Toques para quem se toca – Links dando erro

Tenho recebido inúmeros pedidos e reclamações quanto aos links dos álbuns postados. Gostaria de informar que todos aqueles hospedados no Rapidshare estão funcionando perfeitamente. Alguns poucos, após o terceiro mês sem procura, realmente acabam caducando. Mas medida do possível e quando solicitados, eu os tenho renovado. Há porém um pequeno problema que ultimamente vem acontecendo, que é essa questão do link que não abre. |Isso tem acontecido por duas principais razões: inexperiência ao usar o Rapidshare e desatenção ao copiar e colar o link. Alguns navegadores, como o Firefox limita a área do quadro de comentários e acaba cortando o link (quando este é muito grande). Se você não estiver atento, corre o risco de copiar apenas um trecho do link, que assim de nada vale e aparece o ‘error’. Para piorar a situação, o Rapidshare adotou um sistema de verificação da contra-senha que parece coisa de maluco. Você escreve no quadrinho as letras que aparecem a baixo, lembrando-se de que só irá digitar aquelas onde aparecem um desenho de gatinho. Isso realmente é um saco, mas faz parte da “brincadeira”. Do meu lado, tento fazer o possível para atendê-los da melhor maneira. Só não mudarei o meu sistema de postagem e nem penso em deixar o Rapidshare, que apesar de chato é o mais confiável. Moçada, como já dizia um amigo: rapadura é doce, mas não é mole não!

Simonetti – Bossa (1964)

Não sei exatamente o porquê deste disco se charmar “Simonetti – Bossa”. Certo é que se trata de um disco de Bossa Nova. Certa também a presença de Simonetti, maestro italiano que viveu um período aqui no Brasil, trabalhando em trilhas para o cinema nacional, etc… Digo isso, porque e curiosamente, este disco também se chama “Vagamente” e dele também participam Ely Arcoverde, organista famoso nos anos 60 e Manfredo Fest, outro importante pianista e compositor da época. Não se trata de um trabalho coletivo, eles apenas dividem as faixas do álbum. Este lp saiu pelo obscuro selo paranaense Atila. Um autêntico 3 em 1. É considerado uma preciosidade rara e super disputado por colecionadores, no Japão e América. Seu valor no mercado, para um vinil em bom estado, é na faixa de 300 dólares! (aí Edu, segura o seu!)

vagamente – ely arcoverde & seu conunto
mulata assanhada – simonetti & sua orquestra
minha saudade – manfredo fest & seu conjunto
saudades da bahia – simonetti & sua orquestra
batida diferente – manfredo fest & seu conjunto
bolinha de sabão – ely arcoverde & seu conjunto
ela é carioca – ely arcoverde & seu conjunto
bossa na praia – manfredofest & seu conjunto
favela – simonetti & sua orquestra
bossa no choro – manfredo fest & seu conjunto
fita amarela – simonetti e sua orqustra
mais que nada – ely arcoverde

Milton Banana (1975)

Completando a noite, tenho aqui mais um disco bacana. Um disco do Banana. Figura titular no time da Bossa Nova, Milton Banana foi um baterista que soube explorar a música, mais que seu próprio instrumento, a bateria. Tocou com os mais importantes artistas da bossa e do jazz, esteve presente em álbuns antológicos, deixando sua marca na história da música moderna brasileira. Este lp saiu em 1975 e traz um repertório instrumental para músicas que fizeram vez na MPB. Não é um dos meus favoritos do cacho, mas como já disse anteriormente, não vai ser por isso que ele deixa de merecer um toque musical. O que seria do arroz se todo mundo só gostasse de feijão, não é mesmo?

fato consumado
charlie brown
samba davolta
salve a mocidade
batendo a porta
até quem sabe
dona flor e seus dois maridos
tamanco malandrinho
maior é deus
flor de maracujá
quantas lágrimas
vamos dar as mão e cantar

Samba – Nova Concepção (1964)

Antes que este dia vire outro, deixa eu postar o disco da vez.
Lançado originalmente em 1964, este disco reúne um grupo de ‘feras’ que fazem de “Samba – Nova Concepção” um álbum sem igual. Muitos atribuem este trabalho à Eumir Deodato e erroneamente aos Catedráticos do Samba. Muitos se apóiam no fato deste álbum ter sido relançado em cd junto à discografia de Eumir. Acho um tanto injusta essa afirmação, considerando que na quinta e sexta faixa do lado B, Eumir Deodato deu lugar ao jovem Tenório Jr. Além do quê, quem mais se envolveu no projeto foi Daudeth de Azevedo (o Néco), violonista que cuidou de todos os arranjos e orientou os demais músicos durante as gravações. Este trabalho foi lançado, como diz no próprio texto de Myriam Conceição na contracapa, sem pretensões comerciais ou o intuito de projetar este ou aquele artista no cenário musical brasileiro. É acima de tudo um disco de gente grande, uma reunião de excelentes músicos, fazendo o que gostam, música de qualidade.
Se você ainda não ouviu ou ouviu por outras fontes, escute aqui a versão vinil. Extraia do sulco este som!

Samba Do Congo (Jorge Ferreira Da Silva)
Adriana (Roberto Menescal-Luiz Fernando Freire)
Estamos Aí (Durval Ferreira-Mauricio Einhorn)
Carnaval Triste (Sergio Carvalho-Paulo Bruce)
Nanã (Maocir Santos-Mario Telles)
Straits Of McCleallan (Don Elliot)
Capoeira (Jorge Ben)
Sonho De María (Marcos Valle-Paulo Sergio Valle)
Samba A (Durval Ferreira-Mauricio Einhorn)
Amor De Nada (Marcos Valle-Paulo Sergio Valle)
Coisa Nº 1 (Moacir Santos-Clóvis Mello)
A Morte De Um Deus De Sal (Roberto Menescal-Ronaldo Bóscoli)

Dalva De Oliveira – Nuvens Grossas De Amor (1974)

Hoje, excepcionalmente, faço esta postagem no horário matinal. Ainda nem tomei o meu café. Quero logo deixar pronto para os amigos este ‘presentinho’. Quem sabe tem alguém aí que ainda não achou o que dar para sua mãe neste dia. Quem sabe isso os faça lembrar da mãe que já partiu. Quem sabe isso não tenha nada a ver com sua mãe, mas mesmo assim depois de ter lido esta abertura fez você sair correndo para dar um grande abraço nela e dizer, obrigado, minha mãe! Eu, na verdade, não me lembro da minha mãe cantarolando ou comentando alguma coisa sobre a Dalva de Oliveira. Sei até de outros cantores do rádio dos quais ela falava. Mas a Dalva com seu olhar maternal, me fez lembrar da minha que a pouco mais de um ano se foi… Então, em homenagem ao Dia das Mães, a todas as mães o mundo, eu ofereço este maravilhoso disco.
Este álbum é mesmo especial, em todos os sentidos. A começar por ser da Dalva de Oliveira (sem comentários!). Por ter sido um disco produzido por Hermínio Bello de Carvalho. Um trabalho primoroso de recuperação e recomposição de antigos fonogramas, onde a instrumentação foi praticamente toda refeita com novas bases e executadas por músicos de uma outra geração. Transformaram as matrizes originais, gravadas em 1 ou 2 canais, em fitas de 8, dando a voz de Dalva um acompanhamento instrumental novo. Gente importante como o maestro Gaya, Wilson das Neves, Paulo Moura, entre outros; foram peças importantes na realização deste disco.
Não tenho certeza, mas parece que este lp chegou a ser relançado em cd pela EMI em 2006. Eu mesmo, nunca o vi nas estantes das lojas, mas vale dar uma conferida. Procurei não separar as faixas, embora elas existam, para não criar cortes ou pausas incômodas que, ao meu ver, comprometem na audição.
Fiquem então com Dalva de Oliveira e tenham um feliz Dia das Mães!

1. Pela Décima Vez
2. Que Será? / Tu Me Acostumaste ( Tu Me Acostumbraste)
3. Teus Ciúmes
4. Há Um Deus
5. Segredo/Aves Daninhas; 6. Dois Corações/ E A Vida Continua
7. Bandeira Branca/ Mãe Maria
8. Coqueiro Velho
9. Tudo Acabado/Não Tem Mais Fim
10. Saia Do Caminho
11. Tudo Foi Surpresa
12. Folhas No Ar
13. Onde Estas Coração (Donde Estas Corazon)

5º Aniversário Sinter (1956)

No ritmo do dia, tenho agora o prazer de apresentar um disco extremamente raro e muito bom. Um álbum histórico e especial pelos seguintes motivos. Este foi o primeiro ‘long play’ de 12 polegadas lançado no Brasil. Um álbum comemorativo que contempla 16 faixas, em formato de coletânea, dos primeiros e principais artistas do selo Sinter. Este álbum celebra os cinco anos da data de lançamento do, também primeiro, disco de 10 polegadas no formato 33rpm, lançado pela Sinter em 1951 no Brasil. Conforme o texto na contra-capa, com o lançamento de “Carnaval em Long Play”, o Brasil se tornaria o primeiro país na América do Sul e o quarto em todo o mundo a fabricar micro-sulco. Como se não bastasse este LP reúne obras muito raras que dificilmente podemos encontrar por aí. Assim, aproveite a ocasião e faça a feira. O toque tá dado…

valsa de uma cidade – orquestra melódica lyrio panicali
aí, que saudades da amélia – ataulfo alves e suas pastorinhas
cai, cai… – radamés gnattali
olha o grude formado – almirante
luar do sertão – paulo tapajós
peixe vivo – vanja orico
aruanda – jorge fernandes
flôr de abacate – a velha guarda
capitão francisco sena sobrinho – a lyra de xopotó
adeus – ismael silva
risque – jacques klein
churrasca – eduardo patané
pois é – britinho
linda morena – lamartine babo
prenda minha – mario azevedo
essa negra fulô – jorge fernandes

Vitrine Odeon – Vários (1958)

Para esta noite de sábado estou trazendo mais algumas coisas raras e muito interessantes. Temos aqui um álbum promocional da Odeon. Uma coletânea com alguns de seus artistas num raro exemplar, onde são mostradas as qualidades da recém-chegada Hi-Fi (Alta Fidelidade) no Brasil. O disquinho tem de um lado faixas de alguns de seus discos com a nova tecnologia e do outro uma apresentação narrada por Aloysio de Oliveira, comparando e mostrando as vantagens desse sistema. No pacote vem incluído (como de praxe) os encartes e selo. A data deste álbum foi colocada com 1958, mas eu não posso garantir. Não encontrei nenhuma informação a esse respeito. Mas deve ser mesmo por aí…
Lado A
adeus maria fulô – léo peracchi & sua orquestra
chatanooga choo choo – aloysio de oliveira e seu bando da lua
rouxinol alegre – steve bernard e seu conjunto
X-9 – conjunto brasil sonoro
Lado B
uma breve história em alta fidelidade – aloysio de oliveira:
flor do mal
se você jurar
rato, rato…
aquarela do brasil

Carmen Miranda – A Nossa Carmem Miranda (1965)

Volto agora para o segundo tempo da noite. Desta vez com a própria estrela, a nossa Carmen Miranda. Neste lp lançado em 1965, temos uma coletânea de gravações originais de 1935 à 1941. Praticamente, temos aqui condensados os seus melhores momentos no Brasil. Este é mais um discão que eu recomendo…
adeus batucada
recenseamento
escrevi um bilhetinho
cabaret no morro
minha terra tem palmeiras
o samba e o tango
voltei pro morro
uva de caminhão
casaquinho de tricot
quando eu penso na bahia (com Silvio Caldas)
polichinelo
imperador do samba

Carolina Cardoso de Menezes – Lembrando Carmen Miranda (1957)

Acho que com este disco da Carolina Cardoso de Menezes eu encerro minhas homenagens à esta exemplar pianista. Confesso que até pouco tempo eu não me interessava por esta artista, até o dia em que pude ouvir com calma “Sucessos em desfile”, Vol. 1 e 2, ambos postados aqui. Não sou um ‘entendedor’ de técnicas musicais, mas a maneira como Carolina toca me impressionou. Para aqueles como eu que também não se tocaram… recomendo! Falando em homenagens, vamos a mais uma… Que tal uma Carmen Miranda instrumental? Disquinho bacana recheado de clássicos do repertório da ‘pequena notável’. Este não podia faltar, confiram este toque!
alô, alô…
adeus batucada
boneca de pixe
o que é que a baiana tem
diz que tem
bamboleô
cachorro vira-lata
uva de caminhão

Leny Eversong – A Voz de Leny Eversong (1957)

Para completar a noite, temos aqui um disquinho, que embora cheio de estalos, como é comum em discos com mais de 50 anos, vale a pena ouvir e conferir na voz versátil e poderosa desta cantora e compositora. Leny, por muitos anos fez parte de um seleto grupo de intérpretes com passaporte internacional. Ela cantava em diversos idiomas o que lhe garantia a atenção e o respeito inclusive fora do país.
Estou sentido que começo a variar. O sono chegou com força e meu raciocínio foi a nocaute. Antes que eu apague de vez, encerro por aqui. Quem quizer saber mais sobre este lp, sugiro que leiao verso do mesmo. Eu por hoje cansei… Zzz…
.
lamento tupi
canto afro-cubano
na baixa do sapateiro
mâe de ouro
jezebel
otinderê
canta brasil, aquarela do brasil

Dilermando Reis – Solista De Violão (1956)

Um dos contadores de acesso mais completos e interessantes que conheço é o NeoCounter. Instalei ele em agosto do ano passado e até então eu não havia tido problemas. Mas como sempre, tudo que é ‘free’, acaba se tornando um investimento inseguro. Meu velho contador NeoCounter, acho que foi pro saco (que saco!). Dessa foram me vi obrigado a recorrer a um contador alternativo. Vamos ver no que dá…
Hoje temos aqui um outro instrumentista, desta vez das cordas, o violonista e compositor Dilermando Reis. Neste álbum, de 56 ele, temos um repertório rico em suas oito faixas, que por certo irá agradar não apenas os ‘tocadores de violão’, mas todo um publico que sabe dar o valor à um dos nossos melhores artista do violão. Espero que todos apreciem este mini-lp como o fizeram com a mesma sêde em um outro postado aqui.

sons de carrilhões
abismo de rosas
magoado
noites de lua
adelita
tristesse
sonata ao luar
ruas de hespanha

Carolina Cardoso de Menezes – Interpreta Ernesto Nazareth (1955)

Para fechar, principalmente os meus olhos que já estão ardendo de sono, vamos com mais uma maravilha da discografia de Carolina. Não preciso me extender, a capa fala por si. Um trabalho primoroso, que com certeza Ernesto Nazareth aprovou lá do céu.
Como estou num semi-sono não vou nem falar sobre o Ernesto Nazerth. Fica para uma próxima ou quem sabe amanhã eu completo… Zzz…
odeon
tenebroso
escorregando
garoto
brejeiro
turbilhão de beijos
escovado
coração que sente

Carolina Cardoso de Menezes – Sucessos Em Desfile N. 2 (1955)

Definitivamente, não consigo achar um horário mais cedo para fazer as minhas postagens. Acabo sempre fazendo tudo no último momento. E como sempre, caíndo pelas tabelas de tanto sono.
Mas antes que eu me perca os braços de Morfeu ou sobre o teclado, vamos à dobradinha da noite. Como eu já havia postado “Sucessos em desfile n. 1”, agora é a vez do número 2. Também um excelente disco desta pianista e compositora, que ao meu ver, continua atualíssima. Sua música não soa como alguma coisa antiga. Se jeito no piano é cheio de personalidade, reparem…
na pavuna
pomba gira
me leva seu rafael
cabelos brancos
camisa listada
atire a primeira pedra
com que roupa
é com esse que eu vou

Silvio Caldas (1956) REPOST

Olha aí Sílvio, na ‘calda’ deste cometa, segue agora um 10 polegadas também bacanão. Este foi o seu primeiro lp pela Columbia, reunindo alguns de seus, para época, recentes trabalhos lançados em 78rpm. Silvio Caldas foi um artista singular. Um homem de pés no chão e uma cabeça que voava por muitos céus. Em sua vida, sempre soube lidar com o lado artístico-profissional e o pessoal. Durante sua jornada de vida, esteve envolvido em diversos projetos pessoais, se afastando as vezes da vida artística. Mas nunca deixou o barco à deriva, voltando sempre e encantando com sua arte. Foi um dos poucos cantores sem rival e um compositor sempre muito ativo. O que fez dele um dos mais queridos e lembrados artistas da música brasileira. Não é atoa que o Toque Musical tem trazido alguns de seus discos.
são francisco
turca do meu brasil
se eu pudesse
perfil de são paulo
pierrot
mágua
jangada
vivo em paz

Silvio Caldas – Serenata (1957)

Estou precisando começar essas postagens mais cedo. Normalmente as tenho feito na útima hora do dia e quase sempre ‘babando’ de sono. Isto afeta o meu raciocínio e eu acabo ‘trocando as bolas’. Ontem foi bem assim… Felizmente fui alertado do erro e de imediato fiz a correção. Assim, em gratidão ao um Silvio, vou trazendo outros dois 🙂
Para esta noite e pela semana vamos como mais alguns microgrooves interessantes. Começo com este lp de 12, gravado pela Columbia em 57. Este disco é bem bancana, com um repertório recheado de sucessos. Na capa ele aparece tocando o violão que recebeu de JK. Na contra-capa há também outras fotos, inclusive uma com o ‘presidente bossa nova’ (ou presidente seresteiro?), recebendo o tal violão.

serenata
viva meu samba
há um segredo em teus cabelos
a única rima
poema dos olhos da amada
porto dos casais
feitio do coração
maringá
meu segredo
quase que eu disse
fita amarela
dona da minha vontade

Zilá Fonseca (1956)

Aproveitando a ‘dobradinha’ com Cauby, nada melhor do que Zilá Fonseca, afinal os dois intérpretes já haviam atuado juntos em 1954, no bolero “Vaya com Dios”, de Russel, James e Pepper, com versão de Joubert de Carvalho. Embora pouco lembrada, Zilá foi uma cantora do rádio tão popular quanto as que hoje ainda lembramos e nesta época fazia muito sucesso, chegando a ser a segunda cantora mais votada como a Rainha do Rádio em 1957. Acredito que ela foi perdendo o seu carisma, quando ainda na primeira medade dos anos 60, deixou de gravar, limitando também suas apresentações. Foi aos poucos caindo no esquecimento. Seu nome verdadeiro era Iolanda Ribeiro Angarano.
contigo
dois estranhos
conflito
desamparada
se valsarmos outra vez
sonhei
dissimuladamente
sob o cèu de paris

Cauby Peixoto – Ouvindo Cauby (1957)

Ontem postei dois discos do Cauby, mas depois me lembrei que havia um terceiro. Justamente o que mais gosto dos três e por essa mesma razão, ficou especialmente para hoje, numa dobradinha que vem logo em seguida…
Este lp de 10 polegadas foi seu primeiro pela RCA, reunindo clássicos que fizeram sucesso em seus bolachões de 78rpm. Na época do lançamento do disquinho, “A Voz” estava se transferindo da Rádio Nacional para a Tupi. Gravou um 78 com a música “Nono mandamento”, de René Bittencourt e Raul Sampaio que se tornou um novo sucesso em sua carreira. Ainda em 57 ele participou de alguns filmes, interpretando canções que também se tornaram sucesso. Vamos então, mais uma vez, ouvir Cauby Peixoto. … e tá dado o toque! (com a devida correção)
Obrigado Silvio!
nada além
chora cavaquinho
deusa da minha rua
serenata
as três lágrimas
flor do asfalto
na aldeia
pastorinhas

Cauby Peixoto – O Show Vai Começar (1956)

O segundo Cauby da noite é também um lp de 1956. “O show vai começar” é um disquinho bem variado em suas oito faixas. Temos samba, fox, bolero… Herivelton Martins, Haroldo de Almeida, René Bittencourt e até o Ibrain Suede. Quer mais?
Este lp, me parece, foi o primeiro com repertório gravado exclusivamente no modelo 33rpm. A partir dos meados da década de 50 os ‘microgrooves’ de 10 polegadas começaram a tomar conta do pedaço. Estava chegando ao fim a era dos bolações pesados. Entrava em cena um outro valor agregado ao disco, a capa e a arte desta, que se tornou um fator importantíssimo na conquista do ouvinte. Não é atoa que nosso lema aqui no TM é ouvir os discos com outros olhos.
Bom, vamos parar por aqui, pois o show vai começar…

volta ao passado
acaso
abandonado
amor não é brinquedo
se adormeço
piano velho
apenas um sonho
prece de amor

Cauby Peixoto – Canção Do Rouxinol (1956)

Entre alguns diversos títulos que estou tendo a oportunidade de postar, escolhi para esta noite de domingo um dos cantores mais querido e atuante da música brasileira, o impagável Cauby Peixoto. Farei como ontem, postarei dois disco hoje. Acho que ninguém vai se importar, não é mesmo? Afinal ninguém comentou nada nas últimas 24 horas. Quem cala concente, diz o ditado.
Aqui temos o segundo lp de Cauby pela Columbia, reunindo alguns de seus sucessos gravados no bolochão de 78rpm entre os anos de 54 e 55. Eu, pessoalmente, acho muito boa a faixa “Mambo do galinho”, formidável!

ci-ciu-ci, canção do rouxinol
tarde fria
esperei por você
tu, só tu
amor cigano
só desejo você
superstição
mambo do galinho

Solistas Populares (1957)

Na dobradinha da noite, aqui vai mais um disquinho bacana. Uma seleção da Odeon para seus artistas instrumentistas. Uma pequena coletânea para adoçar a boca, lançada possivelmente em 1957. Fazem parte deste lp os seguintes artistas e músicas na ordem das faixas:
Carolina Cardoso de Menezes (piano) – uma farra em campo grande
Roberto Ferri (solovox) – ho!
Mário Gennari Filho (acordeon) – baía com h
Portinho (sax alto) – folhas soltas
Garoto (banjo) – polquinha sapeca
Raul de Barros (trombone) – amanhecendo
Garoto (guitarra) – choro triste
Aimê Vereck (ocarina) – maquininha

Os Copacabana Orquestra – Os Copacabana (1953)

No embalo dos disquinhos de 10 polegadas, vou nesta noite trazendo dois álbuns para a alegria de vocês. Começarei com “Os Copacabana Orquestra”, um grupo criado em 1947 por músicos integrantes da orquestra que atuava na boate “Meia Noite” do Copacabana Palace. Este grupo, formado por oito músicos, esteve presente em diversas casas noturnas do Rio e SP. Também acompanharam diversos e famosos cantores da época em estúdio e rádio.
Uma curiosidade que me chamou a atenção: entre seus componentes (no disco só consta o primeiro nome dos músicos) temos ao piano um tal Vadico. Seria este o lendário Vadico, compositor e parceiro de Noel Rosa? Respeitado instrumentista brasileiro, convidado por Walt Disney para compor a trilha do desenho do Zé Carioca? Fiquei na dúvida e fui checar em sua biografia. Estranho… não constava nada à respeito dOs Copacabana. Nem mesmo uma única referência. Seria o mesmo? Acredito que sim, mas deixo em aberto esta questão. Alguém quer comentar?

está chegando a hora
choro n. 3
chorinho na gafieira
sonâmbulo
a little more of your amor
baseado
jura
se acaso você chegasse

Elizete Cardoso – Cançôes Á Meia Luz (1955)

Eu estava pronto, quase saíndo para uma festa quando me lembrei do blog. Antes que eu não chegue a tempo ou em condições para esta postagem da dia, vamos a ela rapidinho.
Aos apreciadores da grande Elizeth Cardoso como eu, trago nesta noite um álbum de 1955, com poucas e boas. São oito faixas românticas, num repertório que entre outros tem composições de Dorival Caymmi, Antonio Maria e Radamés Gnattali… Divirtam-se daí que eu irei me divertir do lado de cá. Boa festa para mim! Tchau!

canção da volta
nunca mais
memórias
só você… mais nada
linda flor
se o tempo entendesse
caminha
pra que me iludir

Waldir Calmon – Para Ouvir Amando (1955)

Ainda empolgado com a beleza das capas dos discos da década de 50, estou trazendo agora este do Waldir Calmon. Olhem só essa arte, simplesmente outra maravilha! Tudo a ver com uma época de ouro. Me faz lembrar aquelas, também antigas, revistas de romance-policial e coisas do gênero. Eu não sou dessa época, mas trago uma forte simpatia por esses tempos. Herdei muitas visões através de livros, discos, revistas e outras estórias que mesmo hoje continuam presentes. Se não fosse por esta bela capa, com certeza, este álbum eu não teria postado. Visualmente o vinil me pareceu intocável, devido a uma infinidade de arranhões. Por sorte um amigo me fez o favor de tratá-lo, conseguindo bons resultados através do Sound Forge, um programa básico para edição sonora. Nessa brincadeira ele resolveu dar um toque musical particular muito curioso, incluindo de bônus um outro lado B (alternativo), temperado com gemidos ao fundo. Segundo ele, se é para ouvir amando, um incentivozinho pode até ajudar (hehehe…).
O Waldir Calmon foi um dos precursores no Brasil dos álbuns em faixas únicas, ininterruptas, eternizando nos acetatos o som que produzia nas boates de então e também adequados a animar festas, sem paradas constantes. Isso também faz sentido para os momentos de amor – para não se perder o pique… (ups!)
ruby
if i give my heart to you
contigo enla distancia
este amor selvaje
quase
coisas do amor
there goes my heart
three coins in the fountain
sinceridad
no other love
ocultei
brigas de amor

Angela Maria – Sucessos Com Angela Maria N.2 (1956)

Para esta última noite de abril, escolhi um disco da Angela Maria. Confesso que fui muito pela capa, simplesmente maravilhosa, talvez a mais bonita de toda a sua discografia. Aliás, diga-se de passagem, o trabalho de arte-gráfica (pelo menos é assim que se chamava) dos antigos discos de 10 polegadas são primorosos. No presente álbum temos duas faixas, “Lábios de mel” e “Esquinas da vida” que somadas a arte da capa já valem o disco.
Gostaria de lembrar aos interessados, que esses ‘albinhos’ apresentam alguns chiados que em alguns momentos ficam bem evidentes, mas num todo acabam sendo incorporados à música e ao clima. Devemos entender que os mesmos são discos velhos, que ao longo de seus meio século de existência passaram por muitas agulhas e mão pouco cuidadosas, isso sem levarmos em conta o desgaste próprio a longo do tempo. Tem gente que gosta de dar uma tratada no som, na tentativa de melhorar a qualidade e eliminar chiados e ruidos. Fiquem a vontade…
lábios de mel
estava escrito
esquina da vida
não chore, linda criança
adeus querido
encantamento
só desejo você
abandono

Carolina Cardozo de Menezes – Sucessos Em Desfile N. 1 (1954)

Hoje estive escutando este diquinho que me deixou encantado. O que mais me chamou a atenção foi uma certa contemporaneidade nos arranjos, no piano desta instrumentista que a meu ver estava a frente de seu tempo. Confesso que fiquei surpreso com o que ouvi. Carolina Cardoso de Menezes foi um nome que passou um tanto despercebido nas minhas investidas musicais e somente agora estou tendo o prazer de conhecê-la melhor. Uma das maiores pianista brasileiras, versátil e eclética. Atuou em diversos estilos musicais, sendo considerada por muitos uma das precursoras do rock no Brasil. Mas longe do rock ou acima dele, Carolina foi uma figura extremamente atuante no cenário musical, fonográfico e do rádio, por muitas décadas. Atuou com os mais diversos e famosos artistas e gravou muitos discos. (onde eles estavam que nesse tempo todo eu não dei atenção?). Seu último disco (CD) saiu em 97, “Preludiando”, um álbum todo dedicado ao chorinho.

maria boa
se acaso você chegasse
jura
gosto que me enrosco
estão batendo
aí que saudades da amélia
se você jurar
kalú

Seleções Continental N.2 (1957)

Putz! Que vacilão! Eu estava com tanto sono ontem a noite que acabei trocando as bolas. Ao invés de publicar, acabei salvando o post do dia como rascunho. Só agora, quando recomeço a semana, é que estou me dar conta disso. Desculpem a falha 🙂

Para esta semana pretendo trazer alguns disquinhos bem interessantes, os memoráveis 33rpm de 10 polegadas. Recebi a colaboração de um bom amigo que se dispos a nos liberar alguns de sua fantástica coleção. Tenho certeza que vocês irão apreciar essas raridades.
Começo então, para manter o ritmo, com esta coletânea bacaninha. Uma seleção com alguns dos maiores nomes da gravadora Continental nas décadas de 40 e 50. Uma seleção criada pela gravadora no intúito, na época, de popularizar os novos disquinhos de 33 rotações. Estes vinham acompanhando cada suplemento de discos de 78 rotações. Temos assim o segundo volume, o Seleção n. 2, com 12 faixas escolhidas dentre as melhores que foram gravadas para cada um dos suplementos.

festa do samba – jorge goulart
bate o bife – bill farr & emilinha borba
geração da vitamina – os cariocas
ne parle pas de moi – dick farney e seu quarteto
vento soprando – doris monteiro
prece – helena de lima
the continental – severinho araújo & sua orquestra tabajara
bate papo a três vozes – radamés, luciano e vidal
aqueles olhos verdes – antonio bruno
insensato coração – emilinha borba
prova real – trio madrigal
chuvisco – dilermando reis

Velho Realejo (1973)

Olá meus caros amigos cultos e ocultos! Vocês não fazem idéia de como o meu domingo foi ‘puxado’. Muito trabalho e pouco tempo para o ócio e o meu lazer favorito, o blog (quando estou no computador). Só estou fazendo a postagem de hoje por honra da firma. Minhas palpebras só estão abertas a custo do guaraná e dois palitinhos que coloquei para mantê-las abertas (aprendi a técnica nos desenhos animados). Bom, mas vamos lá…
O disco da noite é mais um daqueles que você nunca mais terá o prazer de ouví-lo. Pelo menos no que depender de um relançamento. Duvido! Coletâneas nunca voltam. Por essas e por outras é que eu estou postando esta aqui. Uma coletânea muito interessante e rara, não apenas por ser de 1973, mas por conter uma seleção musical e artistas que já não vemos mais. Um disco com valsa, samba e choro. Um disco de intérpretes e canções que ficaram na memória. Mas eu não vou me extender no assunto, prefiro hoje me extender na cama. Deixo que vocês confiram e dêem a opinião. Vou dormir… Zzz….

velho realejo – luiz carlos clay
o baile da saudade – ítalo nascimento
mensagem – déa franco
meus vinte anos – rogério tadeu
jamais te esquecerei – gilberto montenegro
minha casa – silvo caldas
dia de festa – ítalo nascimento
meu romance – rogério tadeu
zingara – gilberto monternegro
um cabloco abandonado – silvio caldas
até as lágrimas – déa franco
arranha céu – carlos roberto

Maria Creusa – Sessão Nostalgia (1974)

Meus caros amigos cultos e ocultos, infelizmente ainda continuo apertadão de costura e sem muito tempo para fazer aquilo que gosto e que vocês também gostam. Calma! Antes que pensem coisa errada, vamos nos lembrar que o blog aqui é de música.
Tenho, vez por outra, utilizado o termo ‘disco de gaveta’ numa alusão ao jornalismo, quando na falta de uma notícia, eles recorrem as chamadas ‘notícias de gaveta’. Que são aquelas que servem para preencher lacunas no jornal. No nosso caso, não é bem por falta de discos, mas por pura falta de tempo. Daí utilizo os que, por alguma razão, eu deixei de lado – muitas vezes quando descubro que aquele que eu pretendia postar já está nas bocas, blogs e ouvidos. Esses acabam ficando guardados, esperando um momento como este para serem encaixados.
Maria Creuza, neste disco, é um exemplo. Já rodou muito por aí e agora vai fazer sua vez aqui.
“Sessão Nostalgia” é um lp que traz alguns bons momentos da mpb na voz e interpretação desta grande cantora. Se você ainda não viu ou ouviu este disco por aí, aproveita então o toque.

para falar a verdade
vingança
luz negra/o sol nascerá
duas contas
de conversa em conversa
no meio da festa
sessão nostalgia
desmazêlo
com açucar com afeto
ninguém me ama
o que tinha de ser
pé de valsa
com que roupa
pra dizer adeus

Paulo Vanzolini – Onze Sambas E Uma Capoeira (1967)

Esta semana está sendo ‘osso’, como dizem uns amigos meus. Osso duro de roer! Estou envolvido em um evento neste fim de semana que me tomou todo o dia. Fiquei esgotado e nem tive como tomar aquela tradicional cervejinha de sexta-feira. Com tantos compromissos durante o dia, agora só quero mesmo saber de uma cama. Mas antes disso, vamos para o post de hoje.
Diante à minha total falta de tempo, mais uma vez, vou puxar um disquinho de gaveta. Embora seja outro álbum já manjado e bem explorado em blogs, vou publicá-lo em nome da beleza, da qualidade musical e principalmente porque é um disco que eu gosto muito. Vamos nessa com um disco gravado e lançado pelo selo Marcus Pereira em 1967. Um álbum que dispensa apresentações, uma seleção de músicas de Paulo Vanzolini na interpretação de diversos artista.

Sem dúvidas, este lp é uma jóia que merece um toque musical.

samba erudito
amor de trapo e farrapo
chorava no meio da rua
juizo final
ronda
napoleão
capoeira do arnaldo
praça clóvis
cravo branco
morte e paz
leilão
volta por cima

Cyro Aguiar – Proporções (1977)

Amigos, hoje foi um daqueles dias de fúria e muitos compromissos. Estou envolvido em um projeto que tem me tomado horas. Hoje não tive tempo para preparar nada e como é de costume, vou apelar para as reservas de gaveta e de uma certa forma fugindo da proposta inicial de postar “os esquecidos”. Por outro lado, não muito distante disso, tenho aqui mais um disco do popular Cyro Aguiar (viu? até rimou). Sabendo eu que o nosso sambista, ex-jovem guarda, conseguiu fazer sucesso com seus outros dois discos postados aqui – pensei que talvez, para tampar buraco, este álbum fosse uma boa pedida.
“Proporções” é um álbum onde Cyro reforça seu amor ao samba, tentando apagar o fantasma do rock ‘n’ roll, ou mais exatamente o da jovem guarda. Neste disco temos a participação do malandro Moreira da Silva, muito a vontade ao lado do Cyro Aguiar no samba-homenagem “Super Morengueira”. Tem também mais duas músicas que foram sucesso e fazem até hoje o repertório do artista: “Asfalto Falcificado – do you like samba” e “Antes que a tristeza venha”. Nisso tudo só temos um pequeno inconveniente, o disco foi ripado sem tratamento de remasterização ou coisa parecida, apresentando alguns chiados que não chegam a comprometer, mas as vezes incomoda…

antes que a tristeza venha
super morengueira
proporções
canta bahia (pot pourri)
samba engolido
vítima
origens
fuxico
esclerose
passado presente
amor de madrugada
asfalto falcificado – do you like samba