Eduardo Toledo é um artista mineiro. Cantor, compositor, instrumentista e produtor musical. Foi o criador da banda Agencia Tass, muito conhecida do público mineiro e também fez parte da banda Nepal. Acredito que hoje em dia ele esteja morando no Rio, envolvido com produção musical. A um tempo atrás ele criou juntamente com Valéria Tinoco e Wagner Carone a Navegador Música, um selo que tem lançado muita coisa nova e boa. Neste seu disco solo, o segundo por uma grande gravadora – a BMG/Ariola – temos um trabalho muito agradável. Suas composições bem trabalhadas e pop, me faz lembrar o Claudio Zolli. Mas, longe de comparações, Eduardo Toledo é um artista muito original que merece o meu toque musical.
Elis Regina – Elis (1977)
Esta dispensa comentários. Falar de Elis Regina, como sempre digo, é chover no molhado. Não há o que dizer que ainda não tenha sido dito. Melhor resumir tudo em uma só palavra: Maravilhosa. Os anos 70 foi uma década muito rica na produção musical brasileira, em especial o ano de 1977, muita coisa boa nasceu nesse ano. Eu sou meio suspeito para falar de Elis, mas na minha modesta opinião, este dico é insuperável. É com certeza o disco que mais aprecio, com dez músicas escolhidas a dedo. Um trabalho encantador com arranjos belissímos de Cesar Camargo Mariano no alge da genialidade. Tudo isso sem falar nos músicos participantes e convidados (veja na ficha técnica incluída). Uma jóia imperdível!
Nelson Gonçalves – Coisas Minhas (1966)
Mais um disquinho do grande Nelson Gonçalves. O álbum se chama “Coisas minhas” e não é atoa. Aqui ele também mostra seu lado compositor, todas as faixas são de sua autoria e parceria com diversos outros compositores. Este é um disco que merece atenção. Obra rara do cantor (e compositor).
Antonio Adolfo – Feito Em Casa (1977)
Se tem uma coisa da qual eu me arrependo é de um dia ter vendido quase toda a minha discoteca de vinil e junto dos que foram, deixei ir também este disco do Antonio Adolfo. Além do fato de ser um excelente álbum, foi também um trabalho pioneiro e artesanal. “Feito em Casa” foi um disco único, totalmente independente, onde até a capa tem sua indentidade própria, sendo que nenhuma é totalmente igual a outra. Um verdadeiro objeto de arte, principalmente por essa razão. O álbum foi relançado em cd pela Kuarup Discos, mas não tem o mesmo encanto do vinil. Musicalmente falando, como dizia um amigo meu, o disco é uma pérola de composições próprias e algumas parcerias e convidados. Imperdível!
Eliete Negreiros – Outros Sons (1984)
Eliete Negreiros é sem dúvidas uma das mais belas vozes da MPB. Neste disco, lançado pelo selo Lira Paulistana, fiquei numa dúvida danada. O álbum que eu tenho consta que é de 1984, porém em diversas fontes encontrei com sendo de 82. Bom, vou acreditar que meu lp é um relançamento, mas mantenho a data no selo, 1984. Sobre o conteúdo do disco, só elogios! Um lp bacana, moderno, mesmo com mais de 20 anos. Não há como não reparar as semelhanças nos arranjos de uma boa parte das músicas deste disco, feitas por Arrigo Barnabé, em comparação ao seu inovador “Clara Crocodilo”. Por outro lado é meio injusto dizer, como se vê em várias publicações, que este disco é todo arranjado por Arrigo. Tem também Otávio Fialho, Lelo Nazário, Bozo Barretti e Felix Wagner – músicos e arranjadores que estão presentes no que há de melhor feito no Brasil nos últimos 25 anos. Por isso, vale a pena conferir “Outros sons”.
Jorge Mautner – O Anti Maldito (1985)
Olhando a trajetória artística de Jorge Mautner, que começa no fim dos anos 50, fica difícil entender como um cara como ele ficou sempre à margem do que podemos chamar de “música popular”. Seu maior sucesso até hoje continua sendo “Maracatu Atômico”, eternizados na voz de Gilberto Gil e reciclado através do Chico Science. Acho que Mautner foi realmente um ‘maldito’ (no bom sentido), como tantos outros artistas que a crítica e o povo não souberam classificar. Ou por outra, classificaram-no como maldito, talvez por ser fora do padrão, não aceitando que sua arte se transformasse em ‘fragmentos de sabonetes’ (isso considerando que sabonete é algo que se usa e acaba – descartável). Mautner é bem mais que isso e nunca vai acabar. Em 1985, produzido por Caetano Veloso, ele gravou este disco, pelo selo independente Nova República, que celebra uma nova fase. Nada que mudasse a figura que tanto gostamos, mas dando a ele um impulso. Neste disco, foram gravadas pela primeira vez, músicas como “Iluminação” e “A Bandeira do Meu Partido”, compostas em 1958. Como todos os outros trabalhos, este também é muito bom!
2 – Cachorro louco (Relâmpago dourado) (Jorge Mautner)
3 – Zona fantasma (Nelson Jacobina – Jorge Mautner)
4 – Rock comendo cereja (Nelson Jacobina – Jorge Mautner)
5 – Fado do gatinho (Jorge Mautner)6 – Índios tupy guarany (Jorge Mautner)
Raul De Barros – Hoje Tem Baile (1959)
A gente às vezes recebe umas contribuições, que embora sejam interessantes, muitas vezes acabam por nos dar mais trabalho na hora da postagem. Por favor, não me interpretem mal. Se dá trabalho é porque é bom e merece. No caso deste disco do Raul de Barros foi assim. Só faltou a capa e maiores informações. A capa eu consegui, mas informações sobre este álbum e data é que é difícil. Em vários locais que eu pesquisei não vi uma referência sobre o lp, que fosse plo menos a data. Mas nada! Parece que o álbum não consta na dicografia do Raul (será?). Seja como for, fica em aberto este post para futuras correções. O lp traz doze faixas com músicas bem conhecidas do público em geral, feitas para dançar na sala, no salão ou na gafieira. Relembrando bons tempos que já não se vêem mais. Para os que não conhecem o Raul de Barros, saibam que ele foi um dos grandes do trombone, instrumentista, regente e compositor. É dele o famoso chorinho “Na Glória”, presente também neste lp, vocês lembram? Toque aí…
Astrud Gilberto – Now (1972)
Taí um dos álbuns da Astrud que eu gosto muito. Gravado em 1972, disco tem participações prálá de especiais de Eumir Deodato, Airto Moreira, Mickey Rocker, Billy Cobham, Ron Carter, entre outras feras do jazz e fusion. O repertório é bem apropriado, com composições de Astrud e interpretação ‘made in usa’ para clássicos da MPB. Tem também uma versão de um das músicas mais famosas de Milton Nascimeto e Fernando Brant, “Travessia”, que ficou muito boa. Toque esse toque…
Make love to me – (Astrud Gilberto, Eumir Deodato)
Baião – (L. Gonzaga, H.T eixeira)
Touching You – (P. Adams, D. Jordan)
Gingele – (Astrud Gilberto)
Take It Easy, my Brother Charlie – (Jorge Ben)
Where Have You Been? – (Astrud Gilberto)
General da Banda – (J. Alcides, T. Silva, S. de Mello)
Bridges – (Milton Nascimento, F. Brant, G. Lees)
Daybreak (Walking Out on Yesterday) – (B. Bingham)
Música Popular Do Norte De Minas – Grupo De Serestas João Chaves De Montes Claros (1976)
Mais uma boa contribuição, acompanhada de link e tudo mais. Um disco muito bacana que só podia mesmo vir do selo Marcus Pereira. Este álbum traz o registro de um dos grupos regionais de serestas mais tradicional no norte de Minas. O Grupo de Serestas “João Chaves”foi criado e inicialmente dirigido por Hermes de Paula, historiador e pesquisador que muito lutou para a preservação cultural da região do norte de Minas Gerais. Para quem gosta de música regional e conhece o catálogo da gravadora Discos Marcus Pereira, esta é mais uma jóia. Vale conferir esse toque especial.
Demetrius – Encontro (1973)
Estou aproveitando o dia de hoje para pagar promessas. Segue aqui mais um “Encontro” com Demetrius. Um pedido que eu havia me esquecido, mesmo porque era um disco que eu não tinha. Aqui temos um Demetrius mais maduro, compositor e mais popular. Não é exatamente uma maravilha, mas tem gente que gosta. Já comentaram que eu não devia postar coisas que não gosto. De uma certa forma isso faz sentido. Afinal há tantos outros discos bacana na fila de espera, doidinhos para serem indicados pelo Toque Musical (hehehe…). Tá na hora de tomar uma providência. Semana que vem teremos mudanças, aguardem…
Maria Creuza (1980)
Os Carioquinhas – Os Carioquinhas No Choro (1977)
Vamos agora de chorinho que é o que está faltando por aqui. Trago então este disco super bacana dos Os Carioquinhas, um grupo de jovens talentos da época em seu primeiro trabalho de 1977 pela Som Livre. Formado por Rafael Rabello no violão sete cordas, Luciana Rabello no cavaquinho, Maurício Carrilho no violão de seis cordas, Celso Alves da Cruz no clarinete, Paulo Magalhães Alves no bandolim, Celso Jose da Silva no pandeiro e Mario Florêncio Nunes na percussão. Eles logo se destacaram como a grande sensação jovem do choro brasileiro. De seus componentes o que ficou mais conhecido foi Rafael Rabello. Tornou-se um dos nossos mais virtuoses violonistas, precocemente desaparecido aos 32 anos em 1995. Neste álbum temos um repertório de primeira com nomes renomados como Altamiro Carrilho, Luiz Americano, Pedro Galdino, Alcyr Pires Vermelho, Avena de Castro, Jacob do Bandolim, Carramona, Rossini Ferreira, Aristides Borges, Pedro Galdino e Luiz Otavio Braga. Para os que gostam de chorinho, este é um álbum que não se pode perder. Vai no toque…
Wagner Tiso – Os Pássaros (1985)
Aproveitando o embalo do Som Imaginário, achei que seria interessante postar um disco solo do Wagner Tiso. Figura importante na turma do “Clube da Esquina”, cresceu junto com o Milton Nascimento em Três Pontas, MG. O cara é um dos melhores instrumentistas brasileiros – maestro, compositor e arranjador. Músico nato que começou tocando piano aos 5 anos de idade. Iniciou sua carreira muito jovem, integrando com Milton Nascimento o conjunto “Luar de Prata”, que tocava músicas ao estilo do grupo norte-americano “The Platters” e apresentava-se na Radio Clube de Três Pontas. Com tanto talento, Wagner deslanchou, ganhou o Brasil e o mundo. Tocou em diversos grupos e com variados artistas e estilos. Um dos artistas/músico brasileiro mais respeitado e requisitado da atualidade.
Como podemos observar, Milton Nascimento é uma constante na vida musical de Wagner (e vice-versa). Aqui neste disco, onde impera maravilhosamente o instrumental, temos também a presença de Milton emprestando sua voz como um instrumento musical. Simplesmente lindo…
Som Imaginário (1970)
Já que falamos em Som Imaginário, achei por bem postar este memorável lp, o primeiro de um grupo que ao longo de sua existência, passou por várias formações. O SI já foi rotulado de rock, mpb, jazz e progressivo. Acho que todos serviram de base para eles. Neste primeiro disco a banda era formada por Frederyko (guitarra, vocais), Zé Rodrix (vocais, órgão), Wagner Tiso (piano), Tavito (guitarra base, 12 cordas), Robertinho Silva (bateria), Luiz Alves (baixo) e ainda contam com as participações não creditadas de Milton Nascimento (vocais) e Naná Vasconcelos (percussão). Este álbum também teve (ou tem) uma outra capa que eu não sei ao certo qual veio primeiro. Só sei que no meu a capa é esta. Disco original de 1970.
Sueli Costa (1975)
Como havia prometido, segue agora mais um disco da Sueli Costa. Eu fiz uma confusão danada com esses dois álbuns. Troquei as bolas, porque os dois foram lançados em dobradinha num único cd à uns 10 anos atrás. Mas agora está tudo certo, quem checar verá.
Vamos com o primeiro disco desta grande compositora. Gravado em 75, foi um disco onde ela própria afirma que se tratava apenas de um registro de suas obras. Mas mesmo não sendo uma cantora, Sueli consegue transmitir seus sentimentos de maneira bem agradável. Eu, pessoalmente, gosto muito do timbre de sua voz. Acho mesmo que combina com aquilo que ela canta. Por outro lado, vê-se também outros pontos interessantes neste disco. Os arranjos, todos feitos por Wagner Tiso e Paulo Moura e a participação do Som Imaginário. Grande estréia! Toque este toque.
DENTRO DE MIM MORA UM ANJO Sueli Costa-Cacaso)
ENCOURAÇADO (Sueli Costa-Tite de Lemos)
DEMONÍACA (Sueli Costa-Vitor Martins)
ALDEBARÃ (Sueli Costa-Tite de Lemos)
CORAÇÃO ATEU (Sueli Costa)
NOTURNO N.º O (Sueli Costa-Tite de Lemos)
POEIRA E SOLIDÃO (Sueli Costa)
NUNCA (Lupicínio Rodrigues)
VAMOS DANÇAR (Sueli Costa-João Medeiros)
Edy Star – Sweet Edy (1974)
Esquecido atrás da estante, no fundo do baú ou de algum gaveta – reaparece novamente este disquinho curioso e único de um artista que muitos juravam estar morto, o Edy Star. Aliás, existem muitas lendas sobre o cara, que foi um dos primeiros andrógenos da mídia e o mais famoso transformista do rock brasileiro. Edy foi também um dos integrantes da incompreendida “Sociedade Grã-Kavernista” – uma proposta de ópera rock idealizada por Raul Seixas em 1971. Lembram desse disco? Formados por Raul Seixas, Edy Star, Sergio Sampaio e Mirian Batucada. Edy Star ou simplesmente “Bofélia”, como era chamado por Raul, é o último sobrevivente dessa gang.
“Sweet Edy” foi seu único disco e na época chegou a escandalizar alguns puristas de plantão. Mas endossado pela TV Globo no programa Fantástico e também em matérias de jornais e revistas, acabou sendo aceito e liberado pelos censores. Acho que sua carreira ‘fonográfica’ não foi adiante por questões de puro preconceito. Pelo fato do cara ser um gay assumidíssimo, num país careta onde imperava o poder dos militares.
Neste exato momento, acabo de descobri o paradeiro do Edy aqui no mundo virtual. Ele tem um blog, muito bacana onde conta suas aventuras. Vale conferir, pois ali está também um pouco da história da música e dos espetáculos. Uma boa fonte de pesquisa, contada na primeira pessoa.
Portinho & Sua Orquestra – Samba, O Melhor Do Brasil (1973)
Eis um disquinho aqui muito interessante. Maestro Portinho e sua orquestra, num disco cheio de pérolas da nossa MPB num batido bem ‘suingado’, feito para dançar. Como se pode ver logo a baixo, temos doze faixas, sendo que a metade são composições de Ary Barroso. Uma pessoa me informou que na época, Portinho pensava em gravar um disco apenas com músicas de Ary, mas teve alguns problemas com direitos autorais ou coisa assim. Eu até tentei checar essa estória mas não achei nada. Se alguém quiser se manifestar…
Naire (1974)
Não faz muito tempo, logo que surgiu o Orkut, em uma comunidade de vinil raro em que eu fazia parte, recebi de um amigo um arquivo zipado deste disco. Fiquei muito impressionado com o trabalho do artista que até então eu não conhecia. Infelizmente no arquivo não incluía o encarte nem qualquer outra informação. Depois de muito procurar, acabei achando a capa em um blog de um japonês. Como era muito pequena a imagem e de pouca resolução, deixei no comentários o pedido uma cópia da capa. (Se tem uma coisa que acho o fim da picada são esses blogs de música que não incluem a arte, ou quando o fazem é de maneira grosseira. Não dá nem tesão de ouvir o disco.) Depois de alguns meses, recebo um e-mail com a tal capinha (infelizmente não tão boa quanto eu esperava). De qualquer forma, acho que chegou a hora de postá-lo. Não vou indicar o blog do japa porque ele assim o quer. Como se trata de um álbum um tanto obscuro, pouca coisa se tem a seu respeito na rede. Só mesmo visitando o “Tablóide Digital”, um blog que reúne textos publicados do jornalista Aramis Millarch, para conseguir a informação que repasso neste toque para vocês. Segue a baixo o artigo dele, publicado no Jornal Estado do Paraná em 05/05/1974. É nessas horas que a gente entende a diferença entre notícia e informação. Salve o Armis!
Afinal aconteceu a primeira revelação do ano. Ele se chama Naire, simplesmente, e está chegando num excelente lp da RGE (303.023, março/74), que infelizmente esqueceu de distribuir um press-release para informar quem é o moço, de onde veio, o que pensa. Mas o que afinal não diminui o impacto de sua estréia. Produzido por J. Shapiro, com direção artística de Toninho Paladino e arranjos de Luiz Cláudio Ramos, Naire gravou este seu primeiro disco nos estúdios da CBS, na GB, com a participação de um grupo de bons músicos: Antonio Adolfo, Mamão, Chacal, Chiquinho, Alexandre, Luiz Claudio, Chiquinho do Acordeon, Batô, Laudir, Fernando Leporace, Pascoal e Franklim (flauta).
O repertório não poderia ser melhor: Naire abre com uma das músicas que consideramos das melhores de 73 “15 anos”, que compôs” em parceria com Paulinho Tapajós e que na Phono – 73 foi defendida por Nara Leão. Uma letra sensível e inteligente, que se apropriou perfeitamente a Nara Leão, que dela nos falou de entusiasmo quando aqui esteve no ano passado. Paulinho Tapajós é aliás o grande amigo e parceiro e de Naire, participando inclusive de duas faixas: “Duas Irmãs” e “Quinze Anos”. Juntos fizeram para este lp as faixas “menestral das Cabras” (com um leve toque de Zé Rodrix e seu rock rural), “Um dia Azul de Abril” e, “Bendito Seja”, “A Donzela”, “Paz de Penedo”, “Duas Irmãs” e “Feliz Feliz”. Com Tiberio Gaspar, Naire compôs “Companheiro”, Chá de Jasmimn” e “Passeio Público”. Exclusivamente sua é “A Vida é Agora”. E o inspirado “Ave Maria” de Roberto Menescal-Paulinho Tapajós é a única faixa que não teve sua participação como autor.
Voz suave, personalíssima, arranjos agradáveis e sobretudo o bom gosto dos arranjos e competência dos músicos escolhidos para acompanhá-lo nas 13 faixas deste lp digno, honesto e sensível. Anotem o nome de NAIRE. Ou melhor: comprem o seu disco. Vale os Cr$ 32,00 que custa.
Lucia Turnbull – Aroma (1980)
Lucinha Turnbull pertence àquele grupo de artistas da música que embora não tenham gravado muitos discos, estará para sempre eternizada na história da música brasileira. Isto é uma prova de que (como diz o apresentador Faustão) quem sabe faz ao vivo. Quem tem competencia não depende exclusivamente da mídia e suas ferramentas para ter reconhecido o seu talento. E talento nessa moça é o que não falta. Tocou com uma infinidade de gente boa, principalmente com Gilberto Gil e Rita Lee, com quem ela formou a dupla “Cilibrinas do Éden”. Das Cilibrinas surgiu shows e um disco que não saiu da gaveta (numa próxima oportunidade postarei este álbum que foi sem nunca ter sido). Lucinha é considerada a primeira mulher a tocar guitarra no Brasil. Falo em tocar, mas é tocar de verdade, a ponto de deixar certa vez, o deus da guitarra, Eric Clapton impressionadíssimo. Eles tocaram juntos, informalmente, certa vez em uma festa na casa do presidente da PolyGram.
“Aroma” continua sendo seu único disco solo. Um álbum bacana, mas que não faz juz ao talento desta artista. Ela bem que podia ter nos presenteado com outros discos, mas enfim… O jeito mesmo é ficar antenado para os seus shows ou ouvi-la nos discos dos outros.
Claudette Soares – Você (1974)
Mais uma aquisição interessante que vale a pena conferir, Claudette Soares. Dona de uma voz suave, quase sussurrada, muito agradável de se ouvir, ela nos traz um repertório de sucessos, escolhido a dedo. Eu sou da opinião de que se conhece um interprete pela sua escolha de repertório. Nesse sentido, Claudette nunca me decepcionou. Uma cantora que nunca esteve presa a modismo. Que passou com classe por músicas de protesto (quando lançou o compositor Gonzaguinha, no II Festival Universitário da Música Brasileira no Rio de Janeiro, com a música “Mundo Novo, Vida Nova”), pela Bossa Nova, a MPB romântica e até o jazz. Toque este toque.
Alcione – Pra Que Chorar… (1977) REPOST
2 Pedra que não cria limo (Nilton Alecrim – Vevé Calazans)
3 Recusa (Paulo Debétio – Paulinho Rezende)
4 Pandeiro é meu nome (Chico da Silva – Venâncio)
5 Solo de pistom (Totonho – Paulinho Rezende)
6 Pra que chorar (Baden Powell – Vinicius de Moraes)
7 Não chore não (Dito – Tom)
8 Eu vou deixar (Roberto Correia – Sylvio Son)
9 Feira do rolo (Ederaldo Gentil)
10 Correntes de barbante (Totonho – Paulinho Rezende)
11 Tambor de crioula (Oberdan – Júnior – Oliveira)
Taiguara – Imyra, Tayra, Ipy (1975)
Este é um dos discos mais sigulares de Taiguara. Marca o seu retorno ao Brasil em 75. Um álbum inovador de capa dupla, super bem produzido. Contou com a participação de mais de 80 músicos, entre eles as ilustres figuras de Hermeto Pascoal, Wagner Tiso, Nivaldo Ornellas, Toninho Horta e por aí a fora. Um disco realmente excepcional. O espetáculo de lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias foram recolhidas pela ditadura militar em poucos dias. Absurdamente o lp passou a ser considerado material subversivo. Dava até ‘cana’ para aqueles desavisados que o tivesse ou tocasse lá na vitrolinha. Como diz o Chico Buarque “página infeliz da nossa história”. Sempre perseguido pela censura, Taiguara começa a desconfiar de que a questão é pessoal. Depois dessa partiu para um segundo auto-exílio que o levaria a África e à Europa por vários anos.
2 Delírio transatlântico e chegada no rio
3 Público
4 Terra das palmeiras
5 Como em Guernica
6 A volta do pássaro ameríndio
7 Luanda, violeta africana
8 Aquarela de um país na lua
9 Situação
10 Sete cenas de Imyra
11 Três Pontas (Milton Nascimento – Ronaldo Bastos)
12 Samba das cinco
13 Primeira bateria
14 Outra cena
Tania Maria With Boto And Helio – Via Brazil (1975)
Olha aí “Primeirão”, mais um post para seus comentários. Caso encontre algum novo erro, não deixe passar em branco. É através de críticas e sugestões que busco melhorar o blog. Fale bem ou fale mal, mas não deixe de falar do Toque Musical. (até rimou) Vamos em frente com mais um disco bacana, capaz de fazer o Capitão Gancho babar de inveja. Vamos com a excelente Tania Maria, cantora e pianista, que após estudar piano clássico, acabou optando pela música popular e pelo jazz. Gravou dois lp’s no Brasil, no final dos anos 60 e inicio dos anos 70. Depois foi morar nos States. Ficou por lá um tempo, mas acabou se mudando para a França, contratada para a boate “A Batida”, no complexo “Via Brasil” do centro comercial da Torre Maine-Moutparnasse. Em Paris, onde ainda continua trabalhando, gravou para a RCA este vigorozo álbum produzido por Eddie Barclay. Segue em anexo e como bônus (porque eu sou um cara legal) uma surpresa… Confiram aí…Sueli Costa – Vida de Artista (1975)
Compositora de mão cheia, Sueli Costa começou a carreira no final dos anos 60. Participou de diversos festivais de música e suas composições, geralmente em parceria, foram gravadas por nomes importantes da MPB. Sueli é basicamente uma compositora e talvez por isso mesmo tenha demorado quase uma década para lançar este que foi o seu primeiro disco, em 1975. Em 77 gravou o segundo, disco este que eu não conheço. As músicas apresentadas neste primeiro álbum são obras já consasgradas através de outros intérpretes. Suas parcerias mais constantes, principalmente nas músicas que tiveram maior sucesso são Tite de Lemos e Abel Silva. Este disco assim como o terceiro, “Vida de artista” (que em breve eu postarei aqui) foram lançados em um cd há um tempo atrás, numa série chamada “2 em 1”.
Orlando Silveira & Seu Conjunto – Zequinha De Abreu
Mais uma colaboração de nossos amigos visitantes. Um disco que possívelmente já terá sido postado em algum outro blog, mas que eu não tomarei o trabalho de checar. Digo isso porque não faz sentido toda a vez que eu quiser (corrigido!) publicar algum título, ter antes que procurar o blog ‘primeirão’. Vamos com calma porque como dizem, “o buraco é mais em baixo”, mas o toque é mais em cima. Vamos com a música do genial compositor Zequinha de Abreu, interpretado por Orlando Silveira e seu conjunto. Esta bolacha de 10 polegadas me parece que foi relançada em cd pela EMI Odeon em 2003. Convém dar uma procurada pelas lojas, possivelmente ainda está em catálogo. O toque é esse…
Sergio Ricardo – Com Piri, Fred, Cassio, Franklin e Paulinho de Camafeu (1973)
“Olho aberto, ouvido atento e a cabeça no lugar…” É por aí que eu começo a falar deste disco e deste grande e injustiçado artista. Falo “artista” num sentido ainda mais amplo, pois Sérgio Ricardo é um homem de muitas artes. Músico, artista plástico, cineasta, ator, poeta… e dono de uma voz única. Não foi por acaso que ele começou sua vida profissional no rádio, como locutor. Estou postando este disco do Sergio por ser, para mim, muito marcante. Ele fazia parte da discoteca lá de casa, e sempre bem ouvido. Eu ainda tenho o álbum, porém os chiados e estalos hoje cantam mais alto que o artista. Felizmente, agora recentemente, volto a encontra-lo na rede. Que felicidade! É neste lp que a gente encontra pérolas como “Calabouço”, “Sina de Lampião”, “Juliana do amor perdido”, “Canto Americano” e “Tocaia”. Sei que tem gente por aí que vai dar pulinhos da alegria ao reencontrar este disco. Toque dado, então pode começar…
lado B
Papete – Água De Côco (1980)
Mais um álbum de gaveta que resolvi postá-lo enquanto espero meu arquivo provedor voltar a normalidade (pode-se entender essa justificativa também como falta de tempo). Vamos com este percussionista maranhense, fera do berimbau e outros batidos mais, o grande Papete. Neste álbum ele já era um artista celebrado, principalmente no exterior. “Água de côco” é um trabalho mais musical do que propriamente rítmico. Um excelente álbum. Pena ser tão curto, mas dizem que tudo que é bom dura pouco, né? Toque este toque.
02 Procissão dos Mortos
Tom & Dito – Obrigado Corcovado (1971)
Esta é uma postagem de gaveta, quer dizer, eu havia guardado, pensando um melhor momento para apresentá-la. Mas só hoje percebi (por acaso) que este título já foi postado por, pelo menos uns três blogs. Apesar disso, acho que devo reforçar este toque musical, pois essa dupla foi demais. A parceria Tom & Dito rendeu clássicos que são sucessos nacionais até hoje. Tiveram vários discos interessantes entre os anos de 1971 e 1981. “Se Mandar M’imbora Eu Fico”, de 1974; “Revertério”, de 1976; “Tom & Dito”, de 1977 e “Tom e Dito”, de 1981, foram discos que lançaram vários sucessos que depois viriam a ser regravados por grandes nomes da atual Música Popular Brasileira. “Obrigado Corcovado” foi o primeiro álbum da dupla e tem:
1. HORA DO AMOR
Aquarius (1976)
Álbum produzido por Raymundo Bittencourt só pode ser coisa boa. Foi isso que pensei ao ver esse presentinho que recebi e agora repasso para vocês. O grupo se chama Aquarius e pelas minhas pesquisas rápidas à rede, descobri que foi criado na Espanha por Leonardo Luz, importante músico brasileiro, que vive em Barcelona. Ele é professor de música e uma espécie de embaixador cultural que faz palestras ao piano sobre a música brasileira. Este disco foi gravado em 1976, período em que ele esteve no Brasil. Possívelmente o lp foi gravado para o mercado europeu, mas foi lançado por aqui pela Continental. Albinho bacana, recheado de coisas boas. Dê só um olhada neste toque.
Os Reis do Batuque – Batucada N. 4
Os Reis do Batuque foi o nome dado ao grupo que se reuniu para gravar este disco. Aos moldes de outros maravilhosos álbuns sobre a percurssão brasileira – como os premiados “Batucada Fantástica” do lendário Luciano Perrone – este lp segue na cartilha, trazendo em suas faixas um leque variado de ritmos de samba e ritmos nordestinos como, o xote, xaxado, frevo, forró, côco, maracartu, entre outros… Este disco foi idealizado pelo produtor musical Armando Pittigliani e lançado em 1977. Contou com a participação, mais que especial, de Djalma Corrêa que toca diversos instrumentos. O disco se divide de um lado com ritmos de samba e do outro, ritmos diversos do nordeste. Em 1985 o álbum foi novamente relançado em lp e cassete (lembra daquelas fitinhas?), mas não saiu em cd. Vamos então para mais este toque musical.
