Marilia Medalha – Caminhada (1973)

É… Pelo jeito estamos com problemas no Mediafire. Para meu desgosto, todos os arquivos do Toque Musical que estavam lá hospedados foram deletados. Pelo menos é o que parece. Ainda não sei ao certo o que houve. Vou aguardar para ver no que dá. Até então, volto a usar o Rapidshare que apesar de lento no upload, pelo menos é mais garantido.
Hoje eu tenho o prazer de trazer para vocês uma das minhas favoritas, a cantora e compositora Marília Medalha. Me lembrei dela quando postava o disco da Junia Horta, onde consta na contracapa uma mensagem de Marília. Não foi por acaso que ela em 1967, ao lado de Edu Lobo, faturou o primeiro lugar com a música “Ponteio” e depois nos anos que se seguiram, continuou se revelando não apenas como cantora, mas também compondo. Uma de suas músicas que eu acho das mais bonitas está neste lp e é a que dá nome ao álbum. “Caminhada” é uma música perfeita, tanto em letra como em melodia. Aliás, é bom dizer, este disco é todo perfeito. Além de boas músicas e bons instrumentistas, como vocês poderão conferir na contracapa, temos encabeçando junto à Marília a saudosa violonista Rosinha de Valença, responsável pela produção e todos os arranjos. Arranjos, diga-se de passagem, maravilhosos!
Taí, um disco que não podia faltar no Toque Musical. Confiram…

caminhemos
estrada nova
deus me perdoe
perseguição
fim do mundo
amanheci
água escondida
de cigarro em cigarro
o primeiro clarim – mortalha fria
caminhada
xaxado de espantar tristeza

Doris Monteiro – Doris (1973)

Atendendo a um pedido muito especial, aqui vai mais um disco da Doris Monteiro. Este lp eu já havia pensado em postar, mas diante a tantos discos da cantora que apareceram em outros blogs, achei que seria perda de tempo. Além do mais, me parece, este álbum foi relançado a uns dois ou três anos atrás entre os frutos de escavação do Charles Gavin. Este disco é da fase Odeon da cantora. Nele podemos encontrar a belíssima “Até quem sabe?”, de João Donato, que foi lançada um ano antes de Gal Costa gravá-la. Outra que também saiu na frente foi “Eu só quero um xodó”, de Dominguinhos e Anastácia. Somente alguns meses depois viria a versão de Gilberto Gil, num compacto de muito sucesso. “Palhaçada”, de Silvio de Carvalho, aqui aparece ainda mais balançada e foi do disco o maior destaque. Confiram o toque…
eu só quero um xodó
lá se foi a imagem do bom crioulo
até quem sabe
água da fonte
até parece
jogo duro
se é questão de adeus
palhaçada
pro mesmo lugar
viagem
pedra de guaratiba
você não sabe

Adoniran Barbosa E Paulo Vanzolini- Nova História Da MPB (1978) 3

Iniciando mais uma semana, vou logo trazendo outro volume da coleção Nova História da Música Popular Brasileira. Como eu já havia informado (e pelo jeito estarei informando sempre a cada novo volume), a apresentação da série é feita por ordem alfabética e não conforme a de lançamento. Mesmo porque, não há uma numeração a ser seguida.
Hoje temos duas figuras excepcionais, dois mestres, Adoniran Barbosa e Paulo Vanzolini. Não há muito o que se possa falar desses dois compositores paulistas que já não tenha sido dito. Aliás, neste disquinho, não há muito o que se possa mostrar tanto de um quanto do outro. Eu sinceramente não entendo até hoje o que levou a Abril Cultural a lançar essa coleção com um disco de 10 polegadas. Será que não dava para ser um ‘long play’ com quatro musiquinhas a mais? Melhor ainda, será que não dava para fazer um álbum duplo? Ou pelo menos dar a cada artista escolhido um volume exclusivo? Esta coleção é muito legal, mas deixa a gente com água na boca, um gostinho de quero mais. Talvez seja essa mesma a intenção. Temos então, de um lado Adoniran e do outro o Vanzolini. Acompanhando, segue o álbum com as informações que o completa. Confiram…

saudosa maloca
samba do arnesto
bom dia tristeza
trem das onze
ronda
volta por cima
praça clóvis
capoeira do arnaldo

Diana Pequeno – Eterno Como Areia (1979)

Olás! Deixei para hoje, domingo, a postagem de “Eterno como areia”, segundo álbum da cantora e compositora baiana Diana Pequeno. Eu era apaixonado por essa morena, que além de ser muito bonita, canta maravilhosamente bem. Para completar, sempre escolheu um repertório de primeira, que sempre me agradou. Neste lp, lançado em 1979, Diana repete a dose, apostando num estilo que mescla baladas românticas, influências medievais, folclóricas e rurais. Pessoalmente, acho este disco bom da primeira à última faixa. Temos nele alguns destaques como “Facho de fogo”, de João Bá e Vital França, defendida por ela no Festival da TV Tupi em 79. “Diverdade”, de Chico Maranhão, é outra que também foi classificada para o festival da TV Globo, o MPB 80. Se não bastasse ainda tem mais…

engenho de flores
facho de fogo
campo branco
eterno como areia
rio largo de profundis
camleão
diverdade
chama
esse mar vai dar na bahia
travessei moreno
colina
cantiga de amigo
nó partido

Ilka Domingas – Ilka (1984)

No início dos anos 80 florescia no Brasil os artistas e álbuns independentes. As grandes gravadoras, mais preocupadas com um retorno imediato de seus investimentos, estavam mais interessadas em dar oportunidade aos artistas formatados, sucessos garantidos de público e vendas. Assim, muitos (e bons) artistas começaram a buscar a alternativa do álbum independente. Este, para mim, foi o prenúncio do fim das gravadoras e de uma época de ouro na indústria fonográfica. Depois que eles tiraram das gravadoras quem entende de música, colocando no lugar quem entende de números, a vaca foi para o brejo. E pensar que a indústria fonográfica no Brasil já foi uma das mais atuantes. Hoje, se não fossem pessoas como nós, que guardamos sua memória e gostamos verdadeiramente de música, ela já não teria muito que contar. Por essas e outras é que as vezes precisamos andar na contramão. Legal é não deixar morrer.
O disco que apresento hoje é um bom exemplo da qualidade do trabalho independente que começou a pipocar na época. Temos aqui Ilka Domingas, cantora e compositora, em seu primeiro e (suponho) único disco. Um trabalho inspirado, realmente muito bonito. Este álbum foi produzindo, arranjado e tocado por Antonio Adolfo. Participa também o instrumentista Cláudio Jorge que toca violão, viola e guitarra. As músicas são todas composições de Ilka Domingas. Muito bom, confiram…

carências
que coisa é essa
tô com você na cabeça
amor na madrugada
uma noite de reis
pila café
menino da roça
anseios
topsure
agora é pra valer

Thereza Tinoco – Ave-Rara (1990)

Olá caríssimos! Aqui estou eu já passando da hora, mas nunca sem bater o ponto 😉 Hoje o meu dia foi bem agitado. Só agora estou tendo um tempinho para a nossa postagem.
Para esta sexta feira eu reservei “Ave-Rara”, mais um dos bons discos da compositora Thereza Tinoco, lançado em 1990 pelo selo independente Fama. Como se pode ver na capa, participa do álbum o cantor Ney Matogrosso, um de seus maiores interpretes. Este álbum, como o nome mesmo diz é uma ave rara, difícil de se ver por aí. Termino com uma pergunta: vocês acham que teríamos novamente a chance de rever ou conhecer este disco, assim como tantos outros, se não fosse através de blogs como o Toque Musical?

ave-rara
sexta-feira errante
corrente
nossa emoção
o amor é isso
anos luz
lavados lençóis
viajante
a dama da madrugada
artistas

Graça Biot – Coisa Feita (1983)

Cantora, compositora e atriz, Graça Biot foi uma das promessas surgidas no início dos anos 80. Digo isso porque até então eu nunca a tinha visto (ou ouvido) antes. Pela rápida pesquisa que fiz na rede, seu nome aparece timidamente. As referências estão sempre associadas a este disco ou a uma pequena nota em um site, onde descobri que (até 2006) ela era a feliz proprietária de um bar – o Bar da Graça – ‘também conhecido como a “Oca”, tradicional ponto de encontro que ela própria administra na Praia de Coroa Grande, em Itaguaí, RJ.’
“Coisa feita” foi seu primeiro álbum e pelo que tudo indica o único. Com tantos outros ótimos discos que acabam ficando sem a devida divulgação, este foi mais um que passou batido. Graça tem uma voz suave e muito agradável. O repertório também na medida com músicas de grandes autores. Para evidenciar ainda mais as qualidades do álbum temos Oscar Castro Neves, responsável pelos arranjos e presente ao violão em todas as faixas. Completando, um grupo de feras como, Gilson Peranzzetta, Chico Batera, Téo Lima, Marçal… quer mais? Confiram já a bolacha, que além de tudo, não é em qualquer canto que se acha 😉
coisa feita
sessão passatempo
aqui o que é?
casar não é casaca
ministério da economia
dois num
no camarim
achados e perdidos
muito obrigado
a neta da madame roquefort
rua vinicius de moraes

Junia Horta – Não Me Lembre Demais, Nem Me Esqueça (1983)

Já faz um tempo que não escuto falar mais na cantora e compositora Junia Horta. Me parece que ela trocou a carreira de artista pela burocrática. A última informação que tive dela foi que estava trabalhando na Secretaria Estadual de Cultura de Minas Gerais. Junia, para os que não sabem é parente (prima ou tia?) do guitarrista Toninho Horta. Com ele, ela compôs ainda na adolescência a letra para a música “Flor que Cheira Saudade”, gravada por Aécio Flavio e seu conjunto. Em 1967, outra criação dos dois, “Maria Madrugada”, esteve na primeira eliminatória do II FIC e foi um dos passaportes de Toninho para Rio de Janeiro, que no início dos anos 70 se mudaria em definitivo para lá.

“Não me lembre demais, nem me esqueça” foi gravado na Bemol e contou com um time de feras mineiras nesta produção independente. Me parece que foi seu primeiro e único disco. Não sei se ela chegou a gravar outros e nem os encontrei na rede. Ironicamente, com este título, o álbum chega a ser quase um prenúncio. Mas a sua música tem qualidades que estão no sangue. Além de letrista e compositora ela também tem uma bela voz. Há algo de Sueli Costa… sei lá… Só sei dizer que o disco é bom e vale uma conferida.

memória
veneno
corpo e alma
caldeirão
loucura
de sol a sol
verdade submersa
canto de desalento
contradança
fantasmas
mariana
velas ao mar

Quarteto Em Cy – Resistindo Ao Vivo (1977)

Como sei que hoje eu não terei muito tempo disponível, vou recorrer para a segunda postagem à minha gaveta de reservas. As vezes, quando percebo que o disco que preparei já foi postado em outro blog, prefiro deixá-lo de fora. Ou melhor, dentro da gaveta esperando um novo momento.
Se em 1977 as baianinhas de Vinícius já haviam conseguido resistir à todas mudanças de ventos e marés com muita garra, segundo Aldir Blanc. Eu posso agora afirmar que elas foram muito além. O Quarteto Em Cy resistiu e foi enfrente. Tornou-se um cristal precioso que faz parte da história da música brasileira e continuam até hoje resistindo, com muita garra fazendo história.
“Resistindo” foi um álbum que registra alguns dos melhores momentos do show realizado no Teatro Fonte da Saudade, no Rio em 1976. Muito bom, confiram…

eu vim da bahia
filhos de gandhi
viola violar
capricho
memória
samambaias
favela
arquitetura de pobre
o ronco da cuíca
resitindo
o rancho da goiabada
funeral de um lavrador
mulheres de atenas
canta, canta mais

Abel Ferreira E O Choro – Nova História Da Música Popular Brasileira (1978) 2

Como eu havia anunciado, esta semana é dedicada à voz feminina. Porém, eu também disse que teríamos, semanalmente, um volume da coleção Nova História da MPB. Dessa forma e excepcionalmente teremos hoje duas postagens (oooba!). Estou afirmando isso, mas ainda nem tive tempo de preparar nossa artista do dia. Eu bem que poderia ter escolhido uma representante feminina da série, mas a participação das mulheres nesta coleção é quase insignificante, se limitando a Dolores Duran e Rita Lee, que ainda por cima dividem discos, respectivamente, com Tito Madi e Secos & Molhados. Além do mais, a ordem de apresentação dos volumes, eu achei por bem fazê-la na ordem alfabética, visto que não há uma numeração expressa para cada álbum lançado.
Temos então o disco do Choro, sendo o clarinetista Abel Ferreira o seu representante. Não entendi muito bem o motivo, visto que das oito faixas apenas em duas ele é o solista. De qualquer maneira é um disco que nos dá uma pequena amostra do que é o chorinho e alguns de seus chorões.

numa seresta – abel ferreira
dinorá – altamiro carrilho e seu regional
quando a minha flauta chora – dante santoro e regional
chorando baixinho – abel ferreira e regional
espinha de bacalhau – severino araújo e orquestra tabajara
andré de sapato novo – carlos poyares
na glória – raul de barros e regional
eu quero é sossego – paulo moura e conjunto

Maria Martha – Flor Amorosa (1977)

Olá a todos! Como eu havia informado, esta semana será dedicada à postagens de álbuns de cantoras. Existem (e existiram) diversas artistas da música brasileira que são excelentes e que por um ou outra razão ficaram (ou estão) um pouco a sombra. São artistas que não receberam a devida atenção do público e da crítica especializada. Sem querer desmerecer o talento de nossas novas interpretes, acho que já não tenho mais saco para ouvir aquelas que lembram a Gal Costa, a Elis, a Clara Nunes e tantas outras que a cada dia surgem como a nova sensação. Sinceramente, não vejo muita graça em artistas formatados. Tá faltando originalidade!
Eis aqui uma cantora e compositora a qual merece o meu respeito. Um desses raros talento que a gente percebe já na primeira faixa. Eis aqui Maria Martha, uma cantora com um timbre suave e sem oscilações. Uma cantora que sabe domar sua voz, numa naturalidade e clareza muito agradável de se ouvir. Embora seu talento já fosse conhecido desde o início dos anos 70, só 1977 ela conseguiria gravar seu primeiro disco. “Flor amorsa” foi lançado pela RCA Victor. Um álbum verdadeiramente muito bonito e bem produzido. O repertório foi, como diz o texto da contracapa, “escolhido a dedo” por Walter Silva e Zuza Homem de Mello, responsáveis pela produção em estúdio. As músicas são composições de Maria Martha e também de outros autores consagrados . Os arranjos e regência, que deram ao disco um toque ainda mais especial, ficaram por conta dos maestros Luis Arruda Paes e Élcio Alvares. A música “Flor amorosa” de Catulo da Paixão Cearense e A. S. Callado, que dá nome ao disco, fez parte da trilha sonora da novela Nina, da Rede Globo.

a morte do josé
álbum de família
esses moços (pobres moços)
ausência
não pago o bonde
o dia
flor amorosa
soneto
hei de ver-te um dia
faz de conta
seresta
por um beijo

Miltinho – As Mulheres De Miltinho (1968)

Olás! Como vocês devem ter percebido, eu retirei o ‘autoplay’ da música de fundo do blog. Ou seja, as músicas que selecionei continuam lá, mas agora fica por conta do freguês. Se estiverem afim de ouvir, basta clicar lá na fita cassete, ok?
Com este álbum eu anuncio a semana das mulheres. Acho que não tenho dado a devida atenção às nossas cantoras. Vou selecionar algumas inéditas e amanhã elas começarão a chegar.
Hoje o dia é do Miltinho cantando para nós alguns dos mais conhecidos sambas e cujos títulos são nomes próprios femininos. Um disco bem bacana, dedicado às mulheres, com direção musical de Lyrio Panicali e regência do maestro Nelsinho (dos Santos). É sempre muito agradável ouvir a voz nasalada deste grande cantor. Se você ainda não ouviu esse álbum por aí, vem e toque aqui… 😉 Mas não deixe de passar pelo Comentários. É lá que mora o toque…

rosalina – faceira – maria boa
a rita
botões de laranjeira
helena, helena
emilia
eu não posso ver mulher – ora vejam só – odete
doralice
bolinha de papel
madalena
izaura

Quinteto Armorial – Do Romance Ao Galope Nordestino (1974)

Olá! Hoje serei breve. Estou aproveitando o momento do lanche para a postagem do dia. Como estou meio sem tempo, usarei de minhas reservas de gaveta 🙂
Trago para vocês este, que para mim, é um dos discos mais lindos que eu já ouvi. Se tivesse que escolher meus 100 discos mais importantes, “Do Romance Ao Galope Nordestino”, sem dúvida, estaria entre eles. O quinteto foi a mais clara manifestação musical do homônimo “Movimento Armorial” idealizado e sob a inspiração do escritor Ariano Suassuna.
Este cd do Quinteto Armorial, pelo que me parece, ainda pode ser encontrado para venda e em seu último lançamento veio em dobradinha com outro disco do grupo. Fique atento a isto ao comprar o seu 😉

revoada
romance da bela infanta
mourão
toada e desafio
ponteio acutilado
repente

Valsa Brasileira – Nova História Da Música Popular Brasileira (1976) 1

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Como eu havia prometido para este novo ano, estarei postando os discos da coleção “Nova História Da Música Popular Brasileira” que me foi gentilmente doada pelo amigo Carlos Moraes. Esta é aquela coleção que todo mundo tem, mas ninguém tem ela completa. Agora, durante o ano, uma vez por semana, estarei postando um volume dessa série super bacana. Procurarei seguir as postagens por ordem alfabética, já que esta coleção não é numerada. Agora chegou a chance de completar a série. A coleção da Abril Cultural, me parece, saiu umas três vezes. Esta, creio, seria a segunda.
Sobre o conteúdo de “A valsa brasileira”, assim como os demais discos da série que virão, eu não irei me ater. Todas as informações estarão incluídas no ‘pacote’. Vocês sabem, aqui é serviço completo, barba e cabelo. 🙂

torturante ironia – silvio caldas
boa noite amor – francisco alves
ciúmes sem razão – orlando silva
e o destino desfolhou – carlos galhardo
só nós dois no salão… e esta valsa – francisco alves
mais uma valsa… mais uma saudade – carlos galhardo
caprichos do destino – orlando silva
torre de marfim – carlos galhardo

Brasil Batuque – Isto É Que É Batucada Vol. 2 (1975)

Enfim chegamos ao final de mais um ano. É hora de renovarmos nossos projetos e esperanças. É hora de terminar e também de pensar em começar. Apesar da crise anunciada, o pessimismo não me acompanha e eu acredito que em 2009 teremos um ano bom. Crises a gente sempre viveu, hoje somos ‘expert’. Por isso posso dizer com certeza, não deixaremos de ser mais felizes do que já somos. Viva o Brasil! Viva a nossa alegria! Paz, amor e fraternidade são os meus votos para todos no próximo ano. Aos amigos cultos, ocultos, visitantes anônimos de todos os lugares desse mundo que durante 2008 estiveram presentes com seus comentários e críticas, os meus agradecimentos. Valeu!
Aqui vai então o último do ano. Um disco nota 10, puro batuque. Se vocês já ouviram os lp’s do Luciano Perrone e confirmaram a simpatia, vão adorar mais essa pérola. Infelizmente não há muito o que se falar sobre o lp, suas informações foram suprimidas, reduzidas apenas aos títulos das faixas. Pela rede também nada aparece além de ser uma produção e direção artística de Durval Ferreira. Disquinho bacana para trilhar o fim de ano.

mistura n.1
mistura n.2
mistura n.3
mistura n.4

Orquestra de Pereira Dos Santos & Côro Popular De Samuel Rosemberg – 24 Seleções De Ouro Em Tempo De Samba (196…)

Ufa! Demorei, mas cheguei… Vejam vocês a minha desatenção, só hoje percebi que para muitos monitores o blog não aparece por inteiro. Eu esqueci de avisar que o blog é totalmente visualizado em 1280 X 720 pixels. Hoje levei até um susto na casa de um amigo ao abrirmos o blog em seu computador. Pensei que o ‘layout’ estivesse se desconfigurado, mas o que estava mesmo era o monitor dele. Por isso, fiquem avisados meus caros optantes das fontes grandes. Se a fita cassete não estiver aparecendo totalmente na tela, mude a resolução para a indicada acima. Você vai ver melhor este e a maioria do sites da rede.
Agora, dando sequência aos momentos finais, aqui vai mais um disquinho bacana para se ouvir na festa de passagem de ano, “Samba”. Este álbum reúne 24 clássicos do samba no maior espírito carnavalesco, interpretados pela orquestra do maestro Pereira Dos Santos e Côro Popular De Samuel Rosemberg. Um detalhe curioso deste disco, segundo um amigo discófilo, é que ele foi um dos primeiros gravados em sistema estereofônico no Brasil. Infelizmente essa qualidade estéreo ficou um pouco comprometida com o passar dos anos e das agulhas. Mas nada que nos tire o prazer de ouvir esta seleção musical que parece ter sido feita para brindar o ano novo.
A relação das músicas, desta vez eu não vou me dar ao trabalho de transcrevê-las. Está na capa!

Peruzzi E Sua Orquestra – O Samba Visita O Clássico (196…)

Meus amigos, my friends… Estou apostando no samba para este revellion e trago aqui as minhas sugestões para trilhar as emoções, os momentos felizes dessa festa. Inicio com um disco prometido, mais uma jóia do maestro Peruzzi misturando a música clássica com o samba. Depois do sucesso de “Violinos no Samba”, o maestro lançou um novo disco na mesma linha. São trinta e seis violinos, um oboé, piston, trombone e três vocalistas sopranos contra um cavaquinho, violão, contra-baixo, agogô, cuíca, pandeiro e afoxé. Um lp com dez faixas (podiam ser mais) por onde desfilam alguns dos mais famosos temas da música clássica. Desta vez pelo recem-criado selo/gravadora MGL – Minas Gravações Ltda de Belo Horizonte. Foi a primeira gravadora em Minas Gerais. Não tenho certeza, mas acho que este foi um dos primeiros lançamentos do selo.
Curiosamente, quem contribuiu para o surgimento da gravadora foi o maestro Peruzzi. Para se entender um pouco melhor a história deixa explicar… A MGL foi criada pelo engenheiro de som e inventor mineiro Dirceu Cheibi, sinônimo também de Bemol e Paladium. Um homem talentoso que ainda está hoje à frente de um dos mais importantes estúdios de gravação do país, a Bemol. Dirceu é pai do fera Linconl Cheibi, grande baterista de Milton Nascimento. Em uma entrevista ele conta ao repórter Peron Rarez como entrou no ramo de gravação: “Na década de 60, terminando o curso de Direito, eu trabalhava com um advogado amigo, o Dr. Célio Luís Gonzaga, que conheceu em São Paulo o maestro Edmundo Peruzzi. O maestro tinha acabado de estourar o LP Violinos no Samba, pela RGE. Tratava-se de uma idéia genial: orquestra sinfônica, com uma cozinha de samba, tocando 12 sucessos da música erudita. Foi sucesso no mundo. E o Peruzzi nos convenceu a entrar para o mundo fonográfico… aí começou tudo. Criamos em BH o Selo MGL – Minas Gravações Ltda.” Como vemos, este disco não nasceu em Minas por acaso e é sem dúvida, um dos mais importantes e histórico lançamento fonográfico feito nas Geraes. Coisa raríssima e esquecida, mas agora ressuscitada para 2009.
Recomendadíssimo!

lago dos cisnes (p. tchaikovsky)
fantasia impromptu – op.66 póstuma (f. chopin)
canção de ninar (brahms)
poema (fibich’s)
ária para corda de sol (j. s. bach)
stephanie (a. czibulka)
coppelia (l. delibes)
momento musical (f. schubert)
souvenier (f. drdla)
largo de handel (g.f. handel)

Claudio Dauelsberg E Delia Fischer – Duo Fenix (1988)

Olá! Já chegando na reta final de 2008 (putz, como passou rápido!), continuamos no pique total, sempre trazendo o que já não se encontra facilmente por aí. A galinha chocadeira aqui, não pára um só dia. É um atrás do outro… hehehe… Vamos então ao omelete…
O Duo Fenix, formado pelos excelentes instrumentistas Cláudio Dauelsberg e Délia Fischer, surgiu no final dos anos 80 com este disco que passou meio que batido, não merecendo a devida atenção da crítica especializada e do público. Isso é até compreensível, levando-se em conta que a música instrumental no Brasil, de uma certa forma, não é popular. Geralmente quando se fala em música instrumental associamos àquela executada por estudiosos, acadêmicos… gente que está em um patamar acima do gosto popular. O que não deixa de ser verdadeiro, porém o acadêmico, erudito, o artista conhecedor profundo de música também se aventura pelo popular, o tradicional e folclórico. Eis Villa-Lobos, melhor exemplo não há. Mas longe de qualquer observação crítica, a música instrumental do Duo Fenix, neste disco, é universal. Para gostos apurados. Há uma mescla de várias influências, a soma do que esses dois artistas trazem na bagagem. O álbum é sem dúvida de uma sonoridade encantadora. Eu até me arriscaria a chamá-lo de New Age, mas sei que vai bem além disso. Cláudio e Délia ainda contam com participações muito especiais de Vitor Biglione, Marçal, Peter Dauelsberg e Idriss Boudrioua.
Se você ainda não viu um que tenha, aqui vai ver que também tem… 😉

fenix
baião de dois
oktokar
fragmentos
ornithology
marchinha para ele
valsa perdida
máscaras
passos

Sebastiao Tapajos – Guitarra Fantastica (1976)

Olá a todos! Espero que os amigos não tenha estranhado o fundo musical ao entrar no blog. Descobri este ‘player’ recentemente e fiquei encantado com a qualidade e sua interface. Normalmente eu não gosto de entrar em sites com musiquinhas tocando ao fundo. Em geral a trilha é sempre de gosto duvidoso, além do quê, a gente nunca encontra o tocador ou uma forma de desligar o som. Já neste aqui a coisa é diferente. Fiquei impressionado com a qualidade sonora. Dependendo de onde você busca as músicas para carregar o player/tocador, pode-se ouvir com essa qualidade. Escolhi o visual da fita cassete por ser contemporâneo e o mais próximo do vinil. Nele temos todas as funções básicas de todos os tocadores: play, pause, stop, avanço e anterior. Super fácil de usar. Se a música que está tocando agora você não gosta, passe para a próxima. Meu tocador tem umas trinta músicas ou mais, dá para escolher bem 🙂 De qualquer forma, ele está aqui apenas de maneira experimental. Se complicar muito a gente tira, ok?
Bom, agora vamos ao disco do dia. Mais uma vez, marcando presença no Toque Musical, o violonista Sebastião Tapajós. Gosto muito desse instrumentista. Aqui temos o lp “Guitarra Fantástica”, gravado em 1976. O álbum foi gravado para o mercado europeu e japonês, não sei se chegou a ser lançado no Brasil. Desta vez Sebastião não está sozinho, o disco conta com participações de peso, que dão ao álbum uma riqueza ainda maior. Tocam com ele Hélcio Milito, Bebeto, Maurício Einhorn, Marçal e Heloisa Raso no vocal. Sem dúvida, um discaço!

samba em berlin
viola desgarrada
dança paraguaya
você
colibri
soldadinho de chumbo
aquarela do brasil
alegro sinfônico
samba, viola e eu
visões do nordeste
valsa venezuelana
prelúdio inca
verano porteño
cantigas de roda
la despedida

Edson José Alves – Meu Violão Brasileiro (1983)

Ontem recebi um e-mail de um amigo me pedindo desesperadamente este disco. Cheguei a achar estranho seu pedido, visto que este álbum já foi postado em outros blogs. Mas conhecendo o ‘Fuinha” como eu conheço, imagino que os links já tenham caducado ou a qualidade ficou aquém do esperado. Então, aqui vai o disquinho… música instrumental na veia!
Edson Alves é um músico talentoso. Baixista da Banda Mantiqueira e guitarrista da Orquestra Jazz Sinfônica. Ele é compositor, arranjador e instrumentista. Toca violão, viola, guitarra, contrabaixo, flautas, entre outros. Em Setembro do ano passado eu postei de Edson o álbum “Preamar”. Desta vez vamos com “Meu violão brasileiro”, trabalho lançado pelo Estúdio Eldorado em 83. Acredito que tenha sido seu primeiro disco solo. Um disco com dez faixas instrumentais e a participação de feras como Dominguinhos, Olmir Stocker e Heraldo do Monte. No repertório temos chôro, samba e valsa. Muito bom!
Aproveito, já que falamos de música instrumental e violão, para dar um alô ao violonista Álvaro Henrique, que me enviou um pedido de divulgação de seus videos no Youtube (1, 2 e 3). Henrique toca o “Concerto de Copacabana”, para violão e orquestra de Radamés Gnatalli, com a Orquestra de Câmara Vale do Paraíba e regência de Rogério Santos. Segundo o instrumentista, “a composição remete ao Rio idílico dos anos 40, pré-Bossa Nova, e representa as belezas naturais da cidade do Rio de Janeiro. A orquestra é um grupo que trabalha num projeto social em São José dos Campos, e vêm realizado um trabalho belíssimo.”

subindo ao céu
na praia das toninhas
da cor do pecado / caco velho
não leve a sério
noites cariocas
bachiana brasileira n. 5
chorinho pro miudinho
pedacinho do céu
moleque
chorei

Coral Da Universidade De São Paulo (1974)

Olá a todos! Feliz Natal! Espero que tenham tido uma noite feliz, com uma boa e farta ceia, rodeado dos amigos e familiares. E que o Papai Noel tenha lhes deixado muitos presentes ao pé da árvore. Vê aí se tem algum que ele deixou para mim 🙂 Na minha árvore ele desta vez deixou um disquinho, bem apropriado para o dia de hoje. Pediu que eu repassasse para vocês.
Assim, temos para hoje um dos mais consagrados grupo vocal brasileiro, o Coral da USP, neste disco lançado pelo selo Marcus Pereira em 1974. Nesta época o Coral estava no auge do sucesso, depois de ter sido reconhecido internacionalmente em turnês pela Europa e América e recebido diversos prêmios. Pelo repertório podemos ter uma idéia do diferencial deste grupo coral. Acredito que o Coral da USP tenha sido um dos primeiros no Brasil a inovar com um repertório eclético e elaborados arranjos vocais. Muito bom!

frevos diversos:
evocação
chuva, suor e cerveja
a dor de uma saudade
trio elétrico
moteto em ré menor:
beba coca-cola
dieu! qu’il la fait bon regarder!
suite dos pescadores
deep river
tourdion:
quand je bois du vin clairet
rumo ao sol:
espiral
im herbst
rosa amarela
salmo

Boas Festas (1960)

Nada com ter um blog para nessas horas poder desejar a todos um feliz natal, acompanhado de trilha sonora e tudo mais. Isso sim é que é um cartão musical! E ele vai para todos vocês, com os meus votos de boas festas. Feliz Natal!
Aqui temos mais um disquinho para servir de trilha nesta noite que se aproxima. Este é outro álbum com repertório natalino lançado (segundo me informaram) em 1960 pela RCA Victor. A bolacha traz doze temas tradicionais na interpretação de alguns dos mais importantes nomes da gravadora. Este disco só peca em um evidente detalhe, a capa. Nessa eles fizeram feio. Esse Papai Noel aí não convenceu. Se uma criança der de cara com essa figura, passa de imediato a não acreditar no bom velhinho. Mas tirando esse bizarro detalhe, o disco é muito bonito, confiram…

boas festas – carlos galhardo
natal branco – nelson gonçalves e trio de ouro
quando chega o natal – ivon curi
jingle bells – mozart e sua bandinha
o velhinho – carlos galhardo
noite silenciosa – trio de ouro
papai noel – carlos galhardo
natl pobre – trio nagô
natal das crianças – carlos galhardo
fim de ano – mozart e sua bandinha
natal – zaíra cruz
ano novo – ivon curi

Um Feliz Natal (1965)

Enfim, está chegando o natal. Pessoalmente, esta é uma data triste para mim. Acho que no fundo deve ser para todo mundo que já viveu muitos ‘natais’. Depois de algum tempo o brilho se transforma em apenas um ponto de reflexão. A gente ainda sorri, ainda demonstra alegria… mas percebemos que a cada novo natal a única coisa que temos é a esperança. Amigos, parentes, pai, mãe e irmãos vão se reduzindo. A gente fica querendo reviver momentos, mas eles são apenas passageiros, assim como nós. Ah, tristes reflexões… Deixa eu parar… tô começando a ficar deprimido. Acho que é por isso que eu preciso da música. Esse é meu acalento.
Para sinalizar o natal aqui vai, antecipadamente um disquinho para a noite da ceia. Este álbum eu não sei ao certo se é do natal de 65, mas vale para qualquer um. Um disco lançado pela Philips, reunindo alguns de seu artistas numa coletânea com as músicas mais conhecidas de natal. Entre tantas, a faixa que mais me condiz e que destaco é “Natal verde e amarelo” de Wilma Camargo, aqui cantada pelo excelente grupo vocal Os Titulares do Ritmo. Este deveria ser o nosso hino de natal.

é natal – os pequenos cantores da guanabara
quando chega o natal – hebe camargo
noite feliz – francisco josé e os pequenos cantores da guanabara
boas festas – neide fraga
natal das crianças – blecaute
papai noel – leni caldeira
o natal chegou – noite ilustrada
natal da menininha – mariazinha
nasceu jesus – silvinho
o que eu queria de natal – norma suely
natal verde e amarelo – os titulares do ritmo
natal de jesus – os três tons

Violas & Repentes – V Congresso Nacional de Violeiros (1978)

Salve! Começo a semana num corre-corre dando. Mas sempre encontro um minutinho para a postagem do dia. Nesta semana, devido a falta de tempo, vou apelar para minhas reservas, meus ‘discos de gaveta’. De repente, uns violeiros, que tal?
Taí, outro disco com o selo Marcus Pereira. “Violas & Repentes”, um álbum que procura registrar alguns dos melhores momentos do V Congresso Nacional de Violeiros, acontecido em Campina Grande, na Paraíba no ano de 1978. Violeiros e repentistas de todo o nordeste participam de festivais como este. Neste disco, que bem podia ter sido um álbum duplo, encontramos alguns dos maiores nomes desta arte musical. Figuras que se tornaram famosas em todo o nordeste como, Adauto Ferreira, Severino Feitosa, Sebastião Dias, Expedito Sobrinho e tantos outros, fazem deste um documento sonoro dos mais interessantes e agradáveis.

eu sou martelo de aço você pedra de granito
a vida na senzala
este mundo que eu vejo no presente eu não sei quanto tempo vai durar
minstérios do oceano
o vaqueiro nordestino
o cantar dos passarinhos
a pessoa que tem amor distante voa sempre nas asas da saudade

Paulo Cesar Pinheiro – Poemas Escolhidos (1984)

Olá amigos cultos, ocultos e demais visitantes! Embora seja domingo, com tempo fechado e uma ameaça constante de chuva, eu sinto que o dia vai ser legal. A postagem de hoje eu quero dedicar ao amigo Carlos, que generosamente me presenteou com a coleção Nova História da Música Popular Brasileira, da Abril Cultural, completa! A partir de janeiro estarei postando semanalmente, independente da temática, um disco da coleção. Pode ser até que demore um pouco para vocês completarem a série, mas vai valer a pena…
Aqui temos então um grande poeta da MPB, Paulo Cesar Pinheiro, que dispensa comentários (meus). Parceiro de inúmeros compositores da nossa música, neste disco se dedica inteiramente a nos apresentar trinta e três poemas escolhidos na ponta da caneta. Participam do álbum, cuidando do fundo musical, Dori Caymmi, Dazinho e Guinga.
Pelo que me informaram, neste disco vinham incluídos os poemas em texto. Infelizmente, essa parte eu vou ficar devendo.

infância
o centauro
suicídio
realista
inspiração
revelação
sensitivo
escolha
bíblica
o sábio I
o sábio II
solidão
santo guerreiro
festa de natal
bachianas brasileiras
diário de bordo
os rios
loucura
magia branca
vidência
bicho homem
mal constante
versos de amor
tema de valsa
fruta nativa
poeminha safado
deiscência
baticum
lendas
ofício
dilema
café pinhão
ciclo fechado
Fazem parte do fundo musical as seguintes músicas:
desafio – dori caymmi
estrela da terra – dori caymmi e pc pinheiro
chôro breve – guiga
evangelho – dori caymmi e pc pinheiro
prelúdio n. 3 – villa lobos
o homem entre o mar e a terra – dori caymmi
igreja da penha – guing
coincidência – nivaldo duarte e pc pinheiro
confidências- ernesto nazareth
lenda – dori caymmi
comovida n.1 e 2 – guinga
violão vadio – baden powell e pc pinheiro

A Música Em Pessoa (1985)

Olá! Hoje eu acordei com meus pensamentos na poesia de Fernando Pessoa. Sempre que penso neste poeta me recordo destes versos:
“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
Diretamente isso não tem nada a ver com as minhas questões como blogueiro ou anunciação de alguma medida radical. Longe disso… Eu apenas recorro ao texto para abrir uma nova temática (ou sair dela) e ornamentar esta postagem que considero especial. Fernando Pessoa é um dos meus poetas prediletos. Sua mensagem me é sempre sinalizadora e aconselhadora.
O presente álbum é foi um projeto criado por Elisa Byington e Olivia Hime no sentido de celebrar o cinquentenário da morte do poeta. A idéia foi convidar alguns dos maiores nomes de nossa música e teatro para musicar e interpretar seus versos. O disco ficou realmente lindo e só pecou pelo fato de não ser um álbum duplo. Temos então os parceiros e os interpretes do grande poeta e seus principais heterônimos (Alvaro de Campos, Alberto Caeiro, Bernardo Soares e Ricardo Reis) confiram…

o rio da minha aldeia – alberto caeiro e tom jobim – tom jobim
segue o teu destino – ricardo reis e sueli costa – nana caymmi
glosa – fernando pessoa e francis hime – francis e olivia hime
meantime – f. pessoa e ritchie – ritchie
emissário de um rei desconhecido – f. pessoa e milton nascimento – eugênia melo e castro
pasagem das horas – álvaro de campos e francis hime – marcos nanini
meus pensamentos de mágoa – f. pessoa e edu lôbo – edu lôbo
livro do desassossêgo – bernando soares, olivia e edgar duvivier – olivia byington
saudade dada – f. pessoa e arrigo barnabé – arrigo barnabé
na ribeira deste rio – f. pessoa e dori caymmi – dori caymmi
cavaleiro monje – f. pessoa e tom jobim – tom jobim
o menino da sua mãe – música de francis hime e intrepretação de marília pêra
quem bate à minha porta – f. pessoa e arrigo barnabé – vânia bastos
cruzou por mim, veio ter comigo numa rua da baixa – música de nando carneiro
interpretação de jô soares

Aparecida – Foram 17 Anos (1976)

Para fechar a semana, volto com mais um disco da sambista Aparecida em seu segundo álbum. No primeiro, postado aqui a uma semana atrás, faltou incluir a sexta faixa. Preferi esperar até agora, quando estou trazendo mais um disco, para informar que o link já foi corrigido.
“Foram 17 anos” é talvez o álbum de Aparecida que mais se destacou. Este é mais um álbum produzido por Durval Ferreira e arranjos e regência de José Menezes. Para melhorar o cozido, além de outros músicos e ritmistas (Conjunto Nosso Samba), há a participação especial de Sivuca e o côro dAs Gatas. Muito bom, confiram o toque…

17 anos
tributo às almas
santo antonio de pemba
os deuses afros
melodia não deixa parada de lucas
grongoio, popoió
diongo, mundiongo
aruê
todo mundo é preto
saravá,saravá bahia
lágrimas de oxum

Saul Barbosa – Movimento (1986)

Olás! Alguém aí quer chuva? Putz! A coisa aqui para os meus lados está de mofar. Quer dizer, antes fosse só o môfo da umidade, mas tem também o estrago que esse tempo provoca. Meu fim de semana foi literalmente por agua a baixo. 🙁 Por outro lado, ficando preso em casa, terei tempo para preparar as postagens da próxima semana.
Aqui vamos nós com mais um baiano, o compositor e violonista Saul Barbosa. Se não me engano, este foi o álbum de estréia de Saul, lançado pela gravadora Estúdio de Invenções do artista plástico e compositor Augusto Jatobá, que também responde pela capa do disco. Este selo foi responsável pela projeção de vários artistas baianos, principalmente da música instrumental.
“Movimento” não é um disco instrumental, porém sua força não está nas letras, concentra-se na música, na valorização dos instrumentos e instrumentistas. Participam do discos figuras como Márcio Montarroyos, Chiquinho do Acordeon e Guto Graça Melo.

a rainha e o peão
bola de gude
mestiça
jiboiando
partindo ao meio
amor de além mar
veloz lentidão
coisas a brasileira
correndo na chuva
movimento

Paulinho Andrade – Sax Appeal (1991)

Na sequência, vou contrastando com a música instrumental, que por acaso também vem da Bahia. Desta vez temos o saxofonista Paulinho Andrade em seu primeiro lp lançado pelo Estúdio de Invenções, um selo que se dedicava à música instrumental. Paulinho foi um dos fundadores da Banda Eva, um trabalho mais comercial. Mas seu forte mesmo está no instrumental. Atualmente ele vem se dedicando a carreira solo com o “Paulinho Andrade Quarteto”, grupo que o acompanha em diversos shows.
“Sax Appeal” é um nome bem sugestivo para este álbum de estréia. Um trabalho que revela bem as qualidades desse saxofonista baiano. Ele vem bem amparado por um grupo de instrumentistas que não deixam a peteca cair. O álbum ainda conta com a participação de Carlinhos Brown.
Taí uma dica de um grande instrumentista, Paulinho Andrade! Confiram…

olivença
passeio na barra
sax appeal
periférico
canoa quebrada
coisas do brasil
tecno
black trunk