Sivuca E Seu Conjunto – Motivo Para Dançar N.2 (1957)
Orquestra E Coro Odeon – Carnaval Odeon (1955)
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* Texto de Samuel Machado Filho
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Vários – Carnaval 1972 (1972)
Olá, amigos cultos, ocultos e associados. Depois de oferecer a vocês o álbum que a Continental lançou com músicas para o carnaval de 1968, o TM apresenta mais um LP carnavalesco da mesma gravadora, editado com o selo Musicolor (braço dito “econômico” da empresa), agora dedicado à folia momesca de 1972. Na verdade, foram dois LPs, e este é o primeiro deles. Alguns dos intérpretes deste disco são conhecidos: Wilma Bentivegna (cantora de hits românticos, aqui presente com “Carnavais do passado”, marcha-rancho na linha saudosista), Leila Silva (“Falando comigo”, que tem co-autoria do músico Adilson Godoy), Miguel Ângelo, ex-integrante da Dupla Ouro e Prata (aqui com “A marcha do bebum”, explorando temática comum em músicas carnavalescas) e Durval de Souza, comediante e apresentador de TV, então integrante do cast da Record, interpretando aqui “A tonga da mironga”, marchinha que, de certa forma, repercutia o grande sucesso obtido por Toquinho e Vinícius de Moraes com “A tonga da mironga do kabuletê”. Entre os compositores, a curiosidade fica por conta de Nascim Filho, notório apresentador de programas sertanejos no rádio paulistano, parceiro em “É hoje”, faixa de encerramento deste disco, interpretada pelo Coro Musicolor. Temos ainda a presença de Nélson Silva, com “Dá de pinote” e “Vara verde”. Completam o programa, os obscuros Arthur Miranda, Dalva Pedrezani e os grupos Imperiais do Ritmo e As Damas. Se você que viveu nesse tempo não conseguir se lembrar de nenhuma das músicas deste disco, não se preocupe. Creio que muitos remanescentes dessa época não se lembram, uma vez que a canção carnavalesca já atravessava um período de grave crise, principalmente pela falta de divulgação, a tempo e hora, das composições então novas. Muitos estudiosos afirmam, inclusive, que o último grande sucesso do carnaval brasileiro foi “Bandeira branca”, lançado por Dalva de Oliveira em 1970. Portanto, dois anos antes deste nosso álbum. Como já registramos anteriormente, o carnaval de salão passou a ser dominado por sucessos antigos de outros tempos (tipo “Mamãe eu quero”, “Jardineira”, “Cabeleira do Zezé” etc.), e, nas ruas, os sambas-enredo das escolas passaram a dar as cartas. De maneira que este álbum da Continental para a folia de 1972 acaba se tornando um verdadeiro documento, de uma época em que a canção carnavalesca ainda respirava, ou tentava respirar. E esta é mais uma oportunidade que o TM nos dá, de ouvir músicas que possivelmente não foram bem-sucedidas na folia momesca, com toda a atenção da qual não desfrutaram quando de seu lançamento. Afinal, todo mundo merece uma segunda chance, não é mesmo?
carnavais do passado – wilma bentivegna
dá pinote – nelson silva
marcha do bebum – miguel angelo
a onda da cafonagem – as damas
doido varrido – arthur miranda
a marcha do corujão – dalva pedrezani
amor – as damas
a tonga da mironga – durval de souza
esquecendo o mal – imperiais do ritmo
falando comigo – leila silva
vara verde – nelson silva
é hoje – côro musicolor
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- Texto de Samuel Machado Filho
Carnaval 68 (1968)
Está chegando mais um carnaval. É hora de esquecer as tristezas e as frustrações da vida e brincar, sambar, fazer tudo a que se tem direito. Mas sem cometer excessos, principalmente na bebida. Entrando nesse clima, o TM oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados um álbum lançado pela Continental, com músicas para o carnaval de 1968. Com o advento dos LPs no Brasil, na década de 1950, as gravadoras passaram a lançar, anualmente, álbuns com os contratados de seu cast interpretando músicas feitas para a folia de Momo. Era um tempo em que os artistas se engajavam de corpo e alma na gravação e divulgação de tais músicas, pois, como se dizia, eram também “da fuzarca”. Nunca é demais lembrar que o primeiro LP editado no Brasil, de 1951, foi o dez polegadas “Carnaval em long playing” (selo Capitol/Sinter). À medida em que o LP foi se popularizando, e as vendas dos antigos discos de 78 rpm despencando, todas as gravadoras passaram a seguir o exemplo da Sinter, botando praticamente todos os seus contratados para gravar músicas destinadas à grande festa do povo. E foi justamente o caso da Continental, com o álbum oferecido hoje a vocês pelo TM, com músicas destinadas à folia momesca de 1968. Nessa época, a música de carnaval já estava em acentuado declínio, agravado pela precária e escassa divulgação, e muito poucos tomavam conhecimento das novidades para a folia momesca. Nos salões, repetiam-se hits do passado, e, nas ruas, os sambas-enredo das escolas, sobretudo do Rio de Janeiro, tomaram o poder. Foi nesse ano, por sinal, que aconteceu o primeiro desfile oficial de escolas de samba de São Paulo, na Avenida São João, com a Nenê de Vila Matilde sagrando-se campeã. Mas os compositores e intérpretes não se apertavam, mostravam que ainda permaneciam vivos na folia. Das dezesseis faixas deste álbum da Continental, pelo menos uma foi êxito espetacular no carnaval de 68: a marcha-rancho “Até quarta-feira”, de Paulo Sette e Umberto Silva, aqui em ritmo mais acelerado, de marchinha, na interpretação do sempre excelente Noite Ilustrada (foi também gravada por Marcos Moran, na Caravelle). Praticamente dominou aquela folia, sendo até hoje relembrada. Os oito intérpretes escalados para este disco, em sua maioria, eram cadeira cativa nos carnavais: Jorge Veiga (”Não tira a máscara”, “Amar não é pecado”), Francisco Egydio (“Vou deixar cair”, “Quem bate”), Risadinha (“Barqueiro de folga”, “Nem Pierrô nem Colombina”), Mário Augusto (“Garota do plá”, que aproveita um termo de gíria então usado para designar bate-papo ou conversa, “”A maior invenção”), a vedete Angelita Martinez, aqui interpretando “A bela Otero” e “Um instante maestro, pare”, esta última uma clara referência a Flávio Cavalcanti, polêmico apresentador de TV que chegava até a quebrar os discos musicais que considerava ruins, diante das câmeras. Francisco Petrônio, “o rei do baile da saudade”, mesmo não tendo lá muita tradição no setor carnavalesco, aqui comparece com “Palhaço” e “Drama de Pierrô”. Entre os compositores, há também nomes de destaque assinando algumas faixas: a dupla Dênis Brean-Oswaldo Guilherme, Newton Teixeira (autor de clássicos como “Malmequer” e “Deusa da minha rua”), o próprio Risadinha (como Francisco Neto), Elzo Augusto, Arnô Provenzano. São detalhes, que por si só, credenciam este álbum da Continental, apesar da crise que, já em 1968, atingia a canção carnavalesca. É a oportunidade de se redescobrir, inclusive, músicas que possivelmente não obtiveram sucesso, e que agora, graças a esta oportunidade proporcionada pelo TM, poderão ser ouvidas com a atenção da qual não desfrutaram quando lançadas. Divirtam-se!
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* Texto de Samule Machado Filho
Trio Espacial – Trio Elétrico Dodô & Osmar (1988)
Olá amigos cultos e ocultos! Enfim, vamos dando uma pausa nas guitarras e focando no momento que é de carnaval. Estrategicamente escolhi para hoje um disco para marcar a transição do rock para o som da folia, a música inspirada no Trio Elétrico de Dodô e Osmar. A guitarra continua, mas dessa vez ela é baiana. Vamos no embalo de dois trios. De um lado o Trio Espacial e do outro o Trio Elétrico Dodô & Osmar. Não confundir como o original, o Trio Elétrico de’ Dodô & Osmar. Este é um trabalho dos irmãos Aroldo e Armandinho Macedo, filhos de Osmar. Os dois, integrantes do grupo A Cor do Som (que foi oque faltou aqui em nossa mostra de influencias rock’n’roll). Uma produção de Aroldo Macedo, com participação especial de Armandinho e Moraes Moreira.
Neste lp, lançado em 1988 pelo selo SBK vamos encontrar um trio elétrico ‘remodelado’. Uma releitura musical que eleva o trio elétrico a um estilo próprio, caracterizado principalmente pela tal guitarrinha baiana, a qual não há melhores representantes e interpretes que os irmãos Macedo. A música do trio elétrico, aqui, ultrapassa a um simples gênero carnavalesco. Vai além dos dias de Carnaval.
Pholhas (1977)
Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Quando penso que vou dar uma pausa nos discos do gênero rock, acabo me lembrado de alguma coisa que faltou, ou que eu gostaria de postar.
Hoje vamos como o Pholhas, grupo que fez muito sucesso nos anos 70. Lançaram vários discos, lps e compactos, sempre com músicas cantadas em inglês, Fizeram muito cover de bandas gringas, mas se destacaram mesmo foi na produção autoral, tendo seus discos sempre muito bem vendidos. Emplacaram hits que são lembrados até hoje. Foram dezenas de discos gravados, sempre buscando acompanhar o gosto padrão imposto pelas rádios. Um pop/rock que muitos consideravam meloso, mas que agradava em cheio o gosto popular (como esse nosso povo gosta de música estrangeira, hehe…) Ao longo do tempo a banda sofreu algumas alterações, tanto entre seus músicos como também no gênero. Gravaram até discoteca. Mas isso só serve para provar a versatilidade dos caras. Com a saída do tecladista Hélio Santisteban, entrou em seu lugar Marinho Testoni, do Casa das Máquinas, que deu a banda um outro rumo. Lançaram este disco, um álbum verdadeiramente rock, com muitas pitadas do progressivo e com letras totalmente em português. Ao contrário do que se esperava, o disco não vendeu muito, espantou a turma do mela cuecas e acabou ficando meio esquecido. Só quem gosta de rock se antenou para o disco que acabou se tornando a ‘obra cult’ dos Pholhas. O disco é, sem dúvida um empolgante trabalho do rock tupiniquim. Músicas boas, letras em português, enfim, o único da espécie na discografia da banda. Ao que consta, o Pholhas continua em atividade, com sua formação original, trazendo de volta um bom momento para os saudosistas.
Fellini – O Adeus De Fellini (1985)
Trazendo mais um disco do gênero rock brazuca, tenho hoje para os meus amigos cultos e ocultos o grupo paulista Fellini, banda paulista formada nos anos 80 por Catão Volpato, Thomas Pappon, Jair Marcos e Ricardo Salvagni.
“O Adeus de Fellini” foi o disco de estréia dessa banda, classificada como pós-punk. O álbum saiu pelo selo independente da Baratos Afins. Segundo Catão Volpato, o título do disco foi uma homenagem a banda inglesa, The Durutti Column, que havia lançado em 1980 o lp ‘The Return of The Durutti Column’. O som do Fellini se inspira nesse tipo de rock, o europeu, ou mais exatamente em bandas inglesas, que traziam um novo fôlego para o cenário pop-rock-alternativo da época. Neste primeiro trabalho eles misturam batuques com guitarras, letras em inglês, alemão e português. Cabe até trecho de poemas do beatnik Lawrence Ferlighetti.
Das bandas brasileiras que iniciaram nos anos 80, o Fellini, com certeza, tem seu lugar de destaque garantido. Seus discos continuam sendo vendidos, sejam em mp3, cd ou vinil (hoje raridade de colecionador) Confiram este adeus de estréia no GTM.
Vários – Rock Conexão Bahia (1988)
Júpiter Maçã – A Sétima Efervescência (1997)
Vários – BH Core II (1991)

Olá, amigos cultos e ocultos! Dando sequencia a nossa semana rock, vou agora partindo logo para o estupro. Vamos hoje de hardcore, música punk. Temos aqui o BH Core II, uma continuação de um projeto da Cogumelo, uma lendária loja de discos de Belo Horizonte que também virou produtora musical lançando nos anos 80 e 90 uma série de discos de bandas mineiras, entre essas a mais famosa, a banda de trash metal Sepultura, que depois se lapidou e virou uma super banda de heavy metal. A Cogumelo investiu nessa época em várias bandas de rock, dando oportunidade para que a turma da garagem viesse a mostrar seu som.
O lp que temos aqui é uma continuação da coletânea de bandas hardcore da cidade. Nele estão quatro bandas punks: Militofobia, Dejetos da Humanidade, Komando Kaos e Morte Social. Certamente esta postagem é bem específica, apenas quem passou por essa fase é capaz de gostar do som. Temos mais de 30 músicas em apenas duas faces de disco. Todas relativamente curtas, como convém ao hardcore, por isso fiquei até com preguiça de listá-las, apenas copiei e colei. Ficou assim ‘meia boca’, mas acho que tem tudo a ver com o assunto. Noise, noise e noise…
| Militofobia | ||
| Parabens Pra Voce | ||
| Mundo Violento | ||
| KOMANDO KAOS | ||
| Chega | ||
| Vaticano | ||
| Bebados de Rua | ||
| Deem Chance a Paz | ||
| Vitimas I | ||
| DEJETOS DA HUMANIDADE? | ||
| Pobre Ser Humano | ||
| Miseravies | ||
| Collor | ||
| Televisao | ||
| E o Futuro? | ||
| Sistema | ||
| Vote | ||
| Dinheiro Vivo, Morta Humanidade | ||
| Shiplish, Spleshe | ||
| EUA, URSS!! | ||
| 3ª Guerra | ||
| Soldado | ||
| Natal | ||
| Vegetais | ||
| Vai Se Fu… | ||
| Marcha Soldado | ||
| Nuclear | ||
| Paz Armada | ||
| Asco | ||
| Bocas Que Calam | ||
| Grind Noise | ||
| MORTE SOCIAL | ||
| Sexo Ate Morrer | ||
| Alternativa Linguistica | ||
| O Que Fazer | ||
| Crise Existencial | ||
| Para Que? por Que?
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Astro Venga – Explodiram A Perimetral (2014)
Boa noite, meus prezados roqueiros cultos e ocultos! É, hoje ainda é dia de rock! Na verdade, nem começamos. temos ainda mais alguns trabalhos que eu pretendo apresentar ao longo dos próximos dias. Como sempre, uma boa salada mista, que afinal é a verdadeira cara do nosso Toque Musical.
Ano passado eu estive algumas vezes no Rio e por essas idas, tive a felicidade de trombar na praia e no centro da cidade com dois trios que me surpreenderam desde a primeira vez que os ouvi: Beach Combers e o Astro Venga. O Beach Combers eu já conhecia de outras rodadas. Tive o prazer de apresentá-los aqui ha algum tempo atrás. Agora é a vez do Astro Venga. Um autêntico power trio, mandando ver, apenas com guitarra, baixo e bateria. Os caras detonam em apresentações feitas no meio da rua, em praça pública e beira de praia. Aliás, pelo que soube, a banda foi criada com esse propósito, levar o som pras ruas. E um som da melhor qualidade, diga-se de passagem, considerando as circunstâncias e um aspecto assim meio mambembão. O Astro Venga surpreende, chama a atenção dos que passam, não apenas pelo inusitado, mas também pela provocante batida de um rock’n’roll instrumental, cheio de garra e atitude por parte dos músicos. Eles fazem uma verdadeira ‘jam session’ misturando MIlton Nascimento, Jimi Hendrix, Gilberto Gil, Roberto Carlos… e vai por aí a fora. Conforme disse um dos integrantes da banda, eles já transcenderam a questão de autoria e cover, bem como de estilos. Mas a pegada é sempre o velho e bom rock’n’roll. A guitarra sempre grita mais alto. Formado por Antonio Paoli, no baixo, Dony Escobar, na guitarra e Zozio, na bateria. o Astro Venga lançou no ano passado este cd, que nada mais é que um registro ao vivo. Gravado em uma apresentação na Praça XV, debaixo do extinto viaduto da Perimetral, bem precário, diga-se de passagem, mas impecável enquanto registro de um grupo que acima de tudo curte o que faz. Isso é muito legal, é autêntico e é disso que o rock precisa. Por conta de fazerem de sua música uma colagem de diversas outras músicas, as vezes improvisada, o disquinho acaba não trazendo uma lista do que é tocado. Mesmo assim, para facilitar o entendimento e identificação, estou dando nome as jam’. Ah, de quebra, inclui o áudio de um vídeo que fiz (está no Youtube) do trio numa apresentação no Largo da Carioca. Para a minha surpresa, fiquei sabendo ainda a pouco que houve mudanças na escalação do trio. Saíram o guitarrista e o baterista. Em seus lugares entraram Tutuka, na bateria e Christian Dias, na guitarra. A proposta continua sendo a mesma e certamente a nova formação deve mandar tão bem quando foi a primeira. Confiram aqui...
Yo-Ho-Delic (1995)
Olá amigos cultos e ocultos! Como havia comentado, vamos nesta semana com uma leva de rock. Uma série variada e distinta como cabe ao nosso blog. Discos que estavam aguardando um momento especial, o meu, quando de Dr. Jekyll me transformo em Sr. Hyde. E o senhor Hyd(rix) aqui adora um som de guitarra elétrica 😉 Tô nessa fase…
Hoje eu trago para vocês um grupo de rock dos anos 90, o Yo-Ho-Delic. Uma banda paulista com influências do hard rock e do autêntico funk americano setentão. Segue bem a linha de bandas como Living Colour e Red Hot Chili Peppers, mas com uma identidade própria. Os caras são super competentes e mandam muito bem. Todas as músicas são cantadas em inglês. O Yo-Ho-Delic foi, certamente, uma das melhores bandas que surgiram naquela década. Infelizmente, gravaram apenas este lp, que saiu também em versão cd. É outro disco que num futuro não muito distante vai ter muito nêgo atrás. Ainda hoje no Mercado Livre é possível encontrá-lo a preços bem razoáveis. Confiram aí quem ainda não conhece…
Celso Zambel – Espírito Da Noite (1979)
Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Nesta semana, se tudo der certo, pretendo por em dia alguns discos e toques prometidos e ainda não postados. A semana vai ser meio rock’n’roll, ou algo assim… E para começar, estou trazendo um disco aqui que certamente passou despercebido pelos blogs, fóruns e comunidades musicais do facebook. Um tremendo e obscuro lp lançado por um também obscuro artista chamado Celso Zambel. Um disco com uma super pegada, que curiosamente poucos conhecem. Nessa, eu também me incluo, pois até bem pouco tempo eu nunca tinha visto ou ouvido falar deste disco. Foi uma grata surpresa, que caiu nas minhas mãos por acaso, encontrei numa banca de promoções de um sebo, por apenas 15 reais! Sem sombra, mais uma jóia da árvore do rock tupiniquim que ficou na obscuridade.
Lançado em 1979 pelo selo Som Livre,”Espírito da Noite” é um lp do cantor e compositor Celso Zambel, um artista, o qual, pouco temos informações. Eu quase nada encontrei sobre ele além do fato de ter sido lá por volta de 1976, o intérprete de “Those Shadows”, música que fez muito sucesso na época, pois tocava em horário nobre da TV Globo. Era aquele tempo em que muitos artistas brasileiros gravavam músicas em inglês, usando pseudônimos de estrangeiros. Nessa ocasião, Celso Zambel era Paul Jones. Seu compacto com essa música vendeu horrores.
Em “Espírito da Noite” há também outra obscura curiosidade, o parceiro de Zambel é o violonista André Geraissati, músico hoje consagrado no mundo do jazz e música instrumental brasileira. Nessa fase e neste disco André divide com Zambel a maior parte das músicas. Apenas os dois músicos tocam no disco, mas fazem a gente pensar que tem um banda. André arrasa nas cordas elétricas e acústicas, revelando um lado rock’n’roll que muitos não devem conhecer. Celso Zambel, por outro lado, me faz lembrar o Ritchie, no Vímana, cantando (em português) como um autêntico estilo ‘popsinger’. Eis aí um disco que muita gente ainda precisa conhecer. E vou logo avisando, é um lp raro, difícil de encontrar e muito bem contado no mercado japonês. Colecionadores de vinil, fiquem espertos! Corram logo no Mercado Livre e busque os seus enquanto ainda é realmente obscuro e barato. Não dou um ano para que este disco tenha chegado à cotação de 200 pratas. Vai vendo…
A Música De Getúlio Marinho (parte 1) – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 144 (2016)
Iniciando com o pé direito o ano de 2016, o Grand Record Brazil apresenta a primeira de duas partes de uma retrospectiva dedicada a um dos mais expressivos compositores de nossa música popular, também instrumentista e dançarino: Getúlio “Amor” Marinho. Nosso focalizado nasceu em Salvador, Bahia, no dia 15 de novembro de 1889, o mesmo da Proclamação da República, recebendo na pia batismal o nome de Getúlio Marinho da Silva. Filho de Paulina Tereza de Jesus e Antônio Marinho da Silva, o “Marinho que Toca”, mudou-se para o Rio de Janeiro aos seis anos de idade, junto com a família, é claro. Com a mesma idade, ingressou no Rancho Dois de Ouro. Foi criado frequentando as casas de tias baianas como Gracinda, Bebiana, Calu Boneca e a lendária Ciata. Participou dos primeiros ranchos carnavalescos cariocas criados por baianos, então residentes no bairro da Saúde. Getúlio saía como porta-machado no Dois de Ouros, e ainda desfilava no Concha de Ouro. Frequentou as rodas de samba organizadas por baianos que se reuniam no Café Paraíso, então situado à Rua Larga de São Joaquim, atual Avenida Marechal Floriano. Mestre-sala de inúmeros ranchos carnavalescos (Flor do Abacate, Quem Fala de Nós Tem Paixão, Reinado de Silva), aprendeu a coreografia com o pioneiro Hilário Jovino Ferreira, tornando-se grande especialista nessa arte. Estava sempre vestido de forma impecável, com roupas de fidalgo, sapatos de fivela e salto alto, de luvas e cabeleira empoada, como se fosse alguém vindo das cortes francesas. Sua coreografia era sóbria, sem acrobacias nem presepadas, e exatamente por sua finesse, recebia os aplausos do público presente aos desfiles. Em 1916, iniciou sua carreira artística, atuando como dançarino na revista “Dança de velho”, encenada no Teatro São José. Sua primeira composição gravada foi o samba “Não quero amor”, em 1930, pelo Conjunto Africano. Frequentou terreiros de macumba e conheceu pais de santo afamados, como João Alabá, Assumano e Abedé, recolhendo pontos do gênero e levando-os ao disco, juntamente com Elói Antero Dias, o Mano Elói. Outros pontos de macumba por ele compostos foram gravados por Moreira da Silva. De 1940 a 1946, Getúlio foi o “cidadão-samba” do carnaval carioca. Entre suas composições de maior sucesso, destacam-se o samba “Apanhando papel” e a marchinha junina “Pula a fogueira”. Era também considerado grande tocador de omelê, antigo nome da cuíca. Em 1963, já quase esquecido, adoeceu seriamente, e foi internado no Hospital dos Servidores da então Guanabara, vindo a falecer a 31 de janeiro do ano seguinte, 1964. Nesta primeira parte da retrospectiva que o GRB dedica a Getúlio “Amor” Marinho, apresentamos oito de seus pontos de macumba, um jongo e um samba, perfazendo um total de dez fonogramas históricos e importantes. Começamos com o “Ponto de Inhansan” (ou Iansã), que ele gravou com seu Conjunto Africano na Odeon em 9 de março de 1937, com lançamento em junho do mesmo ano, disco 11481-A, matriz 5533. Logo em seguida temos o lado B, “Ponto de Ogum”, matriz 5534, regravação de música que já lançara em 1930, em dueto com Mano Elói. Foi lançada justamente nesse ano, mais precisamente em outubro de 30, nossa faixa seguinte, o “Canto de Exú”, de domínio público, igualmente pelo Conjunto Africano, disco Odeon 10690-A, matriz 3879. Depois temos o lado B desse disco, “Canto de Ogum”, outro motivo popular, matriz 3880. Apresentamos em seguida as músicas do único disco de João Quilombô, o Parlophon 13400, lançado por volta de abril de 1932, justamente dois pontos de macumba de “Amor”: “Pisa no toco”, matriz 131362, e “Quilombô”, matriz 131363. “Vou te dar”, samba do carnaval de 1933, é uma parceria de “Amor” com Alcebíades “Bide” Barcellos, e foi lançado pela Odeon em janeiro desse ano, na voz de Luiz Barbosa, disco 10971-B, matriz 4586. O jongo “Ê timbetá”, de “Amor” sem parceiro, foi gravado na Victor por J. B. de Carvalho, acompanhado de seu Conjunto Tupi, em 27 de maio de 1936, com lançamento em julho do mesmo ano, disco 34075-B, matriz 80168. Encerrando esta primeira parte, dois pontos de macumba que “Amor” compôs com João da Baiana, interpretados pelo parceiro com seu conjunto, em gravações Victor de 21 de março de 1938, lançadas em maio seguinte no disco 34313. No lado A, matriz 80707, “Sereia”, e no B, matriz 80708, “Folha por folha”. Na próxima edição do GRB, mais um pouco da obra musical de Getúlio “Amor” Marinho. Até lá!
* Texto de Samuel Machado Filho
Tito Madi – Carinho E Amor (1976)
Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! É… chove lá fora… Chuva que não pára. Melhor mesmo é ficar dentro de casa ouvindo uma boa música. E porque não, postar um bom disco. Chuva lá fora me fez pensar no Tito Madi e coincidentemente eu tenho a mão este lp que chegou em boa hora. Segue assim, “Carinho e Amor”, que apesar do título, não é uma reedição do disco gravado por Tito Madi e Ribamar, em 1960. Este é mais um lp autoral e de carreira do artista, lançado em 1976 pelo selo London. Um disco muito bem produzido, como cabe a um grande artista. Um time de músicos de primeiríssima que dão ao disco um sabor todo especial e contemporâneo. Digo isso porque muitas vezes, quando falamos de um artista como Tito Madi, somos levados a pensar em músicas e arranjos do passado, mas neste lp, em especial, temos a música moderna e popular brasileira em seu melhor momento. No repertório iremos encontrar além de regravações de sua autoria, outros tantos clássicos da mpb muito bem escolhidos, que fazem deste um dos seus melhores discos nos anos 70. Confiram…
Rosemary – Igual A Ti Não Há Ninguém (1964)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês a ‘Fada Loura da Juventude”, a eterna Rosemary, cantora e atriz que todos conhecem desde os tempos da Jovem Guarda, onde foi uma das grandes atrações (musicais) do movimento. A carreira artística de Rosemary começa quando ela ainda era praticamente criança. Aos 14 anos gravou seu primeiro disco compacto. Em 1964 veio este que foi se álbum de estréia, um lp lançado pela RCA Victor, com produção de Paulo Rocco, diretor artístico da gravadora. Rosemary nos traz um repertório romântico, pré-jovem guarda, com temas nacionais e versões internacionais. Destaco aqui a faixa “O sonho de todas as moças”, música do Tremendão Erasmo Carlos. Os arranjos ficaram a cargo dos mestres José Menezes e maestro Carioca. Taí um disco que eu ainda não em outras fontes. Aproveitem para conferir logo, pois o tempo é curto e links nem sempre tem retorno, ok?
O Som De Status – MPB (1977)
Boa tarde, amigos cultos e ocultos! Percebo que muita gente que compra e ouve disco, costuma não dar muita bola para coletâneas. Sem dúvida, é difícil encontrar uma coletânea montada exclusivamente pela qualidade ou estilo da música. Geralmente, coletâneas comerciais aconteciam para promover os artistas de uma determinada gravadora e dessas, muitas vezes, tínhamos as coisas das mais variadas, um leque de opções para todos os gostos. Eu também não sou muito fã de coletânea, exceto aquelas que monto. Mas eventualmente aparecem algumas que me surpreendem. Foi mais ou menos o caso deste disco que encontrei num saldão, por 5 reais! Uma coletânea montada para a antiga revista masculina, Status. Provavelmente selecionada pelo pessoal da redação da revista. Tive que levar, afinal a safra é ótima, 1977. E a seleção, o melhor do ‘cast’ da Continental, vejam só…
Brazil – Musique Folklorique Du Monde (1970)
Zélia Barbosa – Brésil Sertão & Favela (1974)
Découvrez Le Bresil (1970)
Elza Soares – O Samba É Elza Soares (1961)
Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Segue aqui um discão da grande Elza Soares. Vinil lançado em 1961. Foi o seu terceiro lp, lançado pela Odeon. Um disco que como o próprio titulo diz é samba e o samba é Elza Soares, interpretando doze pérolas com arranjos e orquestração de Astor Silva e direção musical de Ismael Corrêa. Participam do disco Cyro Monteiro e Monsueto. Confiram e fiquem a vontade para comentar. Tem dia que por aqui é só samba 😉
A Noite Do Amor, do Sorriso E Da Flor – Show Na Faculdade De Arquitetura Da UFRJ 1960 (2016)
Olá amigos cultos e ocultos! Hoje eu estou postando aqui uma arquivo musical já bem rodado em diferentes sites e blogs. Originalmente apareceu no Loronix, depois enviaram para mim, mas com tanta badalação, achei melhor não entrar na concorrência. Hoje, passado um tempo e baixada a poeira, resolvi que era hora de postá-lo também, afinal esse registro histórico tem mesmo a cara do Toque Musical e não poderia faltar. Para tanto, melhoramos o áudio e criamos uma capinha exclusiva. Espero que esteja no agrado… 😉
Falando um pouquinho sobre esse registro musical, para aqueles que ainda não o conhece, “A noite do amor, do sorriso e da flor” foi o nome que ficou para aquela noite de 20 de maio de 1960, quando na Faculdade de Arquitetura da UFRJ aconteceu o primeiro show de Bossa Nova, sendo um dos seus promotores o compositor Ronaldo Boscoli. Na verdade, na mesma data e horário acontecia outro show de apresentação da Bossa Nova, ‘A Noite do Sambalanço’, este promovido por Carlos Lyra. Nesta época, Boscoli e Lyra estavam em pé de guerra um com outro e os shows acontecendo no mesmo dia era um evidente confronto de artistas. O certo é que o show da Faculdade de Arquitetura fez mais sucesso e se despontou na história da BN graças aos registros de imagem e som. As gravações desse show foram feitas pelo amigo da turma, o advogado Jorge Karam, um melômano apaixonado por Bossa Nova. A qualidade do som é sofrível, mas vale ouví-lo a cada segundo. É histórico! O registro na íntegra foi desmembrado e posteriormente editado, sendo excluídas algumas partes. Aqui elas não aparecem, infelizmente. Porém, temos João Gilberto, Astrud, Johnny Alf, Elza Soares, Trio Irakitan, Os Cariocas, Sérgio Ricardo e muitos outros grande nomes que ali estavam começando.
Os Cariocas – De 400 Bossas (1965)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Estarei enganado ou não? Me parece que ontem foi aniversário dOs Cariocas. Vi alguma coisa assim no facebook, coincidentemente quando eu já planejava postar este disco deles, de 1965. Não vou nem tomar o trabalho de confirmar, pois o tempo é curto e não dá para ficar pesquisando. O importante, ou o mais importante é que nos lembramos deste discaço e ele não poderia ficar fora do nosso toque musical. Falar sobre esse disco é chover no molhado, até porque na própria contracapa já temos todo o resumo. De resto, só basta mesmo ouvir. Quer tudo muito bem ajeitadinho? Um arquivo novo em 320 kbps, capa, contracapa e selo? Vai lá no GTM. O tempo é limitado! 😉
Baden Powell + Cordes – Mélancolie (1975)
Feliz 2016! – Boas Festas!

A Música De Dunga – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 143 (2015)
E aí vai mais uma edição do Grand Record Brazil, o “braço de cera” do TM, com o número 143, para seus amigos, cultos e associados. Desta vez, focalizamos a obra musical do compositor e pianista Waldemar de Abreu, o Dunga. Nosso focalizado veio ao mundo no dia 16 de dezembro de 1907, no Rio de Janeiro. Ganhou o apelido de Dunga aos sete anos de idade, de sua professora, que o considerava o mais querido da turma. Fez o curso primário na escola pública do subúrbio de Haddock Lobo, e o ginásio (até o quarto ano) no Instituto Matoso. Em 1928, começou a jogar futebol, em Petrópolis, região serrana fluminense. Em 1930, ingressou na Leopoldina Railways, trabalhando como conferente, e sempre jogava nos times de futebol e basquete da companhia, sendo campeão da Liga Bancária diversas vezes. Em janeiro de 1935, sai a primeira música gravada de Dunga, para o carnaval do mesmo ano: o samba “Amar pra quê?”, na voz de Sílvio Pinto. Ainda em 35, acontece o enlace matrimonial de Dunga com Zaíra Moreira, que tiveram dois filhos. Em 1940, entrou para a SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), exercendo a função de cobrador junto aos teatros, e , um ano depois, ingressou na UBC (União Brasileira de Compositores), onde permaneceria durante anos. Em 1960, assumiu a vice-presidência da ADDAF (Associação Defensora de Direitos Autorais e Fonomecânicos), sem no entanto abandonar a atividade musical. Ao longo de sua carreira, teve mais de oitenta músicas gravadas, nas vozes de grandes astros da MPB, tais como Orlando Silva, Jamelão, Dircinha Batista, Cyro Monteiro, Déo, etc. Basta lembrar, por exemplo, de “Conceição” (1956), eterno sucesso de Cauby Peixoto, cuja melodia é de Dunga, com letra de Jair Amorim. Eles também fizeram juntos “Maria dos meus pecados”, hit de Agostinho dos Santos em 1957. E Dunga continuaria compondo até sua morte, em 5 de outubro de 1991, aos 83 anos, em seu Rio de Janeiro natal.
Para esta edição do GRB, foram escolhidas músicas de exclusiva autoria de Dunga, ou seja, obras que ele compôs sem parceria. São 29 faixas, interpretadas pelos melhores cantores e instrumentistas de sua época, quase todas sambas. (Uma boa lembrança e colaboração do amigo Hélio Mário Alves, quem nos enviou boa parte desse material). Para começar, temos “Antes tarde do que nunca”, do carnaval de 1940, gravado na Victor por Odete Amaral em 23 de outubro de 39 e lançado ainda em dezembro, disco 34537-B, matriz 33187. Em seguida, um sucesso inesquecível de Orlando Silva, “Chora, cavaquinho”, outra gravação Victor, esta de 27 de agosto de 1935, lançada em dezembro do mesmo ano, disco 33998-B, matriz 80011. Edna Cardoso, cantora que só gravou dois discos com quatro músicas, pela Continental, aqui comparece com as três obras de Dunga que constam dos mesmos. Para começar, temos “Confessei meu sofrer”, lado A do disco 15428, o segundo e último de Edna, lançado em setembro de 1945, matriz 1199. Depois desta faixa, Aracy de Almeida comparece com “Dizem por aí”, gravação Victor de 20 de abril de 1938, lançada em junho seguinte sob número 34321-B, matriz 80761. Em seguida, o delicioso arrasta-pé “Espiga de milho”, executado pelo regional do violonista Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano), em gravação RCA Victor de 21 de maio de 1954, lançada em agosto do mesmo não, disco 80-1325-B, matriz BE4VB-0462. Depois, mais três imperdíveis faixas com Orlando Silva. “Esquisita” é da safra do Cantor das Multidões na Odeon, por ele gravado em 23 de junho de 1947 e lançado em setembro do mesmo ano, disco 12797-A, matriz 8246. Voltando à Victor, temos um verdadeiro clássico da carreira de Orlando: o samba-canção “Eu sinto vontade de chorar”, que ele canta acompanhado pela Orquestra Carioca Swingtette, sob a direção de Radamés Gnattali. Gravação de 13 de junho de 1938, lançada em setembro seguinte sob número 34354-B, matriz 80826. “Foi você”, outra das melhores gravações de Orlando, foi feita em 17 de setembro de 1936 e lançada pela marca do cachorrinho Nipper em outubro seguinte com o número 34100-A, matriz 80221. O samba-canção “Justiça”, grande sucesso na voz de Dircinha Batista, foi por ela gravado na Odeon em 20 de junho de 1938, com lançamento em agosto do mesmo ano, disco 11628-B, matriz 5871. Logo depois, temos “Meu amor”, samba do carnaval de 1949, na interpretação de Jorge Goulart, lançada pela Star em fins de 48 sob número 79-A. Nuno Roland interpreta, em seguida, o samba-canção “Meu destino”, gravação Todamérica de 8 de março de 1951, lançada em abril do mesmo ano, disco TA-5053-A, matriz TA-101. Dircinha Batista volta em seguida com “Moleque de rua”, lançado pela Continental em setembro de 1946, disco 15691-A, matriz 1639. Roberto Paiva interpreta depois “Não sei se voltarei”, em gravação Victor de 13 de julho de 1944, lançada em setembro do mesmo ano, disco 80-0211-A, matriz S-078018. Déo lançou em janeiro de 1945, na Continental, para o carnaval desse ano, o samba “Nunca senti tanto amor”, matriz 912. Em junho do mesmo ano, ele lançou pela mesma marca outro samba de Dunga, “Orgulhosa”, disco 15356-A, matriz 1128. Em seguida, volta Edna Cardoso, desta vez cantando “Pandeiro triste”, lançado em agosto, também de 1945, e pela mesma Continental, abrindo seu disco de estreia, número 15408, matriz 1201. Alcides Gerardi aqui comparece com “Perdoa”, gravado por ele na Odeon em 29 de agosto de 1946, com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 12730-A, matriz 8092. “Quando alguém me pergunta”, samba destinado ao carnaval de 1939, tornou-se um clássico na voz de Castro Barbosa, que o gravou na Columbia em 12 de janeiro desse ano, com lançamento bem em cima da folia, em fevereiro, disco 55015-B, matriz 125. Cyro Monteiro, em seguida, interpreta “Que é isso, Isabel?”, gravação Victor de 3 de junho de 1942, lançada em agosto do mesmo ano, disco 34950-B, matriz S-052544. Poderemos apreciá-lo ainda em “Quem gostar de mim”, que gravou na mesma Victor em 8 de julho de 1940, com lançamento em setembro do mesmo ano, disco 34646-B, matriz 33461. Janet de Almeida, irmão de Joel de Almeida, falecido ainda jovem, interpreta depois “Quem sabe da minha vida”, batucada do carnaval de 1946, lançada pela Continental em janeiro desse ano, disco 15582-B, matriz 1397. Em seguida, Aracy de Almeida interpreta “Remorso”, gravação Odeon de 30 de março de 1943, lançada em maio do mesmo ano, disco 12305-B, matriz 7244. Temos depois novamente Edna Cardoso, desta vez interpretando “Se ele me ouvisse”, lado B de seu segundo e último disco, o Continental 15428, lançado em setembro de 1945, matriz 1198. Orlando Silva registrou “Soluço de mulher” na Odeon em 6 de agosto de 1944, com lançamento em outubro do mesmo ano, disco 12503-B, matriz 7645. A bela valsa “Sonho” é executada pelo clarinetista Luiz Americano, acompanhado por Pereira Filho ao violão elétrico, em gravação lançada pela Continental em maio de 1945, disco 15337-B, matriz 1105. O choro “Tic tac do meu relógio” foi lançado pela Continental, na interpretação de Carmélia Alves, ao lado do Quarteto de Bronze, acompanhados por Fats Elpídio e seu Ritmo, em março-abril de 1949, sob número de disco 16048-B, matriz 2067, por sinal marcando o início definitivo da carreira fonográfica de Carmélia, seis anos após sua estreia na Victor. O samba “Trapaças de amor” foi gravado na RCA Victor por Linda Batista em 5 de maio de 1947, com lançamento em junho do mesmo ano, disco 80-0519-A, matriz S-078750. Primeiro ídolo country brasileiro, Bob Nélson aqui comparece com “Vaqueiro apaixonado”, marchinha do carnaval de 1951, devidamente acompanhado de “rancheiros” músicos que, mais competentes, não existiam nem mesmo no Texas ou na Califórnia. Gravação RCA Victor de 12 de outubro de 50, lançada ainda em dezembro, disco 80-0726-A, matriz S-092786. Para encerrar, temos “Zaíra”, valsa cuja musa inspiradora foi certamente a esposa de Dunga. É executada ao saxofone por Luiz Americano, em gravação Continental de 5 de abril de 1948, só lançada em março-abril de 49, disco 16015-A, matriz 1831. Enfim, esta é uma justa homenagem do GRB a um dos maiores compositores que o Brasil já teve: Waldemar “Dunga” de Abreu!
* Texto de Samuel Machado Filho
Coro Da Associação De Canto Coral – O Natal Você E Sua Família (1963)
Olá, meus amigos cultos e ocultos! Para que vocês possam ter tempo para baixar e ouvir, estou postando o disco natalino com antecedência. Como disse anteriormente, na postagem de ontem, para este Natal só vão rolar esses dois discos, o compacto de Boas Festas, de ontem e agora este belíssimo lp lançado pela Odeon em 1963, apresentando o côro da Associação de Canto Coral, do Rio de Janeiro. Embora tenhamos aquele sempre mesmo repertório, vale a pena conhecer as diferentes interpretações. Um disco realmente muito bonito, que caí como uma luva durante a ceia de Natal.
Desde de já eu deixo aqui as minhas saudações a todos. Que os amigos cultos e ocultos tenham nessa noite junto aos seus, um encontro de paz, fraternidade e amor.
Boas Festas – Compacto (196…)

Os Violinistas De Copacabana – Cordas Mágicas (1960)
Hoje o Toque Musical oferece a seus amigos cultos, ocultos e associados um álbum dos Violinistas de Copacabana, ao que parece o único. Foi lançado em 1960 pela Copacabana, evidentemente, com produção caprichada. O texto de contracapa foi escrito por Irany Pinto, não por acaso um dos melhores violinistas de seu tempo, com vários discos gravados. E os Violinistas de Copacabana têm o apoio de outros instrumentistas de quilate, destacando-se Abel Ferreira ao saxofone, e o pianista Chaim Lewak. O repertório é igualmente muito bem cuidado, apresentando peças clássicas em ritmo popular (como “Olhos negros”, canção popular russa, em ritmo de bolero, assim como “Barqueiros do Volga”, a “Serenata” de Toseli a “Meditation” de Massenet e a “Rêverie” de Schumann, “Melodia in F”, de Arthur Rubinstein, em ritmo de rumba, e as “Czardas” em ritmo de fox). A famosa modinha “Quem sabe?”, de Carlos Gomes (“Tão longe, de mim distante”…) também virou bolero aqui. Completando o repertório, o clássico “Copacabana”, de Braguinha e Alberto Ribeiro, e um bolero-beguine de autoria de outra notória instrumentista, Lina Pesce, “Canción de mi alma”, não por acaso lançado em 1958 pelo contracapista do álbum, Irany Pinto, claro que em solo de violino. As orquestrações ficaram por conta de Gustavo Carvalho, no lado A, e Leal Brito (creio que seja o pianista e compositor Britinho), no lado B. Mas o destaque fica por conta do regente. É nada mais, nada menos que o maestro Mário Tavares, potiguar de Natal, nascido em 18 de abril de 1928. Para ele, “música boa é música bem feita”, o que define uma carreira que nunca se prendeu a qualquer rótulo, sem barreiras entre o erudito e o popular. Desde cedo, Mário Tavares foi incentivado a ser músico, e aos 8 anos ganhou um violoncelo de sua avó, Amélia. Aos 12, já integrava a orquestra de salão da Rádio Educadora de Natal, dirigida por dois Carlos, o Lamas e o Faracchi. Em 1944, aos 16 anos, já residindo no Recife, Tavares ingressa na Orquestra Sinfônica da capital pernambucana, criada três anos antes por Vicente Fittipaldi. Ali, foi influenciado pelo frevo, tornando-se amigo de um autêntico mestre do gênero, Nélson Ferreira. Em 1947, Mário Tavares viaja para o Rio de Janeiro, a fim de concorrer a uma vaga de violoncelista na Orquestra Sinfônica Brasileira, sendo devidamente aprovado e contratado,em abril desse ano, permanecendo na OSB até 1960, quando tornou-se maestro titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio. Tavares também fez carreira internacional bem-sucedida, apresentando-se na Alemanha, EUA, Portugal, Porto Rico, Chile, Colômbia, Peru, Romênia e Bulgária. Considerado o melhor intérprete da obra orquestral de Heitor Villa-Lobos, Mário Tavares, atuaria igualmente na televisão, com produções musicais para as redes Globo e Manchete. Ocupou a cadeira número 30 da Academia Brasileira de Música, cujo patrono é o compositor Alberto Nepomuceno. Mário Tavares faleceu em 5 de fevereiro de 2003, no Rio de Janeiro, aos 74 anos, de câncer, e sua presença como regente credencia, e muito, este álbum dos Violinistas de Copacabana, elogiado inclusive pela seção “Esquina sonora”, do jornal carioca “Correio da Manhã”, quando de seu lançamento,por volta de setembro de 1960. Um discão!
copacabana
serenata
meditation
cancion de mi alma
czardas
reverie
quem sabe
olhos negros
melodia in f
os barqueiros do volga
* Texto de Samuel Machado Filho