David Carroll – Percussion in Hi Fi (1956)

Olá amigos cultos e ocultos! Esta postagem já era para ter saído, mas depois de ter feito a resenha, houve uma queda de energia por aqui e eu acabei perdendo tudo. Daí fiquei meio sem saco para começar a escrever de novo. Mas vamos lá…  Segue aqui um disco muito interessante que eu tive a felicidade de reencontrar na rede. Me recordo, quando ainda criança, na casa da minha tia havia uma radiola bonitona enfeitando a sala. Nessa radiola havia um compartimento para discos e entre os tantos que tinha, havia este lp que era muito apreciado por todos nós. Trata-se de um disco de excelente qualidade sonora, explorando ao máximo a inovação do Hi-Fi e para tanto, nada melhor que uma orquestra capaz de produzir uma sonoridade rica e exótica, onde se destaca os instrumentos percussivos e um aspecto muitas vezes jazzístico. Tudo sob a regência do renomado maestro americano David Carroll. Disco importado, provavelmente nunca chegou a ser lançado no Brasil.

jell’s bells
bali ma’i
the chimes of swing
malaguena
discussion in percussion
the cricket
jungle drums
spanish symphonique

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Som Três – 3 (1971)

Os amigos cultos, ocultos e associados do TM já foram brindados com o primeiro álbum do grupo Som Três, formado por César Camargo Mariano (piano), Sabá (contrabaixo) e Toninho Pinheiro (bateria), lançado em 1966 pela Som Maior. Pois hoje estamos trazendo de volta o Som Três, e desta vez apresentando uma coletânea que a Odeon lançou em 1971, reunindo doze faixas extraídas dos quatro LPs que o conjunto gravou na “marca do templo”. Se não, vejamos: do primeiro LP do grupo para a “marca do templo” (e segundo de carreira), “Som Três show”, lançado em 1968, entrou apenas uma faixa, “Watch what happens”. Do álbum de 1969, sem título, foram pinçadas as faixas “For once in my life”, “Que pena (Ela já não gosta mais de mim)”,sucesso de Jorge (então) Ben, “Blood mary” (esta, do próprio tecladista, César Camargo Mariano) e “California soul”. No mesmo ano, o grupo lançou “Um é pouco, dois é bom, este Som Três é demais”, do qual foram escaladas as faixas “Spooky”, “Tanga”, “Não identificado”, “Take it easy my brother Charles” (outro hit de Jorge da Capadócia)e “Teletema” (da novela “Véu de noiva”, da TV Globo). Por fim, do quinto e último LP do grupo, “Tobogã”, de  1970, entraram “Irmãos Coragem” (da novela global de mesmo nome, arrebentando em audiência na época) e “O telefone tocou novamente”, outro grande sucesso de Jorge Ben, depois Ben Jor. Tudo dentro do impecável padrão técnico de gravação que a Odeon possuía na época, e com execuções de primeira, sob medida para ouvir e dançar. Portanto, uma coletânea imperdível que o TM oferece, reunindo alguns dos melhores momentos do Som Três na “marca do templo”, em mais uma significativa amostra do que há de mais expressivo na música instrumental  brazuca. Agora é correr pro GTM e conferir…

for once in my life
o telefone tocou novamente
spooky
tanga
não identificado
take it easy my brother charles
watch what happens
que pena
blood-mary
teletema
irmãos coragem
california soul

*Texto de Samuel Machado Filho

The Three Suns – Movin”n’Groovin’ (1962)

Olá, amigos cultos e ocultos! Aqui vai mais um lp internacional, lançado no Brasil, possivelmente, por volta de 1963, pelo selo RCA Victor. Uma garantia de qualidade, com certeza! Mas, para além da qualidade técnica, temos aqui um curioso e excelente grupo chamado The Three Suns. Formado no final dos anos 30 pelos irmãos Al Nevins (guitarra) e Morty Nevins (acordeom) e o primo Artie Dunn (vocal e orgão). O The Three Suns foram muito populares nos anos 40 e 50. Se destacaram pela peculiaridade musical, com efeitos sonoros e arranjos que mais lembravam trilhas para filmes. Aliás, eles fizeram alguns filmes, os percursores do vídeo clip, para aquelas máquinas, tipo junkeboxes, onde se colocava uma moeda e podia assistir o filminho. Uma atração para a época. Um de seus hits mais famosos é “Twilight Time”, numa versão ainda instrumental. O trio durou até os anos 50, quando então surgiu o rock’n’roll. A partir daí eles começaram a fazer uma música ainda mais interessante, usando também de outros instrumentos. Aproveitando a inovação do hi-fi e do estéreo, eles compuseram arranjos elaborados e lançaram discos como este Movin’N’Groovin’, que foi lançado lá fora em 1962. Aqui no Brasil deve ter chegado um ano depois ou mais. Um disco delicioso de se ouvir. Tenho certeza de que se ouvirem, irão gostar 😉

april showers
caravan
autumn leaves
dancing with tears in my eyes
jungle drums
movin’ ‘n’ groovin’
anniversary song
beyond the sea
some of these days
danny’s inferno
the vagabond king waltz
stumbling

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Cambinda Paraíba – Documentário Sonoro do Folclore Brasileiro N. 26 (1978)

quem nos guia esta luz – assuspendo nossa bandeira (cantos de invocação)
encruza lança, levanta bandeira (canto de rua)
oi viva nosso rei na corte (canto de realeza)
aruanda lele (canto de rua)
oi cambinda brilhante (canto de saída)
chego dona lepordina (canto da boneca)
amola o machado (canto do leão coroado)
o rei, rainha (canto do embaixador)
toque de percussão (zabumbas e maracás)

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Waldir Calmon E Seu Conjunto – Feito Para Dançar N. 6 (1957)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Não sei bem o motivo, mas o processo de postagem aqui no blog está cada dia mais lento. Ou é o meu computador que está quase na hora de entregar as chuteiras, ou é algum programa que o está deixando devagar. O fato é que eu estou gastando quase meia hora para publicar uma postagem. Desanimador…
Hoje, vamos de Waldir Calmon, um artista já bem divulgado por aqui e também muito apreciado, o que nos leva, sempre que possível, publicar um de seus inúmeros discos. Aqui temos mais um da série ‘Feito para dançar’. Mais um álbum feito ao estilo ‘faixa única’,ou seja, aqueles discos os quais não trazem separação das faixas/músicas para não haver pausa no ritmo da dança. Neste caso, neste lp, temos o lado A quase em formato de pot pourri, um lado inteiro sem pausas. Dá pra dançar por uns 20 minutos 🙂 Confiram no GTM 🙂

anema e core
te voio bene
solamente una vez
no dimenticar
serra da boa esperança
baianada
summertime in venice
samba
tudo é amor
aos pés da santa cruz
perdido
feitio de coração

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Bill Doggett – Honky Tonk Popcorn (1969)

Boa noite, prezados amigos cultos e ocultos! Como eu já havia dito, a partir de agora, depois de completar a maioridade com 10 anos de atividades, o Toque Musical abre ainda mais o seu leque de variedades passando a postar também discos e artistas internacionais. Na verdade estarei, neste sentido, postando aqui um pouco da minha coleção pessoal, discos os quais fazem parte da minha modesta coleção de jazz, blues, trilhas sonoras e algumas orquestras. Teremos assim publicações diversas esperando também ampliar o nosso quadro de amigos e visitantes.
Abrindo, trago hoje um discaço que há alguns anos atrás voltou a ser relançado no formato vinil. Estamos falando do excelente “Honky Tonk Popcorn” do genial Bill Doggett, músico americano que atuou por mais de 60 anos no jazz e rhythm & blues. Pianista e organista, tocou ao lado de outros grandes nomes da música americana. Sua gravação mais conhecida é Honky Tonk””, um hit de 1956 que vendeu horrores, alcançando a primeira posição da Billboard por mais de dois meses. Em 1969 ele volta a cena com “Honky Tonk Popcorn”, um delicioso álbum recheado de muito funk, rhythm & blues e jazz. Destaque para funkadaço “Honky Tonk”, música de abertura, colocada estrategicamente na primeira faixa para pegar o nêgo no laço pela orelha. Lp altamente recomendável. Não deixem de conferir 😉

honky tonk
twenty five miles
honky tonk popcorn
slippin’in
cozy corner
corner pocket
make your move
after lunch
mad
a dozy
mister pitiful
turnabout

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Tania Maria – The Lady From Brazil (1987)

Olá amigos cultos e ocultos! Não estranhem se hoje não tem disquinho da série Documentário Sonoro do Folclore Brasileiro. Não estranhem e nem desesperem, as postagens continuam. Só que acho melhor intercalar com outros discos, outros títulos e curiosidades… como eu já havia informado, a partir de agora iremos incluir em nossas postagens discos e artistas internacionais. Não é que esteja faltando discos nacionais para postar. Acontece que eu estou querendo mesmo diversificar e postar aqui um pouco dos meus discos, aqueles que realmente fazem parte do meu pequeno acervo. Mas também continuamos com as raridades nacionais, afinal aqui continua sendo um lugar para quem escuta música com outros olhos, né?
Pois bem, hoje vamos com um disco internacional, porém a artista é brasileira. Temos aqui e mais uma vez a cantora, compositora e instrumentista Tania Maria, um nome consagrado no mundo do chamado latin jazz. Artista que cravou sua carreira tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Aqui temos um disco dela gravado nos anos 80, com produção do fera George Duke, que também participa em boa parte do disco. Tem o percussionista Paulinho da Costa, outro brasileiro radicado nos Estados Unidos e uma penca de instrumentistas de primeiríssima engrossando o caldo. Confiram…

the lady from brazil
i should not call you
tanoca vignette
bronx
just get up
valeu
all gone love
it hurts so much

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Samba De Caboclo RJ – Documentário Sonoro Do Folclore Brasileiro N. 17 (1977)

Segue aqui o volume 17, Samba de Caboclo, de São João de Meriti, no Rio de Janeiro. Interpretação do Grupo Joel Lourenço. Registro colhido nesta cidade em 1977.

jucinha
terno de atabaques
não tem lêlê
eu vi a cotia
salve deus
na trança de seus cabelos
olha a flor da matamba
caboclo é bom

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Fandango Do Paraná – Documentário Sonoro Do Folclore Brasileiro N. 15 (1976)

Olá amigos cultos e ocultos! E vamos nós com mais um disquinho da série Documentário Sonoro do Folclore Brasileiro. Desta vez destacando o Fandango do Paraná. Registro realizado em 1968, nos estúdios da TV Iguaçú, de Curitiba. O disquinho, como se pode ver foi lançado em 1976.

andorinha
vilão do lenço
martiquira
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Tambor De Crioula – Documentário Sonoro Do Folclores Brasileiro N. 12 (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Seguindo a ordem numérica, iniciamos no volume 6, agora vamos para o próximo que é o 12, Tambor de Crioula. Registro das toadas gravado em São Luís do Maranhão. Lançado em 1976.

beirou beira mar
vaqueiro, tu vai ao campo
jandiá peixe do fundo
galo cantou, eu vou embora
adeus coureiro, adeus
eu vou saindo devagar

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Cocos De Alagoas – Documentário Sonoro Do Folclores Brasileiro N. 6 (1975)

Olá, amiguíssimos cultos e ocultos! Entramos então, a partir desta postagem, numa nova era. Uma nova década musical, com muito pique e cheia de novidades. Continuamos nossas postagens no mesmo esquema de sempre, tendo nossa fonte em um clube privado (o GTM), porém sempre de portas abertas para novos associados, basta tomar o trabalho de ler as orientações. Como eu já disse, a partir de agora estaremos também postando discos e artistas internacionais. Na verdade, irei postar aqui algumas coisas da minha coleção particular, discos os quais eu tenho prazer de ter e ouvir. Irei assim compartilhar com vocês, além das curiosidades e raridades de sempre, também um pouco do meu gosto pessoal, da minha discoteca internacional. Por certo, serão apenas aqueles discos que realmente não se encontram por aí.
Para começarmos bem o décimo primeiro ano do Toque Musical eu vou trazendo aqui e ao longo dos dias alguns disquinhos de uma série, hoje rara, conhecida como Documentário Sonoro do Folclore Brasileiro, produzida e distribuída gratuitamente pelo MEC durante as décadas de 70 e 80. No momento, não sei dizer quantos desses discos de 7 polegadas (os compactos) foram lançados, mas foram dezenas, cada qual trazendo um tipo de manifestação sonoro-musical, registros extraídos de diferentes regiões do Brasil, alguns, inclusive feitos em épocas anteriores, nas décadas de 50 e 60. Infelizmente, a série que eu apresento aqui está incompleta. São apenas 24 discos e com numeração quebrada. Postarei todos seguindo a ordem de lançamento. Ao longo das próximas postagens falaremos mais sobre essa importante coleção.
Começamos então pelo compacto “Cocos de Alagoas”, registro feito no município de Chã Preta, em Alagoas, pelo antropólogo e folclorista Théo Brandão, em 1952. As informações complementares vocês poderão obter na contracapa do disco, ok? Fiquem ligados que amanhã tem mais… 😉

mas quem é que eu danço hoje
ferreiro bateu na tenda
pega o touro, amarra o touro
meu veado corre

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Toque Musical, 10 Anos!

Bom dia a todos os amigos, cultos, ocultos e todos os associados! Hoje é um dia muito especial para nós. Inacreditavelmente, conseguimos chegar a meta dos 10 anos de vida. Digo meta, porque depois que chegamos aos nove, para o dez era só mais um ano. E no que dependesse de mim, faria tudo para chegar a uma década, completando assim um ciclo de verdade. Parabéns para mim, parabéns para os meus colaboradores, parabéns para todos os amigos cultos, ocultos e associados! Fizemos ao longo desse tempo muita coisa. Foram mais de 3 mil postagens. Posso garantir que ajudamos a resgatar muita música, muitos discos, muitos artistas. Certamente, graças ao Toque Musical, assim como outros blogs, muito do que foi esquecido e até apagado da história da música brasileira, de seus artistas, discos e gravações, voltaram à vida, reencontraram seus ouvintes e conquistaram tantso outros. Se hoje poucos blogs, como o TM, ainda resistem é porque seus autores são assim como eu, amantes da música e dos discos e buscam divulgar seus acervos e compartilhar afinidades. Por outro lado, muitos migraram para outras plataformas tipo Youtube. Aliás, tudo o que hoje encontramos de raridades fonográficas no Youtube é dá por conta dos blogs. Foi e é o nosso trabalho transferido para um canal imediato, onde as pessoas já não precisam baixar nada para ouvir. Pois é, vivemos o momento da música digital, dos ‘streamings’… da música orfã de um disco, da música feita apenas para se ouvir, usar e jogar fora. O conceito de música pelo Youtube é algo assim. Ela está lá, mas você não sente que a tem. Você apenas tem acesso a ela enquanto estiver ali. Contudo, ainda existem pessoas interessadas no disco material, na música que seja pelo menos acessível enquanto arquivos digitais ou digitalizados. Tem gente, como eu, que quer baixar o disco, ver e ouvir as músicas separadamente, ver capa e contracapa, selos e outras informações disponíveis. Tem gente que coleciona música em mp3. Tem gente montando acervos digitalizados para fins educativos e de estudos.Tem gente que ama discos… É por conta dessas e de outras que a gente continua e não desiste. Eu, por muitas vezes pensei em parar, mas quanto mais eu andava, mais via o quanto já tinha feito e seria uma pena, de repente, jogar tudo pelo ralo. Não, a gente continua! Contando com os amigos e colaboradores, a gente acaba seguindo em frente. Vira também uma certa obrigação, mesmo sabendo que a cada ano o público diminui. Mas, é como eu já disse outras vezes, o Toque Musical já se transformou em uma referência. Uma fonte de consulta, uma esperança de download.
Pois bem, aqui estamos, 10 anos de vida! Possivelmente, nosso blog musical é hoje o mais antigo na rede e também um dos pioneiros, com um acervo que permitiu muitos outros blogs virem a surgir, seja pelo entusiasmo ou por replicancia e compartilhamento. Nessa altura, já podemos nos considerar um blog adulto 🙂
Buscando melhorar e reciclar nossas ideias e interesses, estarei adotando uma novidade as nossas postagens. A partir de agora o Toque Musical não se limita a música brasileira. Iremos adotar também a publicação de discos e artistas estrangeiros. Vamos ampliar o nosso leque de variedades. Teremos assim, para essa próxima década, um mostruário também internacional, não esquecendo, obviamente, das raridades nacionais, essas sempre continua. Mas de hoje em diante teremos também a música internacional. Discos raros, curiosidades, mas sempre aquilo que é realmente difícil de achar, mesmo que seja no Youtube.
O Toque Musical começa assim uma nova fase, abrindo espaço também para outros públicos, para outros discos. Mas, fiquem atentos, nossa política de relacionamento continua sendo a mesma. Para participar integralmente do Toque Musical a pessoa precisa se associar ao nosso grupo fechado, o GTM (Grupo do Toque Musical). Para tanto, basta ler as instruções de participação no texto lateral do blog. Seja todos muito bem vindo! Parabéns para todos nós!
Música é algo muito além daquilo que toca pelo autofalante!

Abraços a todos!

Augusto TM

Maria Bethânia – Box (1981)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Depois de quase duas semanas postando discos de música latina, hoje damos uma pausa e também um ponto final para os nossos 10 anos de atividades. Para tanto, claro, precisava ser um ponto final que fizesse jus a uma década. Daí, escolhi este box da cantora Maria Bethânia, que é uma das maiores intérpretes da música popular brasileira e tem em sua bagagem uma infinidade de sucessos. E eu, percebendo aqui, vejo que ao longo de todo esse tempo de Toque Musical, poucas vezes publiquei discos dela. Assim, para a alegria de todos e também como um presente de aniversário (porque aqui quem dá o presente é o aniversariante), temos um box com seis lps, reunindo certamente o que de melhor ela fez durante sua fase no selo Philips. A seleção traz dezenas de músicas divididas por temas. Gravações ao vivo, temas de amor, interpretando compositoras, Caetano Veloso, Chico Buarque e Gonzaguinha e também em duetos com outros artistas. Sem dúvida, um mostruário quase completo dessa grande artista. Um presente de 10 anos do Toque Musical, mas só para os amigos cultos e ocultos associados.
Se você está chegando agora e ainda não conhece o nosso espaço, sugiro que leia com atenção os textos laterais, caso tenha a intensão de participar do Grupo Toque Musical e usufruir do que postamos aqui. Uma nova fase irá começar. Sejam todos bem vindos!

minha história
trampolim
esse cara
bodas de prata
tatuagem
eu fui a europa
gás neon
luzes da ribalta
sonho impossível
foi assim
falando sério
o leãozinho
um índio
bom dia
balada do lado sem luz
alibi
negue
ronda
nenhum verão
eu tenho um pecado novo
amo tanto viver
cansei de ilusões
janelas abertas n. 2
a tua presença
as ayabas
gente
diamante verdadeiro
a voz de uma pessoa vitoriosa
mel
ela eu eu
talismã
vida real
olhe o tempo passando
demoníaca
cobras e lagartos
amor, amor
interior
coração ateu
um jeito estúpido de te amar
da cor brasileira
gota de sangue
o lado quente do ser
noite de um verão de sonho
pra dizer adeus
mano caetano
formosa
sinal fechado
atiraste uma pedra
esotérico
tudo de novo
sonho meu
cavalgada
o meu amor
alguém me avisou
baioque
festa
olhos nos olhos
explode coração
amando sobre os jornais
mergulho
terezinha
infinito desejo
de todas as maneiras
grito de alerta
cálice
começaria tudo outra vez
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Atahualpa Yupanqui – Tierra Querida (1968)

Conforme o prometido, o TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados mais um álbum do cantor-compositor Atahualpa Yupanqui (1908-1992), considerado  um dos mais importantes divulgadores de música folclórica de nossa vizinha Argentina, dando prosseguimento ao nosso ciclo temático dedicado aos latino-americanos. Desta vez, apresentamos “Tierra querida”, lançado pela Odeon portenha em 1968 (e presumidamente jamais editado por aqui), com 14 faixas e a indicação na contracapa: “reconstrucción técnica”. Certamente é uma coletânea de antigas gravações de Yupanqui para a Odeon, onde iniciou sua carreira fonográfica em 1936, ao tempo das 78 rotações por minuto (ele também gravou na RCA Victor, BAM,  Chant du Monde e  Antar-Telefunken). Das 14 faixas que compõem este disco, dez são cantadas e as demais em solo de guitarra (isto é, violão).  A canción, a zamba, a chacarera, a milonga pampeana, enfim, os mais variados gêneros da música regional argentina batem ponto em mais este trabalho do grande Ataualpa Yupanqui, compilação expressiva e mais uma joia rara que o TM oferece com a satisfação e o orgulho de sempre. Aproveitem..

tierra querida
huella triste
ampo abierto
el vendedor de yoyos
zambita de los pobres
cancion del carretero
las cruces
la añera
ahi andamos senior
el rescoldeao
hui jo jo jo
leña verde
viene clareando
chacarera de las piedras

*Texto de Samuel Machado Filho

Manduka Y Los Jaivas – Los Sueños De America (1974)

Buenas tardes, amigos cultos e ocultos! Eu já havia selecionado os discos que entrariam nesta série de postagens dedicada a música latina, os países de língua hispânica, das Américas. Boa parte foi doação do meu amigo Fáres e alguns outros eram arquivos digitais que também me foram enviados, mas nem lembro mais que o fez. Contudo, percebi que ainda tinha uma leva de inéditos e agora fico nessa indecisão, não sei se publico todos ainda neste mês, ou se deixo para uma nova temporada. Ainda quero fechar os 10 anos com coisas nacionais. Vamos ver…
E aqui vai então um dos que recebi e até hoje nunca postei. Acho que fiquei esperando o vinil de verdade aparecer. Mas, por se tratar de um disco de 1974, importado e raro, acho difícil aparecer assim. No Mercado Livre há um compacto, trazendo a música ‘La Centinela’ e o maluco lá está cobrando 190 reais! Pior ainda é um outro que acha que vai conseguir vender a versão cd por 795 reais!!! Esses caras perderam o senso. A exploração corre solta para colecionadores, que são outros malucos. Só mesmo um colecionador endinheirado ou muito idiota seria capaz de pagar esses preços. Enfim, cada um vende e compra pelo preço que quer…
Temos então,”Los sueños de America”, disco gravado na Argentina, pelo músico brasileiro, Manduka, ao lado do grupo chileno Los Jaivas. Este disco nunca chegou a ser lançado no Brasil, porém, através de outros blogs, da internet e outras fontes, o disco circulou bastante, tempos atrás. Em 1995 ele foi relançado no Chile pela Alerce Producciones Fongráficas, em versão cd.
“Los sueños impresos en este álbum son el único resultado aparente de un simbólico Primer Encuentro Latinoamericano de la Soledad que los músicos concertaron en un rincón amado del litoral argentino, intentando conjugar la sabiduría de la montaña, la embriaguez del mar y el hermetismo de la selva”.

don juan de la suerte
la centinela
date unavuelta en el aire
tá bom, tá que tá
traguito de ron
los sueños de america
primer encuentro latinoamericano de la soledad

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Mercedes Sosa – Gente Humilde (1982)

Dentro do ciclo temático sobre a música popular e folclórica latino-americana, comemorativo de seu décimo aniversário, o TM tem a satisfação de oferecer hoje, a seus amigos cultos, ocultos e associados, mais um álbum desta notável intérprete do gênero que foi a argentina Mercedes Sosa (1935-2009), a querida e sempre lembrada “La Negra”, cognominada “a voz da América Latina”. Desta vez, apresentamos “Gente humilde”, trabalho lançado em 1982 pela Philips/Polygram, hoje Universal Music, e produzido especialmente para o mercado brasileiro. Esse ano também marcou o retorno definitivo de Mercedes à sua Argentina natal, após alguns anos de exílio na Europa (ela fora acusada de subversão, dada sua proximidade com os movimentos comunistas e seu apoio a partidos de esquerda). Tanto é assim que este “Gente humilde” foi gravado, em sua maior parte, em Paris, onde então ela ainda morava. A faixa-título, vocês sabem, é um clássico da MPB, e ganhou versão em espanhol de Júlio César Isella, não por acaso o produtor deste álbum, e conterrâneo de Mercedes (ele também assina a faixa “Fuego em Anymana”). Há de se destacar ainda a participação especial do brasileiro Fagner (apenas um dos muitos artistas tupiniquins que tiveram o privilégio de gravar com a grande Mercedes), na faixa “Años”, do cubano Pablo Milanez (na verdade, faixa extraída do álbum “Traduzir-se”, que Fagner lançou em 1981 pela CBS).  E o Brasil ainda está presente com “Guitarra enlunarada”, versão em espanhol para outro clássico de nossa música popular, “Viola enluarada”, dos irmãos Marcos & Paulo Sérgio Valle. Mercedes ainda revive o clássico “El dia que me quieras”, de Carlos Gardel, e apresenta, de seu conterrâneo Enrique Cadícamo, “Los mareados”. Outro cubano, Sílvio Rodriguez, aqui comparece com “Sueño com serpientes”. Tudo isso e muito mais compõem este que é outro imperdível trabalho da incomparável Mercedes Sosa, mais uma joia que o TM apresenta em seu ciclo latino-americano. Não dá pra pedir mais, não é mesmo?

a quien doy

zamba del  laurel

gente humilde

el dia que me queiras

la flor azul

fuerza

guitarra enluarada

sueño con serpientes

cuando me acuerdo de mi pais

los mareados

fuego en anymana

años

*Texto de Samuel Machado Filho

Atahualpa Yupanqui (1967)

Dando prosseguimento ao seu ciclo latino-americano, o TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados um álbum daquele que é considerado um dos mais importantes divulgadores de música folclórica da nossa vizinha Argentina. Estamos falando de Atahualpa Yupanqui.  Compositor, cantor, violonista e escritor, ele veio ao mundo com o nome de Héctor Roberto Chavero, na cidade de Pergamino, província de Buenos Aires, no dia 31 de janeiro de 1908, filho de pai quéchua e mãe basca. Ainda criança, mudou-se como a família para Agustín Roca, em cuja ferrovia seu pai trabalhava. Aos seis anos, começou a ter aulas de violino e, pouco tempo depois, de violão, com o concertista Bautista Almirón, viajando diariamente os 15 quilômetros que o separavam da casa do mestre. Em 1917, sua família mudou-se para Tucumán e, aos treze anos, ele teve suas primeiras obras literárias publicadas no jornal da escola. É quando começa a utilizar o nome Atahualpa, em homenagem ao último soberano inca. Alguns anos depois, em homenagem a Tupac Yupanqui, penúltimo governante inca, agregou “Yupanqui” a seu pseudônimo. Aos 19 anos, compôs a canção “Caminito del índio”, que se tornou um hino da identidade indígena na Argentina. Este seria, em 1936, o lado A de seu primeiro disco, em 78 rpm, pela Odeon, tendo no verso “Mangruyando”. Fez inúmeras viagens, percorrendo províncias argentinas, a Bolívia, os Vales Calchaquies e até mesmo o Sul do Brasil, muitas vezes montado em lombos de mulas, a fim de melhor conhecer antigas culturas sul-americanas. Em 1939, publicou seu primeiro livro de poemas, “Piedra sola”. Depois vieram mais onze, dois dos quais publicados postumamente. Em 1945, filiou-se ao Partido Comunista da Argentina, junto com um grupo de intelectuais, o que, inevitavelmente, provocou represálias:  foi proibido de se apresentar em rádios, teatros, bibliotecas e escolas, além de ter sido preso várias vezes. Seu romance “Cerro bayo”, de 1947, serviu de base para o roteiro do filme “Horizontes de piedra”, com música e atuação do próprio Atahualpa Yupanqui, lançado em 1956 e premiado no Festival de Karlovy Vary, cidade da antiga Tchecoslováquia e agora da Republica Checa (Yupanqui apareceria em mais seis filmes,  entre 1959 e 1981). Em 1949, viajou pela Europa, apresentando-se na Hungria, Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária e França, Foi em Paris que conheceu Edith Piaf e Paul Eluard, apresentou-se no Teatro Aleneo e gravou o álbum “Minero soy” (cuja faixa-título está também no presente álbum), premiado em concurso internacional de folclore da Academia Charles Gross  como melhor disco estrangeiro. Voltando à Argentina, em 1953, tornou público seu desligamento do Partido Comunista, na verdade acontecido dois anos antes. Entre suas músicas mais conhecidas (deixou um total de 325 composições), estão: “El arriero”, “Trabajo, quiero trabajo”, “Los ejes de mi carreta”, “Los Hermanos” (que Elis Regina tornou conhecida no Brasil, em registro memorável),”Milonga del solitario”,  “Zamba del grillo”, “Luna tucumana” e “Nada mas”. Trabalhos estes interpretados por gente do porte de Mercedes Sosa, Alfredo Zitarrosa, Víctor Jara, Dércio Marques, Ángel Parra e Marie Laforet, e que continuam a fazer parte do repertório de vários artistas na Argentina e em outras partes do mundo. Em 1963-64, Atahualpa Yupanqui apresentou-se no Japão, Colômbia, Marrocos, Egito,  Israel e Itália. Em 1967-68 fez temporada artística na Espanha e na França, voltando a residir em Paris. Em 1986, foi condecorado como Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras na França, e, um ano depois, homenageado pela Universidade de Tucumán. Em janeiro de 1990, já com a saúde abalada por problemas cardíacos, apresentou-se pela última vez em sua Argentina natal, participando do festival de Cosquín, e  depois retornou a Paris a fim de cumprir contrato artístico. Foi casado duas vezes, a primeira com sua prima, Maria Alícia Martinez, entre 1931 e 1937, com quem teve os filhos Alma Alicia, Atahualpa Roberto e Lila Amancay,  e a segunda com a pianista e compositora franco-canadense Paula “Nenette” Pepin, entre 1942 e 1990 (ano em que ela faleceu), com quem  teve seu último filho, Roberto Chavero. Atahualpa Yupanqui faleceu em 23 de maio de 1992, em Nîmes, na França, aos 85 anos, e, por desejo expresso em testamento, foi sepultado em Cerro Colorado, na província argentina de Córdoba.  Aqui, oferecemos a nossos amigos cultos, ocultos e associados um álbum que a Odeon argentina lançou em 1967, dentro de uma série chamada “Galeria”, e, como quase toda a discografia de Yupanqui, nunca editado em território brasileiro. São catorze faixas imperdíveis, algumas cantadas, outras instrumentais, nas quais desfilam ritmos tipicamente argentinos, como a zamba, a canción, a chacarera, a baguala e a canción norteña. Enfim, é uma preciosa amostra do legado de Atahualpa Yupanqui, de quem brevemente estaremos postando mais um álbum. Aguardem!

canción del cañaveral

quiero ser luz

minero soy

la alabanza

zambita del alto verde

el vendedor de yuyos

payo sola

indiecito dormido

la finaldita

mi caballo perdido

zamba de vargas

viejo tambor vidalero

el coyita

no quiero que te vayas

 

 

*Texto de Samuel Machado Filho

Mercedes Sosa – Cantata Sudamericana (1980)

Prosseguindo o ciclo temático que o TM dedica à música popular e folclórica latino-americana, em comemoração a seu décimo aniversário, oferecemos hoje a nossos amigos cultos, ocultos e associados mais um álbum dessa notável intérprete que foi a argentina Mercedes Sosa (1935-2009). Trata-se de “Cantata Sudamericana”, gravado na Philips portenha em 1972 e lançado no Brasil apenas em 1980. É uma verdadeira obra-prima, com todas as suas oito faixas assinadas pela dupla Ariel Ramirez-Félix Luna (também autores da “Misa criolla”), abrangendo ritmos, temas e motivos originários de várias regiões sul-americanas, ao mesmo tempo em que procura ressaltar valores étnicos e estéticos do continente . As músicas têm um ponto em comum e se relacionam, embora algumas já tenham sido gravadas anteriormente pela própria Mercedes, como “Canta tu canción” (esta, dedicada ao Brasil, com direito até a compassos de bossa nova) e “Antigos dueños de las flechas”. Destaque ainda para as duas últimas faixas, “Sudamericano em Nueva York” (com nítida influência do jazz) e “Alcen las banderas”, com muito de caribenho em sua concepção. Aqui, “La Negra” está em sua melhor forma, e há quem considere este “Cantata Sudamericana” seu melhor trabalho em disco. Com sua permanente atualidade, é um álbum que merece, com toda justiça, a postagem do nosso TM. Imperdível! E vem mais Mercedes Sosa por aí, aguardem…

es sudamerica mi voz
canta tu cancion
antiguos duenos de las flechas
pampas del sur
acercate cholito
oracion al sol
sudamericano en nueva york
alcen las banderas

* Texto de Samuel Machado Filho

Iván Pérez Rossi – Canciones De la Eterna Natividad (1990)

Prosseguindo o ciclo dedicado à música popular folclórica e latino-americana, o TM oferece hoje a seus amigos cultos e associados uma verdadeira raridade. Trata-se de um álbum originário da Venezuela, nunca lançado no Brasil. É “Canciones de la eterna natividad”, reunindo músicas compostas e interpretadas por Ivan Perez Rossi. Nascido em Ciudad Bolivar, no dia 3 de agosto de 1943, Rossi  é fundador e integrante do grupo Serenata Guayanesa, quarteto vocal e instrumental  executante de música típica venezuelana (abrangendo ritmos como o calipso, o bolero, o aguinaldo, o vals e o merengue caraqueño), surgido em 1971, e reconhecido como patrimônio cultural daquele país. Ivan gravou mais de 50 álbuns com o Serenata e outros cinco como intérprete-solo. Engenheiro de profissão, formado pela UCV (Universidad Central de Venezuela), é  também escritor, e já publicou alguns livros para crianças. Como cantor, tem privilegiada voz de barítono, o que lhe permite entoar notas graves com grande sonoridade, e cantar notas altas, quase de tenor, com muito brilhantismo e afinação. Embora praticamente desconhecido no Brasil, é um autêntico ídolo na Venezuela (país que, no momento em que escrevo esta resenha, enfrenta uma grave crise política). Sendo assim, o TM oferece hoje uma rara oportunidade de conhecer a fundo o trabalho de Ivan Perez Rossi. Este “Canciones de la eterna natividad” é seu primeiro trabalho como solista, e foi lançado em 1990, em esquema de produção independente. Em doze faixas, todas de composição própria, iremos encontrar um pouco da melhor música típica venezuelana, alternando músicas românticas com outras dançantes. Um trabalho de qualidade que vale a pena conhecer, mostrando por que Ivan Perez Rossi é tão querido e apreciado pelos venezuelanos. Confiram…

cidade bolivar
el chirriquitico
sonrie mi niño
quiero parrandear
catalina yánez
dónde esta san nicolas
el niño bendito
el merideño
yo no bebo mas
la muñeca
la virgen maria
cuando yo me muera

*Texto de Samuel Machado Filho

Angel Parra – De Chile (1976)

Dando prosseguimento ao ciclo dedicado á música popular e folclórica latino-americana, o TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados um dos mais expressivos títulos da discografia do chileno Ángel Parra, filho da imortal Violeta Parra (de quem já apresentamos aqui o disco “Canciones inéditas”).  Lançado em 1976 pela Intermusique, de Luxemburgo, o disco se intitula “Ángel Parra de Chile”, e teve também os nomes de “La libertad” e “Yo tuve una pátria” (no Brasil, a extinta Copacabana manteve o título original). Com o nome completo de Ángel Cereceda Parra, este que, além de cantor e compositor, foi também escritor, veio ao mundo na cidade chilena de Valparaíso, no dia 27 de junho de 1943, fruto da união de Violeta Parra com o ferroviário Juan Cereceda Arenas. Teve início de carreira precoce, aos cinco anos, cantando em circos.  Seu primeiro LP-solo viria em 1965, “Ángel Parra y su guitarra”, pontapé inicial para uma constante e prolífica produção musical. Participou do movimento denominado “Nueva Canción Chilena” e, durante um certo período, sua música situava-se entre a canção de protesto e o folclore do Chile, cantando ocasionalmente ao lado de sua irmã Isabel Parra. Ángel foi também um dos compositores chilenos a se abrir para outros gêneros musicais, como o rock, colaborando com o grupo Los Blops. Por suas ideias políticas e sua vinculação à Unidade Popular de Salvador Allende, em 1973, logo após o golpe de estado do general Augusto Pinochet, Ángel ficou detido no Estádio Nacional e no campo de concentração de Chacabuco. Na ocasião, escreveu “La pasión según San Juan, oratório de Navidad”, que gravou e lançou na Europa logo após ser libertado. No exílio, morou no México e na França, dedicando-se a denunciar ao mundo a triste situação de seu país. Nesse período, produziu um álbum de guitarra popular chilena (“La prochaine fois”) e, em 1981, gravou seu último disco em dupla com a irmã Isabel.  A partir de 1989, estaria várias vezes em seu Chile natal para se apresentar artisticamente, mas continuou residindo na França. Nos anos 1990, gravou, entre outros discos, o que comemorou os 500 anos do descobrimento da América (com letras do escritor galego Ramón Chao, pai do músico Mano Chao), o que lembrou os 50 anos do falecimento da poetisa Gabriela Mistral, e outro em homenagem à mãe, Violeta Parra. Em fins de 2004, ao lado da irmã Isabel , recebeu a distinção de “Figura fundamental da música chilena”. Em 2006, publicou um livro sobre a vida de sua mãe, “Violeta se fue a los cielos”. Ángel Parra faleceu em 11 de março deste ano de 2017, aos 73 anos, em Paris, em consequência de um câncer pulmonar, deixando uma discografia que abrange quase 40 álbuns-solo, além dos seis gravados junto com a irmã Isabel. Este “Ángel Parra de Chile” mostra o cantor-compositor em sua melhor forma, apresentando onze faixas bastante expressivas, todas de autoria dele próprio. Isso comprova  que Ángel Parra foi um digno continuador do trabalho de sua mãe, Violeta Parra, e mostra por que ele também é referência obrigatória quando se fala em música popular e folclórica latino-americana.

la liberdad

yo tuve una patria

tango en colombes

auto retrato

que sera de mis hermanos

porque manna se abriran las alamedas

el poeta frente al mar

el dia que vuelva a encontar

compañero presidente

america del sur

levantese compañero

*Texto de Samuel Machado Filho