Paul Mauriat – Brazilian Landscape (1974)

Apreciadores da “easy listening”, ou seja, da música instrumental e orquestrada, lembram-se, e com muitas saudades, de nomes como o norte-americano Ray Conniff, o francês Franck Pourcel, o canadense Percy Faith e o italiano Mantovani, notáveis regentes de grandes orquestras. E, evidentemente, também têm na lembrança um outro grande maestro francês, hoje lembrado pelo TM: Paul Mauriat. Ele veio ao mundo na cidade de Marselha, a 4 de março de 1925. Filho de uma família de músicos, teve seu pai como primeiro mestre. Iniciou seus estudos de piano aos quatro anos, e aos dez, entrou para o Conservatório de Paris, e de lá saiu aos catorze, decidido a seguir carreira de concertista. Porém, o encontro com o jazz mudou seus planos, influenciando decididamente o estilo que o consagrou a nível mundial. Mauriat cresceu em Paris, e organizou sua própria orquestra aos dezessete anos, apresentando-se com ela em cabarés e teatros da França e outros países europeus. Nos anos 1950, tornou-se o arranjador preferido de inúmeros cantores franceses, principalmente Charles Aznavour. Gravou o primeiro álbum com sua orquestra, “Paris by night”, em 1961, depois do qual vieram muitos e muitos outros. Seu maior sucesso talvez seja “L’amour est bleu (Love is blue)”, gravado em 1968, que embalou as festinhas de muita gente e é lembrado até hoje. “El bimbo” e “Penelope” também estão entre as gravações mais lembradas de Paul Mauriat e sua “grande orquestra”. Após vários anos de intensa atividade no disco e em apresentações públicas por todo o mundo, em 1998, Paul Mauriat decidiu retirar-se da vida artística, realizando um último show em Osaka, Japão. Mas sua orquestra continuou em atividade, assumida primeiramente por Gilles Gambus, que era seu pianista, e mais tarde por Jean-Jacques Justafre. Em fins de 2006, aos 81 anos de idade, Mauriat afasta-se definitivamente da vida artística e passa a residir em sua casa de verão, na cidade francesa de Perpignan, onde morreu no dia 3 de novembro daquele ano. O álbum de Paul Mauriat que o TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados, é “Brazilian landscape”. Lançado em 1974 pela Philips/Phonogram, é o primeiro volume de uma série denominada  “Melodies and memories”, que teve no total dez títulos temáticos, cada um dedicado a um gênero musical, e todos montados a partir dos muitos LPs gravados pelo maestro francês até aquele ano. Mauriat muito apreciava a música popular brasileira, e não é à toa que este disco seja inteiramente dedicado a hits brazucas. Em catorze faixas, desfilam sucessos da MPB principalmente dos anos 1960/70, bem conhecidos até hoje, tipo “A banda”, “Jesus Cristo”, “Naquela mesa”, “Ponteio”, “Amada amante”, “Folhas secas”, “Viagem”, “Você abusou”, além da tradicionalíssima “Carinhoso”, do mestre Pixinguinha, uma dessas páginas musicais que não há quem não conheça. Merece também destaque a inclusão de “O sonho”, de Egberto Gismonti, surgida em um festival da canção e, mesmo não classificada, o projetou internacionalmente. Uma compilação que irá por certo fazer o deleite e o entretenimento dos amigos do TM, especialmente os que gostam de dançar “coladinho”, e pode ser considerada o embrião da série de álbuns “Exclusivamente Brasil”, que Mauriat gravaria nos anos seguintes. Show de bola!

carinhoso

ponteio

tristeza20

a banda

folhas secas

jesus cristo

presepada

naquela mesa

viagem

amada amante

casa no campo

você abusou

teimosa

o sonho

*Texto de Samuel Machado Filho

Panorama Da Música Popular Brasileira (1967)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Se tem uma coisa que eu não dispenso aqui no blog são as coletâneas. Acho elas ótimas, pois nos permite uma visão mais panorâmica de um determinado tema ou artista. Não é atoa que aqui a gente também acabe produzindo nossas próprias coletâneas exclusivas, sempre fazendo muito sucesso.
Hoje temos uma coletânea oferecida pela Organização Philips Brasileira. Um disco não comercial, promocional, lançado pela gravadora e selo Philips, em 1967, provavelmente como cortesia de fim de ano. A empresa e sua marca chegou ao Brasil em 1924, mas só depois da Segunda Guerra Mundial foi que as atividades industriais se iniciaram por aqui. A Philips produzia lâmpadas e aparelhos eletrônicos e ao longo do tempo foi se tornando uma gigantesca organização, atuando em campos diversos da produção industrial de eletroeletrônicos. A sua indústria fonográfica e selo surgem no final dos anos 50. E ela investe pesado na música, principalmente como gravadora. Tem entre seus contratados artistas dos mais importantes, tanto nacionais quanto internacionais. É inegável a contribuição da gravadora para com a música brasileira. São muitos os títulos lançados por ela e aqui, nesta coletânea, vamos encontrar um leque especial com alguns dos melhores momentos de sua produção até o ano de 1967. Certamente, tudo isso já passou por aqui, mas vale a pena ouvir de novo 😉

preciso aprender a ser só – os cariocas
disparada – jair rodrigues
apelo – silvio aleixo
a praça – ronnie von
upa, negrinho – elis regina
dia das rosas – claudette soares
no cordão da saideira – edu lobo
laranja madura – ataulfo alves
pedro pedreiro – nara leão
depois do carnaval – noite ilustrada
ensaio geral – gilberto gil
e nada  mais – os gatos
.

Jair Rodrigues – Estou Lhe Devendo Um Sorriso (1980)

O Toque Musical tem a grata satisfação de oferecer a seus amigos cultos, ocultos e associados mais um álbum do inesquecível e eterno Jair Rodrigues. Trata-se de “Estou lhe devendo um sorriso”, lançado em 1980 pela Philips/Polygram (hoje Universal Music).  Sob a batuta do sempre eficiente Armando Pittigliani na direção de produção, e com arranjos de Wilson Mauro, Luiz Roberto e Aécio Flávio, este é outro impecável trabalho fonográfico do “cachorrão”, num repertório essencialmente sambístico. A faixa-título e de abertura, de autoria de Serafim Adriano, teve mais tarde regravações por Ney Viana e Elza Soares. Compositores de peso e prestígio assinam as demais faixas do disco: a dupla Evaldo Gouveia-Jair Amorim (“Mestre-sala do amor”),  Noca da Portela (“Mais feliz quem sabe perdoar”, que tem Daniel Santos como parceiro), Wando (“Cantarola”, feita por ele junto com Leônidas Paulo e Nilo Amaro, aquele dos Cantores de Ébano), Ari do Cavaco (“Conversa fora”, parceria com Otacílio, que também assina “Falso baiano”, com Gê Martins), Zuzuca (“Moro no morro”), Talismã (“Madrigais – Meu sexto sentido”, parceria com Raimundo Prates) e a dupla João Nogueira-Edil Pacheco (“Salve a Bahia”). O Chico Xavier que compôs “Lenda do rei dos vaqueiros e do boi mandingueiro”, por certo, não é o líder espírita… Walmir Lima e Jandyr Aragão vêm com “Ponto central”, e, na faixa de encerramento, Jair mostra seu lado romântico ao regravar “Mané Fogueteiro”, samba-canção do grande João de Barro, o Braguinha, antigo sucesso de Augusto Calheiros, ao qual dá excelente interpretação, elogiada até mesmo pelo próprio autor. Enfim, um intérprete versátil, eclético, que tinha como principais características o bom humor e a alegria contagiantes, além de, claro, ser um cantor extraordinário. Para ouvir e lembrar com saudades deste notável  intérprete que foi Jair Rodrigues!

estou lhe devendo um sorriso

conversa fora

cantarola

mestre sala do amor

mais feliz quem sabe perdoar

ponto central

falso baiano

moro no morro

madrigais

salve a bahia

lenda do rei dos vaqueiros e do boi mandingueiro

mané fogueteiro

,

* Texto de Samuel Machado Filho

Jair Rodrigues – Com A Corda Toda (1972)

O Toque Musical tem a grata satisfação de oferecer a seus amigos cultos, ocultos e associados  o décimo-primeiro álbum-solo do inesquecível Jair Rodrigues (Igarapava, SP, 6/2/1939-Cotia, SP, 8/5/2014). O eterno “cachorrão” dispensa quaisquer apresentações. É impossível esquecer sua grande energia, sua alegria contagiante, sucessos como “Deixa isso pra lá”, “Disparada”, “Vou de samba com você”, “Majestade o sabiá”, “Festa para um rei negro”, “Na beira do Mangue”, “O importante é ser fevereiro”, “Orgulho de um sambista, “O conde”, “Bloco da solidão”, “Louvação” (em dueto com a não menos inesquecível Elis Regina,  sua companheira no “Fino da bossa”, da antiga TV Record) e tantos mais. Seu extenso currículo inclui turnês vitoriosas pelos EUA, Europa e Japão. E, quando de sua morte repentina e inesperada, aos 75 anos, ainda estava com a agenda de shows lotada! Pois este álbum faz jus a seu título: quando foi lançado, em 1972, o grande Jair estava de fato com a corda toda. Além de possuir o padrão técnico apuradíssimo que então caracterizava as produções da gravadora Philips/Phonogram, hoje Universal Music, o disco tem um repertório excelente, essencialmente sambístico, a começar pela faixa-título, de autoria da dupla Beto Scala-São Beto. O álbum já começa com um sucesso inesquecível, “Se Deus quiser”, do próprio Jair em parceria com o não menos saudoso Wando, de quem o “cachorrão” já havia registrado, um ano antes, outro hit, “O importante é ser fevereiro” (parceria com Nilo Amaro), que projetou nacionalmente o compositor-cantor mineiro. Com “Se Deus quiser”, ele e Jair repetiram a dose… Outro sucesso de Jair neste disco é o samba “A dança do cafuné”, de autoria de Zuzuca (Adil de Paula), de nítida inspiração africana, e que também seria destaque no carnaval de 1973. Bidi, que então atuava no grupo Originais do Samba, demonstrando espantosa habilidade na cuíca, assina “Tenderepá”. A dupla Evaldo Gouveia-Jair Amorim, autênticos “hitmakers” dos anos 1960/70, aqui comparece com “O amor e a rosa”. O baiano (de Maragogipe) Edil Pacheco assina “Me achei de novo”. O belenense-paraense Gildo Moreno bate ponto neste álbum do grande Jair com “Eu também vou”. Outro hit desse disco é “Baby, sou brasileiro”, de autoria de Sinhozinho (Eliodório Pereira Oliveira, Barreiras, BA, 23/4/1932-Anápolis, GO, 6/3/1979), que por sinal era muito amigo de Jair, em parceria com  Reginaldo Santos. Trabalhos das duplas Bedéo-Neno (“Toca direito, Olegário”), Luiz Carlos-Lelé (“Aniversário”), Marco César-Nílton Moreira (“Sapateia”) e Ozir Pimenta-Antônio Valentim (“Sete de setembro”) completam este primoroso trabalho discográfico que o TM oferece hoje a vocês. Ouçam e constatem: o grande Jair Rodrigues estava, de fato, “Com a corda toda”!

se deus quiser

me achei de novo

com a corda toda

eu também vou

sapateia

dança do cafuné

baby sou brasileiro

o amor e a rosa

toca direito olegário

aniversário

tenderepá

sete de setembro

* Texto de Samuel Machado Filho 

Os Cariocas – De 400 Bossas (1965)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Estarei enganado ou não? Me parece que ontem foi aniversário dOs Cariocas. Vi alguma coisa assim no facebook, coincidentemente quando eu já planejava postar este disco deles, de 1965. Não vou nem tomar o trabalho de confirmar, pois o tempo é curto e não dá para ficar pesquisando. O importante, ou o mais importante é que nos lembramos deste discaço e ele não poderia ficar fora do nosso toque musical. Falar sobre esse disco é chover no molhado, até porque na própria contracapa já temos todo o resumo. De resto, só basta mesmo ouvir. Quer tudo muito bem ajeitadinho? Um arquivo novo em 320 kbps, capa, contracapa e selo? Vai lá no GTM. O tempo é limitado! 😉

preciso aprender a ser só
veja lá
sabe você
rio 1800
carro de boi
exaltação a mangueira
copacabana
valsa de uma cidade
a paz do homem só
gente
jogo do navio
tema pra oito
.

Cássia Eller (1990)

Olá amigos cultos e ocultos! Tenho hoje para vocês o primeiro disco da Cássia Eller, lançando em 1990, pela Polygram/Philips. disco de estréia que alcançou uma boa vendagem e despertou o público, principalmente pela música “Por enquanto”, de Renato Russo, que foi um dos seus grandes sucessos. Cássia Eller se firmou mais como intérprete do que como compositora. De sua autoria neste disco, apenas a faixa “Lullaby”, em parceria com Márcio Faraco. Aliás, em seus outros discos, mais uma ou duas músicas fazem parte da sua produção autoral. A moça era boa mesmo é na interpretação de outros autores. Este disco, em lp, se tornou uma raridade, sendo objeto de disputa entre colecionadores.

já deu pra sentir – tutu
rubens
barraco
que o deus venha
eleanor rigby
otário
o dedo de deus
lullaby
não sei o que eu quero da vida
.

Quinteto Violado – Berra Boi (1973)

Olá meus amigos cultos e ocultos! Até agora há pouco eu estava ouvindo este disco aqui… Tinha certo de que já o havia postado no Toque Musical. Recorri ao index do blog para me certificar e realmente, não consta em nossa lista. E eu que pensava já ter postado vários discos do Quinteto Violado… Vamos então reparar o erro. Segue assim o “Berra Boi”, lp lançado em 1973, uma super safra! 73 foi mesmo o ano onde nasceram os melhores discos de mpb. A Música Brasileira estava mesmo inspirada naquele ano. “Berra Boi” pode ser considerado como o quarto trabalho do grupo, que surgiu em 1970. Antes deste disco o grupo lançou o “Quinteto Violado de 70” (cuja a capa trazia um desenho modificado do artista Roger Dean) e os discos da série Marcus Pereira, Música Popular do Nordeste, em 72, no qual o Quinteto Violado vem acompanhado pela cantora Zélia Barbosa. Em 73 a consagração. O grupo lança este “Berra Boi”, trabalho de excelência, que chama a atenção pela qualidade instrumental, sendo um álbum, praticamente, todo autoral, mantendo viva a essência da música nordestina. Não me recordo se este lp  está entre os 300 daquele livro ingrato do Gavin, mas bem que merecia!

vaquejada
duda no frevo
ladainha
engenho novo
minha cirada
pipoquinha
beira de estrada
baião do quinji
abraço ao hermeto
forró do dominguinhos
de uma noite de festa
cavalo marinho
.

 

Viva A Gente (1969)

Olá, amigos cultos e ocultos! Aqui estamos nós de volta,.. E as nossas postagens de compactos ainda não encerrou. Vamos continuar trazendo os disquinhos de 7 polegadas, fiquem tranquilos!
Estive passeando, viajando pelo Sul e como sempre explorando pelas cidades onde passei, os sebos e lojas de discos que ainda resistem, espalhados por aí. Eu sempre tenho a esperança de encontrar alguma coisa rara e interessante. E geralmente eu encontro. Desta vez achei mais discos estrangeiros, que no caso, não serve para o nosso blog, mas ainda assim consegui alguns nacionais para compartilhar com vocês. Retomando as postagens, entre lps e compactos, vamos hoje trazendo um disco que eu fui descobri lá em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Por estranho que possa me parecer, nunca tinha visto ou ouvido este disco antes. De cara, pela capa e pelo selo já senti que tinha algo interessante aqui.Viva a Gente! O que seria isso? Pensei numa coletânea ou algo assim. Infelizmente, no momento da compra, não foi possível ouvir e nem pelo selo ou verso da capa eu consegui entender do que se tratava. Foi só agora, de volta, pude ouvir e pesquisar sobre ele. Descobri que se trata da ‘versão brasileira’ de um movimento jovem surgido nos anos 60, trazido por um grupo coral alemão chamado “Sing Out Deutschland”, que em 1966 se apresentou no Brasil. Este grupo trazia em sua música mensagens e sentimentos positivos, de motivação, buscando mobilizar a juventude da época para a construção de um mundo melhor. O lema era ‘honestidade, pureza, altruísmo e amor’. Uma ideia nova que surgia e encantava pelos seus objetivos. Era algo que, indiretamente, tinha um misto de movimento hippie (de paz e amor) com os movimentos jovens da igreja católica. O grupo Sing Out passou por diversas cidades da região sudeste e sul do país. Motivou muitos jovens a fazerem músicas com esse espírito positivista e deixou por aqui um embrião. Surgiu em Joinville, SC, um movimento/coral, o coletivo Viva a Gente, um grupo coral formado com mais de 50 integrantes. Este grupo, segundo contam, fez muito sucesso se apresentado por diversas cidades do sul, conseguindo inclusive gravar este disco, lançado em 1969 pelo selo Philips, com músicas, em sua maioria, versões do ‘Sing Out Deutschland’.
Existem na rede alguns sites e blogs que falam sobre o ‘Viva a Gente’, relatos de pessoas que participaram do movimento. Vale a pena conhecer. Quanto ao disco, com certeza, é uma peça rara, que eu só poderia ter encontrado mesmo no Sul. E olha que por lá ninguém sabia também do que se tratava! Creio que este disco nunca chegou a ser apresentado assim, para recordar e baixar… Só mesmo através de blogs como o Toque Musical, não é mesmo? 😉

viva a gente
américa latina
brasília
água para um país sedento
de que cor é a pele de deus?
sê jovem de coração
não estacione
olhe para o futuro confiante
escuta a voz
hoje, não amanhã
está errado
liberdade
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Máximo de Sucessos (1971)

Meus prezados amigos cultos e ocultos. Segue aqui uma coletânea das mais interessantes. Uma seleção com alguns dos mais expressivos artistas que gravavam pela Philips no início dos anos 70. Disco mono, porém de capa dupla. Um luxo que as gravadoras, na época, podiam se dar, ou nos dar, melhor dizendo. Esta é sem dúvida uma coletânea rara que muito colecionador gostaria de por a mão. Foi o disco inicial, o primeiro de uma série que viria a ser lançada pela gravadora durante aquela década. Não tenho muita certeza, nem tive tempo de pesquisar, mas creio que chegaram a quase 20 volumes. Uma boa estratégia da gravadora para apresentar seus artistas e lançamentos. E começou bem 😉

rosa dos ventos – chico buarque de hollanda
madalena – ivan lins
mano caetano – jorge ben e maria bethania
a próxima atração – ivan lins
chuvas de verão – maysa
o sorriso de narinha – trio mocotó
bloco da solidão – jair rodrigues
london london – gal costa
oba la vem ela – jorge ben
a semana inteira – erasmo carlos
quem viu helô? – claudette soares
deixa estar – mpb-4

Brazil – Song & Sound The World Around (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês uma coletânea de MPB produzida pela Philips holandesa para o mercado europeu, em 1976. Este disco, pelo que tudo indica, faz parte de uma série intitulada “Song & Sound The World Around”, um mostruário da música de vários países pelo mundo. Obviamente, material de arquivo da própria gravadora nesses diferentes países.
Para esta seleção ‘Brazil’, vamos encontrar artistas como Tom Jobim, Jorge Ben, MPB-4, Ivan Lins, Nara Leão, Gilberto Gil, Elis Regina, Jair Rodrigues, Baden Powell e Carlos Lyra em gravações extraídas de discos dos primeiros anos da década de 70. Inclui-se nessa seleção outras gravações, essas dos anos 60. Eis um disquinho interessante, recheado de sambas, que é o forte e o que realmente interessa os gringos.

o mundo encantado do monteiro lobato – jair rodrigues
part6ido alto – mpb-4
apito na batucada – escola de samba da cidade
nordeste, seu povo, seu canto e sua gente – nara leão
afrolatino – carlos lyra
nhá tereza – ivan lins
paz amor e alegria – acadêmicos do salgueiro
expresso 2222 – gilberto gil
caramba galileu da galiléia – jorge ben
bala com bala – lis regina
petit waltz – baden powell
aguas de março – tom jobim
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Elis Regina / Gal Costa – Comapctos (1970-69)

Boa noite, amigos cultos e ocultos. Graças a Deus, recuperei todos os arquivos que haviam em um velho computador. Foi mesmo muita sorte. consegui resgatar tudo no último suspiro da antiga máquina. Agora ela pifou de vez. Havia deixado no hd mais de 500 gigas de mp3, coisas inclusive que eu nem me lembrava de ter arquivado. Entre tanta coisa, achei aqui os arquivos de dois compactos, um da Elis Regina e outro da Gal Costa. Me lembro de já ter tido esses disquinhos e foi por isso mesmo que achei de boa postá-los aqui. Não sei mais de onde tirei esses arquivos, certamente foi coisa já postada em algum blog. Mesmo assim, independente de qualquer coisa achei por bem de postá-los. Hoje, mais que nunca eu estou compartilhando. Vamos de Elis em compacto duplo lançado em 1970 e Gal Costa em seu também compacto duplo de 69. todos dois lançados pela Philips. Duas boas safras, duas boas pedidas

Elis Regina
madalena
fechado pra balanço
falei e disse
vou deitar e rolar
Gal Costa
baby
a coisa mais linda que existe
saudosismo
mamãe coragem
.

Zizi Possi – Pra Sempre E Mais Um Pouco (1983)

A quem possa interessar… tenho para hoje este lp da cantora Zizi Possi, “Pra sempre e mais um pouco”, album lançado em 1983 pela Polygram/Philips. Um trabalho produzido pela própria cantora, o que quer dizer que ela teve total liberdade na escolha do repertório e talvez até do time de músicos que a acompanha. A música de maior destaque neste álbum é o sucesso “O amor vem pra cada um”, versão de Beto Fae para a canção de George Harrison, “Love comes to everyone”. Mas há tantas outras boas que fizeram sucesso, Zizi também gravou “Como uma onda no mar”, de Lulu Santos e Nelson Motta. Sua seleção tem músicas de excelentes autores, inclusive dela própria na faixa “Toda uma história”. Sem dúvida, um bom disco da safra anos 80. Confiram!

ninguém vai tomar posse de mim
o amor vem pra cada um
deixa eu te regar
a lua e o sol
como uma onda
maratona
toda uma história
ar puro
o circo místico
pra sempre e mais um dia
pra vida inteira
.

Tuca (1968)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Espero que todos tenham tido um bom carnaval. Por aqui a festa musical continua, dando agora atenção para o que está na fila. E desta vez, para a nossa quarta não ficar muito cinza, vamos com o talento da cantora e compositora paulista, Valenza Zagni da Silva, mais conhecida como Tuca. Foi uma artista muito atuante nos anos 60 e 70. Esteve a frente de festivais, compôs e interpretou ao lado de outros grandes artistas da época. Esteve por um período morando na Europa, onde também chegou a gravar algumas coisas. De volta ao Brasil nos anos 70, lançou pela Som Livre o que foi o seu último lp, “Drácula, I love you”, gravado na França. Ela falaceu em 1978, em consequência de uso abusivo de remédios para emagrecer, segundo contam.
O lp que eu aqui apresento não é nenhuma novidade. Trata-se de um disco bem divulgado em tudo quanto é blog, tipo o Toque Musical. Todos porém cometem o mesmo erro. Rotulam este como se chamasse “Eu, Tuca” e para alguns é considerando o primeiro disco. Mas a verdade é que o primeiro lp, lançado pelo selo Chantecler é de 1966 e se chama “Meu eu”. O problema é que alguém copiou a informação do site Dicionário da MPB (do Cravo Albim) e essa, por sua vez foi replicada como a verdade. Daí é que vem os enganos… Somente em 68 ela gravaria este, seu segundo lp, sem título, apenas Tuca, lançado pela Philips, com arranjos de Guerra Peixe, Oscar Castro Neves e Mário de Castro. No repertório temos composições próprias, parcerias e belas interpretações de músicas de outros autores. Um excelente trabalho que merce também o nosso toque musical, não é mesmo?

atire a primeira pedra
cuidado, malandro
o cavaleiro e a virgem
frevo
sereta
não fale alto, fale baixo
verde
o cavaleiro das mão tão frias
curare
passarinho da lagoa
até quarta feira – carnaval pra valer
abstrato n. 1
.

Tamba Trio (1963)

Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! As segundas feiras já se tornaram tradicionalmente o dia de postagem da série Grand Record Brazil, sempre apresentada brilhantemente pelo nosso companheiro Samuel Machado Filho. Nesta semana, porém, não teremos um novo volume. Ainda não tive como organizar os arquivos e as bolachas de 78 rpm e o Samuca, merecidamente, encontra-se de férias.
Vou postando aqui então outro disquinho que há tempos estava em minha lista. Um lp já bem manjado, mas acima de tudo um verdadeiro clássico da bossa e da música instrumental brasileira. Temos aqui o Tamba Trio em sua primeira fase e por certo uma das melhores. Luiz Eça, Bebeto Castilho e Hélcio Milito, em seu álbum de estréia. Consta que este lp foi lançado em 1962, mas ao que tudo indica, pelo texto na contracapa, ele saiu mesmo foi em 63 (que me corrijam os historiadores). Um belíssimo trabalho, com um repertório impecável. Fonte de inspiração para muitos outros trios e quartetos que vieram na sequência.

tamba
batida diferente
influência do jazz
samba de uma nota só
alegria de viver
o barquinho
minha saudade
nós e o mar
samba novo
o amor que acabou
mania de snobismo
batucada
aí se eu pudesse
quem quizer encontrar o amor
.

 

Gilberto Gil – Compactos (2014)

Olá, amigos cultos e ocultos! Para levantar a moral, hoje iremos com uma coletânea de compactos. E nada melhor se for de um super artista, bacana como o Gilberto Gil. Por certo, as músicas selecionadas aqui são de pleno conhecimento de todos e talvez não haja aqui nenhuma novidade. São quatro compactos do que considero ser sua melhor fase, os anos 60 e 70 🙂 Vale por ser Gil. Vale por ser jóia! 😉 Fiz até capinha!

lugar comum
joão sabino
aquele abraço
dezessete légua e meia
o má iao
meio de campo
só quero um xodó
questão de ordem
.

O Fabuloso Fittipaldi – Trilha Sonora Original (1973)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou trazendo aqui um dos muitos discos que recebi como doação. Aliás, que bela doação! Ao contrário do comum, adquiri uma seleção de discos raríssimos, principalmente de jazz e trilhas sonoras. Ainda estou em fase de catalogação, separando o que fica e o que vai… Naturalmente, há muita coisa aqui para ser apresentada a vocês. Basta ficarem ligados, pois o tempo para download é curto e não tem reposição.
Entre as novidades recebidas, apresento a vocês uma trilha sonora muito legal  Inclusive, trata-se de um álbum raríssimo que muito colecionador gostaria de por a mão (tá na mão…). “O Fabuloso Fittipaldi” foi um filme tipo documentário feito pelo cineasta Roberto Farias sobre um dos maiores pilotos da Formula 1, o (sem dúvida) fabuloso Emerson Fittipaldi. Quando o filme foi lançado, Emerson era o grande campeão, ídolo de uma geração e orgulho dos brasileiros. Para dar o ritmo necessário ao filme Roberto Farias contou com a criatividade dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, que compuseram as músicas e tiveram no super grupo Azimuth a interpretação mais que impecável. Uma belíssima trilha, mas que merecia mais atenção enquanto música e nos cortes. A relação das faixas, por alguma razão não condiz exatamente com o que é apresentado no disco. Assim, minha edição ficou deste jeito:

fittipaldi show
tema de maria helena
vitória
ridt
acidente
azimuth (mil milhas)
tema de maria helena
virabrequim
.

Rio 65 Trio – A Hora E A Vez Da MPM (1966)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Enquanto espero pelo intervalo do jogo (Galão x Maria), vou logo aqui fazendo a minha postagem. Depois do disco de ontem, não resisti a tentação de postar aqui o Rio 65 Trio. Sem dúvida, um discaço que eu de teimoso ainda não havia postado, afinal, embora sendo uma pérola, já está prá lá de bem divulgado. Muita badalação me tira o tesão. Certamente, todos por aqui já deve ter baixado este disco em algum blog por aí. Pois bem, passado a euforia, deixa agora eu trazê-lo para o nosso acervo. Não vou nem entrar em detalhes sobre o lp. Informações sobre ele tem aos montes. Procurem daí, que eu de cá vou ver o meu Galão. 😉

cartão de visita
deve ser bonito
simplesmente
apelo
ponte aérea
o amor e o tempo
vem chegando a madrugada
chorinho a
upa negrinho
rio 65 trio tema
ilusão a toa
seu encanto
.

Conjunto Norberto Baldauf – Baldauf Retorna (1962)

Olá amigos cultos e ocultos! Se tem uma coisa (entre muitas outras) que me dá muito prazer é poder ouvir no meu tocadiscos um lp de 50 anos atrás impecável, super conservado e ainda por cima maravilhoso, tanto no repertório quanto em seus intérpretes. No caso, Norberto Baldauf e seu conjunto, ou Conjunto Norberto Baldauf. Este álbum é uma colaboração do nosso amigo Newton Amaral, que gentilmente me enviou para que fosse digitalizado e compartilhado com todos aqui. Tenho o arquivo deste disco, mas confesso que ouvi dele umas duas ou três músicas. Fiquei surpreso hoje ao ouví-lo na íntegra. Descobri que o ‘retorno’ de Baldauf está sendo para mim, um de seus melhores disco. Tô adorando. Muitos de vocês, por certo já o conhecem, inclusive em outros blogs. Mas agora chegou a vez de sua apresentação aqui no Toque Musical.
Como se pode ver logo de cara, ou melhor, logo de capa, temos estampadas as doze músicas que compõe este lp. Uma escolha sortida e também muito feliz contemplando sucessos nacionais e internacionais. Sérgio Ricardo, Luiz Henrique, Tito Madi e Antonio Carlos Jobim são alguns dos autores cujos os temas o Conjunto de Norberto Baldauf dá um verdadeiro show de qualidade. Isso, para não falar do lado internacional, onde este grupo gaúcho também entra de sola, não deixando nada a desejar frente à outros de seus melhores intérpretes. Confiram

 pernas
serenata
arrivederci
picante y sabroso
se amor é isso
é fácil dizer adeus
só em teus braços
sabor a mi
mi cara carolina
saudade de briquendo
se meu apartamento falasse
reginella campagnola
.

Rodolfo Mayer & Baden Powel – Meu Cavalo Swasti (1961)

Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Como uma coisa sempre leva a outra, eu hoje achei por bem de apresentar este álbum que traz a presença do jovem Baden Powell em uma performace livre, criando de improviso os temas de fundo para os textos de “Meu cavalo Swasti”, de Roger François, declamandos pelo ator Rodolfo Mayer. O álbum é mesmo uma maravilha, em se tratando de figuras como Rodolfo Mayer e Baden Powell, pode saber, só pode ser coisa boa. Roger François, por outro lado, é para mim uma novidade. Eu nunca havia antes ouvido este disco. Procurei informações no Google, mas curiosamente não há nada, inclusive sobre este álbum, também não há muito o que contar. Suponho que Roger François seja um escritor francês. Os textos, claros e poéticos, escolhidos e interpretados por Rodolfo Mayer são um espetáculo de sensibilidade. Ficam ainda melhores tendo o talento espontâneo de Baden Powell. O grande pecado deste disco está na gravação, na distribuição dos graves, agudos e enfim, do volume. O som maravilhoso do violão muitas vezes se perde num silêncio ou entres estalos inevitáveis do velho vinil. Mesmo assim, procurei melhorar ao máximo a qualidade, retirando ‘na unha’ os estalos mais evidentes. Vale a pena conferir. E não demorem, pois o tempo é curto, a fila anda e eu não irei repostar novamente o link no GTM, ok?

swasti
cavalgarei swasti
levarei um presente
preparo-me
encontro com meu pai
volto da casa de meu pai
visitarei o mundo
encontrarei as crianças
o milagre do santo
encontro
1. intermezzo
maluco
embriaguez
as duas velhinhas
2. intermezzo
o cristo do devoto
3. intermezzo
a criança que a convidou-a para almoçar
o homem superior
fim de viagem – converso com swasti
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IV Festival Internacional Da Canção Popular Rio – Ao Vivo (1969)

Olá amigos cultos e ocultos! Sei que quase ninguém tem lido o que eu escrevo aqui, mesmo assim eu continuo afirmando ser esta a minha primeira voz. Aqui aparecem todas as minhas decisões sobre o blog, o que farei e o que deixarei de fazer. Quem não lê, tem trabalho dobrado e um expectativa muitas vezes frustrada, pois muito do que procuram já não está mais ativo, em links no GTM. E como eu disse, não pretendo repor. Somente o que foi postados nos últimos seis meses é que estará disponível. Quem chega atrasado ou não é cativo, come mosca, fica a ver navios… E não adianta me culparem, pois a culpa pelo que falta é do provedor de links, que tem lá os seus critérios e prazos determinados para cada arquivo hospedado. Nesse sentido, não há muito o que se fazer. Mudar para outro nem sempre resolve, pois todos tem suas vantagens e desvantagens. Entre os atuais, para mim, o melhor e mais adequado ao Toque Musical é o Deposit Files – homeopaticamente bem dosado. Só peca pelo prazo e pela maneira chata para se fazer o download. No mais é só alegria 😉
Seguindo aqui, trago mais um disco de Festival, o “IV Festival Internacional Da Canção Popular Rio”. Como se pode ver pela capa e título na postagem, trata-se da parte internacional deste festival. Uma seleção musical que a princípio não nos traria interesse, não fosse o fato de ser um evento realizado no Brasil e principalmente por apresentar entre elas uma música brasileira e interpretada por brasileiros. Me refiro a belíssima (e já um clássico) “Cantiga por Luciana”, música de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, este último, recentemente falecido (mais uma boa razão para esta postagem). O álbum é apresentado como se tivesse sido gravado ao vivo, mas ao que parece nem todas assim são. Inclusive, “Cantiga por Luciana”, aqui  aparece em outra versão, interpretada pela cantora Reginha. Independente de qualquer coisa, acho que vale a pena conhecer, ou redescobrir este lp. Vamos ouvir?

evie – bill medley (estados unidos)
allors la lune m’appartiendra – lilian askaland (noruega)
new world in the morning – roger whittaker (quênia)
je t’aime et la terre est bleue – tereza (iugoslávia)
mon couer est comme la riviere – herbert leonard (luxemburgo)
joue guitare – rika zarai (israel)
bem bem – bella bellow (tongo)
tous les printemps du monde – romuald (andorra)
penelope – juan manuel serrat (espanha)
cantiga por luciana – regininha (brasil)
a wind sang in the trees – benny borg (suécia)
nel silenzio – amir (italia)
tzeinerlin – anne (mônaco)
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Carlos Lyra – Eu & Elas… (1972)

Amigos cultos e ocultos, aqui vou eu entrando no finalzinho do segundo tempo. O domingo vai acabando e eu aqui já estou chegando para marcar o ponto diário 🙂 Vamos com mais um ‘disco de gaveta’, aqueles sempre prontos para as hora incertas. Mais uma vez, no sorteio, temos uma boa pedida, Carlos Lyra.
“Eu & Elas…” foi um álbum lançado em 1972, o segundo após seu retorno ao Brasil. O disco foi produzido por Paulinho Tapajós e traz um repertório particamente autoral com temas sempre românticos e letras poéticas.

entrudo
afrolatino
antes do tempo
só choro quando estou feliz
nothing night
os olhos da madrugada
solo una mujer
elas
isabel
o amor mais triste
lá vou eu
despedida
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Ivan Roskov – Casatschok (1969)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Para uma manhã fria como está agora, para dar aquela esquentadinha, que tal cairmos no embalo do ‘casatschok’? É isso aí… Casatschok foi mais uma ‘onda’, um modismo dançante. Segundo o texto na contracapa, trata-se de ‘uma dança vigorosa e sensual’ que veio da Rússia (vigorosa eu concordo, sensual, só se for pela moça dançando de mini-saia). Trata-se de uma dança típica russa que tentaram revitalizar naquela época como sendo uma nova ‘onda dançante’. Em busca de novidades comerciais, a indústria fonográfica inventava de tudo, inclusive os nomes, como ‘Ivan Roskov”, aqui encarnado no maestro Rogério Duprat. Creio, ao contrário do que muitos pensam, que esses pseudônimos não eram desejo daqueles que os usavam, mas faziam parte do jogo de cena. Se a gravadora queria lançar um determinado tipo de disco, criava um nome apropriado e catava um de seus maestros para dar conta do recado. O Duprat esteve por trás de vários nomes e orquestras fantasmas, que só existiram naquele momento. Eventualmente, diante a um sucesso de vendas, se repetia a dose e novamente o artista ou orquestra ‘X’ voltava a cena, chegando mesmo a ganhar uma identidade quase física. Ivan Roskov, pelo que sei, nasceu e morreu neste disco. “Casatschok”, com tudo, graças ao seu repertório, não fica só naquela de mais um disquinho sem importancia. Ele é no mínimo curioso, graças ao seu repertório e ao seu maestro tropicalista oculto, que dá ao disco extamante a atmosfera tropical, que nada lembra o gelo, a vodka… No máximo uma cutucada na censura da época, que por certo, mesmo com um descomprometido e inocente repertório, que também é variado e internacional, deve ter chamado a atenção. Tá vermelho, tá russo!

casstschok
those were the days
toi toi toi
a banda
lichetensteiner polka
tema de lara
noites de moscou
ob-la-di-ob-la-da
otchichornia
planice
barqueiros do volga
nunca aos domingos
a dança de zorba
barril de chope
boublitchki
czardas
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Elis Regina – Como & Porque (1969)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Para o dia de hoje eu já estava planejando continuar na base da orquestra e conjuntos dos anos 60, mas por alguma razão eu sonhei que estava postado este disco da Elis Regina. Pode parecer estranho, mas no sonho até a música em senti. Sonhei que estava ouvindo a Elis cantando a “Aquarela do Brasil”. Acordei com a música na cabeça e fui cantarolando pro banheiro. Continuei solfejando até encontrar o disco e agora ele está aqui 🙂 Não resisti a tentação… Maravilha este lp, o qual, creio, todos já conhecem, mas vale a pena ouvir de novo. Elis vem acompanhada por um time de feras: Antônio Adolfo no piano; Hermes na percussão; Zé Roberto no contrabaixo; Wilson (literalmente) da Neves e Roberto Menescal. Este último é o responsável pelos arranjos do conjunto e os arranjos de orquestra ficam por conta do maestro Erlon Chaves. Vamos ouvir? Dá-lhes GTM!

aquarela do brasil – nega do cabelo duro
o sonho
vera cruz
casa forte
canto de ossanha
giro
o barquinho
andança
les parapluies des cherbourg
samba da pergunta
memórias de marta saré
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Quincas E Os Copacabana – Rítmos Sob Medida (1961)

Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês o conjunto “Os Copacabana”, sob o comando do saxofonista Quincas, em disco lançado pela Companhia Brasileira de Discos, com o selo Philips, em 1961. Quincas é o responsável pela direção e arranjos deste conjunto/orquestra que aparece aqui sem a presença de dois outros condutores do grupo, o pianista Vadico e o trombonista Astor. Ao que tudo indica, este álbum foi lançado após o retorno do grupo em turnê de sucesso pela Europa. Trazem um repertório variado e dançante, inclusive a moderna “A Felicidade”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, música composta em 1959 e que fez parte da trilha do filme “Orfeu Negro”. Cheia de bossa 🙂 Disco bacana…

chorinho na gafieira
trumpet mambo
greenfields
rosa morena
bájate de esa nube
tema para dois
trumpet talk
a felicidade
botijão
perfídia
gin-kana
angelique
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São João Alegre! (1962)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Boa noite aos namorados. Noite cheia de amor… é… isso é muito bom. Eu até deveria ter postado aqui hoje um disco romântico para embalar os casais apaixonados. Mas como já havia prometido começar o forrózinho junino, vamos a ele… Porém, em homenagem aos namorados, eu escolhi um disco onde pelo menos a capa nos remetesse a isso. Bonitinha, não é mesmo? E olha ali o moleque preparando um estouro para os dois pombinhos, hehehe…
Pois é, temos aqui um raro e interessantíssimo álbum lançado pelo selo Philips, em 1962, celebrando uma festa que a cada dia vem perdendo seu espaço nas cidades brasileiras e na memória do povo. Uma pena… Mas aqui a gente estará sempre lembrando e trazendo discos maravilhosos como este.
“São João Alegre!” é um lp que reúne um grupo de artistas populares e dos mais originais. Vamos encontrar aqui Jackson do Pandeiro e sua parceira Almira; Jararaca e Ratinho (coisa rara!); Zé Calixto; Zé Fernandes; João Mello; Moura Jr e Gabriel e seu Violino. Ao que me parece, trata-se de uma coletânea extraída de gravações lançadas inicialmente em bolachas de 78 rpm, nos anos 50. Podemos dizer que sao gravações raras, que agora toma luz aqui no Toque Musical. Vamos conferir?

na base da chinela -jackson do pandeiro e almira
viva são joão – jararaca e ratinho
saltitando com a rabeca – gabriel e seu violino
avuale fulorão – moura jr
forró do carrossel – zé calixto
rancheira do porom pom pom -zé fernandes
vem amor – jackson do pandeiro
milho verde na fogueira – zé calixto
muié muderna – jackson do pandeiro e almira
segure o fle calixto – joão mello
toca fogo na fogueira – gabriel e seu violino
oito baixo renitente – zé fernandes
quadrilha do arraiá – jararaca e ratinho
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Eleonora Diva – Eu Sou Assim (1961)

Boa noite meus prezados amigos cultos e ocultos! Parece que minhas últimas postagens andaram incomodando alguns ‘setores’ a ponto de seus respectivos links serem misteriosamente apagados. Mas tudo bem, a gente continua tocando a bola.
Aproveitando sempre a brecha, vamos agora com um disco muito bom, apresentando a obscura cantora, Elenora Diva. Digo ‘obscura’ pelo fato de ser um total mistério. Não consegui encontrar nada a seu respeito na rede. E como dizem, se não está no Google, nao está com nada. Mas calma, não é bem assim… Essa, ao contrário, está com tudo. Uma ótima cantora, num repertório impecável. Temos aqui um conjunto de sambas, entre os quais destaco o primeiro, que dá nome ao disco, “Eu sou assim”, de Fernando César e Jorge Lara, uma autêntica bossa nova. Mas cabe ainda outras faixas, inclusive com valsas e boleros, bem ao gosto do momento. Os arranjos e orquestração são do maestro Monteiro de Souza. No texto de apresentação na contracapa, feito por Fernando Lobo, pouco se pode saber sobre Eleonora Diva que neste lp faz a sua estréia. Ao que nos conta, a cantora era até então uma ilustre desconhecida, sem sucesso no rádio ou na televisão. Pelo que pude constatar, Eleonora chegou a gravar outros dois ou três discos (compactos), contudo, ela parece ter desistido da carreira artística. Não há nada sobre ela na rede. Alguém aí tem informações? Fala Samuca!

eu sou assim
dona do destino
quem foi
meu mundo é você
um novo céu
quem mandou
você voltou
teu nome
obrigando senhor
uma vez mais
meu defeito
não voltarás… nem voltarei…
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Gilberto Gil – JA & Gil (1972)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Surpresa!!! Aqui estamos de volta! Espero que dessa vez seja pra valer. Estou ainda me recompondo, em todos os sentidos. Nesse tempo parado, até deu para esquecer como se faz uma postagem. Mas vamos lá…
Para recomeçarmos, eu estou trazendo para vocês um disco de colecionador. Um objeto raro, que entre os aficcionados do vinil é peça preciosa. Temos aqui Gilberto Gil em seu terceiro álbum, lançado originalmente em 1969 e aqui reapresentado, em 1972, numa edição especial do divertido “Jornal das Amenidades”, uma publicação criada pelo jornalista Tarso de Castro.
Quem conhece bem a discografia do Gilberto Gil sabe o quanto este lp é bom, das melhores safras! Mesmo assim, eu não o teria postado, não fosse essa edição. Bem a cara do Toque Musical, não acham? Então, vamos lá… o link já está lá no GTM esperando vocês. Quem ainda não se associou, basta ler as informações contidas no blog. Tá tudo aí, bem explicadinho, ok?

cérebro eletrônico
volks volkswagen blues
aquele abraço
17 léguas e meia
a voz do vivo
vitrines
2001
futurivel
objeto semi identificado

Quarteto Em Cy – Antologia Do samba Canção – Vol. 2 (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós para mais um toque musical. Hoje, atendendo a tantos pedidos que foram feitos, vou então postando o segundo volume da “Antologia do Samba Canção”. Realmente, essa produção foi um achado e daria para render mais uns dois ou três volumes com outros tantos autores e compositores de samba canção. Se no primeiro disco, de 1975 as baianinhas tiveram a participação de um monte de feras (Oscar Castro Neves, Pascoal Meirelles, Luiz Cláudio Ramos, Zé Menezes, MPB-4 e outros), em 76 elas voltam trazendo também convidados ilustres como Tom Jobim, Chiquinho do Acordeon e Abel Ferreira. Temos assim outros dez grandes compositores em um quase ‘pot-pourri’, com duas ou três músicas de cada. É  pouco, mas é ótimo! Só mesmo ouvindo…

Armando Cavalcanti

nesse mesmo lugar

Chocolate

vida de bailarina

canção de amor

Custódio Mesquita

saia do caminho

Marino Pinto

reverso

prece

Tom Jobim

dindi

se todo fosse iguais a você

eu sei que vou te amar

Noel Rosa

último desejo

Fernando Lobo

siga

chuvas de verão

Haroldo Barbosa

Meu nome é ninguém

bar da noite

Fernando César

dó ré mi

joga a rede no mar

Dorival Caymmi

nem eu

não tem solução

nunca mais

Quarteto Em Cy – Antologia Do Samba Canção (1975)

Olá amigos cultos e ocultos! Aproveitando a tarefa que recebi de digitalizar alguns discos, escolhi entre esses uma belezura de trabalho das baianinhas do Quarteto Em Cy, o álbum “Antologia do Samba Canção”, lançado em 1975. Aqui estão reunidos dez grandes compositores da nossa música, dez mestres do samba canção. Para cada um deles o quarteto presta uma homenagem em forma de ‘pot pourri’, apresentado algumas de suas mais expressivas composições. É, sem dúvida, um lp muito bacana que merece ser sempre lembrado. A ideia de produção deste lp foi tão boa que até gerou um segundo volume, o qual eu logo poderei postar, caso tenha interesse. Vamos conferir? 😉

Pot pourri Antonio Maria:

ninguém me ama

se eu morresse amanhã

Pot pourri de Ary Barroso:

rancho fundo

risque

folha morta

Pot pourri de Garoto:

duas contas

gente humilde

Pot pourri de Tito Madi:

não diga não

cansei de ilusões

fracassos de amor

Pot pourri de Jair Amorim:

ponto final

alguém como tu

Pot pourri de Lupicínio Rodrigues:

vingança

nunca

esses moços

Pot pourri de Herivelto Martins:

caminhemos

segredo

Pot pourri de Carlos Lyra:

primavera

minha namorada

Pot pourri de Johnny Alf:

eu e a brisa

ilusão à toa

Pot pourri de Dolores Duran:

por causa de você

ternura antiga

A Banda Tropicalista Do Duprat (1968)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! A lista de solicitação de novos links vem só crescendo. Eu juro que estou fazendo o possível para atender a todos, mas querendo ou não, vão ter que ter paciência. Como sabem, a prioridade é sempre a postagem do dia.

Tanto como ontem, eu hoje estou trazendo mais um ‘disco de gaveta’. Aliás, este é um álbum que eu sempre pensei em postar aqui, mas há alguns anos atrás ele se tornou um disquinho badalado, muito por conta (talvez) dos Mutantes, quando voltou à tona, através dos blogs. Vários já o postaram, por isso eu perdi um pouco a graça. Hoje, porém, vou preencher o espaço com ele, que é o que está mais à mão.

Segue então, “A Banda Tropicalista do Duprat”, álbum lançado em 1968, auge do Movimento Tropicalista. O mestre arranjador de vários outros trabalhos da turma, vem neste lp, que é mais tropicalista por fora do que por dentro, trazendo um repertório curioso, que mesmo tendo músicas de Caetano Veloso e de Gilberto Gil e também a presença dos Mutantes em quatro faixas, soa meio que fora do tom. Eu na verdade esperava mais do Duprat neste disco, algo mais criativo e característico. Ele podia ter explorado mais o universo do movimento, buscando uma síntese de tudo o que rolava. Porém, apesar dele ser a bola da vez, a direção do disco não ficou só em suas mãos, o que de uma certa forma acabou contrariando o seu ideal. Ele não gostou do resultado. Contudo, o álbum não é ruim, muito pelo contrário, tem muita coisa boa. Não sei porque, mas este disco sempre me remete à imagem do drops Dulcora. Lembram dessas balinhas? Acho que em algum momento da minha vida eu estava lá chupando Dulcora e ouvindo “Lady Madona” na versão dos Mutantes. (putz, como a gente fala abobrinha e sai do tom quando se está com sono!)

judy in disguise

honey

summer rain

canção para ingles ver

chiquita bacana

flying

the rain, the park and other things

canto chorado

bom tempo

lapinha

chega de saudade

baby

cinderella rockefella

ele falava nisso todo dia

batmacumba

frevo rasgado

lady madona

quem será?