Luiz Gonzaga – 50 Anos De Chão (1988) REPOST

Hoje é um dia especial. Estamos comemorando o Dia do Pai. Digo pai porque acho que deveria se chamar assim, no singular da singularidade de cada um. Assim como o dia da mãe ou o dia da criança. Quando pluralizamos, tenho a sensação de distância, afastamento deste sentido de celebração, tornando-se apenas uma data gorda no calendário comercial.
Mas independente dessas questões, hoje é um dia marcado para celebrar o amor paternal. Necessariamente o “pai” não precisa ser o progenitor. Ser pai, tanto no céu como na terra, vai além de um simples elo sanguíneo. Pai ou mãe estão acima do ser mundano que somos todos nós. Eu poderia descrever essa condição em apenas duas palavras: amor e proteção. Uma pessoa pode até não ter tido os pais verdadeiros, mas em algum momento, em algum lugar, ela encontrará amor e proteção. Sempre haverá alguém espelhando o sentimento mais nobre, o amor! Meu pai agora está em mim e meu filho já fui eu. Diferentes relações, diferente situações… mas o essencial permanece, sempre vivo, o grande amor.
Em homenagem então ao pai, quero dedicar esta postagem especial, trazendo para vocês o Gonzagão nesta edição comemorativa de seus 50 anos de carreira. Este álbum, na verdade uma caixa com cinco lps, procura fazer um apanhado da produção do Lua na RCA Victor. Temos aqui, praticamente, todos os seus grandes sucessos. Eu espero que vocês gostem. …e viva o papai!

DISCO 1
vira e mexe
dansa mariquinha
no meu pé de serra
vem morena
acauã
baião
asa branca
boiadeiro
cintura fina
foro de mané vito
13 de dezembro
no ceará não tem disso não
DISCO 2
pau de arara
sabiá
juazeiro
a volta da asa branca
baião na garoa
qui nem jiló
o xote das meninas
assum preto
reacho do navio
respeita januario
paraíba
abc do sertão
DISCO 3
a daça da moda
légua tirana
imbalança
estrada de canindé
xandusinha
vozes da seca
olha pro céu
são joão da roça
noites brasileiras
são joão do carneiriho
piriri
forró no escuro
DISCO 4
a feira de caruarú
cacimba nova
apologia ao jumento
sanfona do povo
oia eu aqui de novo
meu araripe
pense n’eu
ovo de codorna
serrote agudo
a morte do vaqueiro
capim novo
a triste partida
DISCO 5
a vida do viajante
danado de bom
súplica cearence
pagode russo
forró n. 1
sanfoneiro macho
luar do sertão
obrigado joão paulo
sanfoninha choradeira
forró de cabo a rabo
nem se despediu de mim
depois da derradeira

Inezita Barroso – Apresenta (1958)

Iniciei o mês postando um lp maravilhoso da Inezita Barroso. Confesso que ainda me sinto encantado com ela e seus discos. Vamos aqui com mais um que só pela capa já vale, perfeita! Um trabalho de arte gráfica muito bem resolvido. Porém, num primeiro momento, despercebidamente, teremos a impressão que se trata de um disco de jazz, na linha Blue Note. Mas longe do jazz, este álbum navega em outras águas. Talvez rios, lagoas e mares do Brasil.
Temos Inezita, que eu considero a versão feminina do Rolando Boldrin (como devido respeito que os dois merecem), apresentando obras das compositoras Babi de Oliveira, Juracy Silveira, Zica Bérgami, Leyde Olivé e Edvina de Andrade. A interpretação de Inezita conta com a participação do grupo vocal Os Titulares do Ritmo, sendo acompanhados pelo Regional do Miranda e orquestra e côro da Rádio Record. Os arranjos e a direção são de Hervê Cordovil.

rainha ginga
cateretê
lamento
batuque
conversa de caçador
seresta da saudade
o carro tombou
adeus minas gerais
o batateiro
chuvarada
sôdade da loanda
recado
maria macambira
caboclo do rio

Maysa (1977)

Mais uma vez dando as caras no Toque Musical, a grande Maysa! Cantora, compositora e um nome sempre lembrado na música brasileira. Da bossa à fossa, sempre impecável.
Este disco, eu acredito, foi lançado logo após a sua morte. Talvez até aproveitando o momento de comoção. Acho que é uma coletânea com músicas de sua curta fase na CBS/Columbia, essencialmente bossa. Maysa morreu aos 41 anos em um estúpido acidente de automóvel na ponte Rio-Niteroi, em 1977. Me lembro bem desse dia… 🙁

o barquinho
melancolia
eu e o meu coração
lágrima primeira
maysa
só você mais nada
você e eu
cala meu amor
dois meninos
depois do amor
recado a solidão
errinho a toa

Marisa Gata Mansa (1980)

Só agora estou me dando conta, pelo blog, da brilhante e maciça presença feminina na música brasileira, seja como interprete, instrumentista, compositora ou cantora. As mulheres nunca estiveram tão por cima. Eu apoio totalmente a posição…
Como já estamos no meio da semana postando cantoras, vamos continuar com elas. Tenho certeza que todos aprovam, não é mesmo? 🙂 Hoje trago novamente a cantora Marisa, a Gata Mansa. Depois do sucesso no álbum “Simplesmente”, postado aqui na semana passada, achei que seria o momento de mais uma dose. Aqui temos Marisa quase duas décadas depois, neste álbum independente, lançado em 1980. Apesar de ter sido um de seus últimos discos, este é o mais singular por ser um registro ao vivo, cru e sem muitos retoques. Um disco também raro por ter tido uma produção independente, de distribuição um tanto limitada. Vale conferir…

o que será (a flor da pele)
odaléia (noites brasileiras)
o amor é chama
perdão
cadeira vazia
força vital
artistas
gás neon
tudo acabado
nessa vida
alvorecer
dente por dente

Doris Monteiro – Série Coletânea Vol.3 (1975)

Mais uma vez temos aqui a presença de Doris Monteiro. Eu estava na dúvida, sem saber qual álbum dela ainda não havia sido postado. Sei que no Loronix tem alguns, mas acho que este não saiu por lá. Aliás, este foi talvez a minha melhor escolha, pois se trata de uma coletânea onde estão reunidos alguns dos melhores momentos de Doris, que vai de 1966 à 73. Pessoalmente esta é a fase que mais gosto em Doris Monteiro. Confiram este repertório:

carolina
ao amigo tom
sonho de lugar
fim de noite
mudando de conversa
viagem
apelo
regra três
eu e a brisa
mais um adeus
alô fevereiro
até quem sabe

Marisa Barroso – Canção De Enganar O Tempo (1961)

Nesta minha constante falta de tempo, ouvir cantigas de enganar o tempo pode ser a solução 🙂
Assim, aqui venho eu com Marisa Barroso, cantora de voz firme e agradável (me faz lembrar a Elizeth). Foi descoberta no final dos anos 50 por Ary Barroso, cantava em boates e programas de tv. Esteve presente no cenário musical até os anos 60, depois sumiu do mapa. Nem pela rede é possível conseguir informações de seu paradeiro. Gravou alguns discos intressantes, sendo este o seu primeiro lp, acompanhada por Aloysio Figueiredo e seu conjunto. Este álbum traz um repertório bacana, com as seguintes faixas:
dois orgulhosos
dizem por aí
neste mesmo lugar
felicidade ligeira
conselho inútil
samba de mudar
quem foi?
fala amor
ternura perdida
conselho amigo
tristeza bonita
achados e perdidos

Hebe Camargo – Sou Eu (1960)

Uma das figuras mais populares da televisão nas últimas quatro décadas é sem dúvida a apresentadora Hebe Camargo. Mas antes disso, ela já fazia sucesso como cantora, por sinal, uma excelente cantora! Estreou fonograficamente no início dos anos 50, gravando vários discos até a primeira metade dos anos 60. Depois entrou para a televisão como apresentadora. Trocou o disco pelo sofá e nele fez a sua fama. Ao longo desse tempo, na televisão, poucas vezes se aventurou em um novo álbum. Me parece que só chegou a lançar dois disco, mas nada comparado aos bons tempos, como neste lp de 1960. Aqui temos a Hebe essencialmente cantora, acompanhada pelos maestros Francisco Moraes e Mário Gennari Filho com conjunto e côro.

quem é
cupido não falhou
conversa
lua escura
encontro com a saudade
ausência de você
cantiga de quem está só
creia
melodia italiana
hino ao amor
a canção dos seus olhos
mundo mau

Festival De Samba – Sambas Enredos Das Escolas (1968)

Devido à minha (sempre) falta de tempo, não estou tendo com organizar e pesquisar na rede aquilo que ainda não foi apresentado em outros blogs. As vezes é chato constatar que aquilo que a gente teve o maior trabalho para preparar e apresentar já estava disponível em algum outro lugar. Por essas e outras é que tomei esse caminho diversificado, que me dá opções e até alternativas quando tudo já parece ter sido postado.
Tenho para hoje este disco, precursor dos álbuns de sambas enredos. Um disco que vale mais pelo seu caráter histórico. Um registro ao vivo das seis melhores escolas de samba do ano de 1968. Neste ano sagrou-se campeã a Mangueira com seu “Samba, Festa de Um Povo”.
As gravações foram feitas nos terreiros (as quadras de hoje). Um ambiente perfeito para que este tipo de samba se manifeste de maneira autentica. Por curiosidade, temos também neste lp a participação de Martinho da Vila, como autor e puxador do samba “Quatro Séculos de Modas e Costumes”.
Confiram mais esta raridade…

dona beja, feiticeira de araxá – salgueiro
sublime pergaminho – unidos de lucas
viagem pitoresca através do brasil – mocidade independente
pernambuco, o leão do norte – império serrano
tronco do ipê – portela
samba, festa de um povo – mangueira
quatro séculos de modas e constumes – unidos de vila isabel
baterias:
império serrano
mocidade independente
salguerio
unidos de vila isabel
unidos de lucas
mangueira
portela

Araci De Almeida – Noel Rosa Na Voz De Araci De Almeida (1967)

Boas… Aqui vamos nós com a postagem do dia. Mais uma vez trazendo o “filósofo do samba”, o grande Noel, na voz de Araci de Almeida, interprete inquestionável de suas canções. A primeira gravação de Araci foi um samba de Noel “Sorriso de criança”. Seu nome e seus discos sempre estiveram associados ao “poeta da Vila”. Este álbum, me parece, foi um relançamento de uma bolacha de 78 rpm, incluíndo outras canções. Me corrijam se eu estiver errado…

meu barracão
são coisas nossas
fita amarela
cor de cinza
a melhor do planeta
palpite infeliz
feiticho da vila
pra que mentir
último desejo
conversa de botequim
não tem tradução
silêncio de um minuto

Inezita Barroso – Vamos Falar De Brasil, Novamente… (1966)

É difícil de acreditar, mas eu até pouco tempo atrás nunca tinha ouvido um disco da Inezita Barroso. Para ser mais exato, nem me lembrava da capa de algum deles. Me acostumei com a figura dela apresentando aquele programa na TV Cultura, de música regional. Mas com uma pequena ajuda dos amigos fui descobrindo uma discografia fantástica. Inezita é realmente especial, não apenas por ser uma artista que investiga e canta as raízes da música brasileira. Não apenas por trafegar em diversos estilos regionais brasileiros com sua voz firme sem vaidade. Mas também pela sua beleza e isso se reflete também em alguns de seu álbuns que vim a conhecer recentemente. Espero nos próximos dias postar mais alguns álbuns que são um primor.
Para hoje, “Vamos falar de Brasil, novamente…”, um disco maravilhoso onde ela vem acompanha pelo Regional do Caçulinha e ainda de quebra temos o maestro Guerra Peixe por trás cuidando do arranjos, orquestra e coral – interpretando as seguintes canções:

cais do porto
palavra de peão
festa deogum
burro chucro
nação nagô
serenata
soca pilão
maracatú elegante
oração do guerreiro
piaba
peixinho do mar
dança negra

Bossa Nova – Sua História Sua Gente (1975)

Olá amigos! Inicialmente eu gostaria de agradecer a todos que estiveram ontem por aqui, celebrando comigo o aniversário do blog. Agradeço as mensagens, comentários e e-mails. Isso vem como um atestado, confirmando também o que o contador de visitas tem nos mostrado.
Bom, seguindo enfrente, temos para hoje um festival de Bossa Nova. Uma caixa com três lps e um caderno bem ilustrado, escrito por Aloysio de Oliveira, contando a trajetória da Bossa Nova. Pode-se dizer que este ‘box’ é um trabalho do Aloysio, pois a montagem e escolha do repertório também ficou por conta dele. Não se trata de uma coletânea histórica definitiva, mas sim da visão pessoal de um homem que, com a sua Elenco, muito ajudou à Bossa Nova e seus artistas.

Disco 1
sofrer é da vida – mario reis
você – dick farney e norma benguel
nós e o mar – doris monteiro
só danço samba – joão donato trio
mocinho bonito – billy blanco
samba do avião – os cariocas
rio – lúcio alves
as praias desertas – elizeth cardoso
último canto – agostinho dos santos
influência do jazz – leny andrade
minha saudade – tamba trio
por toda a minha vida- lenita bruno
Disco 2
samba da pergunta – joão gilberto
samba de verão – roberto menescal e seu conjunto
demais – maysa
folha de papel – sergio ricardo
chora tua tristeza – conjunto oscar castro neves
ao amigo tom – claudette soares
você e eu – sylvia telles
coisa mais linda – carlos lyra
ela é carioca – sergio mendes e bossa rio
maria moita – nara leão
upa neguinho – lennie dale
que maravilha, chove chuva, mas que nada – zimbo trio
Disco 3
tristeza de nós dois – luiz eça
tem mais samba – quarteto em cy
borandá – edu lobo c/ tamba trio
berimbau – baden powell
the girl from ipanema – astrud gilberto
carta ao tom 74 – toquinho e vinicius
de palavra em palavra – mpb4
chuva – os gatos
tema da boneca de palha – rosinha de valença
olha maria – chico buarque
só tinha de ser com você – elis e tom
ana luiza – tom jobim

Toque Musical – 1 Ano Fazendo Você Recordar!

Hoje o blog Toque Musical está completando um ano de existência. Isto, para mim, é uma grande felicidade e prova de resistência, pois eu mesmo não acreditava que estaria aqui este tempo todo. Ao longo desse período foram feitas mais de 700 postagens, trazendo diariamente pelo menos um título musical relevante e raro. Tivemos também muitas contribuições e aqui eu aproveito para agradecer a duas pessoas em especial, Jean e Edu. Sem ter cruzado o caminho com esses dois, o Toque Musical não teria chegado até aqui. Valeu demais moçada! Outras pessoas também contribuíram e deram muita força para que o TM seguisse em frente e não desanimasse. E olha que não foram somente os amigos ocultos. Os cultos e os célebres também passaram por aqui, deixando suas mensagens, o apoio e o mais importante, a aprovação. Por certo este 1 ano não foi só flores, tivemos também alguns espinhos, como críticas negativas, terrorismo e até tentativas de sabotagem. Mas nada disso chegou a afetar o meu animo. Sou naturalmente otimista.
O Toque Musical continua com o mesmo espírito de sempre. Continua sendo um blog amador e pessoal, sem pretensões informativas ou além do que foi proposto inicialmente. Não sou jornalista e nem escritor. Sou apenas uma pessoa apaixonada por música, por discos e pela história que circunda este universo. Muitos devem se perguntar o que eu ganho com isso, considerando o trabalho que dá manter diariamente um blog como este. Sem dúvida há muito trabalho, principalmente por trás do que se vê. Mas o prazer que eu tenho de poder estar envolvido com este universo musical, de poder apresentar, aprender e conhecer mais sobre a música brasileira e seus artistas, não tem preço. Isso para não falar no intercâmbio cultural, no contato com pessoas que têm as mesmas afinidades. Só isso já me basta. Não quero dinheiro e nem doações. Não preciso e nem acho correto cobrar alguma coisa, mesmo que seja apenas para a manutenção do blog. Este não é o meu estilo e nem a minha determinação. Já me basta a questionável posição em que me encontro, forçando a barra como um anarquista que sinaliza para novos tempos.
Vou enfrente sem promessas e sem hora certa para parar. Da minha parte, enquanto houver emoção e prazer vai existir um toque musical.
Bom, como de costume, seguindo a tradição, no dia de aniversário sempre tem um bolo. Taí o nosso… Hoje não tem música… Hoje eu estou ‘dando o bolo’.

Os Demônios Da Garoa – Interpretam Adoniran Barbosa (1974)

Para a segunda parte do dia estou trazendo aqui este disco bacanão dOs Demônios da Garoa. Se já não bastasse ser um disco deste excelente grupo paulista, ele ainda nos vem com o saudoso Adoniran Barbosa. Não é preciso dizer muito sobre o álbum que como vemos tem o melhor do João Rubinato. Este disco foi uma das muitas colaborações que nosso amigo “D” nos enviou e que eu agora tenho a oportunidade de postar aqui no Toque Musical. “Vamô ôvi?”

Saudosa Maloca
Iracema
Samba Do Arnesto
Malvina
Luz Da Light
Quem Bate?
Por Onde Andará Maria?
Trem Das Onze
As Mariposas
Um Samba No Bixiga
Pafunça
Samba Italiano
O Casamento Do Moacir
Saudosa Maloca

Peruzzi Sua Orquestra E Côro – Rio-Show (1965)

Aproveitando o momento de nosso primeiro aniversário, resolvi incluir este lp que também é comemorativo. Trata-se de um trabalho encomendado à Odeon pela a antiga Secretaria de Turismo da Guanabara em razão dos 400 anos da cidade do Rio de Janeiro (1965). Este disco foi oferecido aos vistantes/convidados que estiveram nos eventos comemorativos. Portando, um álbum não comercial, raro em todos os sentidos. O álbum traz doze faixas com temas clássicos da nossa música popular brasileria-carioca. Embora não conste na capa ou contracapa os músicos ou grupo que tocam, podemos encontrar no selo. Temos a frente o maestro Peruzzi com orquestra e côro, afirmando ainda mais a qualidade deste belíssimo álbum. Confiram…

cidade maravilhosa
fim de semana em paquetá
corcovado
favela
sábado em copacabana
rio de janeiro
copacabana
garota de ipanema
a voz do morro
balanço zona sul
rio
cidade de são sebastião

Helena De Lima – Só (1963)

Para fechar o dia, temos a noite inteira para ouvir a Helena de Lima, ok? Daí vocês respondem: “Só!” Então vamos à ela neste lp de 63. Um álbum pouco falado, possivelmente também pouco ouvido. Digo isso talvez baseando em mim. Confesso que este lp eu ainda não tinha ouvido. Por isso partilho com vocês o prazer de escutar mais um álbum desta magnífica cantora que embalou as noites paulistas e cariocas dos anos 50 e 60. Vamos nessa? Comentários, nós agradecemos…

uma canção por um milhão
amor sem adeus
coincidência
velha saudade
é tarde
desilusão
sem amor, sem você
o certo é você
canção de esperar amor
um pequeno nada
juizo final

Dolores Duran (1973)

Começando mais uma semana, vamos com a caravana. Ela passa e nem olha para os cães raivosos. A música tomou conta dos nossos ouvidos. Só ouvimos o que é bom.
E falando em coisas boa, nada melhor que começar a semana com a maravilhosa Dolores Duran. Aqui tenho este disco, uma coletânea lançada em 73, que traz algumas faixas exclusivas que eu até então não vi em outros discos publicados em blogs musicais. Temos por exemplo “Manias” de Flávio e Celso Cavalcanti, “Conversa de botiquim” de Noel e Vadico e até “A fia de Chico Brito” do humorista Chico Anísio. Um bom lp que você pode conferir aqui no Toque Musical.

manias
fim de caso
bom é querer bem
não me culpe
solidão
my funny valentine
a fia de chico brito
não se avexe não
esse norte é minha sorte
conversa de botequim
estranho amor
ave maria lola

Doris Monteiro – Vento Soprando (1960)

Este disco é uma copilação das gravações orignais feitas pela cantora entre 1954 e 56. Foram lançadas inicialmente no lp de 10′ polegadas, “Confidências” de 1958. Em 60 ele foi relançado em formato de12′, incluíndo mais quatro músicas, que é o álbum que temos aqui. Com o resgate da discografia de Doris, este disco também veio a ser novamente editado, agora em cd. Quem se interessar num som com mais qualidade pode comprar o cd que se encontra facilmente para venda. Avaliem, mas comprem um original, ok?

nem sol nem paz nem você
quando as flores caírem
vento soprando
graças a deus
cigarro sem baton
o amor é isso
quando o amor chegar
melancolia
do ré mi
joga a rede no mar
sempre teu
paraíso perdido

Marisa – Simplesmente (1961)

Taí, para fechar o sábado, um disco de uma excelente safra, 1961. Tenho aqui a Gata Mansa, Marisa, uma das cantoras desta geração que eu mais aprecio. Consta no Dicionário Cravo Albin que este álbum foi lançado em 1958, mas no texto de dados artísticos percebemos que houve um engano. Segundo informações de um amigo discófilo o disco é na verdade de 1961. Um álbum perfeito, por dentro e por fora. Uma capa belíssima, um repertório bem escolhido e arranjos primorosos. Esta é mais um que vale o toque…

chorou, chorou…
toma lá, dá cá
cantiga de quemgosta de estar só
chora tua tristeza
gostei,gamei
a canção dos seu olhos
como vaivocê
fiz o bobão
canei de ilusões
menina feia
amor em paz
esquecendo você

Lana Bittencourt – Intimamente (1958)

Hoje, neste sábado, aproveito para postar o tão solicitado álbum da Lana Bittencourt, “Intimamente”. Como viram, quando a coisa relaxa, encaixa… quer dizer, quando me sobra tempo eu corro atrás dos pedidos. Mas já avisei, sem promessas…
Tenho então aqui este bonito álbum da “Internacional”, em seu primeiro “long play”, intimamente de kimono japonês. O disco tem um repertório muito bom, que de entrada nos traz como destaque “Se todos fosse iguais a você” de Tom e Vinicíus. Taí uma boa pedida musical.

se todos fossem iguais a você
esquecimento
porque é
quem se humilha
desistencia
quero ir a bahia
a vontade de morrer voltou toda
ave maria
haja o que houver
rua da minha cidade
prece
tô só

Bandinha Pilantra – Macropíla – De Como Uns Velhinhos Perderam O Cavalo E Passaram A Andar De Fusca (1969)

Seguindo a linha dos Pilantocratas, aqui temos a Bandinha Pilantra. Um grupo vocal formado pelo maestro Ivan Paulo que incorpora todo o espírito da pilantragem de Wilson Simonal, Carlos Imperial e outros. Fazem parte do grupo Edgar (e os tais) e o inconfundível Noriel Vilela.

Disquinho bacaninha para alegrar sua sexta-feira, confira…

a mulher que eu gosto
sinto uma vontade de chorar
pombo correiro
diz que vae… vae
que baixo
17 e 700
for me and my cal
as tme goes by
my melancholy baby
vício
tudo ou nada
chora em colorido
zumba
segura esse samba
só o ôme
rancho da praça onze
confeti
andorinha
maria boa
fez bobagem
brasil pandeiro
velho realejo
pierrot
saudade de matão
o cordão dos puxa sacos
formosa
marchinha do grande galo
alza manolita
trem de ferro
professora
trem das onze
modinha

Irany e Seu Conjunto – Samba Em Surdina (196?)

Este disco era para ter sido postado ontem na dobradinha musical com Madrugada e Seu Conjunto, mas fui vencido pelo sono. O dia havia sido duro e eu estava super cançado. Ficou então para hoje o Irany e Seu Conjunto.
“Sambas em surdina” é mais um disco da série “Em surdina” do notável violinista Irany Pinto. O álbum apresenta um repertório refinado de doze sambas numa re-leitura original com violino. Uma prova de que no samba qualquer instrumento vai bem. Viva a música brasileira!

feitiço da vila
caminhemos
norancho fundo
eu não existo sem você
copacabana
minha prece
castigo
molambo
ouça
balada triste
sempre teu
pra esquecer

Madrugada E Seu Conjunto – Apaixonadamente (1970)

Boa noite amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou trazendo mais um disquinho interessante, que por certo irá agradar. É um álbum/artista que eu até então não conhecia. Ouvi e aprovei. Uma seleção em ritmos de bolero onde o diferencial é o violino. Este é o instrumento solo principal. Seria Madrugada o codinome de algum violinista? Ou seria o sax que também aparece em destaque? Faço estas perguntas por que nem no disco nem na rede temos maiores (ou menores) informações. Acabo achando que Madrugada e Seu Conjunto é apenas um nome por trás de Lafayette e a Orquestra Brasileira de Espetáculos. Segundo o próprio Lafayette era seu grupo quem fazia as bases para Madrugada e Seu Conjunto. Nos anos 70 a CBS chegou a lançar uma série grande chamada “Só Sucessos”. Não precisa nem dizer mais nada, né?

sabe deus
o que será de mim agora
deus é testemunha
de joelhos
palavras de amr
juramento
quem tudo quer nada tem
sabes que te amo
riam de mim
nostalgia
pervertida
prece de amor

Charles Delaney E Sua Orquestra – Festival (1970)

Quando falo da obscuridade deste selo não é atoa. Aqui temos Charles Delaney e Sua Orquestra um exemplo típico de um trabalho da Paladium. Uma produção legal, mas sem nenhuma informação sobre o artista e tabém sem data.
Olhando pela capa e pelo título diríamos que se trata de um disco orquestral, meio jazz ou algo assim. Realmente essa idéia não fica longe, mas o trabalho tem vocal e está mais para o pop com pitadas de bossa nova.
Eu tenho para mim, que a Paladium é apenas um nome por trás da Bemol. Mas ainda não achei um registro dessa estória. Gostaria muito de contar com a ajuda de alguém que por acaso saiba o que foi afinal este selo. Alguém se habilita?

travessia
mame
alegria, alegria
sonho de lugar
margarida
i’m a believer
carolina
vesti azul
roda viva
só pode ser amor
maria carnaval e cinzas
cherish

Célio Balona E Seu Conjunto – Um Homem, Uma Mulher

A tempos venho pensando em postar, durante uma semana ou mais, alguns artistas do obscuro selo Paladium. Digo obscuro porque até hoje não encontrei na rede qualquer informação sobre este selo que atuou em Minas Gerais nos anos 60 e início dos 70. Obscuros também são quase todos os seus artistas que, segundo contam, eram os músicos da noite ‘belorizontina’, os artistas locais. Me parece que até o Joe Smith fazia parte do cast da gravadora. Os álbuns sempre tiveram um trabalho gráfico interessantes, principalmente os dos anos 60. Mas no que diz respeito às informações sobre o trabalho e artista, deixaram a desejar. Nem dada de lançamento eles usavam.
Bom, aqui vamos então com um peixe grande da Paladium, o multinstrumentista mineiro Célio Balona e o seu conjunto. Acredito que este álbum seja de 1970 e nessa época o Célio era o rei dos bailes em Belo Horizonte. O repertório segue essa linha, mesclando temas internacionais de sucesso com jovem guarda e samba. Um lp interessante que agora neste instante acabo de confirmar ser mesmo de 70 e é seu quarto álbum.
.
the shadow of your smile
plus fort que nous
um homem, uma mulher
free again
tema de lara
o caderninho
trevo de quatro folhas
once in while
t’aimer foullement
quem ti viu quem te vê
triste madrugada

Moacyr Silva – É Tempo De Samba (1969)

Saíndo um pouco da seresta, volto de novo ao saxofonista Moacyr Silva em um de seus primeiros álbuns solo. Lançado originalmente em 1965 pela Copacabana com outra capa colorida – ele seria novamente relançado em 69, com esta capa mais simples de duas cores, pelo selo Som. O álbum com a capa original pode também ser conferido no Loronix, que já o havia postado anteriormente. Sem dúvida, um bom disco que também merece destaque aqui no Toque Musical.

tema pra dedé – tamanco no samba
esperando – morreu num beijo
chora tua tristeza – onde estava eu
tudo de mim – quando ela se foi
sambadinho – zé da conceição
amor de ilusão – a mesma rosa amarela
fio da canção – está nascendo um samba
um pouco de você – desenhei corações
eu chorei – samba de uma saudade
samba internacional – produto nacional
a história não mudou – recordação de um amor
pelo bem que eu te quero – é só querer

Grupo De Seresta João Chaves – Modinhas (1978)

Mais uma vez aqui estou eu postando um disco do Grupo de Seresta João Chaves. Este é um grupo tradicional da música mineira que vem lá de Montes Claros. “Modinhas” foi o segundo álbum lançado pelo selo Marcus Pereira. Praticamente todas as músicas deste disco estão presentes nos outros álbuns, mas algumas são regravações. Por se tratar de um álbum Marcus Pereira, não podemos deixá-lo de fora.

perdão emília
o gondoleiro do amor
ave ferida
saudade
lua branca
euvira escuta
stella
na casa branca da serra
acorda minha beleza
chuá, chuá

Flávio De Alencar – O Nosso Seresteiro (1970)

Mais um disco de seresta, desta vez feito lá em Minas Gerais. Um álbum raro em todos os sentidos. Temos aqui “o seresteiro paulista que se tornou mineiro”, Flávio de Alencar, artista do rádio mineiro, neste lp lançado pela Bemol em 1970. “O nosso seresteiro” é um disco produzido por Waldir Silva, que segundo reza a lenda, também toca em algumas faixas. O álbum, infelizmente, não traz nenhuma informação, assim com na rede, não há nada que possamos acrescentar. Contudo (ou com nada?) ou apesar de tudo, o disco é muito bom. Um repertório de doze músicas bem conhecidas do público em geral. Muito bom…

asilada
caminhemos
serenata do adeus
violão
é a ti flor do céu
suburbana
meus tempos de criança (miraí)
malandrinha
caprichos do destino
noite cheia de estrelas
cabelos cor de prata
casinha pequenina

Duo Guarujá – Cabecinha No Ombro (1960)

Começando a semana, tenho para hoje um disquinho especial, há muito esperado e que agora eu tenho o prazer de trazê-lo. Este é o Duo Guarujá, formado pelo casal Nilsen Ribeiro e Armando Castro. Surgiram no início dos anos 50 e de imediato fizeram muito sucesso. Destes, o maior foi sem dúvida a guarânia “Cabecinha no ombro” de Paulo Alves Borges. Esta música esteve por mais de seis meses em primeiro lugar nas rádios, recebendo vários prêmios e sendo daí por diante regravada por inúmeros artistas. Teve até versão em japonês, pode?
Bom, o fato é que este foi o segundo lp da dupla e talvez o mais famoso, reunindo além de “Cabecinha no ombro” outros sucessos lançados anteriormente em bolachas de 78 rpm.
Confira este toque…

cabecinha no ombro
roga por nós
vou pra roça
dois amantes
história de uma mulher
gritam as pedras do campo
estou perdido
malandrinha
cu-cu-ru-cu paloma
pingo d’agua
espera-me no céu
balda do amor triste

Toque Musical vai fazer 1 ano!

Dia 30 deste mês o Toque Musical completa um ano de atividade. Olhando para trás, ao longo desse tempo, tivemos uma média de dois discos postados todos os dias. São quase 700 títulos variados, com os mais diversos gêneros que cantam e encantam a música no Brasil. O que me chama mais atenção é ter permanecido ainda hoje longe dos holofotes, apesar de já ter sido visitado por mais de 100 países. Pesando tudo na balança, acabo acreditando que é bom mesmo que o TM se mantenha na sombra, mesmo usando protetor fator 60. Como disse o outro: você se torna responsável por tudo aquilo que cativa. E isso dá um trabalho…

A Grande Seresta – Ao Vivo No Bar Da Ilha Dos Pescadores (1970)

Falando em seresta… temos aqui este disco raro que com certeza vocês irão gostar. Trata-se de um álbum ao vivo no tradicional Bar da Ilha dos Pescadores, reduto de seresteiros. Foi na noite de 17 de julho de 1970 que se reuniram nomes como Gilberto Alves, Mário Alves, Washington Garcia, João Froes, Mauro Guimarães e Roberto Silva para gravarem este disco. Apesar de um pouco precária a qualidade de som, este registro tem todo um clima de um encontro musical ao vivo numa noite de grande seresta. Vejo na contracapa o nome de Moacyr Silva como coordenador geral do projeto. Seria o Bob Silva?

jura de caboclo
grande é o teu amor
(gilberto alves)
boêmio
quase que eu disse
(washington garcia)
gente humilde
chão de estrelas
(joão froes)
chuá, chuá…
maringá
(mário alves)
capricho do destino
lábios que beijei
(roberto silva)
se elea perguntar
canção do nada
(mauro guimarães)