Simonetti – É Disco Que Eu Gosto (1977)

Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje, sexta feira, seria convencionalmente o dia do artista/disco independente. Eu, porém, não tenho nada à mão no momento para salvar o dia. Se nossos artistas e seus discos independentes não vierem aqui para divulgar, eu é que não irei fazê-lo sem permissão. O espaço está aberto. Modéstia a parte, uma bela vitrine para qualquer artista apresentar seu trabalho. Fica aqui, novamente, o convite. Se está lançando um álbum, manda pra cá, pois é de disco que eu  gosto! Eu e todos por aqui 🙂 Como se pode ver, essa simpatia ao disco não é de hoje. Temos aqui um álbum lançado pela RGE em 1977. Uma coletânea trazendo alguns dos melhores momentos o maestro e arranjador italiano Enrico Simonetti, cujo o título é o inspirado “É disco que eu gosto”. Este era o nome de um programa da Rádio Bandeirantes, de São Paulo, apresentado por Henrique Lobo nos anos 60. A música de abertura, o prefixo do programa, com o mesmo nome foi orquestrada e arranjada por Simonetti. Em 77 a RGE lança este lp reunindo alguns dos melhores momentos de seu internacional maestro. Simonetti atuou no Brasil nos anos 50 e 60. No início dos anos 70 ele voltou para a Itália onde continuou gravando, principalmente trilhas para tv e cinema. Pessoalmente, adoro os compositores italianos que trabalhavam com trilhas, são geniais e o Simonetti é um bom exemplo. Neste elepê podemos perceber bem as suas qualidades numa seleção musical totalmente brasileira, temas clássicos muito bem arranjados e orquestrados. Muito bom!

é disco que eu gosto

delicado

samba de uma nota só

favela

madureira chorou

divino espírito santo

evocação

se acaso você chegasse

tico tico no fubá

lampião de gaz

saudades da bahia

meditação

o orvalho vem caíndo

patorinhas

Erasmo Carlos, Jean Carlo, The Clevers, The Youngsters – Compactos Do Toque Musical Vol. 5 (2012)

Boa noite, meus prezados… Voltando ao tempo daquelas ‘tardes de domingo’, aqui vão (no sábado),quatro diferentes momentos da música jovem nos anos 60. Temos aqui reunidos num só ‘toque’, quatro compactos, direta ou indiretamente ligados à Jovem Guarda. Temos, inicialmente o cantor cego, Jean Carlo num compacto duplo, com quatro faixas bem românticas de fazer inveja ao falecido Paulo Sérgio. Melhorando, temos The Clevers que vem de balada italiana e rock twist, também chamada de ‘surf music’ das antigas. Subindo mais um degrau encontraremos The Youngsters, a banda que por muito tempo acompanhou Roberto Carlos, trazendo aqui dois sucessos da música italiana e francesa. Para finalizar temos o Erasmo Carlos, que é o único que não vem de ‘covers’, apresentado dois de seus sucessos dos anos 60.
Taí, quatro compactos para relembrar o tempo das ‘horas dançantes’, morou? Se gostarem, tá na mão! Ou melhor dizendo, tá no GTM 😉

sentado a beira do caminho – erasmo carlos
johnny furação – erasmo carlos
eu nasci pra você – jean carlo
fim de romance -jean carlo
tão solitário – jean carlo
uma casa sobre o mundo – jean carlo
in ginocchio da te – the clevers
raunchy – the clevers
mah-há, mah-ná – the youngsters
je t’aime…moi non plus – the youngsters

Agostinho Dos Santos – A Presença De Agostinho (1961)

Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Por falar em associados, nosso GTM tem crescido assustadoramente. Já temos quase uns 700 filiados ao grupo. E por incrível que pareça, com essas mudanças, o blog ficou ainda melhor. Tá do jeito que eu gosto… 😉
E por falar também naquilo que eu gosto, eu hoje trago para vocês este álbum do Agostinho dos Santos, lançado em 1961 pela RGE. Neste lp, que mais parece uma coletânea, iremos encontrar o cantor desfilando um repertório cheio de sucessos, com a direção e os arranjos de dois mestres, Erlon Chaves e Waldemiro Lemke.

uma vez mais
escreva-me
nossos momentos
ajudai o próximo
lúcia
doente
lourdes
eu e tu
na casa do antonio job
mãos caladas
canção para acordar você
distância é saudade

Tubarão – Perdidos No Deserto (1991)

Boa tarde, amigos cultos, ocultos e associados! Mantendo a temática pop/rock da semana, aqui vai mais um disco que eu estou descobrindo agora, junto com vocês, “Tubarão – Perdidos no deserto”. Embora seja um grupo pop nascido lá pelos idos dos anos 80, passou meio que despercebido pela minha praia. Assim como tantos outros daquela bendita época. Mas, nunca é tarde para a gente rever os conceitos, ou quando nada, fazer uma pirracinha e mudar o foco da turma. É como eu sempre digo, o Toque Musical é um blog onde se escuta de tudo, mas sempre com outros olhos.

Temos então o grupo Tubarão, quem vem lá de Santa Catarina. O nome tem a ver com a cidade de origem de alguns dos integrantes. Pelo que eu li lá no “MySpace” da moçada, o grupo gravou uns três discos, sendo este o último. Preciso ouvir os outros discos, pois segundo eles mesmo, “Perdidos no deserto” foi o trabalho mais comercial, feito de encomenda para as FMs. Tá certo, entendi tudo… E vou fazer vocês entenderem também 😉 Apesar de faltar aqui um ‘Spielberg’ na direção, ouvindo o álbum após 20 anos ele passa ter até um outro sabor, principalmente quando hoje vemos e ouvimos por aí tanto cação metido a besta.
Vamos nessa gente, pois como dizia a minha vó, toda araruta tem seu dia de mingau.
certo e errado
sem respostas
a tribo
pra saber quem eu sou
você não diz nada
tudo na vida é um sonho
todos por mim
vou conquistar o seu coração
vida comum
corações a mil

Luiz Loy Quinteto – Interpreta Chico Buarque De Hollanda (1967)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Ontem a noite eu estive ouvindo algumas coisas do Luiz Loy e confesso, com uma atenção que me fez perceber o quanto eu desconhecia o talento deste artista. Acho que, na verdade, eu nunca havia parado para escutar dele um disco inteiro. Ontem ouvi dois, o álbum de 1966 e este, que apresento aqui, de 1967. Muito legal, gostei demais… A escolha pelo do Chico Buarque foi apenas porque o mesmo já não está mais acessível em outros blogs.

Taí um disquinho bacana, músicos de primeira! Luiz Loy comanda a turma formada por Papudinho (José Lídio Cordeiro), pistom; Mazzola (Renato Menconi), saxofone; Bandeira (João Roberto Martins Bandeira), contrabaixo, e Zinho (José Rafael Daloia), bateria. O quinteto neste álbum interpreta a música do jovem Chico Buarque, que na época despontava como um já grande compositor. Chico também escreve o texto da contracapa. É mesmo interessante notar, este foi o primeiro disco instrumental de músicas do Chico. Não sei se o lp alcançou uma boa vendagem, mas com certeza deve ter sido muito bem aceito por aqueles que o adquiriram. Eu tô adorando 🙂

quem te viu e quem te vê
noite dos mascarados
será que a cristina volta?
olê olá
você não ouviu
madalena foi pro mar
a banda
a rita
amanhã, ninguém sabe
sonho de um carnaval
meu refrão
tem mais samba

Robledo – No Claridge (1957)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Espero que vocês tenham tido uma ótima noite de natal. Espero também que o Papai Noel tenha sido mais generoso para vocês do que tem sido comigo nos últimos anos. Se bem que eu neste ano não estou podendo reclamar muito não. Apesar dos pesares que me cercam, este Natal não foi melancólico ou triste. Está passando tranquilo, sem alto ou baixo astral. Para melhorar, estamos tendo por aqui um belo dia de sol, coisa rara, normalmente, o 25 de dezembro é só chuva. Diante ao céu azul que está lá fora, me fazendo esquecer qualquer tristeza, eu vou deixando de lado os cânticos natalinos para voltar às raridades que fazem da ‘casa’ um dos melhores pontos para quem escuta música com outros olhos. Vamos logo com essa postagem, pois a tarde está me chamando para umas voltas de bicicleta 😉

Tenho para esse domingo de natal um disco que vai bem como trilha. Um fundo musical da melhor qualidade para se passar o resto do dia, por exemplo, curtindo aquela garrafa de vinho que sobrou da ceia de ontem (acho que farei o mesmo após voltar das minhas pedaladas).
Vamos com este álbum raríssimo, o segundo LP lançado pela RGE, em 1957! Encontramos aqui o pianista argentino Robledo e seu conjunto, um dos mais requisitados e conhecidos da noite paulista nos anos 50. Curiosamente, hoje em dia, quase nada se fala dele, pelo menos aqui na rede. Foi difícil encontrar informações. Mas juntando daqui e dalí, fui descobrir que Robledo (Antonio Rogelio Robledo) veio de Córdoba para o Brasil na década de 40. Tocou em diversas casas noturnas, principalmente em boates de grande hotéis da época, como o Claridge. Fizeram parte de seu conjunto nomes como Caco Velho, Toninho Pinheiro, Sabá, Bolão, Ed Maciel e outras feras, que hoje, também, são pouco lembradas. Neste álbum, de 1957, que eu acredito ter sido o seu segundo lp, vamos encontrar um repertório aos moldes do que ele apresentava no Hotel Claridge. Ou seja, samba e jazz, dois elementos que irão de imediato nos remeter à Bossa Nova, que ainda estava por vir, em 59. Taí, um excelente disco, mais um presente de Natal 😉
robledeando
tédio
yes sir, that’s my baby
conceição
lullaby of birdland
molambo
carioquinha
these are thing – want to share with you
maracangalha
ave maria
coração triste
favela

Paulinho Nogueira – Sambas De Ontem E De Hoje (1961)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Para um domingo frio e chuvoso, uma boa opção é tomar um vinho e ouvir uma boa música. Segue aqui a minha indicação para o dia de hoje, o violão de Paulinho Nogueira. Tenho para vocês este disco bancana, lançado em 1961 pelo selo RGE. “Sambas de ontem e de hoje” foi o segundo álbum do Paulinho pela gravadora. Ele ainda viria a gravar na sequência, pela RGE, mais dois discos: “Outros sambas de ontem e de hoje”, de 62 e “Mais sambas de ontem e de hoje”, de 63. Neste álbum temos um sugestivo subtítulo entre parênteses: “Music for turist”. Realmente, um disco para encantar qualquer turista. Doze faixas de primeiríssimas, contemplando dois momentos dos samba. O lado A é dedicado ao samba novo, aquele que passaram a chamar de Bossa Nova. O lado B são velhos clássicos, sambas que marcaram uma época. Paulinho vem acompanhado pelo Conjunto RGE, o qual eu não consegui identificar quem eram os seus elementos. Os arranjos e direção musical são de Pocho (Maestro Rubens Perez)

Gente, desculpe… hoje tá foda. O vinho ao invés de me inspirar, me deu foi sono. Fico por aqui (glup!).

barquinho
só vou de mulher
quem quiser encontrar o amor
tema do boneco de palha
menino desce daí
coisa mais linda
morena boca de ouro
odeon
se acaso você chegasse
dora
cabelos brancos
linda flor (ai yoyô)


Maria Creuza – De Onde Vens (1972)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Hoje vamos ligeirinho… estou cheio de costura, como dizia a minha tia. Muito serviço e pouco tempo livre. Enquanto saí o café, vamos ao disco do dia 🙂
Hoje eu tenho para vocês a Maria Creuza, grande cantora baiana, em um álbum lançado originalmente na Argentina. Aliás, me parece (salvo o engano), a gravação também foi feita por lá, lançado através do selo Trova. A capa, inclusive, era outra (a da imagem pequena). No Brasil o disco saiu no mesmo ano de lançamento na Argentina, 1972, mas com outra capa. Me parece também que no seu relançamento em cd a capa já surge com o título “De onde vens”, coisa que não constava no vinil nacional. Um outro fato que reforça a minha suposição do disco ter sido mesmo gravado na Argentina é a participação especial de Sebastião Tapajós e Pedro (Sorongo) Santos, que naquela época também estavam por lá fazendo gravações e apresentações.

O álbum de Maria Creuza é belíssimo, bem produzido e trazendo um repertório refinado com músicas de Dorival Caymmi; Johnny Alf; Antonio Carlos e Jocafi; Dori Caymmi e Nelson Motta; Toquinho e Vinicius, Jobim e Newton Mendonça; Pixinguinha e Braguinha… Putz, só jóia rara! Quem ainda não ouviu este disco, eu recomendo…
de onde vens
você já foi à bahia?
eu e a brisa
queixas
joão valentão
mas que doidice
ossain
foi a noite
morena flor
carinhoso
insensatez
você abusou

Pena Branca & Xavantinho – Uma Dupla Brasileira (1988) REPOST

Aproveito o momento para também homenagear ao artista Pena Branca, falecido a pouco mais de uma semana. Infelizmente as postagens de carnaval desviaram a minha atenção, mas mesmo passados alguns dias, venho aqui trazer minha lembrança. A música caipira, autêntica música sertaneja, perde mais uma voz. Mais um canto verdadeiro que se cala. Cabe agora a nós, amantes da boa música, manter acesa esta chama. Não é a saudade que dói e sim o vazio que fica. Relembrar é reviver!

memória de carreiro
sem meu adeus
procissão de gado
o balão subiu
bate na viola
cai sereno
roda mundo
canção à morena da praia
marvada pinga
saracurinha três potes
e a mata gemeu
tirando aço do chão

Elza Laranjeira – A Noite Do Meu Bem (1960)

E as férias estão chegando. Humm… não vejo a hora de por o pé na estrada e sair da rotina. Ficar pelo menos uma semana sem ter nenhuma obrigação, apenas vontades… isso é bom demais!
Antes, porém, da nossa pausa eu quero deixar tudo em ordem. Já comecei a atualizar os toques solicitados e vamos em frente pois o ‘tsunami de discos’ não pode parar.
Para hoje eu reservei este disco nota 10 da Elza Laranjeira. Lançado pela RGE em 1960, “A noite do meu bem” foi o primeiro lp desta cantora e também o que lhe rendeu mais sucesso. No álbum ela interpreta além de Dolores Duran, as dupla Evaldo Gouveia e Jair Amorim, Vinicius e Tom, Hervé Cordovil e Vicente Leporace e outros… Há também o samba ‘Podem falar” do seu marido, o também cantor Agostinho dos Santos.
Elza vem acompanhada de um côro masculino e orquestra da RGE, regida e com arranjos do mestre, o Maestro Simonetti. Um belo disco que merece ser lembrado 😉 Confiram o toque…

a noite do meu bem
tome continha de você
um punhadinho de estrelas
cuidado coração
eu sei que vou te amar
estou amando azul
fale baixinho
quando te achei
podem falar
conversa
um minuto
porquê

Djalma Ferreira – Bicharada (1978)

Muito bom dia a todos os amigos cultos e ocultos! Na semana que passou, tivemos em Belo Horizonte mais uma edição do Conexão Vivo de Música. Um evento que aconteceu no Parque Municipal, durante cinco dias, com dois palcos montados e shows direto, um atrás do outro, apresentando grandes nomes da nossa música, gente que está começando agora e também os veteranos. Neste festival houve espaço também para a Feira do Vinil e CD’s Independentes, onde diversos colecionadores e lojistas de discos estiveram vendendo e trocando suas raridades. Eu, na falta de tempo (e cabeça), acabei esquecendo de anunciar a feira aqui no blog. Mesmo assim, acredito que quem é atenado com música e estava na cidade, com certeza foi informado por  outros canais. Os shows foram um sucesso e a feira também. Quem esteve por lá não saiu com as mãos e os ouvidos vazios (no máximo o bolso). Vendi muitos discos e também comprei e troquei outros tantos. Está aqui um dos álbuns que comprei, uma coletânea do Djalma Ferreira, lançada em 1978 pela RGE Fermata. Nele encontramos os seus grandes clássicos. Músicas ao lado de seu conjunto Milionários do Ritmo, tendo Miltinho como o vocalista. Há também outras faixas extraídas de seus discos, lançados pelo selo Drink (que era do próprio Djalma) e RGE. Este disco fecha a discografia do artista, pelo menos no Brasil. Djalma Ferreira morreu em Las Vegas em 2004. Até os anos 80 visitou com frequência o Brasil, fazendo apresentações, restaurando para os saudosistas alguns momentos com seu antigo conjunto e, novamente, com Miltinho de ‘crooner’.

bicharada
lamento
se todos fossem iguais a você
meu lugar
murmúrio
samba do drink
penumbra
confissão
cheiro de saudade / café do brasil
garota do leblon
isabella
the breeze and i
nosso samba

Xicotinho & Salto Alto (1992)

Olá, amiguinhos cultos e ocultos! Achei agora um tempinho e aqui vai minha postagem do dia. Estou trazendo para vocês mais um disco emprestado pelo meu amigo Carlos, lá de Tiradentes.  Um trabalho bem divertido, criado pelas atrizes e cantoras Stella Miranda e Kátia Bronstein. Elas personificam a dupla ‘neobregasertaneja’, Xicotinho & Salto Alto. Na pele de ‘caipiras chic’, as duas fizeram um relativo sucesso ao lançarem este lp em 1992 pela RGE. A música “Doida” é uma versão adaptada por Stella Miranda (na ótica feminina), de “Você é doida demais”, mega sucesso de Lindomar Castilho foi o ‘carro chefe’, a música que tocava no rádio. Mas o disco traz outras pérolas criadas por figuras como Tim Rescala, Marisa Monte, a  turma dOs Titãs, Herbert Vianna e outras versões de Stella, explorando o gênero brega e sertanejo. Obviamente, trata-se de uma caricatura musical, longe de um sentimento autêntico ‘breguegeiro’, mas acima de tudo criativo e bem divertido. Só conferindo…
corno feliz
baby, volta pra mim
xicotinho e salto alto
mais uma vez
fazendinha
doida (você é doida demais)
na moita
tem radinho no trator (a tape deck in his tractor)
não tô nem aí (it don’t worry me)
quem sabe

Raul De Souza – Viva Volta (1986)

Seguindo a nossa jornada fono musical, vamos curtir agora um pouco de jazz, música instrumental de primeira linha com um dos maiores trombonistas do mundo, o fera, Raul de Souza. Dono de uma técnica única, este instrumentista se projetou a partir dos anos 60, ao lado de outros artistas da era bossa nova, segunda geração. Nos anos 70 ele trabalhou nos Estados Unidos com Sérgio Mendes, Flora Purim, Airto Moreira e Milton Nascimento. Ainda nos “States’ ele também tocou com grandes nomes da música americana, como os jazzistas Cal Tjader, Sonny Rollins, George Duke e outros mais. Por lá ele gravou alguns discos interessantes como, “Sweet Lucy” e “Don’t Ask My Neighbors”, produzidos por George Duke, sempre na linha do jazz. Seu trabalho diluiu um pouco quando se associou ao produtor Arthur Wright, na gravação do álbum “‘Til Tomorrow Comes”. Disco fraquinho, na onda da discoteca, coisa mesmo para o mercado americano. A partir dos anos 80 ele volta ao Brasil, se apresentando pouco, mas sempre as voltas com gravações, tocando no disco de um e de outro. Grava também dois discos, “The Other Side of The Moon” e este, “Viva Volta”. Ainda na década de 80 ele se muda para a França se apresentando com seu conjunto. Na década seguinte ele se fixa em Paris, retornando ao Brasil quase dez anos depois. Acho que foi nessa época que fizeram com ele um documentário, chamado também de “Viva Volta”, de 2005, onde o artista reconstrói sua trajetória, contando um pouco da sua história e tem ainda no filme um encontro (de arrepiar) dele com a cantora Maria Bethania (tem que ver).
O álbum “Viva Volta” é um disco gravado ao vivo, uma produção do empresário Romualdo Zanoni, dono da famosa casa de shows paulista Inverno & Verão. Nos anos 80 ele lançou diversos discos gravados ao vivo em seu restaurante. Nomes como Dick Farney, Tito Madi, Zimbo Trio e outros, também tiveram discos pela Inverno & Verão. Este lp de Raul de Souza foi relançado em 92 pela RGE, dentro da série “A arte do espetáculo ao vivo”. Sem dúvida, nada como uma gravação ao vivo, sem retoques, onde o músico se apresenta mais naturalmente. Melhor ainda quando a gravação é de qualidade e temos ainda a participação de outros grandes instrumentistas como é o caso aqui do pianista Guilherme Vergueiro, o batera Chico Melão, o contrabaixista Pixinga e os guitaristas Rui Yamamura e Jarbas Barbosa. Raul nos apresenta um repertório autoral e também músicas de João Bosco e Aldir Blanc, Milton Nascimento, Djavan, Noel e Vadico e outros… No disco-show Raul também mostra que de sopro ele também é fera no saxofone. Taí um artista que merece o nosso toque musical. Confiram…

manhã cedo
papel machê
viva volta
travessia
amor em paz
fato consumado
obi
inverno e verão
samba mestiço
feitio de oração
salve o rio

Grupo Fundo De Quintal – O Mapa Da Mina (1986)

Olá amigos cultos e ocultos. Vamos com o Grupo Fundo de Quintal e seu álbum “O mapa da mina”, lançado em 1986. Eu sou do tipo que desconfia do samba de uns 30 anos pra cá. Desde que o samba de partido alto virou pagode e que o pagode virou sabão (eu disse sabão e não sambão). O fato é que como já dizia uma música, “o samba deixou de ser uma música negra… o samba passou a ser música de gente ‘sastisfeita’. Entre as exceções, felizmente, existem coisas boas como o Grupo Fundo de Quintal. A gente pode até não conhecer o disco e os artistas, mas se tem a assinatura do Rildo Hora, podemos ter certeza de que é coisa boa. Confiram…

seleção de pagodes:
chuá chuá
fui passear no norte
moemá morenou
baiana serrana
serei teu iô iô
nem lá nem cá
só pra contrariar
ô irene
o mapa da mina
no calor dos salões
nem lá nem cá
sorriu pra mim
receita da sorte
primeira dama
cansei de esperar você
força, fé e raíz
mais uma aventura
.

Chico Buarque – Compactos (1967-68)

Bom dia das crianças, amigos cultos e ocultos! Já faz um tempinho que eu não promovo aqui uma semana temática. Resolvi então iniciar esta, não exatamente com um tema, mas dedicada à um tipo de disco muito comum nos anos 60 e 70, os compactos, aqueles disquinhos de 7 polegadas que traziam geralmente uma música de cada lado. Os compactos, ou ‘single play’ foram lançados no final dos anos 50 e era discos de 17 cm de diâmetro que tocavam em 45 rpm. No Brasil eles surgiram em 33 rpm e sua capacidade era a de até 5 minutos de cada lado. Esses disquinhos eram geralmente utilizados para difundirem as músicas de trabalho de um álbum. Era uma espécie de pré lançamento, um ‘test drive’ para sentir a aceitação do público. Em alguns casos eram como amostra grátis, mas no Brasil se tornaram também uma alternativa econômica para aqueles que se aventuravam no mundo fonográfico, artista em seu primeiro disco e coisas assim. A popularidade dos compactos no Brasil durou até o início dos anos 80, quando então vieram os chamados ‘maxi single’, discos de 12 polegadas, mudando todo o conceito e matando de vez os compactos. Mas quem, na faixa dos 40, nunca teve nas mãos (ou na vitrola) um compacto? Quem não se lembra pelo menos daqueles disquinhos coloridos de estórias infantis? Hoje, Dia da Crianças, bem que eu poderia ter iniciado com um daqueles, mas prefiro deixar os discos infantis para quem já é especialista, o Cantos & Encantos. Vou começar nossa mostra de compactos abrindo com chave de ouro e também em homenagem ao retorno do meu amigo Chris Rousseau, recém chegado do ‘Velho Continente’. Para ele e também para todos vocês, estou postando dois compactos do Chico Buarque de Holanda, um de 67 e o outro de 68. Acho que não carece falar sobre o artista e suas músicas. Chico é figura notória e suas músicas também. Apenas complemento dizendo (ou escrevendo?) que os dois discos que temos aqui são mais que simples amostras de pré lançamentos. Temos o compacto simples de 1967 com a presença do MPB 4 em “Roda Viva”. No de 68 o compacto é duplo, quer dizer, com duas músicas de cada lado, sendo a faixa “Sem Fantasia” com a participação da irmã, Cristina Buarque. Temos assim, seis músicas, quase um lp.


1967:
roda viva
até pensei
1968:
bom tempo
pedro pedreiro
sem fantasia
sonho de um carnaval

Peruzzi & Orquestra RGE – Violinos No Samba (1961)

Olá a todos! Ainda em trânsito, mas sem nunca perder o rumo, aqui estou para a postagem do dia. Me lembrei deste disco, que também estava à mão e resolvi postá-lo. Com certeza, todos vocês irão gostar. Trata-se de um trabalho muito interessante…
Aqui temos o maestro Edmundo Peruzzi com a Orquestra da RGE num disco, no mínimo curioso. Eu pessoalmente acho o máximo! “Violinos no samba” é a fusão da música clássica com o samba. Em ritmo deste que é o mais legítimo representante da música brasileira, desfilam obras de Chopin, Beethoven, Bach, Tschaikowsky e mais… O resultado é surpreendente. Chamo a atenção para a faixa “Dança árabe” do balé “O quebra nozes” de Tschaikowisky que aqui se apresenta como a mais perfeita Bossa Nova. Muito bom, confiram esse toque…
valsa do adeus – opus 69, n.1 (f. chopin)
soanata ao luar – opus 27, n.2 (l.v. beethoven)
pizzicati – do balé “sylvia” (leo délibes)
tristesse – estudo, opus 10, n.3 (f. chopin)
para elisa (l. v. beethoven)
dança árabe – balé “quebra nozes”, opus 71 (p. l. tchaikowisk)
dança das horas – “la gioconda” (a. ponchielli)
valsa das flores – balé “quebra nozes”, opus 71 (p. l. tchaikowisk)
jesus, a alegria dos desejos humanos – coral da cantata n.147 (j. s. bach)
noturno – opus 9, n.2 (f. chopin)
romance – opus 5 (p. l. tchaikowisk)
elegia (j. massenet)

Paulo Nogueira & Seu Violão – Brasil, Violão E Sambalanço! (1960)

Olá, amigos cultos e ocultos! Temos aqui um disco clássico da era Bossa Nova, Paulinho Nogueira e seu violão. Este lp foi lançado pela RGE em 1960. Nele, como podemos ver pela capa, temos nosso artista interpretando uma série de sambas, entre o moderno e o antigo, mas todos com muito estilo, um estilo próprio que só mesmo um músico tão completo seria capaz de realizar. Disco maravilho, que não pode faltar por aqui…
 
brigas nunca mais
noite cheia de estrelas
fita amarela
o menino desce o morro
tome continha de você
samba no céu
samba de uma nota só
menina moça
violão no samba
saudade querida
chora tua tristeza
promessa