
Este é um dos discos mais interessantes na carreira da cantora Olivia. Nada comparado ao álbum de estréia “Corra o risco”, ao meu gosto, uma jóia dos anos 70. Porém, longe de comparações, “Identidad”, lançado em 82, é uma pérola. Gravado em Havana, Cuba, o disco transpira uma latinidade sem igual, mesclando compositores brasileiros e cubanos. O álbum ainda conta com participações especiais de Pablo Milanés e Silvio Rodriguez (que também produz o disco), além de outros músicos cubanos. Vale o toque…
Uma Noite No 706 (1977)
Este é mais um disco que veio como doação. Após ouví-lo, tive certeza que seria também do agrado de muitos. As informações sobre o disco são um tanto limitadas. Porém pela própria capa se pode ter uma idéia do que iremos encontrar: “música alegre, dançante e bem brasileira”. Um registro singular de dois dos mais constantes grupos – Eduardo Prates & Seu Conjunto e Fernando Martins & Seu Conjunto – que tocavam numa das casas noturnas mais badaladas do Rio, a 706. A curiosidade está no fato do disco não ser dividido em faixas. Gravado ao vivo, com os dois grupos, um de cada lado – temos como resultado um trabalho peculiar, uma noite no 706.
Vi que este álbum já foi postado pelo caçador de bolachas obscuras, Quimsy’s Mumbo Jumbo. Fica aqui então, outra alternativa para quem por lá passou batido. O toque está dado.
Sirlan – Profissão De Fé (1979)
O mineiro Antonio de Jesus, o Sirlan, surgiu no Festival da Canção de 1972, com a música Viva Zapátria”, gravada pelo MPB 4 no disco “Cicatrizes”. Um trocadilho com o filme Viva Zapata, a história do líder guerrilheiro mexicano Emiliano Zapata. Ele tentou gravar um disco, foi contratado por uma grande gravadora, mas teve todas as músicas censuradas. ‘O Sirlan era o caso mais absurdo de censura. Inviabilizaram, acabaram com a carreira dele. Era impossível um compositor levar cinco anos para conseguir aprovar dez músicas e gravar um disco’, lembra Fernando Brant. Uma década se passou para que ele finalmente conseguisse gravar pela Continental este disco, que realmente foi de fé. Sirlan desistiu de enfrentar a censura e passou a compor jingles. Acho que ele ainda continua na publicidade e propaganda. Toque este aí…
O Encontro No Au Bon Gourmet (1962)
Aproveitando um tempinho livre, resolvi criar uma capinha para este registro histórico e raro. Uma maneira de dar cara (pelo menos aqui no TM) ao que poderia ter sido um disco. Aliás um grande disco! Para os que ainda não sabem, ou ainda não o viram (e ouviram) no Loronix, eis aqui uma outra alternativa de conhecer essas gravações. Trata-se de um show, uma temporada no restaurante Au Bon Gourmet, onde se encontraram as ilustres figuras de Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João Gilberto e o grupo Os Cariocas. Realmente um encontro e tanto, que ainda contou com a presença na ‘cozinha’ de Milton Banana na bateria e Otávio Bailly no contra-baixo. Sob a direção musical de Aloysio de Oliveira, o show foi uma espécie de batismo, a primeira apresentação em público de canções que em pouco tempo se tornariam clássicos, como “Garota de Ipanema”, “Samba do avião”, “Samba da benção” e “Só danço samba”. Há também outros momentos memoráveis nessas gravações, que embora um pouco precárias, possuem um valor inestimável. Vamos ao toque…
Silvia Maria – Porte De Rainha (1973)
Premiada em festivais na década de 70, vencedora do Festival Mundial Onda Nueva – Venezuela, interpretando “Heróica” de Adylson Godoy, concorrendo com Astor Piazzolla e Dave Grousin. Apresentou-se ao lado de Dorival Caymmi, Edu Lobo, Milton Nascimento, Baden Powel, entre outros. Para o cinema gravou a trilha “Bodas”, de Milton Nascimento, para o filme “Deuses e Mortos”. Gravou 2 LPs : “Porte de Rainha” (1973) e “Coragem”(1980), com participação especial de Baden Powell, Grupo Medusa, Adylson Godoy e Maestro Roberto Sion.
2. Já Não Há Mais Tempo (Adilson Godoy)
3. Palhaços e Reis (Ivan Lins / Ronaldo Monteiro de Souza)
4. Molambo (Jaime Florence “Meira” / Augusto Mesquita)
5. O Que Vier Eu Traço (Alvaiade / Zé Maria)
6. Coincidência (Eduardo Gudin / Paulo César Pinheiro)
7. Como Eu Queria Que o Amor Voltasse (Adilson Godoy)
8. Festas Mortas (Edu Lobo / Gianfrancesco Guarnieri)
9. E Bateu-se a Chapa (Assis Valente)
10. Descaso (César Costa Filho / Ildásio Tavares)
Le Trio Camara (1968)
Bossa e jazz é sinônimo de Le Trio Camara. Um álbum instrumental da melhor qualidade, gravado na França pelo selo Saravah, traz três competentes músicos brasileiros: Edson Lobo no contra-baixo, Fernando Martins no piano e Nelson Serra na bateria. Este é um disco imperdível para quem gosta de jazz, bossa e música instrumental. Basta ler a baixo o repertório para encarar este excelente toque.
Carlinhos Vergueiro – Brecha (1974)
Mais uma raridade que chega à minhas mãos, ou melhor, aos meus ouvidos. Este é um lp que não vejo a muito tempo, nem nos sebos onde costumo frequentar. Este é o primeiro lp do compositor Carlinhos Vergueiro, que iniciou profissionalmente em 1973, gravando dois compactos também muito raros. Em 74 veio então o álbum, “Brecha”, que seria o ponto de partida para uma carreira que se solidificou muito rápido, principalmente após vencer o Festival Abertura da Rede Globo no ano seguinte, 1975, com a música “Como um ladrão”.
“Brecha” é um bom disco e merece um toque musical, ouça!
Brecha
Lado B
Vendaval
Anna Margarida – Anna (1967)
Anna Margarida, uma cantora pouco lembrada hoje em dia. Na verdade, totalmente esquecida. Estive fazendo uma pesquisa na rede, mas não encontrei nada de substancial. Consta apenas que ela teve uma boa atuação nos anos 60, com participações em discos da Forma. Este álbum, que é importado, eu recebi (o link) como colaboração. Após ouví-lo, não tive dúvidas de que seria um bom e raro toque musical. Anna tem uma voz muito bonita, mas que funciona melhor cantando em português.Infelizmenten não foi possível conseguir informações sobre a artista. Fica este post em aberto para complementos posteriores e a critério dos cometários de vocês. Vale o toque.
Gal Costa (1969)
Vamos mais uma vez com a excelente Gal Costa. Aqui temos o seu primeiro lp, gravado em 1968, mas só lançado em 69. Um exemplar do tropicalismo anunciando a chegada de uma grande interprete da nossa música. Esta é a capa original, que teria saído em 68. Preferi adotá-la por ser bem mais bonita. No mais, o conteúdo é o mesmo. Um álbum marcante e maravilhoso. Básico!
02 – Sebastiana (Part. Giberto Gil)
03 – Lost In The Paradise
04 – Namoradinho de Portão
05 – Sadosismo
06 – Se você Pensa
07 – Vou Recomeçar
08 – Divino, Maravilhoso
09 – Que Pena (Part. Caetano Veloso)
10 – Baby (Part. Caetano Veloso)
11 – A Coisa Mais Linda Que Existe
12 – Deus é o Amor
Zé Côco do Riachão – Voo Das Garças (1987)
Zé Côco do Riachão é conhecido e admirado pelo Brasil afora como o “artesão de sons”, e já foi chamado de “Beethoven do Sertão”. Ele vem do sertão de Minas Gerais, no Vale do São Francisco. Este disco foi lançado originalmente pelo Projeto Trem da História, em 1987 e dez anos depois foi novamente reeditado em cd. O título do lp é uma homenagem ao povoado de São Pedro das Garças, onde morou por vinte três anos. Nesse trabalho, Zé Côco se deu inteira liberdade para escolher o repertório, os arranjos e os músicos convidados (Titane, Marku Ribas, entre outros…). Ele fez questão de utilizar os próprios instrumentos que fabricou. São 17 faixas, de onde brotam e afloram lundús, valseados, corta-jacas, mazurcas, guaianos, dobrados e calangos.
Não me deixe só (Zé Côco do Riachão)
Vôo das garças (Zé Côco do Riachão)
Lundu jaca (Zé Côco do Riachão)
Alvoradinha (Zé Côco do Riachão)
Ping-Pong (Zé Côco do Riachão)
Sapateio no lundu (Zé Côco do Riachão)
Dia dos pais (Zé Côco do Riachão)
Desafio (Zé Côco do Riachão)
Forró do Zé (Zé Côco do Riachão)
Homenagem a São Pedro (Zé Côco do Riachão)
Cipó de Macaco (Zé Côco do Riachão)
Dobrado pra João Fumim (Zé Côco do Riachão)
Canela de Arubu (DP recolhido e adaptado por Zé Côco do Riachão)
Moda pra João de Irene (Zé Côco do Riachão)
Amanhecendo no sertão (Zé Côco do Riachão)
Minha viola e eu (Zé Côco do Riachão)
Guttemberg Guarabyra (1969)
Aqui um disco que eu gosto muito e por certo irá agradar aos que ainda não o conhece. Este é o álbum solo, primeiro lp, de Guarabyra – da dupla Sá & Guarabyra ou do trio Sá, Rodrix & Guarabyra. O álbum foi lançado em 1969 e traz músicas de seus compactos, incluíndo faixas como “Casaco Marron” – uma parceria com Danilo Caymmi e Renato Correia dos Golden Boys – que foi sucesso na voz de Evinha (lembram dela?). No disco há também “Margarida”, vencedora do II Festival Internacional da Canção (fase nacional) de 1967 e de bônus tem também aquele famoso jingle feito para a propaganda da Pepsi Cola. A música desse comercial fez também grande sucesso, todo mundo cantou… “só tem tem amor quem tem amor pra dar… nós escolhemos Pepsi e ninguém vai nos mudar.” Zé Rodrix & A Agência De Mágicos – Quem Sabe Sabe, Quem Não Sabe Não Precisa Saber (1974)
Em agosto, logo no segundo mês da ‘ressurreição’, eu havia postado aqui o primeiro disco solo do Zé Rodrix. Um grande toque musical. Agora trago o segundo que é tão bom quanto o primeiro. Uma continuação do trabalho anterior em 12 faixas afiadas. Acompanhado pela banda Agencia de Mágicos, Zé acertava em cheio na sonoridade que o disco carregava. Eu não sou crítico e nem quero ficar floriando mut neste post. Quem já conhece o Zé Rodrix sabe que vai sempre encontrar coisas boas. Sua experiência ao longo da carreira com grupos tão díspares como o Momento Quatro, Som Imaginário e o famoso trio Sá Rodrix & Guarabyra, conferem a ele uma versatilidade única. Eu ainda não ouvi um disco do cara que pudesse chamar de ruim. Suas composições têm brilho próprio. Este é mais um toque prá lá de musical, vai fundo…
Os Sambeatles (1965)
Para encerramos a semana do rock, achei que seria interessante postar este disquinho. Não é exatamente rock, mas refere-se a ele, evidentemente aos Beatles. Aqui temos uma re-leitura de algumas pérolas dos Fab Four em ritmo de bossa e jazz. Muito bacana. Eu ouvi alguma coisa, mas não conhecia o disco. Segundo contam, Os Sambeatles foi o nome usado pelo trio de Manfredo Fest para gravar o disco. Quem ainda não conhece, vale a pena conferir. O toque é este.
O Terço (1970)
Antes que a semana do rock aqui no Toque Musical acabe, quero postar mais alguns que já estavam listados. Vamos agora com outra banda, O Terço. Um grupo acima da média, que está na estrada desde 1969. Concebido para ser um trio (daí a origem do nome, uma tríade), o grupo era formado por Sérgio Hinds, Vinícius Cantuária e Cesar Mercês. Este último viria a ser substituido por Jorge Amiden ao lançarem este que foi o primeiro LP, em 1970. Um trabalho que apresenta um rock básico tipo anos 50 e 60, com leves pitadas progressivas. O grupo escandalizou alguns católicos terço fanáticos, ao posarem de jeans, camisetas e descalços dentro de uma igreja para a foto da capa. O Terço foi sem dúvida uma das maiores bandas de rock que já tivemos. O ápice, ao meu ver, foi no disco “Criaturas da noite”, com o Flávio Venturini e Magrão no time. Infelizmente, com as diversas mudanças sofridas ao longo do tempo, a banda foi perdendo seu encanto. A persistência do Sérgio Hinds acabou levando o Terço para um arremedo de si mesmo. Me parece que em 2005 eles voltaram com essa formação de 30 anos atrás (Sérgio, Flávio e Magrão) para fazerem algumas apresentações. Acho que rolou um disco também, mas essa estória fica para uma outra oportunidade. Segue aqui então o álbum de 70 e de bônus estão incluídas as faixas do compacto que saiu em 1971.
Blow Up – Expresso 21 (1971)
Outro grupo que gosto muito e que não pode faltar um toque é o Blow Up. Este surgiu em Santos no final dos anos 60. O nome “Blow Up” foi tirado de um filme homônimo de Antonioni, aqui no Brasil conhecido como “Depois daquele beijo”. Eles gravaram dois lps, sendo este o segundo, que também é conhecido como “Expresso 21”. Antes porém, gravaram com o Zegê (hoje, Zé Geraldo) um compacto em 1968 e posteriormente mais dois em 76 e 77 – além de participações em coletâneas e tema de novela. Dizem que o primeiro lp é muito bom e tão raro quanto este. Eu, nunca vi nem a capa. Quem souber, por favor, me dê um toque. Enquanto isso, vamos curtindo o segundo que é muito rock.
Os Lobos – Miragem (1971)
Me lembro do quanto esta capa fazia sucesso entre meu grupo de jovens amigos, bem mais que o próprio disco. A primeira vez que vimos este lp com um olhão na capa, pesavamos que ser tratasse de uma banda internacional. Bem maneira… Os Lobos surgiram em Niteroi, RJ, no final dos anos 60. Na formação da banda destaca-se o cantor e compositor Dalton que veio a fazer sucesso nos anos 80 e 90. Lançaram este que foi o primeiro lp em 71 e no ano seguinte, o grupo participou do Festival Internacional da Canção, classificando-se entre os dez finalistas com “Eu sou eu, Nicuri é o diabo” de Raul Seixas. Embora num passado a capa me atraísse mais que o disco, hoje posso dizer com certeza que é o inverso. O disco é muito bom e ainda estão incluídos como bonus, as músicas dos primeiros compactos, seguindo a cartilha dos Mutantes.
Bango (1971)
O Bango é mais uma banda bacana de um disco só. Uma pena, porque os caras faziam um som de qualidade. Um rock com influências que passavam do hard ao progressivo e em alguns momentos a semelhança, pricipalmente em “Motor Maravilha”, com os Mutantes que naquele mesmo ano estavam bombando. Influências a parte, o disco é uma obra essencial do rock brasileiro. Toque básico!
Rita Lee – Build Up (1970) REPOST
Por certo vocês não acharam que eu iria esquecer, neste momento, de trazer o filé, né? Pois é, tudo tem sua hora e o da Rita Lee chegou – e muito bem acompanhada pelos seus companheiros dos Mutantes. O disco é bem legal, com composições próprias, parceria com Arnaldo Baptista e Élcio Decário que foi um compositor que teve um breve e marcante ‘caso’ de parceria a banda (basta ouvir Ave Lúcifer para comprovar), no álbum A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado. O disco ainda tem a versão “José” que virou o hit de sucesso. Após o lançamento deste lp, Rita Lee foi convidada a se retirar da banda. Daí começaria uma nova etapa cheia de sucesso e sucessos. Salve Santa Rita de Sampa!
Calma
Viagem Ao Fundo De Mim
Precisamos De Irmãos
Macarrão Com Linguiça E Pimentão
José ( Joseph )
Hulla-Hulla
And I Love Her
Tempo Nublado
Prisioneira Do Amor
Eu Vou Me Salvar
Silvinha (1971)
Mineirinha da cidade de Mariana, Silvinha é uma cantora que surgiu em 1967, lançada no programa do Chacrinha. Participou de diversos programas musicais na televisão, tendo também seu próprio programa, “O Bom”, no qual ela se apresentava ao lado de Eduardo Araújo, que veio a ser depois o seu marido. Gravou três lps na Odeon, nos anos de 1968, 1969 e este que apresento, de1971. Tornou-se uma das mais requisitadas cantoras de estúdio do Brasil, gravando em dupla com vários artistas, inclusive com o maridão Eduardo Araújo. Embora não sendo exatamente uma maravilha, este disco é mais um que reflete bem o clima do início dos anos 70. Vale o toque, vale conferir…
Gal Costa – Gal (1969)
Falar sobre a cantora Gal Costa é chover no molhado. Uma interprete inquestionável, cantora de um timbre dos mais agradável e versátil como poucas. Seus discos refletem bem cada momento de sua carreira. E é justamente no início, nos primeiros discos, que podemos saborear sua fase mais jovial e rebelde. Aliás, quem não é rebelde na juventude, principalmente nos anos 60. Aqui temos o segundo lp de Gal, um disco psicodélico até na capa. Um misto de rock lisérgico e ‘baforadas tropicalientes’. Eu ouvi este disco a primeira vez quando tinha uns 15 anos e fiquei muito impressionado com um lado da cantora que eu até então não conhecia, e olha que já haviam se passado 7 anos da época do lançamento. Naquele momento eu achava este disco super atual. Na verdade, continuo achando. Para mim, este álbum é básico! Toca esse toque aí…
2 Tuareg
3 Cultura e civilização
4 País tropical
5 Meu nome é Gal
6 Com medo, com Pedro
7 The empty boat
8 Objeto sim, objeto não
9 Pulsars e quasars
Jorge Amiden, Luiz Junior & Alen Terra – Karma (1972)
Este é outro grupo muito interessante, que na verdade eu pretendia postá-lo em um segundo momento do ‘rock brasilis e seus derivados’. Acabei fazendo uma confusão nas postagens que pretendia levar cronológicamente até 1970. Acabaram entrando alguns que ultrapassam essa data. Assim sendo, extenderei os álbuns até 1972. Foi exatamente nesta data que o guitarrista Jorge Amiden (primeiro músico de que se tem notícia no mundo que apareceu tocando uma guitarra de três braços) saído dO Terço, se juntou a Luiz Junior e Alen Terra para gravarem este disco, o Karma. Mais um grande e único álbum que deu nome a banda que também participou do FIC (Festival Internacional da Canção), com a música “Depois do porão”. O grupo teve outras formações até por volta de 1976, mas não chegaram a gravar outro disco. Vai neste toque…
Liverpool – Por Favor Sucesso (1969)
Depois de já ter postado aqui na última semana uma série de deliciosos discos de rock, fico pensando se já não é hora de trocar o tema. Contudo, ainda gostaria de apresentar mais alguns, aproveitando a leva dos ripados. Para os fans de outros gêneros, eu peço apenas um pouco mais de paciência. Em breve entrarei com coisas mais inéditas. Enquanto isso, vamos com mais uma destacada e ‘descolada’ banda do fim dos anos 60. O Liverpool foi um dos representantes do rock feito no sul. Formado em Porto Alegre, a banda gravou um único álbum, em 1969, recheado de psicodelia e tropicalismo. “Por Favor Sucesso” é resultado da classificação do grupo na fase regional no II Festival Universitário da Música Popular, em que o grupo defendeu a música que deu nome ao álbum, de autoria de Carlinhos Hartlieb. Um disco cheio de influências do rock americano, inglês e tropicalista, abusando de guitarras distorcidíssimas e harmonias ousadas. O diferencial da banda está no fato de tocarem músicas próprias e em português. Grande banda! Vale o toque.
Espectrum – Geração Bendita (1971)
Este álbum é na verdade a trilha sonora de um filme, “Geração Bendita”, tão obscuro quanto o grupo que toca, o Espectrum. Foi considerado a um tempo atrás um dos discos de rock progressivo mais raros e cultuados do mundo, chegando a valer uma baba para colecionadores que corriam os quatro cantos do país (e também do mundo), por lojas e sebos, atrás da preciosa bolacha. Hoje eu não sei exatamente a quantas anda este disco no mercado, pois a um tempo atrás, com toda essa badalação, um dos criadores do grupo, José Luiz Caetano, resolveu investir em seu relançamento. Criou um site onde conta toda a história do grupo e do filme. Para quem quizer saber mais detalhes e adquirir o disquinho, vale a pena dar uma conferida no endereço http://www.spectrum.mus.br/. O toque tá dado…
The Galaxies (1968)
Outra banda que marcou vez no circuito ‘underground’ paulista dos anos 60, foi o The Galaxies.
Formado pelo inglês David Charles Odams (guitarra e vocal), pela americana Jocelyn Ann Odams (maracas e vocal) e pelos brasileiros Alcindo Maciel (guitarra e vocal) e José Carlos de Aquino (guitarra e bateria). Com um repertório totalmente de baseado em covers de grupos ingleses e americanos, eles gravaram este que foi o seu único lp, pelo selo Forma em 1968. A sonoridade da banda, no alge do psicodelismo, nos faz lembrar em muito o rock lisérgico de Grace Slick e seu fabuloso Jefferson Airplane. Toque este toque.
Os Brazões (1969)
Como tantos bons grupos que surgiram no final dos anos 60, Os Brazões foram outro que mesmo acima da média não passou deste único disco. Porém, eles não fizeram feio, muito pelo contrário. Gravaram um disco bem dosado entre o psicodelismo e tropicalismo, rico em percussão e com letras em português. Os Brazões era banda que acompanhava Gal Costa naqueles tempos. Vale a pena ouvir e conhecer mais este toque.
Módulo 1000 – Não Fale Com Paredes (1972)
Este é um disco que merece atenção. Quando o rock no fim dos anos 60 no Brasil era mais ou menos o que tem sido mostrado aqui, um grupo estaria surgindo com uma nova proposta. Era a primeira vez no Brasil que se ouvia um tipo de rock que ultrapassava os limites do psicodélico, uma nova sonoridade com pretensões bem maiores que um simples modismo. “Não fale com paredes” era revolucionário até na capa totalmente conceitual. O Módulo 1000 apareceu através deste lp, que eu considero uma obra prima, um marco inicial do rock progressivo brasileiro. Como sempre, foi mais uma jóia mal apreciada, esquecida e raramente lembrada. Contam que na década de 90, um colecionador de discos do Rio de Janeiro comprou os direitos do Módulo 1000 junto a Top Tape e transformou o LP em CD com um número limitado de cópias (no Brasil). O CD saiu pela Zaher Zein/Projeto Luz Eterna. E me parece que também se extendeu ao mercado internacional, sendo relançado na Europa. Alguém me falou que havia comprado um na Alemanha. Enquanto isso na terra mãe, ficamos com arquivos em mp3 e os poucos e raros exemplares em vinil, como este que eu só vendo por 1000 (reais). Quer comprar? Eu tenho dois 🙂 . Segue aqui então o álbum com direito a capa, contracapa, selos e partes internas. Aproveito e incluo também de bônus mais 8 músicas do grupo, que fizeram parte do “Love Machine” e da coletânea “Posições”. Gostaram? Isso sim é que é uma senhora postagem. Serviço completo!
02. Não Fale Com Paredes
03. Espêlho
04. Lem – Ed – Êcalg
05. Ôlho por Ôlho, Dente por Dente
06. Metrô Mental
07. Teclados
08. Salve-se Quem Puder
09. Animália
The Brazilian Bitles – Brazilian 60’s Nuggets Collection (2001)
Outra banda que não pode faltar é sem dúvidas o Brazilian Bitles. Esse grupo fez muito sucesso durante os anos 60. Esteve totalmente envolvido na Jovem Guarda e na beatlemania. Foi um dos primeiros a aparecer com um visual diferente, cabelos compridos e atitude. Tiveram um programa na TV Excelcior nas tardes de sábado, o “Brazilian Bitles Club” de onde surgiram vários artistas e bandas no cenário pop nacional. Gravaram ótimos discos que, injustamente, nunca foram relançados em cds. Uma pena… Segue então esta coletânea, num toque especial, que define basicamente o trabalho do grupo.
O Bando (1969)
Red Snakes – Trying To Be Someone (1970)
Taí outra banda muito boa que reinou nos fins dos anos 60 em bailes no Rio. Os caras começaram ainda crianças, meio que na brincadeira, seguindo a linha instrumental que outros grupos faziam. Estrearam em disco em 1966, gravaram alguns álbuns, mas foi somente neste “Trying To Be Someone”, seu último álbum, que eles realmente mostram como eram bons. Foi o único disco onde eles apresentaram composições próprias. Mesmo apesar de uma certa popularidade, com o lp lançado com cuidado por um selo grande, o Mocambo, e ter sido bem divulgado, o álbum não decolou como deveria. Uma pena. Isso talvez, devido ao fato das letras serem em inglês. Seja como for, este é mais um disco que merece o toque musical.
Os Megatons (1964)
Um álbum curioso e raro. Digo isso porque depois de uma pesquisa prolongada, ainda não consegui juntar inteiramente as peças deste grupo com o disco. Este álbum consta como sendo de 1964. O banda foi criada no inicio dos anos 60 pelo guitarrista Joe Primo do Jet Blacks e até 66 era exclusivamente instrumental, aliás era o que predominava na época. Até aqui tudo encaixa direitinho, porém não encontrei informação sobre este disco. O que é curioso, se tratando de um álbum gravado pela Philips. Na discografia do grupo este lp não está presente. Seria um outro Megatons? Parece que não… Alguém pode nos dar a luz? Eu dou o toque musical.