Ronnie Von – N. 3 (1967)

Ainda na onda da Jovem Guarda, para acompanhar o nosso amigo Jean Carlo, segue aqui o não menos perdido Ronnie Von. Taí um artista que parecia ter futuro e hoje percebemos que só tem passado. Acho o Ronnie Von um tipo indefinido, que tem cara de rock, voz de bossa, jeito de tropicalista, mas que acabou mesmo ficando na onda da Jovem Guarda. Preferiu ser o belo a ser o fera. Ficou encima do muro e acabou caindo no popular como cantor romantico.
Em seu terceiro lp, este álbum de luxo em capa dupla, temos alguns momentos memoráveis e participações especiais como a de Caetano Veloso em “Pra chatear”, além de Mutantes e Beat Boys. Os arranjos são de Rogério Duprat, o que garante ao disco uma qualidade que mesmo a faixa “Vamos falar de você” não consegue estragar o prazer de ouvir o lp.

Uma Dúzia De Rosas
O Homem Da Bicicleta
A Chave
Minha Gente
Belinha
Vamos Falar De Você
Soneca Contra O Barão Vermelho
Pra Chatear
A Filha Do Rei
Meu Mundo Azul
Último Homem Da Terra
O Manequim
A Importância Da Flor
Jardim De Infância

Jean Carlo – Preciso Olhar Pra Você (1969)

Neste blog tem sempre uma coisa que leva a outra. Hoje vamos nos levar pelos caminhos da Jovem Guarda e que vai nos guiar é o Jean Carlo. Vocês se lembram dele, aquele cantor cego que vez por outra aparecia no programa do Roberto Carlos. Por favor, não me interpretem mal. Iniciei o texto assim apenas para salientar a ambigüidade do título deste álbum. Nos dias atuais “Preciso olhar p’ra você” seria um contra-senso. O que será que passava na cabeça desses produtores? Diga aí Sr. Nazareno de Brito… Se a idéia era criar um título usando o nome de uma das faixas do disco, melhor seria então a versão para “Reach out I’ll be there”, chamada “Estarei ao seu lado”. Né não?

era um garoto que como eu amava os beatles e os rolling stones
nunca meu amor
travessia
preciso olhar pra você
amigos apenas
duelo
a minha serenata
lady
estarei ao seu lado
esse amor que eu não queria
por uma mulher
muito longe, bem longe de tudo

Toque para quem se toca…

Olha aí gente, sei que muitos ao entrarem aqui no blog, vão direto em busca do link e não se dão ao trabalho de ler os textos das postagens. Eu até que entendo e já recebi comentários sobre isso, inclusive desaforos e críticas insanas. Sem dúvida, ninguém é obrigado a ler as bobagens que eu escrevo, mesmo porque, muitos dos que freqüentam a casa não sabem um “A” de português. Mas como diz o velho ditado “em terra de cego quem tem um olho é rei”. Isso quer dizer que quem está mais inteirado do que acontece neste blog, transita por ele sem problemas e o aproveita mais. Aqueles que são desatentos ou não querem perder um tempinho lendo a postagem (que propositalmente tem um texto curto) ficam sempre ‘boiando’. Estou escrevendo isso apenas para salientar e esclarecer as dúvidas mais comuns.
1- o TM não hospeda arquivos de música e nem tem link direto para baixar os discos das postagens
2- o TM apenas indica o endereço do site onde o arquivo se encontra
3- o TM publica esse endereço somente na seção de Comentários
4- o TM prioriza sempre a manutenção de postagens mais recentes
Para ter acesso aos arquivos, o visitante deve proceder da seguinte forma. Clic no título da postagem correspondente. Uma outra página se abrirá trazendo a postagem completa, incluindo os comentários. É por aí que se deve copiar o endereço indicado para download. Em seguida cole o mesmo na barra de seu navegador, indo assim ao site provedor onde o arquivo está. Por lá, basta seguir as instruções do site e pronto! (mas tem que ler). Atenção! Não tente buscar o endereço do arquivo clicando em Comentários, pois para alguns navegadores como o Firefox a janela que se abre, muitas vezes não permite copiar o endereço integral. Daí a pessoa acha que o link não está funcionando.
Outro toque, diz respeito às postagens cujos arquivos já não se encontram mais ativos em seu provedor. Como já disse várias vezes, este é um processo lento de atualização que vou fazendo na medida em que tenho disponibilidade. Acredito que até o fim deste mês de julho já tenhamos todas as postagens sem problemas. Contudo, não deixem de acusar as falhas. Errar é do humano… e corrigir também!

Adauto Santos – Nau Catarineta (1974)

Para completar nosso dia, tenho aqui outro disco do selo Marcus Pereira. Vamos dessa vez com o cantor, compositor e violeiro Adauto Santos em seu primeiro lp. Um álbum feito com carinho e dedicação. Um trabalho que reúne um excelente cantor, um repertório escolhido a dedo e arranjos maravilhosos feitos por Theo de Barros. Além de composições próprias e parcerias, temos Noel Rosa, Paulo Vanzolini, Sérgio Ricardo, entre outros…
Este é mais um Marcus Pereira que eu não vi sendo relançado em cd. Uma pena, pois é ótimo! Confira…

partido geral
de mala e cuia
vantagem de perder
mundo velho
viola no samba
vai de mim
ilustre visita
de amor ou paz
juízo final
leilão
disparada
na boca da noite
nau catarineta

Chico Maranhão – Fonte Nova (1980)

Olá a todos! Apesar do resfriado que peguei, vou tentar não deixar a peteca cair…
Inicio a postagem de hoje, trazendo um artista muito pouco lembrado pelas bandas do sul. Chico Maranhão, cantor, compositor, arquiteto e escritor. Iniciou sua carreira musical nos anos 60, tendo sua composição, o frevo “Gabriela” classificada em sexto lugar no Festival de MPB da TV Record de 1967 – a música fora defendida pelo quarteto fantástico MPB4 e fez um grande sucesso. Seu primeiro disco surgiu em 69, um meio a meio com Renato Teixeira, lançado como brinde de fim de ano pelo selo Marcus Pereira. Chico chegou a lançar mais três álbuns pela gravadora, sendo “Fonte Nova”, seu último lp em 1980. Infelizmente seus trabalhos pela Marcus Pereira não chegaram a ser relançados em cd e encontrar um vinil do cara é coisa rara. Assim, aproveita a ocasião e mate a sede nesta fonte.

fonte nova
os fiéis de são josé
veludo
que passo tu andas
festa no céu
a vida do seu raimundo
viver
verdureiro

Aroldo Santos – Até Que Enfim (1975)

Já que a primeira postagem foi samba light, vamos agora de samba heavy. Alguém aqui se lembra do Aroldo Santos? Este é mais um que tomou chá de sumiço. Aliás, não foi chá de sumiço, foi batida de limão, com certeza. Aroldo é um sambista do morro do Cantagalo e de São Carlos, tem aquela vozerão de puxador de samba enredo, Seu maior sucesso foi “Batida de limão”, presente neste álbum muito bem produzido de capa dupla. Além de composições próprias, o sambista ainda interpreta músicas de Nelson Cavaquinho, Noca da Portela, entre outros.
Como diz a letra do samba de abertura: “Até que enfim se lembraram de mim…” Sem dúvida. No Toque Musical a gente está sempre lembrando.

até que enfim
para mim isso não vale
batida de limão
origem do samba
enquanto a cidade dorme
cabeça, tronco e membro
o mesmo de outrora
porta de cinema
me chamaram de doutor
viola de guiné
canção do amor que não ficou
apoteóse do samba

Cesar Costa Filho – E Os Sambas Viverão (1973)

Caríssimos… Volto novamente a explicar sobre os links vencidos. Realmente temos uma dezena deles que já não estão mais ativos. Ainda não tive tempo de repará-los e meus colaboradores andam meio preguiçosos. Por favor, me dêem um tempo para que eu possa resolver essa situação. Todas as solicitações foram listadas e na medida do possível estão sendo atendidas, ok?Bom, vamos então ao disco do dia. Mais uma vez prestigiando nosso blog, temos aqui o Cesar Costa Filho, cantor e compositor que a muito anda sumido. Esteve atuante durante os anos 70, mas a partir de 80 o cara desapareceu da mídia. Numa consulta rápida pela rede não não encontrei nada atual. Será que alguém tem notícias do Cesar?
O disco que temos aqui foi seu primeiro lp, que veio logo após o sucesso do samba-canção “Dose prá leão”. No seu ‘debut’ ele conta com parceiros de peso com Walter Queiroz, Paulo Cesar Pinheiro e Jair Amorim. Muito bom…

Anastácio – Samba enredo para um sambista morto – C C Filho – W Queiroz
Tambores e clarins – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Além de nós – Cesar C Filho – Paulo C Pinheiro
Malvada – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Bilhete pra bem longe – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Dose pra leão – Cesar C Filho – Walter Queiroz
E os sambas viverão – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Samba do Estácio – Cesar C Filho – Jair Amorim
A briga – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Otelo João – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Descanso – Cesar C Filho – Walter Queiroz
Guarida – Cesar C Filho – Paulo C Pinheiro

Caçulinha – Alegria & Fossa (1975)

Para encerrar o dia, fui buscar esse lp lá no fundo do gavetão. Tive que recorrer a ele devido a uma falha no meu sistema. Temos então o acordeonista e compositor Rubens Antônio da Silva, mais conhecido como Caçulinha. Este álbum não é exatamente uma maravilha, mas tem seus encantos (ainda não achei mas sei que tem). “Alegria & Fossa” é isso, dois lados, dois momentos. Pessoalmente prefiro o lado da fossa, especialmente por “Vingança” de Lupicínio Rodrigues.

esse dá samba
charlie brown
fim de tristeza
vira mundo
o homem sem mulher não vale nada
4 horas da manhã
tô na fossa
vingança
porque você é assim
na boca da noite
chuvae pranto
olhe o tempo passando

Sebastião Tapajós – Visões Do Nordeste (1986)

Ontem acabei não tendo tempo para um segunda rodada musical, assim segue hoje o que tardou. Como diz o dito popular, “antes tardar do que faltar”, principalmente se tratando de uma jóia como esta. Um álbum raro em todos os sentidos.
Aqui temos Sebastião Tapajós, um dos maiores violonistas brasileiros, reconhecido e premiado internacionalmente, num trabalho encomendado por bancos holandeses. Gravado no Auditório Horta Barbosa da UFRJ em 1986. Este disco teve uma tiragem limitada, não sei se chegou a ser comercializado ou relançado comercialmente. Trata-se de um disco onde se busca salientar as influências e heranças holandesas na cultura nordestina. Um álbum que só mesmo nas dimensões do lp seria capaz de nos trazer incluídas dez belas pranchas com reproduções de telas dos pintores holandeses Frans Post e Albert Eckhout (século XVII).
Como eu sou um cara muito bonzinho e gosto das coisas completas, pedi ao meu amigo Maurício de Nassau que inclusive no link essas ilustrações.

maracatu
lundu
chula
são joão dararão
carimbó
capoeira
visões do nordeste
engenho de humaitá
mulher rendeira
cirandas
frevo

Carioca & Convidados – Ciranda (1983)

Estou postando este disco hoje porque ele tem uma cara de domingo. Manhãs de domingo com sol. Um trabalho instrumental de extrema sensibilidade e muito agradável a qualquer ouvido. Este é Ronaldo Freitas, também conhecido como Carioca, violonista, compositor, arranjador e maestro. “Ciranda” me parece que foi seu terceiro álbum, lançado pela Continental/Lira Paulistana e conta com a participação de outras feras da música instrumental brasileira como Rodolfo Stroeter, Zé Eduardo Nazário, entre outros…

ciranda
pra você
ensaio
nascer da lua
trindade
monte aprazível
pássaro e infinito
arco iris
via láctea

Terra Trio – Terra A Vista (1969)

Aproveitando o ensejo, aqui o “Terra a vista”, único álbum do Terra Trio. Um disco raro, lançado pelo selo Elenco em 1969. O grupo iniciou em 66, sendo formado por Fernando Costa no contrabaixo, José Maria Rocha no piano e Ricardo Costa na bateria. Formação em trio sempre traz coisas boas e com esses não foi diferente. Nos anos 60 e 70 tocaram com vários artistas como Paulinho da Viola e Maria Bethania. No inicio dos anos 80 esiveram novamente com a cantora em turnê pela Argentina, participando também do álbum “Ciclo”. Se apresentaram na Europa acompanhando Caetano Veloso, Gil, Gal, Dorival e Nana Caymmi.

nega mahosa
a sobrinha da judite
recado
ave maria
duvideodo
zéda tuba
deus vos salve
esta santa casa
odeon
faustina
pra que mentir

Deli Alves & Fernando Costa – Montparnasse (1986)

Meus caros amigos cultos e ocultos, sei que ainda temos uma dezena de postagens com seus respectivos link vencidos. Infelizmente, ainda não tive tempo para resolver essas falhas. No momento estou tentando organizar a casa, classificando arquivos e as constantes colaborações. Manter um blog como este, com postagens diárias, acaba tomando um certo tempo da gente. Espero para breve ter resolvido esta questão. Tenham paciência…
Para hoje temos aqui este disco, um tanto obscuro de Deli Alves e Fernando Costa, mas que sem dúvida merece vir a tona. Fernando Costa fez parte do Terra Trio, grupo que acompanhou Maria Bethânia nos anos 60. Sempre muito atuante como instrumentista e arranjador, trabalhou nos anos 70 com Paulinho da Viola, Nara Leão, Martinho da Vila, Luiz Eça, entre outros. Casou-se com Deli Alves, esta por sua vez, uma excelente cantora e compositora. Juntos eles gravaram este disco em 1985. Um trabalho excelente, com participações de Jacques Morelenbaum, Juarez Araújo e outros… O lp teve lançamento no ano seguinte com direito a um show na Sala Molière, RJ. Mesmo assim e ao longo do tempo, permanece inédito para o grande público.
Além de composições próprias, o álbum ainda tem “Papel machê” de João Bosco, “Na baixa do sapateiro” de Ary Barroso e outras… Confiram que vale a pena.

sonho bom
na baixa do sapateiro
hey moço
reflexão
papel machê
a bruxa não dá colher de chá
montparnasse
abraço pro nogueira
samba for carmen
voyage
amor pelo sol
o amor voltará

Pepeu Gomes – Instrumental On The Road (1989)

Hoje eu estou meio ácido, mas por favor, não me venham com Sal de Fruta. Tudo está bem…
Aqui temos Pepeu Gomes, um dos maiores guitaristas brasileiros em mais uma aventura instrumental. Este é um álbum gravado ao vivo. Segundo a capa e informações internas, um disco gravado na estrada, em excursões pelas Américas. Que chique, internacional! Pero, para um extenso roteiro de shows como este, fica difícil aceitar um disco com apenas seis faixas. Não chega nem a cobrir o número de cidades mostradas no mapa ilustrativo do roteiro da excursão. Este disco deveria se chamar “Alguns momentos” ou coisa parecida. Fica até difícil avaliar um trabalho assim. É bom, mas ainda prefiro o ao vivo em Montreux.

abraço pra bonfá
garota de ipanema
poupurri:
lamento
noites cariocas
aquarela do brasil
assanhado
brasileirinho
tico-tico no fubá
amazônia
cartagena

Antonio Adolfo – Conexões (1987)

Ufa! Finalmente uma folga… deixa eu aproveitar esse intervalo do café para postar um disquinho. Nesses últimos dias tenho dado mais atenção aos anos 70 e 80, isso para mostrar que o TM é um blog aberto a todas as tendências e épocas.
Temos aqui, mais um disco do brazuca Antonio Adolfo. Com este, entramos no terceiro já postado no blog. “Conexões” é outro álbum independente, desta vez mais ‘plugado’, bem a cara dos anos 80. Em resumo, um disco regular perto de seus outros trabalhos. A regravação de “Teletema”, parceria com Tibério Gaspar, mas não chega a convencer. Há também a participação de sua filha Carol Saboya, na época apenas uma promessa. Bom, apesar dos meus pesares, lembre-se que a crítica se baseia no meu gosto pessoal. Não se prenda por isso, ok?

neons
todo dia
breu
cristal
notícias do verão
canções
teletema
país das maravilhas
questão de dois
eternamente nazareth
teletema (instrumental)

Azymuth – Outubro (1980)

Para fazer a dobradinha do dia, resolvi trazer este disco do Azymuth, que ao meu ver está acima de qualquer suspeita. Um álbum de tirar o chapéu. Considero este como um dos dez melhores discos de música instrumental brasileira. Perfeito! Não é atoa que esta bolacha está estampada em um bom número de blogs musicais. Postá-lo aqui era uma questão de honra. Só estava mesmo faltando uma oportunidade como esta. Agora é jazz…

papasong
500 miles high
pantanal (swamp)
dear limmertz
carta pro airto (letter to airto)
outubro (october)
maracanã
um amigo (a friend)
dear limmerta prelude

Paulinho Da Costa (1984)

Entrei no site oficial do Paulinho da Costa e fiquei impressionado com sua trajetória de músico percussionista. Carioca, radicado nos Estados Unidos, o cara já trabalhou com meio-mundo de artistas e dos mais variados gêneros. Há no site uma relação dos artistas com os quais ele tocou, participando de álbuns. Tem prá mais de 500. O mesmo vale para sua participação em trilhas para filmes, são centenas. Curiosamente não achei em sua discografia solo este álbum. Por essa razão foi que resolvi postá-lo. Trata-se de um álbum com muito sotaque, essencialmente fusion e com leves pitadas de ‘Brazil’. Para os amantes da música instrumental, este é mais um prato…

you came into my life
my love
special kind of love
carioca
groove
taj mahal
i’m going to rio
african sunrise
walkman
o mar é meu chão

Rosinha De Valença – Cheiro De Mato (1976)

Na sequência, aqui vai um outro disco que tem muito em comum com o do Paulo Moura. A começar pela capa, também maravilhosa, do artista gráfico Elifas Andreatto. Lançado em 1976, este álbum é outra jóia por onde passam ao lado de Rosinha e seu violão, nomes como Miucha, Sivuca, Sueli Costa, João Donato, entre outros… Particularmente, tenho como minhas prediletas “Usina de prata” e “Os grilos são astros”. Outra coisa em comum com o disco do Paulo Moura é o fato de, para mim, este também ser o melhor disco da Rosinha de Valença.

os grilos são astros
meus zelos
madrinha lua
cabocla jurema
usina de prata
pedacinho do céu
vila de santa tereza
chuá, chuá
paisagem
movimento da vida

Paulo Moura – Confusão Urbana Suburbana E Rural (1976)

Ainda não achei tempo para mais uma escavação arqueológica em busca de preciosidades e raridades musicais. Assim, continuamos sem muitas novidades e raridades. O disco que trago hoje, possivelmente poderá ser encontrado em mais uma meia dúzia de blogs (por sinal, todos com muito bom gosto), mesmo assim eu não poderia me faltar ao desejo de postá-lo. Trata-se de um álbum excepcional que gosto muito e talvez por isso mesmo o considere o melhor trabalho de Paulo Moura nos anos 70. Como uma caixa de bombons, este disco vem recheado de delícias musicais variadas. Se você, meu amigo, ainda não teve oportunidade de ouví-lo, então não perca essa… Este disco pode ainda ser encontrado com uma certa facilidade em lojas ou pela internet.

Espinha de bacalhau (Severino Araújo)
Notícia (Alcides Caminha-Norival Bahia-Nelson Cavaquinho)
Bicho papão (W. Tiso-P. Moura-M. da Vila) e Tema do Zeca da Cuíca (Rosinha de Valença)
Carimbó do Moura (Folclore)
Se algum dia (Martinho da Vila)
Peguei a reta (Porfino Costa)
Amor proibido (Cartola)
Dois sem vergonha (Wagner Tiso-Paulo Moura)
Eu quero é sossego (K-Ximbinho)
Dia de comício (Paulo Moura)
Pedra da lua (Toninho Horta)

Orlandinho E Zé Cupido – 8 Baixo X 120 (1974)

Fechando o dia, aqui vai mais um disco para quem é chegado numa sanfona. Possivelmente poucos conhece ou se lembrarão de Orlandinho ou Zé Cupido. Eu mesmo, até então nunca havia ouvido falar deles. Pela rede também não temos muita coisa e daí ficamos apenas com as informações da contracapa. Essas eu deixo para que vocês no encarte incluído. Eu vou me prender apenas ao fato de ser este disco uma espécie de desafio, mas não nos moldes dos repentistas nordestinos, aqui cada faixa é de um sanfoneiro. Orlandinho mostra suas proezas com a sanfona de 120 baixos e Zé Cupido vai na de 8. Este é mais um disquinho com sabor de festa junina. Aproveita aí enquanto o mês não acabou…

bailinho bão – orlandinho
siricutico – zé cupido
seleção musical – orlandinho
pagode na fazenda – zé cupido
baião do sabiá – orlandinho
tatajuba – zé cupido
rosa maria – orlandinho
meu prazer – zé cupido
baião do padrinho – orlandinho
saudades da dita – zé cupido
chica boa – orlandinho
bidú – zé cupido

Silvinho – A Consagração (1963)

Hoje eu vou apelar… Vou apelar para os álbuns de gaveta. Diante à minha total falta de tempo, me vejo obrigado a postar coisas que não eram exatamente o que eu queria no momento. Mas para não ficar devendo ao diário, vamos com o que temos a mão…
Silviinho foi um cantor popular que fez muito sucesso no começo dos anos 60. Digo “foi” porque a muito tempo não se ouve falar nele, embora ainda esteja vivo. Antes de se tornar um cantor de sucesso, participou de diversos conjuntos vocais como Os Trovadores, Os Vocalistas, Trio Quitandinha e Conjunto Harmonia. Seu maior sucesso foi “Quem é”, música de sua autoria e Maurílio Lopes, regravada posteriormente por outros artistas. O disco que temos aqui, “A Consagração”, foi seu terceiro lp. Me parece que depois de ‘consagrado’ ele não lançou mais nenhum lp, os que vieram depois são coletâneas. Neste disco podemos destacar entre outras curiosidades a faixa “Nesta noite eu queria que o mundo acabasse”, onde podemos encontrar a participação do ator Paulo Gracindo fazendo declamações. Aliás, era muito comum nos discos do Silvinho esse artifício das declamações (snic!)

esta noite eu queria que o mundo acabasse
torturas
derrota
veneno
sofre calado
amaor infinito
amor sincero
calçada
incompreendido
tu foste o sol que iluminou a minha vida
silêncio

Edu Da Gaita – Edú (195?)

Ufa! Que dia! Se não fosse a promessa de repetir a dose, teria deixado por hoje apenas a postagem do Codó. Estou aqui agora apenas por honra da firma. Trazendo outro fantástico gaitista, o inigualável Edu da Gaita. Este álbum é a versão 12 polegadas do lp de 10 lançado em 1953. Nele estão incluídas mais quatro faixas. Procurei maiores informações sobre este disco, mas não encontrei nem sua data de lançamento. Suponho que este tenha sido lançado alguns anos depois, por volta de 58, quando os álbuns de 12 polegadas começaram a ficar mais comuns.
Desculpem, mas hoje tá osso! Deixo para vocês os comentários e informações complementares… Deixa eu ir dormir… boa noite!

dança do sabre
espanha
fantasia espanhola
ritmos do brasil
andaluzia
banzo
capricho espanhol:
a) alvorada
b) cena cigana
c) canto cigano
d) fandango das asturias
o cisne
tristeza eterna
whispering

Codó – Vim Prá Ficar (1970)

Bom dia! Nada como uma postagem matinal, não é mesmo? Vou aproveitando o tempinho livre para trazer mais um álbum merecedor da nossa atenção. Como ninguém reclamou das postagens do dia anterior, irei repetir a dose.
Começo com o compoistor e violonista, Clodoaldo Brito, o Codó, hoje pouco lembrado. Pensei dele depois de ter postado o disco do Canhoto. Codó aperfeiçoou sua tecnica pelo método de Canhoto. Gravou poucos discos, mas deixou seu nome na MPB. Neste disco ele interpreta composições suas e de outros autores. Um disco raro de se ver e principalmente de ouvir.
irmãos coragem
manias
nada
boa noite, amor
pedacinho do céu
canto das flores
pobre elisa
badinho
a canção de amor do meu amor
prelúdios de sonatas
vim prá ficar
tema da saudade

Clayber – Sob Medida (1983)

Considerado um dos 10 maiores gaitistas do mundo, Humberto Clayber de Souza tem um currículo extenso. Iniciou sua carreira ainda na adolescência. Foi integrante de diversos e famosos grupos como “Omar Izar e seus Harmonicistas” durante os anos 50 e “Trio Gevalth” da Argentina, com quem excursionou por toda a América do Sul. Se não bastasse, tem como seu segundo instrumento o contrabaixo. Como contrabaixista tocou no “Manfredo Fest Trio”. Ao lado de César Camargo Mariano e Airto Moreira montou um dos mais interessantes trio de Bossa Nova, o “Sambalanço Trio”. Nesta época foi também consagrado como um dos melhores contrabaixistas de bossa. O cara é realmente fera. Tocou no quinteto “Sambossa-5” gravando dois lp’s e reagrupou o “Jongo Trio”, com quem gravou também dois discos. Tudo isso ainda nos anos 60, quer dizer, ainda tem muita coisa de lá pra cá. Não vou entrar mais em detalhes, quem quiser saber sobre Clayber, visite o seu site.
O álbum que apresento é um trabalho surpreendente e muito bonito. Clayber interpreta somente composições de Chico Buarque e parceiros, dando a essas uma nova roupagem totalmente instrumental. Tocam com ele outros feras como Cido Bianchi, Claudio Bertrami e Heraldo do Monte. Taí um disquinho nota 10, confiram!

olhos nos olhos
amando sobre os jornais
o que será
gota d’agua
você vai me seguir
meu caro amigo
mulheres de atenas
sob medida
vai trabalhar vagabundo
bem querer
a noiva da cidade
passaredo

Canhoto – Único Amor (1968)

Hoje o domingo é dedicado aos instrumentistas, para alegria de muitos, que vez por outra me pedem para postar coisas do gênero. Começo com um dos grandes nomes do violão, Chico Soares, também conhecido como Canhoto ou Canhoto da Paraíba. Violonista autodidata, fez fama a partir dos anos 50. Foi o fundador do Clube do Choro em Recife. Suas composições foram gravadas por diveros artistas como Toquinho e Paulinho da Viola. “Único Amor” foi seu primeiro disco, lançado só no ano de 1968 pela gravadora pernambucana Rozenblit. Um disco simples, mas maravilhoso. Ouvir Canhoto tocar é uma dádiva, o cara era genial.
Consultando a rede, descobri que no ano passado este disco foi relançado em cd, porém não o encontrei à venda. Fica aqui a alternativa neste toque musical.

único amor
escadaria
memória de sebastião malta
o sorriso de fátima
zingara
banhado em lágrimas
pisando em brasa
o grilo de mestre sérgio
nicélia
visitando o recife
lurdinha
tua imagem

Dom Salvador (1969)

Completando a tabelinha do dia, vou postando mais um excelente disco do Dom Salvador. Este, um álbum de 1969, tem uma outra cara, com toques progressivos, lembra muito alguns trabalhos da época do Janko Nilovic. Disco raro e bastante procurado por colecionadores. Por outro lado, nos blogs de música ele já virou figurinha carimbada. É um dos mais antigos arquivos (de 128kbps) que circula pela rede. Me lembro de tê-lo encontrado no saudoso Audiogalaxy e ao longo desse tempo ainda não apareceu outro em melhor qualidade. Se você ainda não conhece, não perca essa oportunidade….

tio macrô
asa branca
moeda reza e cor
cantinflas
barumbá
folia de reis
sambaloo
o tempo será tua paz
o rio
país tropical
be by my side
cantiga por luciana

Frank Sinatra – Sinatra & Company (1971)

Hoje quem está nos visitando é Frank Sinatra, acompanhado por Tom Jobim e Eumir Deodato. Decidi postar este disco porque ainda continuo no clima de ontem, meio jazz, meio bossa, meio perdido… E também porque este álbum é meio a meio. De um lado do disco temos Sinatra cantando algumas das mais conhecidas composições de Tom e parceiros, em arranjos maravilhosos de Eumir Deodato. Do outro lado o disco perde um pouco a cadência apesar dos belos arranjos de Don Costa. Na minha opinião a única música do lado B que salva é “Close to you” de Burt Bacharach. Também não é para menos, depois de ouvir o lado A, o B chega a ser frustrante. Mas tá valendo…
Drinking water (Água de beber)
Someone to right up my life
Triste
Don’t ever go away (Por causa de você)
This happy madners (Estrada branca)
Wave
One note samba (Samba de uma nota só)
Will drink the wine
Close to you
Sunrise in the morning
Bein’ green
My sweet lady
Leaving on a jet plane
Lady day

Movimento 65 – Um Show Com… (1965)

Amigos, para arrematar e fechar a semana com chave de ouro, deixo aqui para vocês este disco que é outra pérola do jazz com bossa. “Movimento 65” é o nome deste álbum raríssimo, também super cultuado por colecionadores do mundo inteiro. Embora pelo título tenhamos a impressão de que se trata de um disco ao vivo, na verdade ele é uma espécie de coletânea, que reúne alguns dos artistas da RCA Victor que lançaram discos em 1965. Obviamente artistas de bossa e jazz.
Este é mais um que o Toque Musical assina embaixo. Confira…

1- REZA – Flora Purim
2- CONSOLAÇÃO – Trio 3-D
3- VOCÊ – Luiza
4- 1º DE ABRIL – Os Poligonais
5- NÓS E O MAR – Leny Andrade
6- CÉU E MAR – Johnny Alf
7- ESTAMOS AÍ – Raulzinho w/ Sambalanco Trio
8- NANÃ – Os Cobras
9- VAI DE VEZ – Luiza
10- SAMBA DE VERÃO – Marcos Moran
11- SAMBA DO CARIOCA – Flora Purim
12- RAPAZ DE BEM – Johnny Alf
13- SEM VOCÊ – Alaide Costa
14- NEGRO – Myrzo Barroso

Dom Salvador – Salvador Trio (1967)

Andei lendo por aí que o blog Toque Musical é especializado em Velha Guarda. Por certo quem o classificou assim é porque não chegou a explorá-lo inteiramente, observando apenas o que rolou nos últimos dois meses. Convido àqueles que ainda não conhecem bem o nosso blog que o faça. Em julho estaremos completando um ano de atividades diárias, tendo postados até então mais de 500 títulos musicais raros. Aqui se pode achar de tudo um pouco que foi produzido fonograficamente no Brasil de vinte anos para trás, compreendendo todos os gêneros e os mais diversos artistas. Também se pode encontrar a produção internacional, quando esta se faz pertinente ou relacionada a temas e artistas brasileiros. Assim, posso dizer que o TM é um blog musical variado. Especializado mesmo, só em fazer a alegria das pessoas. “O importante é que a nossa emoção sobreviva!”
Demonstrando esse ecletismo musical, vamos hoje de jazz! Não dá para definir este disco do Dom Salvador de outra maneira. Um álbum essencialmente jazzístico e maravilhosamente brasileiro. Um ‘power trio’ mais que afinado botando fogo na bossa. Dom Salvador no piano, sempre perfeito; Edson Lobo, na época ainda garotão, mas com uma técnica no contrabaixo de gente grande; e para incendiar, na bateria, outro fera, Victor Manga. Os caras estão totalmente a vontade, fazendo o que sabem melhor, tocar! Lançado pela Rosenblit em 67, este lp é hoje objeto cultuado pela sua raridade e originalidade. Um álbum em capa dupla, tipo “sanduíche”. Nunca vi nada igual. Tá valendo uma baba entre colecionadores! (..e não adiante insistir, eu não vendo o meu)
Tema Pro Gaguinho
Das Rosas
Miscelânia
Maria
Santarém
Pro Batera Tematrio
Arrastão
Rio É Sempre Rio
Promessa
Dedicação
Chegou O Carnaval

Nelson Gonçalves – A Volta Do Boêmio (1967)

Para os fans de Nelson Gonçalves os pedidos são atendidos relativamente rápido. Isso porque o meu amigo Adelino, que sabe e tem tudo do Nelson, está sempre pronto a nos atender, indicando o link no Comentários. Segue então o famoso lp “A volta do boêmio”, lançado em 1967. Nessa hora é que eu digo, o que seria do Nelson se não fosse o Adelino! Calma, isso foi apenas um trocadilho…

meu vício é você
escultura
flor do meu bairro
mariposa
queixas
enigma
a volta do boêmio
fica comigo esta noite
chore comigo
deusa do asfalto
êxtase
ultimato

Vicente Celestino – MPB Grandes Interpretes (1973)

Meus caríssimos amigos cultos, ocultos, anônimos e cupins. Tenho recebido constantes pedidos para que sejam postado no TM os mais diveros álbuns e artistas. Na medida do possível tenho procurado atendê-los, mas nem sempre isso acontece de imediato. Peço a esses que tenha paciência e aguardem. A qualquer momento “aquele disco” vai aparecer…
Quem sabe não é este do Vicente Celestino? Esta é uma boa coletânea do artista, lançada nos anos 70 pela RCA Victor com doze faixas de seus trabalhos mais representativos. Encontramos aqui dois clássicos de estranha beleza – “Coração Materno”, gravado também por Caetano Veloso em “Tropicália” e “O Ébrio”, aquela que virou uma etílica caricatura musical. Essa última é uma gravação original de 1936, sendo o monólogo introdutório de uma outra gravação de 1957. Os estalinhos que se escuta ao fundo são para lembrar que ainda estamos curtindo as festas juninas.

o ébrio
coração materno
serenata
patativa
ounvindo-te
falando ao coração
porta aberta
gilka
esquecimento
quero voltar
rasguei o teu retrato
ilusão de garoto