Isaura Garcia – Sempre Personalíssima (1959)

Completando a ‘dobradinha’, tenho aqui mais um ‘mimo’, recompensando o mal entendido da primeira de hoje. Este é para ser perdoado. Tenho certeza que vocês irão apreciar. Temos aqui, Isaura Garcia, num disco importante de sua carreira. Gravado em 1959, este álbum conta com a participação do marido, Walter Wanderley e seu conjunto. O repertório é bem agradável com músicas de Ted Moreno, Haroldo Barbosa, Billy Blanco e Tom Jobim com “Meditação” – musica esta que viria meses depois a adquirir a versão definitiva na voz e violão de João Gilberto. Mas vamos deixa o João pra lá e ouvir o que mais a ‘Personalíssima’ tem a nos oferecer.

saia do meu caminho
se você viesse
de conversa em conversa
premio de consolação
mensagem
aperto de mão
e daí? (proibição inútil e ilegalP
podei ser eu
meditação
a banca dodistinto
sêde de amor
feiúra não é nada

Nora Ney – Ninguém Me Ama (1960)

Meus caríssimos, retomo esta postagem para corrigir e me desculpar pelo texto que havia anteriormente aqui. Ao apresentar a cantora Nora Ney, acabei sendo um pouco indelicado. Reconheço meu erro e, literalmente, retiro tudo que o disse. O blog é pessoal, mas o acesso é público. Além do mais, quem sou eu tão belo para falar assim?
Nora Ney, ao lado de Dolores Duran e Maysa, foi uma das precurssoras desse estilo “dor de cotovelo”. A música título “Ninguém me ama” de Antonio Maria e Fernando Lobo se tornou um clássico. Mas o disco não é só fossa, tem o samba “Telecoteco n.2” que dá uma levantada no astral. Ouça este toque!

ninguém me ama
felicidade
preconceito
bar da noite
de cigarro em cigarro
menino grande
você nasceu pro mal
saudade mentirosa
telecoteco n.2
contraste
imenso amor
mentira

Lila – A Madrugada Na Voz De Lila (1961)

…E continuando, para compensar o que eu havia dito antes sobre postagens iguais, escolhi este disco, que tenho certeza, ainda não ‘pintou nas bocas’. Quero dizer, ainda não foi postado por nenhum outro blog. E uma das razões para isso é o fato de ser este um disco raro, de uma cantora pouco conhecida. Alguém aqui já ouviu falar em Lila? Eu mesmo, nunca soube… nada além do que temos na contracapa. E o que temos lá não é muito além de uma apresentação da cantora ao público pelo Sylvio Cézar, o qual também contribui no disco como compositor em parceria com Ed Lincoln em três faixas. Descobri que Lila participou do conjunto de Djalma Ferreira, os “Milionários do Ritmo”, fazendo parte no coro feminino. Lila gravou apenas dois discos e sumiu do mapa. As informações sobre ela, com disse, se limitam ao texto da contracapa e se complementa no excelente blog de Domingos Junior, o Please, garçon!, do qual eu agradeço a ‘clareada’. Lá consta uma informação mais detalhada, confiram esses toques!

choro sim
nunca mais
amor perigoso
é gostoso
vai com deus
gota de orvalho
destino
vendaval
olhou pra mim
saudade intrusa
amor de mentirinha
boa noite saudade

Lana Bittencourt – Sambas do Rio (1960)

Boas… Mais uma vez estamos aqui batendo na mesma tecla. Separei alguns álbuns de cantoras dos anos 50 e 60 sem me atinar para o fato dos mesmo já terem sido postados em outros blogs. Se por um lado essa repetição pode ser boa para o público, por permitir alternativas de ‘download’, por outro fica ruim porque ficamos ‘nas mesmas’. Mas seja como for, as bolachas aqui já saíram do forno. Depois desse trabalhão todo, me desculpe, mas vocês vão ter que provar.
Assim, temos para iniciar, um álbum da Lana Bittencourt de 1960. Um disco onde a cantora interpreta composições de Tom Jobim e Luiz Antonio. Pessoalmente, dos álbuns da ‘Internacional’, este é o que eu mais aprecio. Se for do agrado de vocês, postarei outros álbuns dela. Aliás era isso que eu deveria ter feito para não ficarmos ‘nas mesmas’. Outro dia não há de faltar…

Amor amor
Longe é o céu
Poema das mãos
Corcovado
Eu e o Rio
Outra vez
Chorou chorou
Só em teus braços
Estrada do amor
Fotografia
Ri
Este seu olhar

Ellis Regina – Poema De Amor (1962)

Entre as musas, nossa querida “pimentinha” não poderia faltar. Escolhi este disco da Elis por ser o que tem mais a ver com o momento e com a época. Este foi o seu segundo lp, lançado em 62. Ela nesta época não havia completado nem 2o anos e já despontava como uma grande intérprete. Nesses primeiros álbuns a ‘baixinha’ pouco nos faz lembrar a grande cantora que o Brasil viria a conhecer. Hoje, quando escuto a Maria Rita, sinto ecoar a voz de Elis. Dá saudade…
Não faz muito, toda a discografia de Elis Regina foi relançada em cd. Acredito que, sem muito esforço, é possível encontrar este discos nas lojas.

poema
pororó popó
kiss me, kiss me
nos teus lábios
vou comprar um coração
meu pequeno mundo de ilusão
a secretaria
saudade é recordar
pizzicati pizzicato
canção de enganar despedida
confissão
podes voltar

Morgana (1960)

Olá amigos! Começamos a segunda-feira com mais um disco de cantoras. Nesta, temos para começar, Morgana Cintra ou simplesmente Morgana (a fada loira). Eu fiquei na dúvida se postaria ou não este disco, que infelizmente apresenta alguns estalos e chiados. Isso as vezes me incomoda muito. Mas considerando ser este um álbum com mais de 40 anos, somado ao fato de ter entre suas faixas composições de Dolores Duran, Tom Jobim, Cole Porter e a badalada versão para “Hymne a l’amour” de Edith Piaf, resolvi postá-lo.

Morgana foi uma cantora de formação lírica. Ingressou na música popular em 1958. Seu sucesso inicial foi a primeira gravação de “Serenata do Adeus”, música que a fez conhecida em todo o território nacional. “Hino ao Amor”, na voz de Morgana Cintra, também conquistou o público, fazendo muito sucesso. Apesar dos ‘estalinhos’, vale a pena ouvir a’fada loira’.

choro por você
este seu olhar
palavras ao vento
conoscerti
bem-te-vi
canção da tristeza
hymne a l’amour
se amor é isso
silêncio
fram this moment
o amor
de tanto acreditar

Dalva De Andrade – Eis Dalva De Andrade (1959)

Na sequência, venho com este álbum, que foi o primeiro lp da Dalva de Andrade, lançado pela Polydor em 1959. O disco traz entre novas uma seleção de músicas em discos de 78 rpm, gravados anteriormente. Não posso afirmar se são as mesmas gravações, acredito que sim. Os arranjos, orquestração e direção musical são do maestro Peruzzi. Os destaques ficam por conta da composições de Tom Jobim com Vinícius de Moraes e Aloysio de Oliveira. Dalva iniciou sua carreira no disco em 1955, já gravando dois bolachões. Seu disco mais famoso foi “Serenata Suburbana” de 1960. Sua carreira duraria apenas até os meados dos anos 60, quando por motivo de surdez foi obrigada a afastar-se da vida artística. Toque este toque…

Flamingo
Além do Céu
Brigas Nunca Mais
Sereno
Eu Sei Que Vou Te Amar
É Luxo Só
História
Balada Para Esquecer
Linda Espanha
Vou-me Embora de Ti
Sou Eu
Eu Preciso de Você

Rosana Toledo – Momento Novo (1964)

Começo hoje, no domingo, uma semana dedicada às cantoras. Farei o possível para trazer até vocês dois álbuns por dia (presentão, heim?). Tenho aqui algumas que selecionei e que por certo, entre essas, haverão aquelas que já foram postadas por outros blogs. Mas mesmo assim irei postá-las porque me deu um trabalhão todo o preparo, além de serem os discos que tenho à mão. Eu sinceramente me cansei de ficar checando se um determinado álbum já foi ou não apresentado em outros blogs. Não quero copiar ninguém, apenas colocar no meu blog os discos que gosto, quero ou os que me pedem. Acho que repetir, nessas condições, só faz reforçar a presença. Assim vou começar reforçando a presença de Rosana Toledo, neste álbum que como o título mesmo diz, traz um momento novo, a Bossa Nova. Rosana vem com um repertório recheado de composições finas, inclusive com composições da irmã Maria Helena e do cunhado Luiz Bonfá. Isso sem falar em Bôscoli, Menescal, Jobim e mais… Para fazer esse disco ficar ainda melhor, temos os arranjos e orquestração do maestro Gaya. Um disco realmente muito bom que vale a conferida, para aqueles que ainda não o ouviram.

hoje é dia de amor
inútil paisagem
recomeço
quanto custa amar
a tarde sorriu pra mim
adriana
momento novo
ama
pequeno olhar
mar à mar
encanto triste
só tinha de ser com você

André Penazzi – Orgão… Samba… Percussão (1963)

Para fecharmos o dia e encerramos a noite, vamos no embalo do André Penazzi e seu orgão a la Walter Wanderley (sem querer comparar, claro). Este é o primeiro de uma série de discos gravados por Penazzi entitulado ‘Orgão Samba Percussão’. Estou postando este volume porque acho que ele ainda não apareceu nas bicas. Pessoalmente, eu acho essa série à um passo do bizarro. Algo que me soa tão estranho quanto o Pepeu Gomes solando em sua guitarra o Hino Nacional. Porém, contudo, todavia… gosto não se descute – se comenta ou se lamenta. Hoje em dia eu até que gosto mais. Algumas coisas são como caco de vidro ao sol, quanto mais distante, menos pobre, mais brilhante (putz! essa nasceu agora, de minha lavra!). Eu, nessa altura do campeonato só quero mesmo é comentários. Até amanhã!

samba de madrugada
castiguei
tema do boneco de palha
levanta mangueira
você
e… você não diz nada
mulata assanhada
liberdade demais
samba da minha terra
só vou de mulher
chora pierrot
quero morrer no carnaval

Paulo Marquez – Doutor Em Samba (1959)

Aqui estou, ansiosamente esperado para trazer as novidades… E hoje, boas novas eu trago e espero que sejam inéditas. Tenho aqui este disco que, para quem não conhece, vai ser um toque mais que musical, especial! Podem comentar…
Paulo Marquez é um nome pouco lembrado (ou pouco falado?). Mineiro de Uberaba, este cantor começou sua carreira no final da década de 40 em sua cidade natal. Seu nome verdadeiro era José Marquez. Em Belo Horizonte, trabalhando na Rádio Guarani, adotou por sugestão do radialista Rômulo Paes o nome de Paulo Marquez. Sai do José e caí no Paulo, vai entender…? Seja como for, o cara acabou fazendo-se ouvir para além das montanhas de Minas. E como todo bom artista, acabou indo parar no Rio. Foi por lá, em 1956 que Paulo Marquez gravou seu primeiro disco, um bolachão de 78. Em 1958 grava o primeiro lp pela Columbia “Orgia de Samba”, acompanhado pelo Regional do Canhoto. O disco foi muito bem recebido pelo público e pela crítica. No ano seguinte gravou novamente pela Columbia este que foi o seu segundo e mais importante disco. Não é preciso dizer muito, basta ler na capa e já podemos ter idéia do nível deste trabalho. Composições de Billy Blanco com arranjos e orquestração de Radamés Gnattali.
À propósito, na capa de apresentação deste álbum, coloquei a logomarca do TM apenas para cobrir o selo da loja, que algum infeliz fez o (des)favor de colar. Propaganda aqui, só se for cultural, musical e sem fins lucrativos. Né não? 🙂
.
samba de doutor
obrigado excelencias
camelô
o amor é cego
minha vida com teresa
coringa
na janela do mundo
feiúra não é nada
viva meu samba
estatuto de boite
vaca de presépio

I Festival Nacional De MPB – O Brasil Canta No Rio (1968)

Para que esta sexta-feira não fique com cara de que foi em vão, resolvi incluir mais um álbum, que tenho (quase) certeza de que ainda não foi publicado em nehum outro blog. Espero que os amigos apreciem e também comentem.
Este é álbum oficial do I Festival Nacioanal de MPB – O Brasil canta no Rio – promovido pela TV Excelcior. Aqui estão reunidas as músicas que vieram a ser classificadas no festival, sendo “Modinha” de Sérgio Bittencourt a merecida vencedora. Esta música foi defendida pelo ‘papa-festivais’ Taiguara e depois disso veio a ser gravada por outros inúmeros cantores da MPB, se tornando um clássico desde então. Vale mais do que nunca conferir esta bolacha.
(esta eu peço que aguardem até amanhã, quando já terá saído do forno, ok?)

você passa eu acho graça – clara nunes
ultimatum – marcos valle e anamaria valle
a vez e a voz da paz – taiguara
presente de mãe d’agua – maria creuza
capoeira – joão dias
reza praiana – mary lauria e o grupo de ensaio
modinha – taiguara
berenice – beth carvalho
bloco do eu sozinho – marcos valle
salina – mary lauria e o grupo de ensaio
dia de alegria – pedrinho rodrigues
lema – mauro marcelo

Elizeth Cardoso & Zimbo Trio – De Manhã (1975)

Escolhi este disco com o maior cuidado, esperando estar trazendo alguma velha novidade… qual nada! Só agora me dei conta de que o mesmo já havia sido postado no Loronix. Tenho que ficar atento a isso para não cair na repetição e nem parecer que ando puxando algumas de suas postagens. Coincidentemente temos algumas coisas em comum. Mas procurarei evitar novo ‘remaker’. Hoje, inevitavelmente, irei então reforçar e reafirmar as qualidades deste álbum.
Este lp foi gravado ao vivo na boate Sucata em 1969, em show dirigido por Hermínio Bello de Carvalho num período em que Elizeth e o Trio estiveram juntos participando de diversas turnês pelo Brasil e países da America Latina.
Se você foi desatendo como eu e só agora se tocou da presença deste disco, aproveita então para conferir aqui, com a mesma qualidade e atenção que você encontra por lá…
de manhã
exaltação à bahia
ilusão atoa
travessia
eu disse adeus
zazueira
o conde
de onde vens
casa forte
faixa de cetim
morro
sei lá mangueira

Dick Farney – Copacabana (1969)

Completando o dia, tenho aqui outro Dick Farney e mais uma vez em Copacabana. Este é o título do álbum lançado em 1969 pelo selo MusiColor, uma coletânea que reúne alguns dos melhores momentos de Dick em 78 rpm. Uma oportunidade de ouvir faixas raras que a muito deixarm de tocar no prato. Toquem este toque!

copacabana
ser ou não ser
era ela
luar sobre a guanabara
somos dois
alguém como tu
barqueiro do são francisco
um cantinho e você
ela foi embora
fim de romance
sempre teu
tereza da praia

Dick Farney – Meia Noite Em Copacabana (1965)

Olha aí gente, estreando no Toque Musical, o grande Dick Farney! Temos aqui este disquinho, que espero, seja novidade nos blogs musicais. Eu, até então, ainda não o vi ‘nas bocas’.
Lançado em 1965 pela Elenco, de Aloysio de Oliveira, o álbum não tem título, mas todos o conhece por “Meia noite em Copacabana”. Fez muito sucesso, tendo em duas de suas faixas a participação da ‘sexy-simbol’ nacional Norma Benguell. Não sei se muito graças a Norma, mas eles acabaram lançando também uma versão em compacto com as duas músicas onde ela faz o dueto com Dick. Sem dúvida é um disco muito gostoso de ouvir. Uma bossa sensual…

Você
Vivo sonhando
Meu mundo é você
Pequeno olhar
Hoje é dia de amor
Historinha
Fotografia
Samba de duas notas
Vou por aí
Tristeza de nós dois
Inútil paisagem
One for my baby


Pery Ribeiro, Leny Andrade & Bossa 3 – Gemini V (1965) REPOST

Pronto, aqui vamos com a rapadura (ups!), quero dizer, com a postagem do dia (embora seja a noite). Este disco eu não ia postar, mas devido a falta de tempo, tive que apelar para os meus, já famosos, “álbuns de gaveta”. Quando se trata de Bossa Nova, fica difícil achar alguma coisa que nosso amigo Zeca Loro já não tenha nos apresentado. De qualquer forma, vai aqui a minha versão. Vamos nessa bossa para não ficar na fossa…
Um grande disco que registra ao vivo as performaces de Pery Ribeiro, Leny Andrade e o Bossa Três em show idealizado e dirigido por Ronaldo Boscoli e Carlos Mieli. O espetáculo foi um tremendo sucesso que entre outras rendeu este disco, verdadeiramente memorável. Quem ainda não conhece, sugiro fazê-lo. Gostoso como um torrão de rapadura. :)))

1- o astronauta / só tinha de ser com você / rio de sol maior / rio / coisas do dia /
estamos aí / feitinho pro poeta / garota de ipanema
2- você e eu / preciso aprender a ser só / consolação / amor em paz / a felicidade/
marcha da quarta-feira de cinzas / o sol nascerá
3- nanã
4- de manhã
5- deus brasileiro
6- só saudade
7- por quem morreu de amor
8- rio de sol maior / rio / coisas do dia / estamos aí /
feitinho pro poeta / garota de ipanema

Toques para quem se toca – Links dando erro

Tenho recebido inúmeros pedidos e reclamações quanto aos links dos álbuns postados. Gostaria de informar que todos aqueles hospedados no Rapidshare estão funcionando perfeitamente. Alguns poucos, após o terceiro mês sem procura, realmente acabam caducando. Mas medida do possível e quando solicitados, eu os tenho renovado. Há porém um pequeno problema que ultimamente vem acontecendo, que é essa questão do link que não abre. |Isso tem acontecido por duas principais razões: inexperiência ao usar o Rapidshare e desatenção ao copiar e colar o link. Alguns navegadores, como o Firefox limita a área do quadro de comentários e acaba cortando o link (quando este é muito grande). Se você não estiver atento, corre o risco de copiar apenas um trecho do link, que assim de nada vale e aparece o ‘error’. Para piorar a situação, o Rapidshare adotou um sistema de verificação da contra-senha que parece coisa de maluco. Você escreve no quadrinho as letras que aparecem a baixo, lembrando-se de que só irá digitar aquelas onde aparecem um desenho de gatinho. Isso realmente é um saco, mas faz parte da “brincadeira”. Do meu lado, tento fazer o possível para atendê-los da melhor maneira. Só não mudarei o meu sistema de postagem e nem penso em deixar o Rapidshare, que apesar de chato é o mais confiável. Moçada, como já dizia um amigo: rapadura é doce, mas não é mole não!

Simonetti – Bossa (1964)

Não sei exatamente o porquê deste disco se charmar “Simonetti – Bossa”. Certo é que se trata de um disco de Bossa Nova. Certa também a presença de Simonetti, maestro italiano que viveu um período aqui no Brasil, trabalhando em trilhas para o cinema nacional, etc… Digo isso, porque e curiosamente, este disco também se chama “Vagamente” e dele também participam Ely Arcoverde, organista famoso nos anos 60 e Manfredo Fest, outro importante pianista e compositor da época. Não se trata de um trabalho coletivo, eles apenas dividem as faixas do álbum. Este lp saiu pelo obscuro selo paranaense Atila. Um autêntico 3 em 1. É considerado uma preciosidade rara e super disputado por colecionadores, no Japão e América. Seu valor no mercado, para um vinil em bom estado, é na faixa de 300 dólares! (aí Edu, segura o seu!)

vagamente – ely arcoverde & seu conunto
mulata assanhada – simonetti & sua orquestra
minha saudade – manfredo fest & seu conjunto
saudades da bahia – simonetti & sua orquestra
batida diferente – manfredo fest & seu conjunto
bolinha de sabão – ely arcoverde & seu conjunto
ela é carioca – ely arcoverde & seu conjunto
bossa na praia – manfredofest & seu conjunto
favela – simonetti & sua orquestra
bossa no choro – manfredo fest & seu conjunto
fita amarela – simonetti e sua orqustra
mais que nada – ely arcoverde

Milton Banana (1975)

Completando a noite, tenho aqui mais um disco bacana. Um disco do Banana. Figura titular no time da Bossa Nova, Milton Banana foi um baterista que soube explorar a música, mais que seu próprio instrumento, a bateria. Tocou com os mais importantes artistas da bossa e do jazz, esteve presente em álbuns antológicos, deixando sua marca na história da música moderna brasileira. Este lp saiu em 1975 e traz um repertório instrumental para músicas que fizeram vez na MPB. Não é um dos meus favoritos do cacho, mas como já disse anteriormente, não vai ser por isso que ele deixa de merecer um toque musical. O que seria do arroz se todo mundo só gostasse de feijão, não é mesmo?

fato consumado
charlie brown
samba davolta
salve a mocidade
batendo a porta
até quem sabe
dona flor e seus dois maridos
tamanco malandrinho
maior é deus
flor de maracujá
quantas lágrimas
vamos dar as mão e cantar

Samba – Nova Concepção (1964)

Antes que este dia vire outro, deixa eu postar o disco da vez.
Lançado originalmente em 1964, este disco reúne um grupo de ‘feras’ que fazem de “Samba – Nova Concepção” um álbum sem igual. Muitos atribuem este trabalho à Eumir Deodato e erroneamente aos Catedráticos do Samba. Muitos se apóiam no fato deste álbum ter sido relançado em cd junto à discografia de Eumir. Acho um tanto injusta essa afirmação, considerando que na quinta e sexta faixa do lado B, Eumir Deodato deu lugar ao jovem Tenório Jr. Além do quê, quem mais se envolveu no projeto foi Daudeth de Azevedo (o Néco), violonista que cuidou de todos os arranjos e orientou os demais músicos durante as gravações. Este trabalho foi lançado, como diz no próprio texto de Myriam Conceição na contracapa, sem pretensões comerciais ou o intuito de projetar este ou aquele artista no cenário musical brasileiro. É acima de tudo um disco de gente grande, uma reunião de excelentes músicos, fazendo o que gostam, música de qualidade.
Se você ainda não ouviu ou ouviu por outras fontes, escute aqui a versão vinil. Extraia do sulco este som!

Samba Do Congo (Jorge Ferreira Da Silva)
Adriana (Roberto Menescal-Luiz Fernando Freire)
Estamos Aí (Durval Ferreira-Mauricio Einhorn)
Carnaval Triste (Sergio Carvalho-Paulo Bruce)
Nanã (Maocir Santos-Mario Telles)
Straits Of McCleallan (Don Elliot)
Capoeira (Jorge Ben)
Sonho De María (Marcos Valle-Paulo Sergio Valle)
Samba A (Durval Ferreira-Mauricio Einhorn)
Amor De Nada (Marcos Valle-Paulo Sergio Valle)
Coisa Nº 1 (Moacir Santos-Clóvis Mello)
A Morte De Um Deus De Sal (Roberto Menescal-Ronaldo Bóscoli)

Dalva De Oliveira – Nuvens Grossas De Amor (1974)

Hoje, excepcionalmente, faço esta postagem no horário matinal. Ainda nem tomei o meu café. Quero logo deixar pronto para os amigos este ‘presentinho’. Quem sabe tem alguém aí que ainda não achou o que dar para sua mãe neste dia. Quem sabe isso os faça lembrar da mãe que já partiu. Quem sabe isso não tenha nada a ver com sua mãe, mas mesmo assim depois de ter lido esta abertura fez você sair correndo para dar um grande abraço nela e dizer, obrigado, minha mãe! Eu, na verdade, não me lembro da minha mãe cantarolando ou comentando alguma coisa sobre a Dalva de Oliveira. Sei até de outros cantores do rádio dos quais ela falava. Mas a Dalva com seu olhar maternal, me fez lembrar da minha que a pouco mais de um ano se foi… Então, em homenagem ao Dia das Mães, a todas as mães o mundo, eu ofereço este maravilhoso disco.
Este álbum é mesmo especial, em todos os sentidos. A começar por ser da Dalva de Oliveira (sem comentários!). Por ter sido um disco produzido por Hermínio Bello de Carvalho. Um trabalho primoroso de recuperação e recomposição de antigos fonogramas, onde a instrumentação foi praticamente toda refeita com novas bases e executadas por músicos de uma outra geração. Transformaram as matrizes originais, gravadas em 1 ou 2 canais, em fitas de 8, dando a voz de Dalva um acompanhamento instrumental novo. Gente importante como o maestro Gaya, Wilson das Neves, Paulo Moura, entre outros; foram peças importantes na realização deste disco.
Não tenho certeza, mas parece que este lp chegou a ser relançado em cd pela EMI em 2006. Eu mesmo, nunca o vi nas estantes das lojas, mas vale dar uma conferida. Procurei não separar as faixas, embora elas existam, para não criar cortes ou pausas incômodas que, ao meu ver, comprometem na audição.
Fiquem então com Dalva de Oliveira e tenham um feliz Dia das Mães!

1. Pela Décima Vez
2. Que Será? / Tu Me Acostumaste ( Tu Me Acostumbraste)
3. Teus Ciúmes
4. Há Um Deus
5. Segredo/Aves Daninhas; 6. Dois Corações/ E A Vida Continua
7. Bandeira Branca/ Mãe Maria
8. Coqueiro Velho
9. Tudo Acabado/Não Tem Mais Fim
10. Saia Do Caminho
11. Tudo Foi Surpresa
12. Folhas No Ar
13. Onde Estas Coração (Donde Estas Corazon)

5º Aniversário Sinter (1956)

No ritmo do dia, tenho agora o prazer de apresentar um disco extremamente raro e muito bom. Um álbum histórico e especial pelos seguintes motivos. Este foi o primeiro ‘long play’ de 12 polegadas lançado no Brasil. Um álbum comemorativo que contempla 16 faixas, em formato de coletânea, dos primeiros e principais artistas do selo Sinter. Este álbum celebra os cinco anos da data de lançamento do, também primeiro, disco de 10 polegadas no formato 33rpm, lançado pela Sinter em 1951 no Brasil. Conforme o texto na contra-capa, com o lançamento de “Carnaval em Long Play”, o Brasil se tornaria o primeiro país na América do Sul e o quarto em todo o mundo a fabricar micro-sulco. Como se não bastasse este LP reúne obras muito raras que dificilmente podemos encontrar por aí. Assim, aproveite a ocasião e faça a feira. O toque tá dado…

valsa de uma cidade – orquestra melódica lyrio panicali
aí, que saudades da amélia – ataulfo alves e suas pastorinhas
cai, cai… – radamés gnattali
olha o grude formado – almirante
luar do sertão – paulo tapajós
peixe vivo – vanja orico
aruanda – jorge fernandes
flôr de abacate – a velha guarda
capitão francisco sena sobrinho – a lyra de xopotó
adeus – ismael silva
risque – jacques klein
churrasca – eduardo patané
pois é – britinho
linda morena – lamartine babo
prenda minha – mario azevedo
essa negra fulô – jorge fernandes

Vitrine Odeon – Vários (1958)

Para esta noite de sábado estou trazendo mais algumas coisas raras e muito interessantes. Temos aqui um álbum promocional da Odeon. Uma coletânea com alguns de seus artistas num raro exemplar, onde são mostradas as qualidades da recém-chegada Hi-Fi (Alta Fidelidade) no Brasil. O disquinho tem de um lado faixas de alguns de seus discos com a nova tecnologia e do outro uma apresentação narrada por Aloysio de Oliveira, comparando e mostrando as vantagens desse sistema. No pacote vem incluído (como de praxe) os encartes e selo. A data deste álbum foi colocada com 1958, mas eu não posso garantir. Não encontrei nenhuma informação a esse respeito. Mas deve ser mesmo por aí…
Lado A
adeus maria fulô – léo peracchi & sua orquestra
chatanooga choo choo – aloysio de oliveira e seu bando da lua
rouxinol alegre – steve bernard e seu conjunto
X-9 – conjunto brasil sonoro
Lado B
uma breve história em alta fidelidade – aloysio de oliveira:
flor do mal
se você jurar
rato, rato…
aquarela do brasil

Carmen Miranda – A Nossa Carmem Miranda (1965)

Volto agora para o segundo tempo da noite. Desta vez com a própria estrela, a nossa Carmen Miranda. Neste lp lançado em 1965, temos uma coletânea de gravações originais de 1935 à 1941. Praticamente, temos aqui condensados os seus melhores momentos no Brasil. Este é mais um discão que eu recomendo…
adeus batucada
recenseamento
escrevi um bilhetinho
cabaret no morro
minha terra tem palmeiras
o samba e o tango
voltei pro morro
uva de caminhão
casaquinho de tricot
quando eu penso na bahia (com Silvio Caldas)
polichinelo
imperador do samba

Carolina Cardoso de Menezes – Lembrando Carmen Miranda (1957)

Acho que com este disco da Carolina Cardoso de Menezes eu encerro minhas homenagens à esta exemplar pianista. Confesso que até pouco tempo eu não me interessava por esta artista, até o dia em que pude ouvir com calma “Sucessos em desfile”, Vol. 1 e 2, ambos postados aqui. Não sou um ‘entendedor’ de técnicas musicais, mas a maneira como Carolina toca me impressionou. Para aqueles como eu que também não se tocaram… recomendo! Falando em homenagens, vamos a mais uma… Que tal uma Carmen Miranda instrumental? Disquinho bacana recheado de clássicos do repertório da ‘pequena notável’. Este não podia faltar, confiram este toque!
alô, alô…
adeus batucada
boneca de pixe
o que é que a baiana tem
diz que tem
bamboleô
cachorro vira-lata
uva de caminhão

Leny Eversong – A Voz de Leny Eversong (1957)

Para completar a noite, temos aqui um disquinho, que embora cheio de estalos, como é comum em discos com mais de 50 anos, vale a pena ouvir e conferir na voz versátil e poderosa desta cantora e compositora. Leny, por muitos anos fez parte de um seleto grupo de intérpretes com passaporte internacional. Ela cantava em diversos idiomas o que lhe garantia a atenção e o respeito inclusive fora do país.
Estou sentido que começo a variar. O sono chegou com força e meu raciocínio foi a nocaute. Antes que eu apague de vez, encerro por aqui. Quem quizer saber mais sobre este lp, sugiro que leiao verso do mesmo. Eu por hoje cansei… Zzz…
.
lamento tupi
canto afro-cubano
na baixa do sapateiro
mâe de ouro
jezebel
otinderê
canta brasil, aquarela do brasil

Dilermando Reis – Solista De Violão (1956)

Um dos contadores de acesso mais completos e interessantes que conheço é o NeoCounter. Instalei ele em agosto do ano passado e até então eu não havia tido problemas. Mas como sempre, tudo que é ‘free’, acaba se tornando um investimento inseguro. Meu velho contador NeoCounter, acho que foi pro saco (que saco!). Dessa foram me vi obrigado a recorrer a um contador alternativo. Vamos ver no que dá…
Hoje temos aqui um outro instrumentista, desta vez das cordas, o violonista e compositor Dilermando Reis. Neste álbum, de 56 ele, temos um repertório rico em suas oito faixas, que por certo irá agradar não apenas os ‘tocadores de violão’, mas todo um publico que sabe dar o valor à um dos nossos melhores artista do violão. Espero que todos apreciem este mini-lp como o fizeram com a mesma sêde em um outro postado aqui.

sons de carrilhões
abismo de rosas
magoado
noites de lua
adelita
tristesse
sonata ao luar
ruas de hespanha

Carolina Cardoso de Menezes – Interpreta Ernesto Nazareth (1955)

Para fechar, principalmente os meus olhos que já estão ardendo de sono, vamos com mais uma maravilha da discografia de Carolina. Não preciso me extender, a capa fala por si. Um trabalho primoroso, que com certeza Ernesto Nazareth aprovou lá do céu.
Como estou num semi-sono não vou nem falar sobre o Ernesto Nazerth. Fica para uma próxima ou quem sabe amanhã eu completo… Zzz…
odeon
tenebroso
escorregando
garoto
brejeiro
turbilhão de beijos
escovado
coração que sente

Carolina Cardoso de Menezes – Sucessos Em Desfile N. 2 (1955)

Definitivamente, não consigo achar um horário mais cedo para fazer as minhas postagens. Acabo sempre fazendo tudo no último momento. E como sempre, caíndo pelas tabelas de tanto sono.
Mas antes que eu me perca os braços de Morfeu ou sobre o teclado, vamos à dobradinha da noite. Como eu já havia postado “Sucessos em desfile n. 1”, agora é a vez do número 2. Também um excelente disco desta pianista e compositora, que ao meu ver, continua atualíssima. Sua música não soa como alguma coisa antiga. Se jeito no piano é cheio de personalidade, reparem…
na pavuna
pomba gira
me leva seu rafael
cabelos brancos
camisa listada
atire a primeira pedra
com que roupa
é com esse que eu vou

Silvio Caldas (1956) REPOST

Olha aí Sílvio, na ‘calda’ deste cometa, segue agora um 10 polegadas também bacanão. Este foi o seu primeiro lp pela Columbia, reunindo alguns de seus, para época, recentes trabalhos lançados em 78rpm. Silvio Caldas foi um artista singular. Um homem de pés no chão e uma cabeça que voava por muitos céus. Em sua vida, sempre soube lidar com o lado artístico-profissional e o pessoal. Durante sua jornada de vida, esteve envolvido em diversos projetos pessoais, se afastando as vezes da vida artística. Mas nunca deixou o barco à deriva, voltando sempre e encantando com sua arte. Foi um dos poucos cantores sem rival e um compositor sempre muito ativo. O que fez dele um dos mais queridos e lembrados artistas da música brasileira. Não é atoa que o Toque Musical tem trazido alguns de seus discos.
são francisco
turca do meu brasil
se eu pudesse
perfil de são paulo
pierrot
mágua
jangada
vivo em paz

Silvio Caldas – Serenata (1957)

Estou precisando começar essas postagens mais cedo. Normalmente as tenho feito na útima hora do dia e quase sempre ‘babando’ de sono. Isto afeta o meu raciocínio e eu acabo ‘trocando as bolas’. Ontem foi bem assim… Felizmente fui alertado do erro e de imediato fiz a correção. Assim, em gratidão ao um Silvio, vou trazendo outros dois 🙂
Para esta noite e pela semana vamos como mais alguns microgrooves interessantes. Começo com este lp de 12, gravado pela Columbia em 57. Este disco é bem bancana, com um repertório recheado de sucessos. Na capa ele aparece tocando o violão que recebeu de JK. Na contra-capa há também outras fotos, inclusive uma com o ‘presidente bossa nova’ (ou presidente seresteiro?), recebendo o tal violão.

serenata
viva meu samba
há um segredo em teus cabelos
a única rima
poema dos olhos da amada
porto dos casais
feitio do coração
maringá
meu segredo
quase que eu disse
fita amarela
dona da minha vontade