Sucessos Da Bossa Nova (1964)

Dando sequência a postagem do dia, que hoje saiu mais cedo, vamos com mais Bossa Nova. Desta vez temos um álbum que foi recuperado por milagre. Este disco, podem acreditar estava uma peneira, cheio de furos feitos por cupim. Dá prá acreditar? Eu não sabia que cupim comia vinil, agora tenho certeza. Considerando o estado lastimável em que se encontrava o lp, em relação ao resultado quase finalizado, acho que ficou muito bom! Digo quase finalizado, porque não cheguei a limpar totalmente o arquivo no Sound Forge. Vou deixar para vocês a arte do acabamento final, ok? Como a contracapa ficou um tanto ilegível, transcrevo abaixo o texto sobre o disco:
“Este é um lp que focaliza seis grandes nomes interpretativos da bossa nova entre nós (mas cujo cartaz já ultrapassou as fronteiras): um flautista, um saxofonista, um pianista, dois “bandleaders” e finalmente um cantor – Jorginho, Aurino, Heraldo e Paulo “Fats” Eupidio e Johnny Alf, pela ordem.”

insensatez
tristeza de nós dois
para não sofrer
batida diferente
meditação
samba de uma nota só
nós e o mar
barquinho
tema se palavras
murmúrio
chora tua tristeza
menina moça

Agostinho Dos Santos – Vanguarda (1965)

Toque Musical, sem hora para entrar, mas sempre diário. Hoje eu vou aproveitando a folga matinal e mando logo este Agostinho que é puro Bossa Nova. Este é um álbum clássico, luxuoso e de capa dupla contendo as letras. As composições, em sua maioria, são de Roberto Menescal e Ronaldo Boscoli. Este disco eu estou postando mais a título de indicação. Ele foi relançado a pouco tempo atrás em cd que você pode encontrar com facilidade no site da Som Livre, por apenas 10 reais.

amanhecendo
noite de paz
moça flor
a morte de um deus de sal
melhor voltar
pra que chorar
vagamente
telefone
rio
amor a 120
negro
além da imaginação

Roberto Silva – Descendo o Morro N. 2 (1959)

Para finalizar o dia de hoje e compensando pelo dia de ontem, deixo para vocês mais um excelente disco de samba. Temos aqui o Roberto Silva interpretando sambas antológicos, dando continudade ao primeiro disco que também é muito bom. O Jamelão me prometeu que em breve manda para nós os números 1, 3 e 4. Portanto não precisa ninguém pedir, qualquer dia eles estarão pipocando por aqui.

aos pés da cruz
chora cavaquinho
se acaso você chegasse
você está sumindo
cabelos brancos
a mulher que eu gosto
passei dos 32
normélia
escurinho
rugas
maria thereza

Sambistas de Bossa e Samba de Breque (1977)

Eu havia pensado para hoje, postar do Jamelão, mais um disco. Porém percebi que dos outros que tenho, nenhum é disco de carreira. Ou é coletânea ou já estão em outras fontes. Para não caírmos naquela de “já baixei”, resolvi recrutar outros… Coletânea por coletânea, temos aqui outra melhor. Seis sambistas de bossa e samba de breque: Blecaute, Jorge Veiga, Geraldo Pereira, Ciro Monteiro, Moreira da Silva e Luiz Barbosa.. Por certo que Jamelão vai entender.
Este álbum reúne 16 fonogramas da RCA, tratados e reprocessados para estéreo. Não sei bem o quanto esse estéreo faz sentido, mas o resultado ficou muito bom e merece uma conferida.

você está sumindo – ciro monteiro
o guarda e o motorista – jorge veiga
a risoleta – luiz barbosa
esta noite eu tive um sonho – moreira da silva
chegou a bonitona – blecaute
velório no morro – jorge veiga
oh! seu oscar – ciro monteiro
falso patriota – geraldo pereira
dama ideal – geraldo pereira
doutor em futebol – moreira da silva
nêga – jorge veiga
botões de laranjeira – ciro monteiro
bilhete branco
primeiro eu
a coitadinha fracassou
o que se leva dessa vida

Jamelão – O Samba Bom É Assim (1959)

Ontem, extraordináriamente não tivemos nenhuma postagem devido a um problema no Blogger. Não consegui acesso para postagens e só agora a tarde é que parece ter normalizado. Segue então, hoje, a minha homenagem ao grande sambista Jamelão. Espero que este seja um álbum inédito nas ‘bocas’ e nas fontes. Não vou nem me dar ao trabalho de verificar isso. Neste disco Jamelão mostra os dois lados do sambista, no morro com seu partido alto e nas apresentações noturnas em boates, no fim dos anos 50. Correndo contra o tempo, aqui não jás, aqui samba!

o samba é bom assim
solidão
decisão
escravo de um coração
nostalgia
que onda é essa
falta de queda
exemplo
jajá da gambôa
águas passadas
eu sofro também
a saudade já chegou

Aloysio De Olivera E Seu Bando Da Lua – Arthur Murray Latin Dance Set (1956)

Há alguns dias atrás, estava eu navegando na rede, quando dei de cara com este disco. Quer dizer, dei de cara com uma capa que me chamou a atenção. Quem era esse tal de Athur Murray? Nunca tinha ouvido falar… porém ainda constava no encarte o texto “Latin Dance Set – Luis Oliveira and his Bandodalua Boys” e um sub-título “Música para dançar à maneira latino americana”. Ora, ora… o que temos aqui? Não seria Aloysio de Olivera e seu Bando da Lua? Estava certo, era isso mesmo… um disco do Bando da Lua gravado nos ‘States’. Que interessante, não conhecia este disco e também não o encontrei entre a discografia do grupo ou do Aloysio. Pesquisando um pouco mais descobri que Arthur Murray foi um professor de dança, um dos nomes mais importantes no aprendizado da dança de salão nos Estados Unidos apartir dos anos 40. Arthur Murray hoje virou ‘franchise’, com diversas academias espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil. Embora o nome de Arthur Murray venha em destaque, o disco é exclusivamente de Aloysio de Oliveira e seu Bando da Lua. Observem que na capa do álbum importado o nome de Aloysio é mudado para Luis Oliveira. Foi para mim, mais que coincidência, encontrar em um sebo, justamente este disco. Parece até que foi combinado… coisas como essa vivem acontecendo comigo. Embora um pouco ‘detonado’, o álbum merece ser ouvido. Publico as duas capinhas para mostrar as diferenças do álbum lançado lá para o nacional que tenho aqui. Não tenho dúvidas de que este disco é um álbum raro, principalmente por não constar em nenhum histórico da música brasileira. Eu nunca vi…

chihuahua
o papagaio lá de casa
canção do mar
o boobie woogie do rato
sim, sim
e eu sem maria
baião
delicado
primavera
bambalele
mulher rendeira
o apito, o triangulo e a cuica

Conjunto Melódico Norberto Baldauf – Ritmos Da Madrugada N.3 (1958)

Quero começar a postagem de hoje transmitindo meus sentimentos de pesar pelo falecimento do grande sambista Jamelão. Ao contrário dos outros blogs de música, não postarei hoje nenhum disco do artista. Infelizmente no ‘gavetão’ não tenho nada pronto e como já havia preparado outras coisas, deixarei minha homenagem para a próxima semana.
Para este domingo eu trouxe um grupo que até bem pouco tempo eu nunca tinha ouvido. Sabia da sua existência, mas nunca havia me despertado interesse. Isso aconteceu há uns dois anos atrás quando li uma reportagem falando do grupo. Nesta, diziam que o conjunto continuava na ativa, com mais de 50 anos de estrada, fazendo apresentações e tocando em bailes. Incrível! Por certo, este é o grupo mais antigo em atividade até hoje. O Conjunto Melódico Norberto Baldauf surgiu nos anos 50 em Porto Alegre. Era o conjunto de baile mais famoso e requisitado na cidade. Elis Regina também chegou a fazer parte do grup0 em alguns bailes da época. Do octeto, só ficaram mesmo o Norberto Baldauf (piano) e Raul Lima (guitarra) que até o ano passado ainda estavam fazendo apresentações.
“Ritmos da madrugada n.3” é o único lp de 12 polegadas da série. Um álbum feito essencialmente para dançar. Tanto assim que o lado A é contínuo, sem separação das faixas, assim como os discos da série “Feito para dançar” do Waldir Calmon. Outro detalhe que chama atenção é o batido característico em algumas faixas prenunciando a bossa. Um disco muito bom!

guacyra
feitio de coração
andalucia
luar insdiscreto
cevando o amargo
trepa no coqueiro
poema
aos pés da cruz
ave maria no morro
dança das horas
begin the beguine
saudade da bahia
ciau (oh! oh! ah! ah!)
baião de vassouras
lá vem a baiana

Arrasta Pé Na Roça (1980)

Completando a relação musical para as festas de junho, finalizo com este disquinho que é o bicho! Vai levantar poeira, pondo todo mundo para dançar. Não vai ficar ninguém sentado.
“Arrasta pé na roça” é um disco feito de encomenda para essas ocasiões. Um apanhado de forró com alguns dos melhores sanfoneiros nordestinos. Este não é para se falar, é prá dançar!

na toca do camarão – camarão
o tema é dominguinhos – camarão
itatuba – adolfinho
eu sou o bom – adolfinho
siridô – nilo cearense
festa boa é na palhoça – baú dos oito baixos
tex- camarão
aquela rosa – jacinto silva
seis de qua ra qua qua – baú de oito baixos
não me deixe louco – jacinto silva
com este a paia voa – zé alves
uai o chente – azulão da bahia

Sivuca – Forró E Frevo (1980)

Começo cedo a postagem para oferecer ao atento visitante mais uma opção para as festas juninas. Hoje é um dia que, com toda certeza, deve estar acontecendo milhares de festas pelo Brasil e discos como esses que andei postando são fundamentais para qualquer animação de junho.
Este disco do Sivuca (raro!) é um bom exemplo. Nele encontramos elementos festivos que são comuns em todo o país. Um disco de forró e de frevo onde o artista funde os dois gêneros. Desta mistura surge uma ótima trilha dançante que agrada os quatro cantos.
Curiosamente uma faixa chama atenção, “Asa Branca”. Fugindo completamente do espírito junino e festivo, a composição de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira ganha aqui uma roupagem de progressivo e fusion. Por sinal, uma versão maravilhosa, só que não encaixa muito bem neste álbum.

frevo sanfondo
o baile de bio laurinha
queixo de cobra
folião ausente
dançando em pipirituba
forró e frevo
fava de cheiro
gostosão
asa branca

Titulares do Ritmo – Concerto de Música Popular (1961)

Meio a toque de caixa, vou logo postando outro disco aqui antes que o dia acabe. Não tem jeito mesmo, eu sempre me atraso (mas não faltou!).
Agora vamos com este grupo vocal, formado nos anos 40 por estudantes cegos do Instituto São Rafael em Belo Horizonte, MG. Um sexteto que também fez muito sucesso a partir dos anos 50. Eles foram sempre muito elogiados por suas harmonizações e vocalizações requintadas. Gravaram muitas discos e gêneros diferentes. Mas este lp, para mim, é um dos seus melhores trabalhos. Um repertório fino em um álbum que se divide de um lado inteiramente vocal e do outro acompanhados por orquestração. Simplesmente maravilhoso!

funeral de um rei nagô
cantiga (vela branca)
prenda minha
taí (prá você gostar de mim)
perfil de são paulo
navio negreiro
brasil moreno
na virada da montanha
serra da boa esperança
agora é cinza
samba
coisas de mulher

Joel E Gaúcho – Os Irmãos Gêmeos Da Voz (R1971)

Hoje iremos previlegiar os ‘vocais’. Começarei por essa dupla sensacional que anda meio esquecida. Formada por Joel de Almeida e Francisco de Paula Brandão Rangel, o Gaúcho, esses dois fizeram a vez durante três décadas no rádio. Eram conhecidos por “irmãos gêmeos da voz” por terem timbres de voz parecidos. Este disco marca o re-encontro dos dois, em 1962, gravando novamente antigos sucessos. Não sei exatamente se eles chegaram a gravar mais alguma coisa após este disco. O álbum que temos aqui é um relançamento de 1971.

estão batendo
pierrô apaixonado
o chapeú também diz
canção para inglês ver
não precisa pagar
anúncio
aurora
pequena futurista
cai, cai
boogie woogie do rato
parece mandinga
ti-pi-tin

Mario Zan Sua Bandinha & Côro – O Balão Vai Subindo (R1974)

Aqui temos mais um disco bacana, ideal para festas juninas. Vai fazer uma festinha na sua casa neste mês? Então não deixe ela passar sem este som. Mario Zan, um dos grandes nomes da sanfona e acordeon, irá animar a noite. Neste álbum encontraremos os temas clássicos que trilham as festas do mês de junho pelo Brasil. Vejam a baixo o que ele tem para nós…

chegou a hora da fogueira
sonho de papel
pedro, antonio e joão
pula a fogueira
cai, cai, balão
capelinha de melão
noites de junho
balão bonito
arraial de santo antonio
isto é lá com santo antonio
carneirinho
recado a são joão
os três santos
sobe balão
pedido a são joão
marcando a quadrilha

Ary Lobo – Súplica Cearense (1966)

Começo a postagem do dia informando que a faixa 7, excluída do disco do Custódio Mesquita – “Mãe Maria”, interpretada por Ângela Maria – já está disponível no Comentários. Ernesto Nazareth manda pedir desculpas pela falha e já mandou o que faltava. Voltem lá e complete o álbum.Ainda no espírito junino e regional, trago desta vez o Ary Lobo, outro autentico representante do norte. Cantor e compositor, gravou seu primeiro disco no final dos anos 50. Seu estilo nos lembra muito o Gordurinha, do qual ele grava neste lp três composições, entre elas, “Súplica nordestina” que dá nome ao disco. Um álbum que é indispensável. Confira este toque!

Súplica cearense
Santana de Ipanema
Ilza chorou
Zé Paraíba
Entrei numa fria
Quando o amor é amor
Bem-te-vi
Filho de Tupinambá
O balanço do Garrincha
Te interessa
Dinheiro no fogo
Semente do bem

Altamiro Carrilho E Sua Famosa Bandinha Nas Festas Juninas (1964)

Vejam só como uma coisa leva a outra… Por falar em música regional, sanfona e o mês de junho que vai indo, acabei me lembrando das festas juninas, uma tradição que hoje em dia, mais ainda, vem perdendo sua força. Há muito que estamos trocando nossas tradições. Hoje o negócio são as raves, o funk, o halloween, o country sertanejo e por aí a fora. Porém ainda existem aqueles que se lembram e até celebram essas festas. Foi pensando nelas (em vocês) que eu achei de boa hora postar este disco do Altamiro Carrilho. O álbum é uma festa, como todos os ingredientes que formam uma autêntica folia na roça. A bandinha toca o repertório de ocasião tendo Ary Leite como o apresentador e narrador entre uma faixa e outra. Confiram este toque!

abertura (avante camaradas)
festa caipira
pula sapo
nair
mate amargo
marin pescador
gavião calçudo
festas juninas – pout-pourri
caipirinha
saudades do matão
no tempo do onça
viva o comedador biguá
festa na roça

Dilú Mello (1983)

Depois de ter postado, dias atrás, um disco do Augusto Calheiros, me lembrei da Dilú Mello. Não sei exatamente o porquê, mas vivo associando um ao outro. Talvez pela singularidade musical dos dois, numa época onde a música popular tinha uma outra cara. Também como Augusto, Dilú é outro nome pouco lembrado e seus discos são difíceis de serem encontrados.
Dilú Mello nasceu no Maranhão, por sinal, o hino do estado é composição dela. Artista precoce, iniciou sua carreira nos anos 30. Tocava com maestria vários instrumentos como violino, violão, sanfona… Sua vida toda foi dedicada à música, onde desponta um estilo regional e até foclórico.
Neste lp, seu último disco em vida, gravado em 1983 (e raríssimo), temos uma re-leitura de alguns de seus maiores sucessos. Composições que já foram gravadas por artistas como Nara Leão, Fagner, Clara Nunes, Ademilde Fonseca, Carmem Costa, entre outros… Mais um básico!

cabocla
meu barraco
colorido de saudades
saudades do maranhão
coisas erradas do mundo
qual o valor da sanfona
meu cariri
quando durmo de pé sujo
telegrama
acalentado são luiz
a grande valsa
fiz a cama na varanda

Luiz Claudio – Reportagem (1975)

“Qual é a música de sua autoria que você gosta bastante e por uma razão ou outra não fez o sucesso que merecia?” Esta foi a pergunta chave feita por Luiz Claudio a cada um dos onze compositores que aqui neste disco são interpretados por ele. Um lp curioso e interessante, que em cada faixa começa meio em tom de entrevista e depois Luiz Claudio entra cantando. Álbum de capa dupla, bem produzido por Aloysio de Oliveira. Tem orquestrações e regências de Wagner Tiso e participação do grupo Som Imaginário. Por aí podemos ter uma idéia da qualidade.

esperança perdida – tom jobim
lua cheia – chico buarque
matando o tempo – braguinha
cantiga – dorival caymmi
poema azul – sergio ricardo
há sempre um amanhã – tito madi
rugas – nelson cavaquinho
se pelo menos você fosse minha – roberto menescal
onde eu nasci passa um rio – caetano veloso
tarde – milton nascimento
canção da saudade – cartola

Joel Nascimento – Chorando Entre Os Dedos (1976)

Sempre que penso em bandolim, inevitávelmente um nome me vem a cabeça: Jacob. Talvez, de imediato eu só me lembraria dele, o grande Jacob do Bandolim. Mas tocar este instrumento e bem não é previlégio só do homem que está faltando naquela mesa. Ele realmente faz falta na mesa, na roda de choro. Mas quando escutamos o Joel Nascimento, percebemos que uma certa continuidade na emoção de ouvir e tocar um bandolin. A fineza e a beleza musical ainda estão presentes e uma sensação boa ao ouvir esse lp me faz acreditar nisso.
Joel Nascimento é hoje um dos instrumentistas mais respeitados no Brasil e exterior. Neste disco de 1976, produzido por João Nogueira, temos um repertório escolhido a dedo para o selo London. Vale muito conferir… Coisa fina!

ecos
apelo
marambaia
carolina
chorinho do sovaco de cobra
tempo à bessa
evocação de jacob
waves
cantiga por luciana
sambista chorão
conselho
valsa de realejo

Augusto Calheiros (1959)

Ouvi dizer que toda a obra de Augusto Calheiros havia sido resgatada para o digital a algum tempo atrás, porém não é fácil achá-la, mesmo pela internet. Nessa hora eu fico pensando como foi importante o surgimento dos blogs musicais, os blogs sérios, voltados exclusivamente para o resgate da boa música. Este era um trabalho que deveria ser feito pelas gravadoras, pelos profissionais. Mas eles não querem perder tempo com história, memória ou cultura fonográfica. Resta então aos amadores (entendam como os amantes da música), tomar a frente daquilo que não dá dinheiro, mas que dá prazer e é feito com amor. Curioso notar que quem poe mão à obra, também não é especialista, historiador, crítico ou jornalista. Somos nós, pessoas comuns, os amantes, os consumidores, os amadores…
O álbum que tenho aqui, eu não vi constando em nenhuma das discografias de Calheiros. Talvez por se tratar de uma coletânea, um álbum póstumo, o primeiro disco dele em lp. A Patativa do Norte, como era chamado, em vida, só gravou em 78 rpm. Aqui temos uma seleção de seus maiores sucessos que compreende os anos de 1945 a 1955. Um álbum maravilhoso e também básico para quem procura conhecer o trabalho deste artista.

senhor da floresta
meu ranchinho
pisa no chão devagar
fatal ilusão
garoto da rua
prelúdios de sonatas
célia
caboclo vingador
dúvida
bela
adeus pilar
vida de caboclo

Gordurinha – Súplica Cearense (1987)

Meus prezados, tenho recebido muitas reclamações sobre links que não funcionam. Realmente temos alguns casos, principalmente nas postagens mais antiga. Esses links, vamos ao poucos resolvendo. A prioridade é sempre para aqueles que são apontados e solicitados. Contudo, por muitas vezes, acontece de visitantes reclamarem mais por falta de atenção ao copiar o link. Aqueles que utilizam o Firefox como navegador são os que mais tem problemas para copiar o link no quadrinho de comentários. Acabam copiando somente uma parte do link, que por certo não irá funcionar. O melhor a fazer é clicar no título da postagem e uma nova página se abrirá, mostrando-a completa, incluindo link e comentários. Assim fica mais fácil copiar e colar 🙂
Originalmente lançado em 1968, este álbum é uma coletânea muito boa, onde estão incluidos os maiores sucessos de compositor Gordurinha. Ele é considerado um dos maiores nomes do samba baiano, mas sua música não fica só nisso. Passeia também por outros caminhos como o forró, o baião, o choro e mais… Para quem não conhece o trabalho de Gordurinha, este é um disco básico.

súplica cearense
vendedor de caranguejo
pedido a padre cícero
poema dos cabelos brancos
tô doido pra ficar maluco
o marido da vedete
baiano burro nasce morto
chicletes com banana
uma prece aos homens sem deus
oito da conceição
mambo da cantareira
calouro teimoso

Custódio Mesquita (1963)

Bom, aqui vai mais um para finalizar o dia. Serei breve porque tenho ainda algumas pendências e antes que o sono me pegue de vez, preciso finalizar outros trabalhos. É incrível como consigo embananar todo o meu dia. Acabo ficando assim, sem tempo…
Vamos logo com outra raridade, uma coletânea de obras de Custódio Mesquita. Este é outro nome pouco lembrado, embora muitas de suas composições seja bem conhecidas. Aqui neste lp temos uma amostra disso. São quatorze faixas interpretadas por diversos artistas, conforme segue a lista a baixo. Há na contracapa deste lp um texto muito bom do Sergio Cabral que complemeta o entendimento. Desculpem, mas como diz aquele bispo da tv, temp(l)o é dinheiro! Deixa eu correr atrás do meu…

promessa – angela maria
preto velho – luiz roberto
o pião – roberto silva
rosa de maio – jairo aguiar
adivinhe coração – mara cruz
naná – gilberto alves
mãe maria – angela maria
noturno – elizeth cardoso
saia do caminho – angela maria
caixinha de música – jorge roberto
velho realejo – gilberto alves
há sempre alguém – roberto silva
algodão – angela maria
mulher – josé bittencourt

Alcides Gerardi – Despedida (1964)

Hoje estou atendendo aqui aos que, a algum tempo atrás, haviam me pedido para postar mais coisas do Alcides Gerardi. Discos deste artista são mesmo difíceis de achar e sua obra anda meio esquecida. Eu, sempre que possível, tenho procurado atendê-los, embora não fosse esta a minha proposta inicial. Por outro lado, como tenho à mão coisas que podem agradar e que também me agradam, porque não fazê-lo? Mas aviso, não há promessas…
Segue então este álbum raro do Gerardi, com uma capa que desperta, no mínimo a curiosidade. A orquestração e arranjos são do maestro Astor e o repertório vai de samba ao bolero. As informações complementares estão na contracapa e selo, sempre incluídos no pacote. Este é mais um álbum que vai dar ibope.

despedida
por toda a vida
quem me vê
volte
diga
tinha que ser
a maria chorou
deus me ajudou
sem motivo
em volta da luz
perversa
a corda e a caçamba

Luiz Carlos Vinhas E Seu Conjunto – Baila Com Vinhas (1982)

Na sequência do lance, vamos com o Luiz Carlos Vinhas que é o que eu tenho na mão. Como havia dito anteriormente, não houve tempo para preparar nada, assim ficamos com os ‘discos de gaveta’. Pessoalmente, não vejo nada de extraordinário neste disco do Vinhas, mas sei que tem muita gente por aqui que vai querer bailar com ele. Como eu já havia dito uma certa vez -respondendo ao uma crítica que me fizeram a respeito de postar coisas que não me agradam – realmente, alguns discos que já postei aqui, musicalmente não me tocam, mas nem por isso deixam de ter o seu valor e interesse para o blog. Por outro lado, foi forçando a barra comigo mesmo que aprendi e descobri coisas que antes haviam passado despercebidas. No caso do Vinhas eu o faço em consideração aos bons tempos do Bossa Três, pelas faixas “Maracanã”, “Yê Melê” e “Sax Cantabile” e por não ter no momento nada mais consistente e que combine com a postagem final dessa noite. Por favor, não me reprovem…

maracanã
luar / palco
por causa de você, menina / praia e sol / que maravilha
o teu cabelo não nega (só dá lalá)
das maravilhasdo mar fez o esplendor de uma noite
yê melê
manhattan / with a song in my heart / as time goes by / chicago
sax cantabile
amor nas estrelas / laranja da china
lança perfume / baila comigo

Severino Araujo & Orquestra Tabajara – Série Depoimento Vol. 1 (1975)

Neste sábado eu não tive tempo de preparar muita coisa. Novamente recorri ao ‘gavetão’ para que o dia fosse salvo. Vamos então ao cardápio da noite…
Temos aqui um disco bacana com Severino Araujo e sua Orquestra Tabajara. Este é de uma série que até então eu desconhecia, na verdade não me lembro de ter visto outro volume. O álbum traz regravações de antigos sucessos e novas gravações com músicas de Toquinho e Vinicius, Martinho da Vila e até o Benito di Paula. Confira agora esse toque que eu já vou para o próximo lance…

prefixo
mirando-te
um chorinho pra você
espinha de bacalhau
um chorinho em aldeia
saudades do norte
dente por dente
conto de areia
se não for por amor
fogo sobre terra
no silêncio da madrugada
boato

Roberto Ingles & Sua Orquestra – Dançando Sentimentalmente (1960)

O próximo disco da noite é de um estrangeiro, Roberto Ingles (Robert Inglis). Arranjador, pianista e bandleader, este escocês viveu uma paixão muito intensa com a música brasileira nos anos 50. Angela Maria iniciou sua carreira acompanhada por ele. Dalva de Oliveira foi também outro nome que gravou e chegou a se apresentar com maestro em Londres, fazendo muito sucesso junto ao público inglês. Este foi seu primeiro disco lançado no Brasil. Na verdade eu não sei ao certo se ele chegou a gravar mais alguma coisa. Só me lembro do disco com a Dalva, álbum este já postado por aqui a um tempo atrás.

se todos fossem iguais a você
meu bolero
brasil
rio triste
colombinas fracassadas
ave maria
a voz do morro
insônia
bom que dói
não tem mais fim
contra-senso
cancion de mi alma

Reminicências (1960)

Hoje foi mais um daqueles dias em que eu não tive tempo nem para planejar o que iria postar. Foi puro osso. Assim, me vejo obrigado a recorrer ao gavetão, onde sempre encontrarei alguma coisa boa para encaixar.
Tenho então esta coletânea muito boa de marchinhas e sambas, bem conhecidos do público, em gravações originais de época com grandes nomes, intérpretes da velha guarda. Vale a pena conferir pois se trata de uma seleção musical e de artistas muito boa.

o teu cabelo não nega
(castro barbosa com o grupo da guarda velha)
alegria
(orlando silva com os diabos do céu)
linda lourinha
(silvio caldas com os diabos do céu)
a tua vida é um segredo
(mário reis e lamartine babo)
catharina
(carlos galhardo)
malmequer
(orlando silva)
linda morena
(lamartine babo e mário reis)
não pago bonde
(odette amaral com os diabos do céu)
a primeira vez
(orlando silva)
piroli, piroli
(castro barbosa comos diabos do céu)
eva querida
(mario reis com os diabos do céu)
cecy e pery
(dalva de oliveira e dupla preto e branco)

16 Seleções De Música Internacional (1962)

O segundo disco do dia, também um álbum com capa conceito, é esta seleção musical com músicas internacionais. Todas são composições que tiveram um grande apego popular, interpretadas por artistas nacionais, bem conhecidos do público. Chamo a atenção para as faixas com Dolores Duran e Angela Maria. A presença das duas já vale o disco. Mas temos mais… confiram, pois vale realmente ouvir este disco.

la violetera – angela maria
la marie vison – dolores duran
estupido cupido – the golden boys
abandono – gonzalo cortez
onde estará minha vida – agnaldo rayol
olhos castanhos – olivinha de carvalho
las secretarias – yunes
the peppermint twist – reynaldo rayol
cielito lindo – angela maria
ave maria lola – dolores duran
personality – the golden boys
look for a star – ronnie cord
coimbra – alberto ribeiro
terezita – yunes
piove – angela maria
soñar – trio tropical

Odete Amaral E Cyro Monteiro Jr. – Do Outro Lado Da Vida (1962)

Olá meus atentos e ocultos amigos do blog! Aproveito a folga de uma hora para adiantar um pouco as postagens do dia. Hoje venho trazendo dois discos de uma série lançada no início dos anos 60 pelo selo Som. Uma das coisas que logo chama a atenção é o trabalho de capa, para época, super inovador. Observem que ela é forrada por um tecido rústico, tipo saco de linhagem e a impressão gráfica é feita sobre ele. Realmente isso dá ao álbum uma característica única. Um tipo de trabalho agregado ao disco que viria a ser mais explorado na década seguinte. Muito legal.
Temos então para começar um álbum gravado pela Odete Amaral e seu filho Cyro Monteiro Jr. em 1962 (Odete foi casada com Cyro Monteiro) . Este lp foi idealizado pelo radialista Afonso Soares, que na época apresentava um programa de reportagem na antiga Rádio Tupi do Rio chamado, “Do outro lado da vida”, com entrevistas e crônicas, focando o dia a dia nos presídios do Brasil. Foi desses contatos que surgiu a idéia de se fazer um disco com composições dos presidiários, interpretadas por Odete e Cyro Jr. Uma iniciativa muito louvável que gerou um disco excelente. Coisas como essas não acontecem mais, pelo menos no quesito qualidade. Nossos antigos presidiários eram bem mais românticos e menos raivosos. Se fosse feito hoje, o que teríamos era um disco de rap. Um estereótipo da cultura marginal americana, uma cópia boçal de pura violência. Pura macaquice…
Este é um lp altamente recomendado. Um álbum que merece ser ouvido e alguns comentários…

luar de vila sônia
nos braços de alguém
quem zomba é criança
silêncio! é madrugada
amor sublime
passatempo
delírio
poema do meu bem
sorriso de ironia
chuva na calçada
reconciliação
tempo ladrão

Luiz Arruda Paes – Brasil Em Tempo De Dança (1961)

Como eu havia dito, este disco tem tudo a ver com o anterior (ou o anterior a ver com este). Observem a capa. No reflexo do espelho da cigarrilha podemos ver um casal feliz a dançar. Ou será a capa do disco do Mário Gennari? Vejam vocês como é a coisa… Bom, mas quanto a coisa lá dentro, o vinil, estou também ouvindo agora. Eu não conhecia este disco. Este álbum reúne alguns de seus trabalhos gravados anteriormente, na década de 50, nos bolachões de 78 rpm. Me lembrou alguma coisa de Ray Conniff, aqueles vocais… Mas cá prá nós… sou mais este aqui. Disquinho muito bom!
Luiz Arruda também foi outro grande instrumentista nos anos 50, recebendo vários prêmios como pianista e arranjador. Outra semelhança neste disco é também a sua ausência na discografia do artista. Alguém aí para dar uma luz?

mulher
o apito no samba
insônia
por causa de você
nada além
rio de janeiro
hô bá lá lá
eu sei que vou te amar
adeus
baia com h
mente
nem eu

Mário Gennari Filho – Seu Acordeon E Ritmo – Hum…Mmmmm.. É Bom Dançar (1960)

Hoje eu estou trazendo aqui dois lps que tem algumas coisas em comum. São álbuns supostamente da mesma época, gênero dançante e uma capa com tudo a ver. Outro detalhe é a total falta de informação sobre os discos. Neste do Mário Gennari, não consta data e nem em sua discografia. Estranho… Alguém aí tem alguma informação?
Estou ouvindo este álbum pela primeira vez. Um disco fino, que vai agradar. Traz um repertório de qualidade, somado a um estilo cativante. Mário Gennari Filho foi um dos maiores nomes no acordeon no Brasil. Fez muito sucesso na década de 50, recebendo vários prêmios como instrumentista. Melhor mesmo é ouvir, né? Vamos nessa, também estou descobrindo agora…

menina moça
meditação
amor, amor…
rico vacilon
e daí? (proibição inútil e ilegal)
a felicidade
trumpet cha cha cha
cubanancan
oorvalho vem caindo
ouça
acercate más
tu me acostumbraste

Joaquim Eugênio – Gotas De Sonho (S/D)

Vou aproveitar que hoje não tenho nada mais a mão e lançar este disquinho aqui para tampar a panela do dia. Este é mais um daqueles obscuros álbuns onde não podemos encontrar informações além das que temos no encarte e no selo. Álbuns como este aguçam a minha curiosidade e ao ouví-lo não me decepcionei. Lembra muito o cantor e compositor Luiz Cláudio em canções bem seresteiras. Nas informações da capa fica claro que se trata de um artista local, um selo desconhecido – Cifra, Grupo Irmão Tomaz – de Belo Horizonte. Um disco em formato dez polegadas, que provavelmente foi lançando na década de 60.
Joaquim Eugênio, o cantor – possívelmente mineiro – interpreta composições de Raul Marinuzzi. Este último eu vim a saber é um músico, maestro mineiro, que hoje em dia se dedica a dar palestra em empresas sobre trabalho em equipe. Ele tem uma forma muito original e interessante de mostrar a importância do trabalho em conjunto, através de exemplos, usando sua pequena orquestra. Muito bacana. Quem souber de mais alguma informação sobre o disco, não deixe de comentar.

gotas de sonho
faz tanto tempo
último adeus
se me olhasses nos olhos
agora é tarde
adeus boneca
alice
prece de caboclo