Agora temos aqui outro grande nome da música de protesto e folclórica latino-americana, Amparo Ochoa, que também pertence ao grupo e geração do movimento “Nueva Canción”, surgido nos anos 70. Neste álbum Amparo é acompanhada pelo grupo mexicano “Los Folkloristas”, um dos mais tradicionais e atuantes até os dias de hoje. Ochoa é uma artista que vale a pena ouvir.
Los Folkloristas – México (1979)
“Los Folkloristas” é um grupo musical mexicano super premiado por seu trabalho de resgate da música folclórica e tradicional mexicana. Estão na estrada musical a mais de 40 anos. Ao longo desse tempo gravaram dezenas de discos e ainda continuam atuantes, fazendo apresentações pelos quatro cantos do mundo. É isso aí, temos que manter vivas as nossas tradições, nem que seja apenas para um dia lembrarmos de onde viemos.
Tarancón – Gracias A La Vida (1976)
Outro grande grupo do qual sou um fan e com quem aprendi a gostar mais ainda da música latino-americana é o sensacional Tarancón. Um grupo dos mais interessantes formado por múscos e artistas de vários países da America Latina. A proposta do grupo era pesquisar e divulgar a diversidade de ritmos e canções latino-americanas. Eles surgiram na década de 70, participando de festivais e espetáculos por todo o continente. Fizeram enorme sucesso no circuito universitário brasileiro e são possivelmente os mais populares. Aqui temos o primeiro disco deles. Vejam a baixo o repertório muito bem escolhido e variado.
Mercedes Sosa – Homenaje A Violeta Parra (1971)
Mercedes Sosa é uma das mais populares cantoras argentina, simbolo da canção folclórica e de protesto. A preocupação sócio-política refletiu-se no seu repertório, tornando-se uma das grandes expoentes da “Nueva Cancion”, um movimento musical latino-americano da década de 60, com raízes africanas, cubanas, andinas e espanholas. “La Negra”, como é também chamada (por seus cabelos longos e negros) é uma figura conhecida mundialmente. Tem com os artistas e público brasileiros uma relação musical antiga e muito forte. Gravou no Brasil com Milton Nascimento, Fagner, entre outros… Neste disco, maravilhoso por sinal, temos “La Negra” em uma homenagem a outra grande artista, a chilena Violeta Parra, outro grande ícone da música de protesto latino-americana. Imperdível!
Daniel Viglietti – Trópicos (1973)
Daniel Viglietti é uruguaio, nascido em Montevideo, numa família de músicos. Sua carreira começou nos anos 60. Trabalhou com música e teatro em seu país, desenvolvendo uma intensa atividade, que por suas posições sociais e políticas, acabou levando-o ao exílio nos anos da ditadura. Durante um bom tempo ele viveu na Espanha. “Trópicos” é um disco de 1973 e nele temos dois momentos do movimento musical latino-americano – cantando os autores da (então) Nueva Trova Cubana (Noel Nicola, Silvio Rodriguez e Pablo Milanés) e a Nova Canção Brasileira (Chico Buarque, Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri). Daniel é acompanhado pelo Grupo de Experimentación Sonora do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica. Álbum raríssimo que merece toda a atenção.
Grupo Agua – Transparência (1978)
02. Esperanzas.
03. Transparencia.
04. Juerga.
05. La luna llena.
06. El Guillatún.
07. La semilla.
08. Caldera.
09. Baioncito.
10. Volver a los 17.
11. Tarkeada.
Agrupacion Musica De Buenos Aires – Folklore Musica Del Sur Argentina
Um disco muito bonito que reúne uma seleção com dez das mais conhecidas músicas folclóricas do sul da Argentina. A concepção e direção deste álbum é de Enzo Gieco, renomado compositor, maestro e flautista argentino. Infelizmente, não há muito o que encontrar sobre o álbum, que suponho, seja mais uma raridade por aqui e por lá. Melhor mesmo ouvir esse toque…
04 Recuerdos de Calahuayo
05 Danza del gurí
Victor Jara – El Derecho De Vivir En Paz (1971)
Um nome importantíssimo no cenário da música de protesto latino-americana, Victor Jara. Cantor, compositor, diretor de teatro chileno Foi assassinado barbaramente em 16 de setembro de 1973, em Santiago, capital do Chile, nos primeiros dias de repressão que se seguiram ao golpe de estado de Augusto Pinochet contra o governo do presidente Salvador Allende, ocorrido em 11 de setembro daquele ano. Desde então Victor Jara tornou-se um síbolo da resistência contra os governos militares. Suas canções tornaram-se hinos de protesto, cantadas em toda a América Latina.
2 Abre La Ventana
3 La Partida
4 El Niño Yuntero
5 Vamos Por Ancho Camino
6 A La Molina No Voy Mas
7 A Cuba
8 Casitas De Barrio Alto
9 El Alma Llena De Banderas
10 Ni Chicha Ni Limona
11 Plegaria A Un Labrador
12 B R P (Brigada Ramona Parra)
Ruben Pagura – Volve Frijol! (1975)
Nesta semana estarei fugindo do tradicional. Vamos dar um tempinho nos nacionais e olhar um pouco além do horizonte. Vamos dedicar a semana aos artistas de países vizinhos e de língua portuguesa. Começarei com Rubén Pagura, ator, cantor e dramaturgo argentino radicado na Costa Rica. Foi o fundador do movimento da Nova Canção da Costa Rica. Artista premiado, tem suas obras teatrais encenada desde 1972, assim como suas canções. O disco que tenho aqui é uma obra tão rara que nem mesmo Pagura tem mais seu exemplar. Felizmente nós estamos aqui, também para isso, resgatar obras perdidas. Vamos então ouvir e conhecer Rubén Pagura.
Sá & Guarabyra – Cadernos De Viagem (1975)
Fechando a semana, aqui vai o último toque. Sá e Guarabyra, dupla que dispensa apresentações, num disco da fase de ouro. Mesmo com a saída de Zé Rodrix, a dupla continuou investido no seu ‘rock rural’. Um disco raro, gostoso de ouvir. Me faz lembrar coisas do “Clube da Esquina”. Belo álbum!
Dança o atrevido (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Muchacha (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Passo-preto (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Lá vem o bicho (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Velho camalião (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Xote correntino (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Roda o mundo (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Ondina Paconé (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Tarzan dos cromados (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
O que você quiser (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Mundo invisível (Luiz Carlos Sá – Guarabyra)
Ciro Monteiro – A Bossa De Sempre (1966)
Mais um disquinho interessante aqui, que com certeza irá agradar. O grande Ciro Monteiro numa coletânea que procura resgatar seus sucessos na RCA Victor, entre as décadas de 30 à 50. Uma compilação criada e lançada originalmente em 1966. Foi pouco mais de uns 5 anos atrás relançado em cd. É bem possível encontrá-lo a venda. Se liga nesse toque.
Guilherme Lamounier (1970)
Aqui temos agora um disco bem raro. Fui juntado os caquinhos, até completar este obscuro album do Guilherme Lamounier, lançado em1970 pela Odeon. Ao ouvir uma primera vez, lembra-se um pouco aquela linha brega do pós-jovem guarda. Mas num segundo momento começamos a perceber as sigularidades. Com produção de Carlos Imperial e participação de Dom Salvador e Maestro Cipó, o disco foi comparado a “uma versão crua e rude de Wilson Simonal” (nada a ver…) Sem dúvidas, o álbum de 73 é insuperável e talvez por isso mesmo convém uma conferida neste primeiro lp.
06 cristina
Luli & Lucina – Amor Mulher/Yorimatã (1982)
Uma coisa leva a outra. Depois de ter postado “A Nova Estrela” do Som Imaginário, me lembrei da dupla Luli e Lucinha (ou Luhli e Lucina). Essas duas moças fizeram muito a minha cabeça. Quanta coisa bonita elas criaram. Quantas boas recordações, momentos felizes ao som dessas duas mulheres maravilhosas. Minha fase ‘on the road’ foi embalda por coisas desse tipo. Lembranças de Mauá, Mangaratiba, Resende, Armação de Búsios, Parati, Ouro Preto, Dimantina… ô tempinho bão!
Quanto ao lp, podemos dizer que são dois discos em um. De um lado temos “Amor Mulher” e do outro “Yorimatã”. Segundo Luli, “…que canta a vida e a magia dos elementos”. Um trabalho esmerado, com capa dupla. Este álbum foi premiado como melhor disco independente no Brasil e como melhor disco estrangeiro na França. Simplesmente lindo!
Elizeth Cardoso – Naturalmente (1958)
Na dúvida, realmente, o melhor é manter o charme. E que charme é poder ouvir a Elizeth Cardoso! Acho que todos os discos dela já foram postados pelos amantes da boa música. Eu, mais uma vez, volto com essa magnífica cantora, trazendo um disco de 1958. Este álbum tem uma outra (e original) capa, que infelizmente eu não consegui. Mas o mais importante tá aqui nesse toque, confira…
Uakti – Oficina Instrumental (1981)
Som Imaginário – Nova Estrela (1971)
Atendendo aos meus caros amigos, vamos com o segundo disco do Som Imaginário. Neste álbum, o som vai além do imaginário. Zé Rodrix havia saído do grupo. Eles continuaram como banda de apoio de Milton Nascimento e Gal Costa. Tocaram também outros artistas. Em 1971 eles participaram de um filme, um curta rodado em super 8 de André Adler, chamado “Nova Estrela”. Segundo contam, este filminho esteve guardado com a Lucinha (Lucina) da dupla Luli & Lucina. Me parece que o filme foi rodado em Mangaratiba (RJ), onde elas moravam. Para os mais interessados, este filme pode ser visto no Youtube. Acho que o lp tem esse nome por causa da música do Wagner Tiso e por isso, correto? Toque dado, toque já…
Roberto Corrêa – Uróboro – Viola Caipira (1994)
Existem alguns trabalhos musicais onde o artista, além de ser artista tem que ser tudo. De produtor à empresário, de engenheiro de som à promotor e por aí vai… É este o caso de Roberto Corrêa, violeiro de mão cheia, acadêmico e músico independente. Embora como professor da UFB, suas pesquisas são geralmente voltadas para um trabalho pessoal. “A minha sensação é de que existe dentro de mim um vão muito grande que não foi preenchido com a tradição por causa de uma tragédia. Mas este vão existe e eu vou atrás de preenchê-lo. Na verdade, eu pesquiso para mim mesmo, o imaginário deste povo passa a ser meu”, afirma ele.
Neste disco, ele dá uma verdadeira aula de viola caipira, No encarte que acompanha e complementa o cd tem também um belo texto trilígue (em português, ingles e espanhol) sobre a
viola caipira e suas origens. Este texto eu não incluí porque se trata de um trabalho que pode ser encontrado e comprado diretamente com seu autor. Normalmente, não publico títulos recentes, em catálogo e de artistas que lutam para mostrar seus trabalhos e precisam vendê-los. Por essa razão, estou apenas apresentando o disco e dando um toque para quem gostou. Roberto Corrêa é um artista mais conhecido fora do Brasil e pouco divulgado aqui dentro. Sugiro que vocês visitem o seu site para conhecê-lo melhor e adquirir seus outros e maravilhosos trabalhos. Vale a pena…
Solange Borges – Bom Dia Universo (1984)
Matando a curiosidade de alguns, aqui vai o disco da Solange Borges, cantora e compositora do clã dos Borges (Lô, Marilton, Telo, Yê…). Me parece que este foi o único disco gravado pela irmã do Lô Borges. Ela participou de diversos trabalhos da família e amigos como Milton Nascimento e outros… O disco da moça não podia ser ruim, afinal está na veia artística, no sangue… Pessoalmente, acho que para cantora ela é uma ótima compositora. Talvez seja por isso mesmo que ela só ficou num disco. Não estou com isso tirando o seu mérito. Não é só por ser da família Borges que a faz uma artista. Solange é uma ótima compositora e podemos nos certificar disso nas músicas que compoe este álbum. Vale ouvir, vale o toque…
Egberto Gismonti – Dança Das Cabeças (1977)
Excelente e premiadíssimo álbum de um dos nossos mais respeitados músicos, o grande Egberto Gismonti. Percebendo que aqui no Brasil o mar não tá prá peixe, Egberto foi se aventurar em outras terras, outros mares, outros ares. Os álbuns que lhe renderam fama e respeito, na maioria foi gravados fora daqui, através do maravilhoso selo alemão ECM, do produtor Manfred Eicher. Este é um dos muitos discos da ECM, sempre em catálogo. Pode se comprar o cd com encarte e tudo mais através do próprio site deles. “Danças das cabeças” é (para mim) o melhor disco do cara. Egberto, multinstrumentista, toca acompanhado por outro grande artista, o percussionista Nana Vasconcelos. Precisa dizer mais algum coisa? Toque dado…
Marku Ribas – Barrankeiro (1978)
Este é um artista que eu conheço bem. Um talento nato que ao longo se sua carreira nunca teve o merecido reconhecimento. Talvez, em parte, isso acontece porque o cara é meio avesso a modismo e normas estabelicidas por produtores e gravadoras. Isso faz dele um rebelde, um ser autônomo no mundo da música. Ele está em todas, mas não entra em nada. Já tocou com deuses (Stones) e o mundo. Tem emprestado seu talento para dezenas de artistas e de um tempo prá cá, graças principalmente a rede, tornou-se cultuado pelas novas gerações. Embora esteja na estrada a muito tempo, de seus foram poucos discos. Mas em todos, esbanjando um brutal talento. Não entrarei em detalhes sobre este disco, deixo para que vocês o descubram. Aos poucos, irei postando seus outros discos. Toque este toque…Banda De Pau E Corda – Assim… Amém (1976)
Vamos deixar de lado a quantidade e cuidar da qualidade. Porém, sem esquecer a variedade. Seguindo este lema, procurarei de agora para frente ser mais seletivo. Criei uma enquete no mês passado para avaliar o gosto musical dos meus visitantes. Digo isso em relação aos que frequentam e eu não conheço, pois os sócios de carteirinha têm seus próprios telefones vermelhos em ligação direta comigo. O resultado foi satisfatório e dentro desse quadro, procurarei pautar meus títulos, mas dando sempre prioridade ao sócios, ‘chegados’, desesperados e a mim mesmo. Assim sendo, posto agora um pedido de sócio, embora este pudesse muito bem pegar o disco aqui comigo (né?). Mas vamos abrir para todos, afinal o toque é musical e democrático. Vamos como esse grupo vocal que veio lá de Pernambuco, no começo dos anos 70. A Banda de Pau & Cordas naquela década fez muito sucesso, assim como outros grupos que vieram do Nordeste, como o Quinteto Violado e o Quinteto Armorial. Leiam o complemento do jornalista Aramis Millarch: “O que nos parece de maior validade neste terceiro lp da Banda de Pau & Corda é o despojamento dos arranjos, com o grupo valorizando os instrumentos simples – belíssimos os solos de flauta de Beto Johnsson e de viola de Nelsinho – conscientes de que na autenticidade regional, estão sendo mais universais do que com todas as concessões e piruetas que tanto as fazem.” Tá dado o toque…
1 Areia (Sergio Andrade – Waltinho)
2 Me diga homem (Sergio Andrade – Waltinho)
3 Atrás da morte (Sergio Andrade – Waltinho)
4 Réis com réis (Waltinho – Roberto Andrade)
5 Festa da Apartação (Pazita – Bubuska)
6 Ceticismo (Paulo Rezende – Waltinho)
7 Telha nua (Waltinho – Roberto Andrade)
8 Homenagem aos Sobas (Maracatu) (Waltinho – A.Sacramento)
9 Ciranda Azul (José Generino – Luiz Otávio)
10 Praça de esmola (Sergio Andrade – Waltinho)
11 Amanhecendo (Rosa Maria – Luiz Queiroga)
12 Assim… Amém (Sergio Andrade – Waltinho)
Bené Fonteles – Aê
Mais um dos meus favoritos. Sempre presente na minhas ‘cantaroladas’. Bené Fonteles é uma figura muito especial, mas pouco conhecida do grande público. Um artista que está em todas, das artes visuais e performáticas, passando pela fotografia, vídeos e naturalmente a música. Sua trajetória artística começa no inicio dos anos 70, como agitador cultural. Sempre esteve envolvido em questões ambientais, na realidade sócio-cultural, ecológica e espiritual do povo brasileiro; motivo e inspiração de sua obra artística. Para se ter uma idéia da visão artística de Bené Fonteles, em 1987 ele lança com recital no SESC-Pompéia (SP) e show no Auditório do MASP, o disco “Silencioso” onde só existe a capa e cuja proposta é ouvir o silêncio.
Descobri este disco meio por acaso a uns 10 anos atrás numa banca de saldos de uma loja de discos populares. É por isso que prefiro comprar discos nesse tipo de loja e bancas de usados – sempre há pérolas por lá esquecidas e quase de graça.
O álbum “Aê” que estou postando aqui, foi lançado em 1992, em um show no vão livre do MASP com com a participação especial dos amigos, Egberto Gismonti, Tetê Espíndola, Duofel e Ney Matogrosso. Este disco é tudo de bom. Uma fusão de MPB com alguma coisa assim meio New Age. Tem que ouvir esse toque.
Onde navega o ser (Bené Fonteles & Nonato Luiz)
Só.li.dão (Bené Fonteles & Edu Helou)
Nômade Tarqui (Bené Fonteles)
Tudo um todo (Bené Fonteles)
Um novo dia (Bené Fonteles)
Azul (Bené Fonteles)
Sem olhar (Bené Fonteles)
Mergulhador (Bené Fonteles)
Aê (Bené Fonteles)
Danilo Caymmi – Cheiro Verde (1977)
Pé Sem Cabeça (Danilo Caymmi-Ana Terra)
Jorge Ben (1969)
Aqui outro álbum que me acompanha de longas datas. Jorge Ben na fase tropicalista, pelo menos na capa, com um desenho do artista plástico Albery e arranjos de Rogério Duprat. Um disco dos mais festejados e para mim, um dos melhores. Vamos com o “Flamengão” no país tropical enquanto seu lobo não vem. Toque este toque…
Rosana Toledo – A Voz Acariciante De Rosana Toledo (1960)
Achei de postar este disco porque ontem, conversando com meu primo, ele me falava que a Rosana Toledo era nossa vizinha e que foi a minha tia quem fez o primeiro vestido para ela se apresentar na antiga TV Itacolomi. Assim, em homenagem aos bons tempos, às boas lembranças e à minha querida tia Zizinha, vamos ouvir um pouco a Rosana Toledo.Mineira de Belo Horizonte, nascida em 1934, iniciou sua carreira junto com a irmã Maria Helena Toledo (que casaria com Luiz Bonfá). Na década de 50 seguiu carreira solo, consagrando-se com a Sonata Sem Luar. Apesar de cantora romântica, seu estilo de cantar e sua voz tornaram natural sua participação na bossa nova. Em 1975 participou do Projeto Minerva “100 Anos de Música Popular Brasileira”. Em 1986 recriou, num tributo à Custódio Mesquita, pela Funarte, Noturno em Tempo de Samba e Saia do Caminho.
Heraldo Do Monte E Seu Conjunto – Dançando Com O Sucesso N. 2 (1962)
Ao abrir o baú onde encontrei a Rosana Toledo, achei também este disco do Heraldo do Monte. O cara toca tudo que é de corda, multinstrumentista famoso e super premiado. Já tocou com os mais diversos artistas nacionais e internacionais. Fez parte do lendário Quarteto Novo, ao lado de Hermeto Pascoal, Airto Moreira e Téo de Barros. O disco que temos aqui é seu terceiro álbum, lançado em 1962. Um disco para fans.Baby Consuelo – Ao Vivo No 14th Montreux Jazz Festival (1980)
Agora, temos o registro do show de Baby Consuelo em Montreux, na mesma temporada onde se apresentou Pepeu. Aliás, o grupo que acompanha a cantora é exatamente o mesmo de Pepeu Gomes. É quase como se fosse uma continuação do disco anterior, só que aqui quem toma a frente é Baby. Mais um registro imperdível, onde esses ‘velhos-novos baianos’ mostram do que são capazes. A capa que temos aqui é a do cd, relançado em 2001. Baby Consuelo está impecável. Grande álbum!
Som Nosso De Cada Dia – Sabado/Domingo (1977)
Outro disco e banda para quem eu tiro o chapéu é o Som Nosso. Tenho boas e loucas recordações dessa que foi, para mim, a banda que fez o melhor disco de rock progressivo brasileiro (falo de Snegs). Depois, com a saída de Manito (ex-Incríveis), veio este segundo álbum, o ‘meia-lua’, quer dizer, um disco para sábados e domingos. Ou seja, sábado é funk e domingo é progressivo. Um álbum que mesmo sem a presença do incrível Manito, se manteve no agrado de fans como eu. Infelizmente os caras não investiram na banda e ficaram apenas em dois álbuns de estúdio. A pouco mais de dois anos foi lançado um álbum duplo com registros ao vivo feitos naquela época. Com certeza meus assovios também estão lá gravados. Mas essa é uma outra estória que eu conto quando postar o Snegs. Vamos nessa que é legal a bessa!
PS.: Inclui duas faixas bonus que não fazem parte do álbum original.
Guilherme Lamounier (1973)
Nesta semana quero estar postando alguns discos que sempre me acompanharam ao longo da minha vida musical. São álbuns e músicas que sempre fiz questão de estar ouvindo. Guilherme Lamounier é um deles. Esse cara era genial, um grande fazedor de hits. Aqui ao lado de outra grande figura, Tibério Gaspar, parceiro também de Antonio Adolfo. Suas músicas, assim como as do Zé Rodrix, são de colar no ouvido. Depois de uma segunda dose já se sai cantarolando. Música pop para mim é isso – tem que ter retorno. Por falar em retorno, o Guilherme é um dos grandes artistas que nunca mais foi visto na mídia. O cara sumiu completamente, um mistério que nem pesquisando a fundo pela web se consegue informação. Por outro lado, sua música continua sempre nas bocas e nos ouvidos de quem sabe escutar. Com a cabeça feita não marca bobeira…
Pepeu Gomes – Ao Vivo Em Montreux (1980)
Nos últimos 20 anos, muitos e destacados artistas brasileiros têm participado de um dos mais importantes festivais de música da Europa, o Montreux Jazz Festival. Criado e dirigido por Claude Nobs, este evento inicialmente era voltado exclusivamente para o jazz, mas ao longo dos tempos muitos estilos e variados artistas passaram pelo palco do festival. O sucesso dos brasileiros é tamanho que para tal foi criada a “noite brasileira”. Entre esses tantos artistas figura o grande guitarrista Pepeu Gomes. Este disco trás o registro de alguns de seus melhores momentos em Montreux. Um álbum imperdível onde Pepeu toca de tudo. Vale a pena conferir.

