ganhou fomos todos nós. Afinal quem é que não aprecia o Radamés? Vejo, contudo, que o presente álbum parece já ter sido postado. Peraí…
Realmente, eu postei aqui há pouco tempo atrás um álbum promocional da Atlantic, “Radamés e a Música Popular”. Olhando assim por alto, parece ser o mesmo. Inclusive interpretado pelos mesmos mestres, Rafael Rabelo, Chiquinho do Acordeon, Dinho Sete Cordas e Orquestra de Cordas Brasileira. Mas apenas “Concerto para Acordeon, Tumbadoras e Cordas” é parte também do outro disco. O lado A temos a “Suite Retratos”, uma composição que Radamés fez em 1956 para Jacob do Bandolim. Uma composição multifacetada onde o compositor passeia por Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e Chiquinha Gonzaga. Creio que este disco seja uma outra parte do que já vimos anteriormente. Confiram aí, porque eu daqui vou é tomar um banho e dormir. Té manhã!

suite retratos (1956)
amargura (1945)
concerto par acordeon, tumbadoras e cordas
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José Rastelli – Eu E Meu Amigo Violão – Vol. 3 (1964)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Sei que muitos dos amigos aqui ainda esperam a reposição de links para velhas postagens. Sei também que alguns até já desistiram devido a demora. Pois é, eu sinto muito. Gostaria mesmo que os links se eternizassem, se a necessidade de reposição. Isso também dá um trabalho danado. Infelizmente, até hoje, eu não consegui recuperar todos os links que se perderam quando o Mediafire resolveu cancelar a minha conta free. Desde então tenho buscado a reposição conforme as solicitações de vocês. Porém, os pedidos foram tantos que se acumularam. Definitivamente eu não tenho como atender de imediato e muitas vezes nem de responder prontamente aos comentários e e-mails. O negócio é ter paciência. Como já disse, a prioridade é sempre da postagem do dia. Quem acompanha o blog diariamente não perde nada. Daí, é com vocês. Eu faço a minha parte. Se estão chegando no fim da festa, sinto muito…
Hoje eu vou postar este volume 3 do violonista José Rastelli para compensar um pedido de reposição, do volume 2, que até hoje eu não refiz. E não refiz porque o referido lp sumiu, não sei onde eu o coloquei e o pior, também não tenho mais a cópia digitalizada. Enquanto espero o reaparecimento do tal disco, vamos com este, o volume 3, que traz em seu repertório onze temas variados e conhecidos, bem na linha dos álbuns anteriores.
Rastelli estreou em disco pela Chantecler, no início dos anos 60. Era um virtuoso do instrumento. Gravou esta série que se chamou “Eu e meu amigo violão”, a qual fez  muito sucesso naqueles tempos. Tempos em que o aprendiz se mirava em verdadeiros instrumentistas.

os milhões de arlequins
siboney
conversando com a saudade
adiós muchachos
amando sobre o mar
el relicario
madreselva
carnaval em veneza
capricho árabe
le lac de côme
sin palabras
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Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Oscarito – Pimentinha E Arrelia (2013)

E  aqui estamos com mais uma edição do meu, do seu, do nosso Grand Record Brazil. É a de número 63, desta feita apresentando músicas cuja característica é o bom humor, interpretados por comediantes que marcaram época em nossa mídia. São treze gravações como sempre preciosas, que por certo vão deixar lembranças muitíssimo agradáveis em quem vivenciou a época deles, e surpresa igualmente agradável para quem não conhece, e tem à disposição, portanto, uma oportunidade rara de conhecer.
Muitos se lembram com saudade, inclusive eu próprio, do palhaço Arrelia, aliás, Waldemar Seyssel  (Jaguariaíva, PR, 1905-São Paulo, 2005). Ele começou a atuar no circo aos seis meses de idade, e não parou mais. Veio de uma família circense tradicional, cujo avô, Júlio Seyssel, era  nascido e residente na França, tendo sido até mesmo professor da famosa Universidade de Sorbonne.  Nessa ocasião, Júlio conheceu uma jovem espanhola, artista de circo, claro, que fazia acrobacias em cima de um cavalo. Os dois se casaram, e Júlio trocou a universidade pelo picadeiro.  O casal veio ao Brasil durante uma temporada do Grande Circo Inglês, dos irmãos Charles, e resolveu ficar por aqui mesmo. Já Arrelia (apelido que lhe foi dado por seu tio,  Henrique)começou no circo saltando, passando depois pelo trapézio, cama elástica e outras acrobacias.  Quando seu pai, cansado, deixou o picadeiro, passou a dedicar-se à arte de divertir o público. Seu primeiro parceiro foi o ator Feliz Batista, que fazia o palhaço de cara branca, vindo depois o irmão, Henrique Sobrinho.  Após anos de trabalho no picadeiro, Arrelia troca o circo pela televisão, por questões financeiras. Seu “Circo do Arrelia”, iniciado em 1953, passou pela TV Paulista (hoje Globo) e pela Record, e é aí que surge seu parceiro mais famoso:  seu sobrinho Walter Seyssel, o Pimentinha (Juiz de Fora, MG, 1926-Itu, SP, 1992). É com ele que Arrelia interpreta as faixas escaladas para esta edição do GRB. Para começar, a marchinha “Muito bem (Como vai?)”, utilizando um bordão famoso do grande Arrelia: “Como vai, como vai, vai, vai? Muito bem, muito bem, bem, bem!” O próprio Arrelia, mais Manoel Ferreira e Antônio Mojica, transformam esse bordão clássico em marchinha de sucesso no carnaval de 1957, lançada pela Copacabana em seu selo Carnaval, com o número 051-A, matriz M-1831. Um ano mais tarde, em janeiro de 1958, a Copacabana lança para a folia desse ano outra marchinha por eles interpretada: “Hom’essa!”, do próprio Arrelia e José Saccomani, matriz M-2075, curiosamente em dois 78 rpm diferentes: 5855 e 5861, ambos no lado A!  Temos ainda outros registros do Pimentinha em dueto: com Déo Maia (cantora e atriz que foi professora primária antes de se dedicar ao teatro de revista), ele canta o samba ‘Dengo”, de autoria do mestre Ary Barroso, gravação Odeon de 3 de junho de 1953, lançada em agosto seguinte com o n.o 13483-B, matriz 9747. Ainda com o tiozão Arrelia, ele interpreta outra marchinha, “Cacho de banana”, do próprio Arrelia mais José Saccomani e Ercílio Consoni, para o carnaval de 1958, e que a Copacabana lança em janeiro desse ano também em dois 78 rpm diferentes:  5855-B, e 5862-A, com a mesmíssima matriz, M-2094! Como solista, Pimentinha interpreta outra marchinha, por ele próprio assinada em parceria com José & Emílio Saccomani: “Na bodega”, para o carnaval de 1960, editada pela mesma Copacabana ainda em dezembro de 59 com o n.o  6067-B, matriz M-2548. Déo Maia ainda canta com ele o choro “Vou a Paris”, de Vicente Paiva e Luiz Peixoto, lado A do 78 de “Dengo”, o Odeon 13483, matriz 9745, e obviamente registrado na mesma sessão.  Encerrando sua participação neste volume, Pimentinha canta a “Marcha do Cacareco”,de Elzo Augusto, Edaor e Romaris,  lançada pela Copacabana no lado A de “Na bodega”, matriz M-2547, para o carnaval de 1960. O Cacareco em questão é um rinoceronte que foi trazido do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro para o de São Paulo, e houve uma polêmica generalizada na época sobre se ele deveria permanecer em Sampa ou voltar pro Rio. Enquanto isso, nas eleições de 1959, os paulistanos, decepcionados com os políticos candidatos  a vereadores (como até hoje), acabaram votando, em sinal de protesto, no Cacareco, que recebeu mais de 100 mil votos (todos nulos, claro), mais até que o vereador mais votado, que teve 95.000 votos! Isso aconteceria em 1978 com o jogador de futebol Biro-Biro, então no Corinthians, que mais tarde candidatou-se a vereador por São Paulo e se elegeu de verdade.  Dois casos impossíveis de se repetir nestes tempos de urna eletrônica…
Em seguida relembraremos Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Concepción Tereza Díaz (Málaga, Espanha, 1906-Rio de Janeiro, 1970), que ganhou a imortalidade com o pseudônimo de Oscarito.  Filho de pai alemão e mãe portuguesa, veio para o Brasil com um ano de idade, mas só se naturalizou brazuca em 1949. Começou nos picadeiros de circo, aos cinco anos (afinal ele, como Arrelia e Pimentinha, era membro de família circense), como palhaço, trapezista, acrobata e ator, além de aprender a tocar violino! Foi marcante figura no teatro de revista, onde começou em 1932 na peça “Calma, Gegê” (sátira a Getúlio Vargas) e no cinema, onde debutou três anos mais tarde, atuando em “Noites cariocas”. Seu nome está ligado à história da Atlântida, estúdio que se caracterizava por suas chanchadas, onde atuou em inúmeros filmes,  alguns em parceria com Grande Otelo, como “A dupla do barulho’ (1953) e “Matar ou correr” (1954). Outros títulos de destaque em sua filmografia são “Carnaval no fogo” (1949), “Aviso aos navegantes” (1950), “Barnabé, tu és meu” (1952), “Nem Sansão nem Dalila’ (1954), “De vento em popa” (1957), “Esse milhão é meu” (1958) e “Os dois ladrões” (1960). Seu último trabalho no cinema foi em “Jovens pra frente”,  de 1968. Foi casado com a também atriz Margot Louro, com quem teve dois filhos. Oscarito teve seu nome como paralelo aos maiores cômicos do cinema internacional, como o  americano Charles Chaplin e o mexicano Cantinflas. Evidentemente, Oscarito também gravou algumas músicas, predominantemente carnavalescas, que também interpretava em seus filmes. E eis aqui nesta edição do GRB seis delas. Pra começar, a famosa “Marcha do gago” (“Tá, tá, tá tá na hora/ Va-va-vale tudo agora”), de Armando Cavalcanti e Klécius Caldas , indiscutivelmente seu maior sucesso musical, lançado em dezembro de 1949 pela Star com o número 177-A, e um dos maiores sucessos da folia de 1950, fazendo inclusive referência a Carlo Pintacuda, um famoso automobilista da época. Da mesma dupla, agora com o reforço de David Nasser, é o lado B, a marchinha “Greve no harém”, que apresentamos na faixa 10. O disco também saiu com o selo Carnaval, com o número 049, e ambas as músicas fizeram parte do filme ‘Carnaval no fogo”. Completando este programa, quatro gravações Sinter:  a marchinha “Toureiro de Cascadura” (faixa 12), de Armando Cavalcanti e David Nasser, matriz S-39, e o samba “Garota boa”, (faixa 9), de Saint Clair-Senna, matriz S-40, do disco 00-00.018, editado em dezembro de 1950 para a folia de 51, para a qual também saiu o disco 00-00.019, em seguida mesmo, com duas composições dos mesmos Armando Cavalcanti e Klécus Caldas: a famosa “Marcha do neném” (“Ié, ié, ié, faz o neném”, faixa 13), matriz S-41, e a também marcha “Pouca roupa” (faixa 11), todas quatro do filme “Aviso aos navegantes”, outro estouro de bilheteria na época.  Enfim, música e bom humor mais uma vez encontram-se nesta edição do GRB, para alguns lembrarem, outões conhecerem, e para todos se divertirem muito!
Texto de SAMUEL MACHADO FILHO

Coletânea Compactos Do Toque Musical – Vol. 2 (2013)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Há tempos eu venho querendo ‘desovar’ alguns compactos e continuar a série “Coletânea Compactos”, mas vou sempre adiando. Desta vez consegui preparar o segundo volume e dentro do possível, logo teremos outros… Compacto é em postagem como fazer um lanche rápido, satisfaz no momento, mas depois deixa a gente com fome. Por isso é que dependendo dos disquinhos, prefiro postá-los em blog, como uma coletânea.
Nesta leva, reuni quatro grupos de música pop. Digo pop, porque aqui a coisa fica na base das versões, ou bem influenciado por essas e porque não dizer, a música estrangeira, moderninha da época. Temos aqui o grupo Brazilian Boys em disco de 1974, apresentado duas versões, para “Mrs. Vandebilt”, de Paul MacCartney e “Cecilia”, de Paul Simon. Depois temos o grupo Impacto com a versão para “Dreamin`”, de B. Kinsley e uma autoral, “Conselho de amigo”, bem na mesma linha pop. Este compacto, inclusive, já havia sido postado anteriomente no Toque Musical. Na sequência temos o Lee Jackson, que entre os demais se destaca pela qualidade e aqui vem num compacto duplo com os temas tão variados quanto a prórpia trajetória do conjunto. De “Adelita”, “El Bodeguero”, passando por “Allah lá o”, Hino do Flamengo, dois clássicos do Jorge Ben (“Mais que nada” e “Xica da Silva) e finalizando com “Only You” e “There’s a kind of hush”. Completando a coletânea, temos outro grupo de destaque, o Light Reflections. Este último com dois temas originais (autorais), cantados em inglês, como manda o figurino 🙂
eu pensei – brazilan boys
cecília – brazilian boys
sonho – impacto
conselho de amigo – impacto
adelita – lee jackson
mas que nada – xica da silva – lee jackson
only you – there’s a kind of hush – my pledge of love – lee jackson
el bodeguero – allah la o – hino do flamengo – lee jackson
welcome welcome – light reflections
that love – light reflections
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Pery Ribeiro E Bossa Três – Encontro (1966)

Boa noite de sábado para todos, amigos cultos e ocultos! Marcando o toque do dia, aqui vai mais um daqueles discos essencias, que não poderia falta aqui no Toque Musical. Temos aqui o “Encontro”, album gravado em 1966 por Pery Ribeiro e o Bossa 3. Como escreveu João Theodoro Meirelles, também um dos responsáveis por este trabalho (direção musical e orquestração), a ideia deste ‘encontro’ surgiu durante as apresentações do “Show Gemini V”, com o Bossa 3, Pery e Leny Andrade, na boate Porão 73, em 1965, no Rio de Janeiro. “Encontro” traz praticamente quase o mesmo repertório do show, contudo, encrementado com a orquestra do Meirelles. Quem ainda não ouviu, façam-me o favor…

amanhã
a mesma canção
o canto de ossanha
samba do dom natural
olê olá
tristeza
joão do trem
samba da pergunta
tempo feliz
despedida de mangueira
recado ao pé doberço
se o carro parar
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Milton Banana Trio – Vê (1965)

Olá amigos cultos e ocultos! Quero inicialmente deixar aqui um recado aos que há tempos pediram e esperam por novos links em antigas postagens. Continuo, dentro do possível, repostando os ‘toques’ lá no GTM. Porém, para que todos saibam o que está sendo reposto no grupo, venho publicando no Facebook as capas, assim como tenho feito nas publicações diárias. Tenham paciência aqueles que ainda não foram atendidos. Logo chegaremos lá…
Para abrilhantar a nossa sexta feira, vou trazendo um disco nota 10. Um álbum já bem conhecido na ‘blogosfera’ mas, é outro que eu não poderia deixar fora do Toque Musical. “Vê” é Milton Banana e seu trio, com Wanderley ao piano e Guará no contrabaixo. Química perfeita! Músicos de primeiríssima e um repertório fino! Milton Banana como sempre (e mais que nunca) dá um show na bateria. Vale a pena ouvir com outros olhos este discão. Confiram lá no GTM 😉

resolução
estamos aí
arrastão
bananadas
das rosas
opinião
você
só tinha de ser com você
não bate coração
preciso aprender a ser só
samba novo
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O Jardim Das Borboletas – Trilha Do Musical Infantil (1972)

Boa noite amigos cultos e ocultos! Entre as centenas de discos que um dia fizeram parte da discoteca da Rádio Inconfidência de Belo horizonte, tenho aqui mais um prontamente resgatado e digitalizado, recuperado para aqueles que tem interesse em conhecer um pouco a diversidade fonomusical produzida no Brasil, no tempo do vinil. Me referi à Rádio Inconfidência (A Brasileiríssima) por conta de uma curiosidade relativa ao seu velho acervo de discos. Como praticamente todas as outras rádios pelo Brasil, a Inconfindência também se `modernizou`, abandonou seu acervo musical em lps em troca do prático processo digital. Primeiro os cds, depois o mp3. Ao pensarmos nessa transposição a gente pode até imaginar que antes de transformarem os discos em sucata (estorvo e lixo), fizeram um minucioso trabalho de digitalização e catalogação. Que devem ter tudo lá bem guardado… Ha, ha, ha… qual nada! Não sobrou nada, nem história para contar. Fico pensando em outras rádios ainda mais antigas, tipo a Nacional. O que foi feito de seu acervo? Alguma coisa a gente ainda vê ou escuta por aí, nos blogs, no YouTube e em outras praças onde os mais espertos sabem tirar algum lucro nisso. A coisa está assim… O mais curioso é que hoje são as rádios quem recorrem aos blogs em busca de material raro. Somos nós os fornecedores de suas memórias. Eis aqui um disco cuja a trilha eu ouvi muitas vezes tocando no rádio, por certo a Inconfidência. Agora o disco está aqui na ponta da agulha se eternizando no formato digital, pronto para ser apresentado a vocês e quem sabe resgatado pelo Tuti Maravilha, ou algum outro apresentador de rádio.
O lp “O Jardim das Borboletas” é uma trilha de um musical infantil escrito por André José Adler. Nele temos uma série de músicas muito boas feitas especialmente para o espetáculo, com compositores de peso como Taiguara, Zé Rodrix, Eduardo Souto Neto, Paulo Imperial e Jorge Omar. Este disco já foi apresentado em outros blogs, mas aqui, quando a coisa é boa, a gente sempre busca reforçar 🙂 Vamos ouvir?
jardim das borboletas
marron carmim
1, 2, 3, 4
rock do grilo
viva a vida girassol
anoitecer
duse borbô
a dança das borboletas
tema de amor do girassil
o nosso jardim
a vida aí forapode não ser bem assim, mas tente lembrar do nosso jardim
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Som Nuclear (1972)

Olá amigos cultos e ocultos! Tão diverso quanto absurdo é o nosso Toque Musical, que eu me permito sair do clima Trio Cigano para cair no Som Nuclear da música pop no início dos agitados anos 70. E para completar, ainda vamos fazendo ‘covers’. Taí o toque musical da quarta feira…
Eis aqui um disquinho curioso que merece a nossa atenção. Muitos, talvez se lembraram dele. Temos aqui o “Som Nuclear”, uma coletânea de sucessos da música pop internacional. Aquilo que rolava na maioria das rádios brasileiras. Porém, contudo… não são os artistas originais. Eram na verdade regravações, ‘covers’ quase idênticos aos verdadeiros que muita gente comprou, principamente movida pelo apelo de uma capa dupla moderninha, bem colorida, ao estilo de discos importados. Possivelmente, para muitos, pouca diferença fazia se o ‘som nuclear’ era original ou não. O certo é que este disco é mais uma produção da gravadora/selo Top Tape, responsável pelo surgimento de uma leva de artistas brasileiros que atuaram com nomes falsos, apresentados e cantando como artistas internacionais. “Som Nuclear” é uma coletânea de sucessos, um álbum de capa dupla, mas com nenhuma informação a seu respeito. Eu suponho que os artistas envolvidos nesta produção sejam os mesmos do Light Reflections. Tudo a ver…  Vamos dar uma conferida. Quem tem algo a dizer, não se faça de rogado, comente… 🙂

let’s stay together
horse with no name
witch queen of new orleans
morning has broken
diamonds are for ever
sultana
baby i`m a want you
have you seen her
stay with me
son of my father
bless you
i’d like to teach the world to sing
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Trio Cigano – Momentos Sentimentais (1958)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós com mais um disco raro e esquecido no tempo. Temos aqui o Trio Cigano, grupo pernambucano que atuou nos anos 50, com grande popularidade nas rádios do Recife. Por certo, aqui para as bandas do sul poucos serão aqueles que irão lembrar do trio. Procurando no Google, poucas foram as informações encontradas. O pouco que achei foi saber que o trio era liderado por um violinista chamado Milton Rodrigues. Recorri então ao meu amigo Fred Monteiro, produtor e compositor pernambucano, conhecedor e também personagem da cena musical do Recife já de longas datas. Mas ele também pouco sabe sobre o trio, porém ele se lembrou do violonista Milton Rodrigues (que faleceu em fevereiro deste ano). Segundo o Fred, Milton Rodrigues tocava na Orquestra Sinfônica do Recife. Nos anos 60, tinha um grupo chamado “Violinos do Recife”, que se apresentava em bailes, inclusive ao lado do conjunto do Fred, “Os Tártaros”. Eram os responsáveis pelas valsas. Mesmo com todas essas pistas, ainda assim ficamos no ar com o Trio Cigano. De certo, a única coisa que podemos falar é sobre o disco, seu repertório e a atuação do grupo. O Trio Cigano segue bem a trilha de outro trio famoso, o Surdina. Em seu repertório temos samba, beguine, fox e bolero. Tudo bem ao gosto da época e numa apresentação exemplar, que nada deixa a desejar, principalmente na qualidade de seus músicos. Um disco bem interessante que vale ser ouvido e lembrado 🙂

tudo ilusão
mulambo
amor numa serenata
favela
vida vida
convite ao samba
horizonte
lisboa antiga
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Rio Carnaval 1565-1965 – Rio De Janeiro A Janeiro – Carnaval De 400 Janeiros (1965)

Muito boa noite, amigos cultos e ocultos! Para comemorar os 6 anos do Toque Musical eu estou trazendo aqui uma preciosa raridade, com certeza, nunca antes apresentado em outros blogs. Eu estava guardando esta jóia para os dias de Carnaval, mas acabei esquecendo. Foi bom, pois sendo um álbum tão especial, merecia mesmo uma data também especial. Até porque este não é um trabalho que fala apenas do Carnaval, mas principalmente do Rio de Janeiro. E o que tem ele em comum como o aniversário do Toque Musical? Bom, este álbum celebra o aniversário da cidade. Em 1965 o Rio de Janeiro completava 400 anos. Tudo a ver… e ouvir 🙂 Como disse, disco especial para um dia especial. E aqui no Toque Musical tudo é festa, tudo é carnaval 🙂
Como podemos ver pelas ilustrações, trata-se de um livro, um autêntico álbum duplo produzido, em conjunto pela revista O Cruzeiro e a gravadora Copacabana, comemorando os quatro séculos de Rio de Janeiro. E como Rio é sinônimo de Carnaval, o trabalho fonográfico é todo pautado nessa relação. O ‘livro lp’ apresenta mais de 30 páginas ricamente ilustradas com belíssimas fotografias e textos do escritor Nelson Costa, extraídos de seu livro “O Rio Através Dos Séculos”, editado pela “O Cruzeiro” naquele mesmo ano de 65. Os lps que compoe do álbum são duas jóias. O primeiro, Rio de Janeiro a Janeiro””, é uma seleção de músicas que enalteceram a cidade maravilhosa. Produzido pelo grande Moacyr Silva, traz a cada faixa um diferente artista, maestro e orquestra, todos evidentemente do ‘cast’ da Copacabana. O repertório, não precisa nem dizer, é do conhecimento de todos. Para quem ama o Rio como eu, este disco é o que há. O segundo lp também não fica atrás (só na ordem de apresentação). “Carnaval de 400 Janeiros” trás uma seleção em ‘pot pourri’ de algumas das melhores músicas de carnaval. De um lado temos os sambas e do outro as marchinhas, tudo interpretado pelo Coral e Orquestra Copacabana, sob direção musical de Altamiro Carrilho. Como podemos ver e também ouvir este é um daqueles trabalhos que merece toda a nossa atenção. Já imaginaram se não fossem os blogs, assim como o Toque Musical, o que seria desta e de tantas outras jóias, esquecidas em algum canto, mofando, se perdendo…? Ainda bem que a gente está por aqui 😉

Disco 1
cidade maravilhosa – coral e orquestra copacabana
quatrocentas velinhas – jorge goulart
valsa de uma cidade – roberto silva
rio – jorge henrique
cidade brinquedo – os rouxinóis
fantasia carioca – jairo aguiar
o rio é mais rio – gilberto alves
samba do avião – francineth
eterna capital – roberto audi
rio dos vice-reis – gilberto alves
hip-hurra quatrocentão – jorge goulart
rio, praia e sol – jorge eduardo
guanabara quatrocentão – jairo aguiar
rio – coral e orquestra copacabana
baia da guanabara – rinaldo calheiros
rio – abilio martins
rio de janeiro a janeiro – fernando barreto
primavera no rio – altamiro carrilho
Disco 2
praça onze
madureira chorou
vai que depois eu vou
pra seu governo
cai, cai…
nêga do cabelo duro
recordar
é bom parar
implorar
não tenho lágrimas
despedida da mangueira
meu consolo é você
que rei sou eu
até amanhã
agora é cinza
o orvalho vem caindo
não me diga adeus
nêga maluca
de lanterna na mão
o teu cabelo não nega
marchinha do grande galo
maria candelária
aurora
nós os carecas
quem sabe, sabe
touradas em madrid
se a lua contasse
eu brinco
lig lig lê
mamãe eu quero
allah lá ô
confete
sassaricando
cachaça
a jardineira
me dá um dinheiro aí
cabeleira do zezé
pastorinhas
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Toque Musical – 6 Anos!

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje, dia 29 de julho, o blog Toque Musical está completando 6 anos de atividades. Ao longo desse tempo muita água boa rolou. A fonte aqui é natural e da melhor qualidade e talvez por isso mesmo é que saímos do ‘badalado’ para o ‘cultuado’, para poucos. Tivemos aqui várias mudanças, inclusive de endereço por conta de algumas perseguições. Quando se chega ao topo ficamos também sujeitos a muita exposição. Percebo também que o Toque Musical fez escola, muitos outros blogs surgiram buscando um mesmo formato, usando uma mesma forma de apresentação e publicando inclusive muito do que já postei aqui. Acho isso muito legal, pois vejo o quanto o TM foi influente.
Mas, se é bom por um lado, por outro nem sempre. Muitas vezes o TM se tornou alvo do despeito, da falta de compreensão e de algumas baixarias. Tivemos momentos que eu realmente fiquei desanimado, mas não vacilei, mantive o blog e as postagens diárias. Por conta dos boicotes, das denúncias infundadas, das perseguições num geral, criei outras versões do blog e as mantive abertas ao público. Hoje temos três versões do Toque Musical, as quais os amigos podem recorrer: “Toque Musical Refinado“, onde são postadas as produções exclusivas do TM; o “Toque Musical Galeria“, que é a versão blogspot da matriz atual, o “TM site“.
Tem muita gente que acha complicado o funcionamento do Toque Musical, mais ainda depois que criei o GTM (Grupo do Toque Musical). Sinceramente, eu não queria complicar, mas diante à perseguição aos meus links, me vi obrigado a criar esse grupo que tem a função única de preserva-los. Limitei o meu público, mas mantive a minha rotina. Por conta também de denúncias, praticamente quase todos os meus arquivos foram perdidos. Até hoje ainda estou fazendo a reposição. Os pedidos não param de chegar e como sou sozinho nessa empreitada, tudo acaba sendo muito devagar. Não tenho como atender a todos de imediato. Além do mais, tem as postagens diárias, essas são prioritárias!
Infelizmente a maioria dos visitantes no blog não tomam o trabalho de ler as postagens e muito menos as orientações para se ingressarem no GTM. Daí, me trazem mais trabalho tendo que explicar repetidas vezes a mesma coisa. De uns tempos pra cá passei a não mais responder perguntas cujas respostas são óbvias e se encontram explícitas no TM.
Continuo a peleja, mas sempre preservando o essencial prazer de fazer o blog como eu gosto e posso. Não mais estou interessado em atingir um grande público e nem peço mais um ‘feedback’ em comentários.
O Toque Musical é apenas um local onde se escuta música com outros olhos. Infelizmente, poucos são aqueles que conseguem ouvir isso. Mas tá valendo…
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Galo Metal – Torcida Organizada (2002)

Olha o Galãaaao aí de volta! Mais um toque atleticano. Me lembrei que hoje temos um clássico, Atlético e Cruzeiro se enfrentam mais a tarde. O time ‘azul babado’ vem louco atrás de uma vitória que sirva para levantar o ânimo de sua torcida, que tem andado tão calada (porque será?). Para esquentar a disputa, segue aqui uma coletânea heavy metal dedicada ao Galo, lançada em 2002, reunindo 13 bandas de rock mineiras expressando toda a paixão por esse super time. Eu já havia postado esta coletânea em um outro momento e com a capa original dentro de um pacote em homengem ao Atlético. Como não foi um post exclusivo, faço-o agora e como uma capa nova (não sei onde foi parar o meu cd).
A propósito, já estão no GTM os links de outros discos sobre o Atlético que foram postados aqui, ok?

eminence – alma preto e branca
cocreto – fechado como galo
maria pretinha – a caminho do mineira
vienna – tradição e glória
perpetual dusk – symbol of glory
comboio – peso e poder
reffer – 3 pontos
vinicius gezebel – galo sinistro
caution – tributo ao rei
los w’s – galofilia
carahter chama alvinegra
my faut nervus – o galo de todos os tempos
hifen – galo metal
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Galo – Canto De Amor Mais Alto (1971)

Olá amigos cultos e ocultos! Finalmente estou de volta! Como todos devem saber, estive de férias, curtindo um pouco o litoral. Vocês sabem, mineiro de férias precisa, as vezes, de uma praia. Mas não demorou muito para eu ficar sentido saudades das minhas montanhas. Voltei, alegre e saltitante… E não é para menos, afinal com tanta coisa boa acontecendo.
Neste mês de julho o Toque Musical está completando 6 anos de atividades e eu, ao contrário dos anos anteriores, não fiz muito alarde, pois percebo que para a festa, só mesmo os amigos mais chegados estarão presentes. Tudo bem, melhor assim… o bolo é pequeno, mas está uma delícia!
Para completar a festa, o meu galinho, ou melhor dizendo, o Galãaaao, me deu a grande alegria de ser o Campeão da Taça Libertadores da América. Tô rindo a toa 🙂 Em sua homenagem, vou aqui postando este lp produzido pela Bemol em 1971, “Galo, canto de amor mais alto”. Um documento histórico do futebol brasileiro, com texto de um dos mais apaixonados e ilustre atleticano, o saudoso escritor Roberto Drummond. No álbum temos também a narração de alguns dos melhores momentos do Atlético Mineiro em campo, numa época em que futebol era mais que paixão. Vale a pena ouvir esse disco, mesmo aqueles que não são torcedores do ‘vingador’. Parabéns ao Clube Atlético Mineiro por esse tão sonhado título. Viva o Galo!

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Francisco Alves 2:2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 62 (2013)

Estamos de volta com a segunda parte da  retrospectiva que o Grand Record Brazil dedica ao inesquecível Francisco Alves, o Rei da Voz (1898-1952). Desta feita, mais treze gravações preciosas e imprescindíveis para colecionadores, pesquisadores e apreciadores em geral.
Abrindo nosso roteiro, três sambas de Sílvio Fernandes, o Brancura, histórico malandro carioca, de quem falamos na edição anterior. O primeiro é “Coração volúvel”, lançado pela Odeon em junho de 1929, disco 10399-A, matriz 2532, do qual também foi escalado o lado B, matriz 2531, “Mulher venenosa”, na faixa 3, ambas com acompanhamento da Orquestra Pan American de Simon Bountman. Antes dele virá “Você chorou”, subintitulado “Me admiro é você”, primeiro verso da letra, gravação Victor de 8 de julho de 1935 (ano do falecimento de Brancura), lançado em agosto seguinte com o número 33959-A, matriz 79968, e incluído na burleta teatral “Da Favela ao Catete”, de Freire Júnior. O acompanhamento é da Orquestra Diabos do Céu, formada e dirigida pelo mestre Pixinguinha.Voltando à Odeon, o samba “Olê-lê-ô”, da santíssima trindade Francisco Alves-Ismael Silva-Nílton Bastos, gravado em 27 de novembro de 1930 e lançado em janeiro de 31 para o carnaval, disco 10745-B, matriz 4068 (o lado A é “Nem é bom falar”, da nossa edição anterior). Ismael e Nílton faziam parte do grupo Bambas do Estácio, que acompanha Chico Alves neste registro. Neto da lendária Tia Ciata,  Bucy Moreira assina em parceria com Norival Reis, o Nazinho (ou Nozinho), o samba “Em uma linda tarde”, que Chico Alves gravou com os Diabos do Céu na Victor em 16 de abril de 1935, com lançamento em julho seguinte sob n.o 33946-B, matriz 79877. Autêntica raridade vem em seguida, o samba “Meu batalhão”, também da trindade Chico (acompanhado de seu “Esquadrão”)-Ismael Silva-Nílton Bastos, lançado pela Odeon em janeiro de 1931 para o carnaval com o n.o 10748-B, matriz 4091. E quem não conhece a marchinha junina “Pula a fogueira”? Só quem nunca foi numa festa junina… Da parceria Getúlio “Amor” Marinho-João Bastos Filho, foi imortalizada pelo Rei da Voz na Victor em 21 de maio de 1936, matriz 80163, com lançamento em julho seguinte (o que tem sua lógica, pois as festas juninas em algumas cidades costumam se estender até esse mês) sob n.o 34068-A. A marchinha “Você gosta de mim”, da parceria Francisco Alves-Ismael Silva, saiu pela Parlophon em dezembro de 1931, disco 13377-B, matriz 131307, visando o carnaval de 32. Outro clássico é o samba “Para me livrar do mal”, da parceria de Ismael Silva com Noel Rosa, imortalizado por Chico Alves na Odeon em 29 de junho de 1932, disco 10922-B, matriz 4467, e que ele também interpretou no segundo show da série “Broadway cocktail”, um espetáculo palco-tela encenado no recém-inaugurado Cine Broadway, do qual também participaram Cármen Miranda, Almirante e Noel. Destaque, na gravação, para o piano de Nonô (Romualdo Peixoto), tio dos cantores Cyro Monteiro e Cauby Peixoto. “Choro, sim”, samba de Ismael Silva sem parceiro, foi gravado por Chico na Victor com os Diabos do Céu em 21 de novembro de 1934, matriz 79784. Destinava-se ao carnaval de 1935,  segundo consta da edição, mas só foi para as lojas em julho desse ano, com o número 33946-B. Dando um salto no tempo, vem em seguida outro samba, “Cidade de São Sebastião”, de Wilson Batista e Nássara, gravação Odeon de 10 de julho de 1941, lançada em agosto do mesmo ano com o número 12028-A, matriz 6710, com acompanhamento da orquestra do maestro Fon-Fon (Otaviano Romero Monteiro, 1908-1951). A música fez parte do segundo espetáculo da série “Joujoux e Balangandãs”, levado à cena no Teatro Municipal do Rio, no qual a então primeira-dama da Nação, Darcy Vargas, convocava a alta-sociedade carioca a apresentar seus dotes artísticos no palco e demonstrar generosidade na bilheteria, em prol de suas obras assistenciais. Nele, “Cidade de São Sebastião” foi interpretado por Jenny Hime e Roberto Rocha. “Fica de lá” é de Ernâni Alvarenga, “o samba falado da Portela”, e este aqui destinou-se ao carnaval de 1939, lançado pela Odeon bem em cima da folia, em fevereiro, com o número 11700-A, tendo sido gravado em 16 de dezembro de 38, matriz 5995. Por fim, uma marcha natalina do mestre Ary Barroso em parceria com nosso Chico Alves, “Meu Natal”, da safra do Rei da Voz na Victor, com o devido apoio instrumental dos Diabos do Céu de Pixinguinha & Cia., gravada em 19 de outubro de 1934 e lançada, claro, em dezembro, com o número 33857-A, matriz 79762. Ela encerra, e com chave de ouro, esta retrospectiva que o GRB dedica ao imortal Francisco de Moraes Alves, e entrega com muita alegria aos amigos cultos, ocultos e associados do GRB. Até a próxima e obrigado pelo prestígio!
Texto de  SAMUEL MACHADO FILHO.

Dorival Caymmi – Caymmi (1985)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje, domingo, estou fazendo a minha última postagem antes de entrar de férias. São férias curtas, apenas uns dez dias, mas o suficiente para eu descansar. Depois eu volto para ainda a tempo brindarmos os 6 anos do blog Toque Musical. E para luminar a cavernar e abrilhantar nosso espaço, vou deixar durante esse tempo um presente especial. Aqui, tudo é ao contrário. Eu saio e deixo a luz acessa. Faço aniversário e dou presente. 🙂
Olha aí, depois de tantos pedidos, estou trazendo para vocês este disco de Dorival Caymmi. Uma produção limitada, sob os auspícios da Fundação Emílio Odebrecht. Lançado não comercialmente em 1985 para um seleto grupo, em um luxuoso box contendo além de um álbum dúplo, um livro sobre o artista (Caymmi – Som Imagem Magia). O conteúdo fonográfico ficaria inédito até 1997, quando então recebeu um edição em  cd. Mas podemos dizer que já se trata de um material fora de catálogo e consequentemente, merece a nossa atenção.
Este disco foi uma produção que envolveu o próprio Caymmi. Traz, por certo, algumas das muitas e mais famosas de suas composições. Depoimentos de Caribé, Jorge Amado, Tom Jobim e Caetano Veloso. Para completar o prato, temperos especiais: um time de músicos de primeiríssimas, a começar pelo regente e arranjador principal, Radamés Gnattali. Aliás, um time não, dois ou mais… Não vou nem mencioná-los para não me estender muito. Essas informações vão incluidas no ‘pacote’, ok?

depoimento de jorge amado
é doce morrer no mar
festa na rua
a preta do acarajé
cançào da partida
a lenda do abaeté
o que é que a baiana tem?
depoimento de caetano veloso
depoimento tom jobim
das rosas
dora
eu fim uam viagem
peguei um ita no noirte
maracangalha
acalanto
depoimento carybé
caymmiana
você já foi a bahia?
joão valentão
samba da minha terra
sargaço mar
a mãe dágua e a menina
pescaria
vatapá
marina
dois de fevereiro
oração de mãe menininha
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João Penca E Seus Os Miquinhos Amestrados – Cem Anos De Rock’n’roll (1991)

Boa noite, meus prezados roqueiros cultos e ocultos! É, hoje a introdução veio um pouco diferente, direcionada àqueles que carregam consigo o espírito do velho e bom rock’n’roll. Afinal, hoje é o Dia Mundial do Rock! Por certo, o rock em todas as suas vertentes, mas principalmente em seu estado e características originais. Nesse sentido foi que eu escolhi para comemorarmos o dia com este disco do trio João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, um autêntico representante do gênero da ‘velha escola’, o tradicional rock’n’roll. “Cem Anos de Rock’n’roll” foi um álbum lançado no início dos anos 90 e traz em sua produção todos os elementos retrô daqueles anos dourados, os primeiros passos do rock.
Vejam vocês como ainda hoje (e sempre) é dia de rock. Aliás, é bom que se diga, rock não é um estilo, é sim atitude!
Esta postagem de hoje tem por objetivo apenas registrar aqui esta data, afinal, embora eu já tenha postado vários discos de rock tupiniquim, nunca fiz referência ao Dia do Rock. Como eu hoje passei o dia todo ouvindo de Carl Perkins à Pearl Jam, de Cauby à Beach Combers, acho que para bem dosar, João Penca veio a calhar 😉

papa umana
ma beibe, beibe
o bom e o velho rock’n’roll
o monstro suga suga
mulheres
viver, sonhar
esse meu cabelo rock
o escorpião escarlate
j. holmes e a guitarra solitária
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Den Sorte Skole – Lektion III (2013)

Olá amigos cultos e ocultos! O Toque Musical é um blog, como todos sabem, voltado para a produção musical e fonográfica brasileira. Mas também vai a miúde, apresentando curiosidades que muitas vezes se contrastam com outros títulos, mais tradicionais. Com já disse outras vezes, este não é um blog de música para gente velha e ultrapassada. Não é o espaço específico da Bossa Nova, Jovem Guarda, do Samba, dos saudosos cantores e orquestras do rádio nos anos 40 e 50, não é o do Regional, do Sertanejo, do Jazz, do Rock, do Pop, do Erudito, ou de qualquer outro. O Toque Musical é na verdade um pouco de tudo isso. Um reflexo da minha própria diversidade e curiosidade fonomusical. E é muito por conta dessas e outras que eventualmente podem surgir por aqui coisas diferentes, algo aparentemente meio atípico… Eis aqui um bom exemplo.

Quero apresentar a vocês um trabalho muito interessante realizado pelo coletivo “Den Sorte Skole”. Um projeto musical concebido pelos músicos, compositores e DJ´s, Simon Dokkedal, Fernando Martin Jakobsen e Martin Hojland, em 2003. Ao longo de dez anos eles andaram produzindo um material muito interessante, fazendo pesquisas, coletando músicas e sons de várias partes do mundo e dos mais diferentes gêneros musicais. Eles criam colagens, misturando de maneira harmoniosa e natural os mais diferentes sons, obtendo assim um resultado bastante agradável. Uma cocha de retalhos bem trabalhada que gerou um primeiro álbum em cd, Lektion #1, em 2006. Dois anos depois viria Lektion #2, em vinil. E finalmente agora, em 2013 eles lançam Lektion #3, uma concepção em vinil bem luxuosa. Por certo, trata-se de um ‘web disco’, algo parecido com a nossa coleção Grand Record Brazil. Um trabalho o qual envolve questões de ‘royaties’, direitos autorias, os quais inviabilizaria qualquer produção física, comercial ou mesmo puramente cultural que ultrapasse esses limites. Grande parte desse material foi coletado na própria web, inclusive, muita coisa de blogs, como foi o caso do Toque Musical.
Para quem está aberto a essas incursões mix, eis aqui o canal direto com Den Sorte Skole. No site vocês poderão baixar os três volumes, ok?
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Clarisse (1981) e Kate Lyra – Duas Faces Do Amor (198…) – Compactos Promocionais

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Me lembrei que tenho aqui um monte de compactos e preciso digitalizá-los antes de passá-los para frente. Estou pensando em criar uma lojinha virtual para vender vinil e também cds. Tudo original, claro e direcionado mais a colecionadores. Logo que a coisa ficar pronta eu aviso a vocês.
Vamos hoje então com esse dois compactos promocionais lançados na década de 80. O primeiro, como se pode ver pela capa, foi um disquinho de brinde da revista masculina Status, lembram dela? Hummm… Temos a dublê de cantora, Kate Lyra, esposa então do compositor Carlos Lyra, interpretando duas de suas músicas num raro momento (brasileiro é tão bonzinho…). Ela canta a famosa “Quando chegares” e se salva em “Romantica”, num vocalise interessante 🙂
Na sequencia, temos outra cantora, da qual eu nunca ouvi falar, Clarisse, cantando um jingle da Varig, “Eu mereço”, que eu também nunca tinha ouvido. Legal. E mais legal é o outro lado com a faixa “O amor”. Como a moça canta bem e é muito bonita, resolvi postar :). Vamos ouvir?

quando chegares – kate lyra
romântica – kate lyra
eu mereço – clarisse
o amor – clarisse
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Luiz Bonfá – Alta Versatilidade (1957)

Olá amigos cultos e ocultos! Continuo num corre corre danado, sem muito tempo para o blog. Principalmente neste mês de julho, onde o Toque Musical completa 6 anos de resistência. Fico nessas horas pensando quanta pedra no caminho, quanto tropeço, quantas investidas de ataque, quantas vezes tive que mudar o rumo do blog por conta de alguns desafetos, que diga-se de passagem eu entendo mais como inveja, despeito ou mesmo pura sacanagem. Enfim, entre trancos e barrancos o TM continua… agora ainda mais ‘cult’, só para seus associados.
Trago hoje para vocês outro disco do Luiz Bonfá. Um excelente lp lançado pela Odeon em 1957. Creio que foi um dos primeiros lps da Odeon em formato 12 polegadas, ou seja, um vinil padrão como conhecemos hoje. “Alta Versatilidade” foi também lançado nos ‘States’ e suponho que as gravaçoes foram feitas pensando nisso, num lançamento na terra do Tio Sam. Os arranjos e regência são do maestro Leo Peracchi. Trata de um excelente trabalho cujo o repertório faz a alegria principalmente de quem toca violão. Mas não se limita aos amantes da técnica. É acima de tudo um disco, com disse o José Fernandes no texto de contracapa, “um conjunto de obras primas que se destina às pessoas de bom gosto”.
Este é mais um disco já bem manjado em blogs e outras fontes. Mesmo assim é mais um que precisava constar aqui 😉 Só para quem é ‘cult and cool’. 😉

mambolero
cajita de musica
over the rainbow
garoto
canção de outono
calles de españa
batucada
sambolero
monique
tenderley
serenata
xangô
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Sambalanço Trio – Vol. 2 (1965)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou num aperto só, quase sem tempo para o Toque Musical, mas vamos lá rapidinho… Vamos com um disco que não precisa ficar dando muita explicação. A contra capa já nos dá todas as informações necessárias e além do mais, este é um disco que já foi bem divulgado em outros blogs. Estou postando aqui para aqueles que não tiveram a chance de conhecer, ou querem também conferir o toque aqui do Augusto 😉
Sambalanço foi um dos muitos e excelentes grupos da era Bossa Nova. Formado no início dos anos 60 por três grandes músicos, Cesar Camargo Mariano, Airto Moreira e Clayber. Este disco foi o segundo lançado por eles, pelo selo Som Maior, em 1965. Como se pode ver na contracapa, o repertório é fino! E os caras são foda! Discaço, que mesmo bem manjado merecia estar aqui. 🙂

nana
reza
estamos aí
deus brasileiro
preciso aprender a ser só
cangaceiro
improviso negro
roda de samba
você
canção que veio de dentro do azul
samba de verão
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Francisco Alves 1:2 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 1 (2013)

Vejam vocês, amigos cultos, ocultos e associados do TM: já estamos na sexagésima-primeira edição do Grand Record Brazil! Sinceramente, eu e o Augusto não esperávamos que a coisa fosse tão longe, o que muito devemos ao apoio e ao prestígio de vocês. Esta semana, apresentamos a primeira de duas partes de uma nova retrospectiva dedicada ao eterno Rei da Voz, Francisco de Moraes Alves.
Nascido no Rio de Janeiro em 19 de agosto de 1898 e tragicamente falecido em acidente automobilístico na Rodovia Presidente Dutra, na altura de Pindamonhangaba, SP (seu carro, um Buick, chocou-se com um caminhão que entrara na contramão, e se incendiou), em 27 de setembro de 1952, Francisco Alves deixou a maior discografia em 78 rpm da história de nossa música popular, e gravou somente nesse formato: foram 524 discos com 983 fonogramas! Uma carreira que começou em 1919, numa modesta gravadora de fundo de quintal, a Disco Popular, para a qual foi levado pelo compositor Sinhô. Em sua estreia, Chico gravou três músicas de Sinhô: a marchinha “O pé de anjo” (sucesso no carnaval de 1920) e os sambas “Fala, meu louro” e “Alivia estes olhos”. O cantor só teria nova oportunidade em disco na Odeon, em 1924, gravando quatro músicas, também carnavalescas, que não obtiveram êxito. E é a partir de 1927, com a implantação do sistema elétrico de gravação, substituindo o mecânico, que Chico Viola desponta de vez para a popularidade. Aliás, gravava na Odeon como Francisco Alves e na Parlophon, sua subsidiária, como Chico Viola. É na “marca do templo” que se passará quase toda a sua carreira fonográfica, com breves saídas para a RCA Victor (1934 a 1937) e para a Columbia, futura Continental (1939 a 1941).
Desta longa e vitoriosa trajetória de Chico Alves em disco, foram escaladas para este primeiro volume catorze joias de seu repertório. Abrindo-a, o samba “Me faz carinhos”, lançado pela Odeon em janeiro de 1928 para o carnaval, disco 10100-B, matriz 1480, dado como sendo de exclusiva autoria de Chico, mas que na verdade é de Ismael Silva, de quem o Rei da Voz o comprou (Ismael queria o dinheiro no ato, por necessidade imediata), e ele também o interpretaria na revista “Você quer é carinho”, encenada no Teatro Carlos Gomes. No acompanhamento, a Orquestra Pan American do Cassino Copacabana, dirigida pelo palestino Simon Bountman, e também conhecida como Orquestra Copacabana, Simão Nacional Orquestra e Orquestra Parlophon (tudo a mesma coisa…). A faixa 2 é “Não é isso que eu procuro”, outra parceria de Chico Alves com Ismael Silva,dedicada ao maestro Martinez Grau, lançada em setembro do mesmo ano com o número 10251-B, matriz 1876, tendo no acompanhamento a Orquestra Rio Artists. O cantor também interpretou esse samba em duas revistas encenadas no Teatro Carlos Gomes: “Eu quero é nota”, em dueto com Célia Zenatti, sua primeira mulher, e outra também chamada “Não é isso que eu procuro”. “Deixa essa mulher chorar” faz parte da antológica série de gravações que Chico fez em dupla com Mário Reis, datada de 9 de setembro de 1930 com lançamento em dezembro do mesmo ano, disco 10715-A, matriz 3969. Oficialmente o samba é de Sílvio Fernandes, o Brancura (c.1908-1935), malandro histórico do Estácio, que ganhou seu apelido por sua cor negra reluzente, mas segundo Bucy Moreira, era de Maciste da Mangueira, que deu parceria a Brancura. “Apanhando papel”, gravação de 30 de janeiro de 1931, lançada em março do mesmo ano com o número 10767-A, matriz 4124, é de Getúlio Marinho da Silva, o Amor (Salvador, BA, 1889-Rio de Janeiro, 1964) e Ubiratan da Silva. Foi escalado também o lado B, “Ironia”, do próprio Chico Alves em parceria com Ismael Silva e Nílton Bastos, matriz 4136. Nesse disco, o acompanhamento é dos Bambas do Estácio, e o bandolim é provavelmente do mestre Luperce Miranda. “Nem é bom falar”, que vem antes de “Ironia” em nossa seleção, é do mesmo trio de autores e com o mesmo acompanhamento, gravação de 27 de novembro de 1930, lançada em janeiro de 31 com o número 10755-A, matriz 4067, e um dos hits do carnaval desse ano. Ao ouvir o verso “Eu quero uma mulher bem nua”, durante apresentação do cantor na Rádio Sociedade, seu proprietário, Roquette Pinto, também pioneiro da radiodifusão no Brasil, comentou: “Todos nós queremos, mas não é preciso dizer”…  A santíssima trindade Chico Alves-Ismael Silva-Nílton Bastos também assina “É bom evitar”, samba lançado pela “marca do templo” em setembro de 1931 com o número 10837-A, matriz 4271. A marchinha “Gosto mas não é muito” saiu pela Parlophon em dezembro de 1931, com vistas ao carnaval de 32, com o número 13375-A, matriz 131302. É creditada a Francisco Alves e Ismael Silva, mas sua segunda parte foi composta por Noel Rosa, não creditado nem no disco nem na edição. Nessa época, o governo provisório de Getúlio Vargas admitia milhares de correligionários no serviço público, a ponto de, para brecar novos pedidos, em tempos de crise profunda, ser exigido dos postulantes requerimento estampilhado, com foto e selos, daí o verso “Traz o retrato e a estampilha”. Temos também o lado B, matriz 131308: “Amar”, samba do próprio Chico mais Ismael Silva e Nílton Bastos, este último não creditado na edição. Do Parlophon 13377, também lançado em dezembro de 1931 para o carnaval de 32, temos o lado A, matriz 131306: o samba “Sonhei”, do mesmo trio de autores da faixa anterior. Chico Alves e Ismael Silva assinam a faixa seguinte, o samba “Gandaia”, gravação Odeon de 23 de março de 1932, lançada em maio do mesmo ano, disco 10906-B, matriz 4420. Da parceria Noel Rosa-Ismael Silva é o samba “Ando cismado”, gravação de 27 de outubro de 1932, lançada em dezembro seguinte com o número 10936-A, matriz 4532. Para encerrar, duas faixas do período final de Chico Alves na Odeon, ambas canções visando as festas natalinas, e gravadas em 5 de dezembro de 1950, porém só lançadas um ano mais tarde, dezembro de 51, com o número 13198: “Sinos de Natal” (lado B, matriz 8877), de Victor Simon (autor dos clássicos “Bom dia, café” e “O vagabundo”) e Wilson Roberto, e a “Canção de Natal do Brasil”, parceria do próprio Rei da Voz com David Nasser e Felisberto Martins, na época diretor artístico da “marca do templo” (lado A, matriz 8876). Embora ainda estejamos longe do Natal, as faixas são apropriadas para encerrar a primeira parte deste nosso retrospecto. Semana que vem a gente se encontra com mais Chico Alves. Até lá!
Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.

Milton Nascimento – Missa Dos Quilombos (1982)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês um disco que cai muito bem numa manhã  como esta de domingo. “Missa dos Quilombos”, uma produção do nosso querido Milton Nascimento feita no início dos anos 80. Este disco foi idealizado por Bituca e sua turma após conhecerem o Bispo de Goiania, Dom Pedro Casaldáliga e o poeta Pedro Tierra, com os quais veio a criar esta obra maravilhosa chamada de “Missa dos Quilombos”. A temática, evidentemente, é a questão do Negro e se inspira nas ideias sugeridas por outro religioso, Dom Helder Câmara a respeito da triste realidade do negro no Brasil ao longo de sua história. Os textos da Missa dos Quilombos foram escritos pelos dois Pedros e ao Milton coube musicar, arranjar, reger e interpretar. Belíssimo trabalho, super inspirado. O disco foi gravado ao vivo, em apenas três dias, na Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, no Caraça/MG em 1982.

a de ó (estamos chegando)
em nome de deus
rito penitencial (kyrie)
aleluiá
ofertório
o senhor é santo
rito da paz
comunhão
ladainha
louvação à mariama
marcha final (de banzo e esperança)
invocação à mariama
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Sérgio Mendes & Brasil ’77 – On Concert (1973)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Não sei se alguém aqui está ligado, mas julho é mês de aniversárrio do Toque Musical. Para tanto, pretendo postar aqui alguns discos realmente interessantes, que  com certeza ainda não estão rolando em outras fontes. Julho também é mês de férias e eu estarei dando uma pausa na segunda quinzena do mês, mas volto a tempo de comemorarmos os 6 anos do TM.
Dentro na nossa diversidade fonomusical, vamos neste sábado com o Sérgio Mendes e seu Brasil ’77 em um disco que podemos chamar de raro, pois, segundo um amigo que mora em Nova York (fã do Sergio Mendes) este lp nunca chegou a ser reeditado em formato digital. Será? Bom, isso pouco importa, pois aqui no Brasil, ele com certeza só foi visto em 1973, ou ainda em alguma oferta no Mercado Livre.
Temos aqui Sergio Mendes em uma apresentação ao vivo no Greek Theatre de Los Angeles. Muito bom o clima e aquele sempre mesmo repertório, mesclando um pop, jazz, música brasileira… “Ma-sh kay nada”
intro: viramundo
going out of my head
girl from ipanema
canival medley:
jogo de roda
canto de ubiratan
after sunrise
fool on the hill
chelsea morning
sometime in the winter
mais que nada
the look of love
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Morris Albert (1976)

Olá amigos cultos e ocultos! Nesta semana eu postei um disco do Pete Dunaway e no embalo pop-romântico-em-inglês vou de novo alegrar os apreciadores trazendo o figuraça, Morris Albert. Este é um artista que dispensa apresentações. Um compositor e cantor que fez sucesso internacional, principalmente com aquela música chata… como é mesmo o nome dela? Hehehe… Bom, não importa… de qualquer maneira aqui tem outra que também emplacou, “She`s my Girl”. Se não me engano (e se me engano também não importa), este foi o seu segundo álbum e gravado nos States 🙂

summer in paris
la puerta down to mexido
father
same things
toi
back to the rock
she’s my girl
memories
everybody loves somebody
te quiero
run away
land of love
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Lúcio Alves – A Noite Do Meu Bem… (1960)

Olás! De volta como prometi e mais uma vez trazendo o imprevisível. Desta vez vamos com Lúcio Alves, em disco Odeon de 1960. Temos aqui “A noite do meu bem…”, belíssimo álbum onde o nosso artista interpreta a música de Dolores Duran. Inclusive, nos anos 70 o disco voltou a ser relançado, em versão ‘estérizada’, com uma nova capa e sob um novo título “Lúcio Alves Interpreta Dolores Duran”. Esta mesma versão saiu também em cd. No álbum iremos encontrar algumas das mais importantes e marcantes canções de Dolores. Dela e também de seus grandes parceiros, diga-se de passagem. Lúcio Alves, como sempre, impecável…

ideias erradas
castigo
a noite do meu bem
noite de paz
estrada do sol
vou chorar
por causa de você
quem sou eu
fim de caso
solidão pela rua
canção da tristeza
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