Altamiro Carrilho E Seu Conjunto De Solistas – Boleros (1958)

Olá amigos cultos e ocultos, boa noite! Peço desculpas a todos que nos acompanham, pelas pausas, as vezes tão longa e sem postagens. Sei que muitos ainda visitam o TM diariamente e para esses, principalmente, que eu ainda continuo na ativa. Além do mais, este é o mês de aniversário do Toque Musical. Estamos completando 8 anos! Não vai ter festa, não vai ter bolo… Mas a música continua rolando, espaçada ou não. Para ouvir ou para dançar.
Segue nesta noite um disco que eu acho ótimo. Creio que já comentei aqui, adoro bolero e cha-cha-chá e é nessa que nós vamos hoje. Tenho para vocês este excelente lp do grande Altamiro Carrilho, safra dos anos 50. Coisa muito boa! Lançado originalmente em 1958 pela discos Copacabana, o álbum trazia uma outra capa e se chamava “Boleros Em Desfile”. Foi relançado nas décadas de 60 pelo selo Som e nos 80 pelo selo Beverly. Nessas gravações Altamiro Carrilho vem acompanhado por outros grandes músicos solistas, os quais eu não sei informar, pois não há registro de quem eram os instrumentistas. Porém, pelo estilo de cada instrumento tocado a gente arrisca nomes como Moacyr Silva, Sivuca, Fafá Lemos… Será? Serão? Vamos deixar essa história para o “Boleros Em Desfile N. 2, que é a postagem que virá em seguida, na competente resenha do meu amigo Samuel Machado Filho. Ele com certeza deve saber quem eram os tais solistas que acompanham o Altamiro. Enquanto isso, o melhor é mesmo saborear este repertório cheio de clássicos

perfídia
dos almas
nas horas de sonho
angústia
nunca jamás
contigo en la distancia
vereda tropical
pecadora
sinceridad
historia de un amor
pecado
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Conjuntos Vocais – Seleçao 78 RPM Do Toque Musical Vol. 139 (2015)

E aí vai, para os amigos cultos, ocultos e associados do TM, a edição de número 139 do Grand Record Brasil.  Desta feita, apresentamos gravações de conjuntos vocais  e instrumentais que marcaram época na história de nossa música popular, perfazendo um total de dezessete faixas.

Abrindo a seleção desta quinzena (com atraso, diga-se de passagem)*, temos o grupo Os Namorados, uma continuação dos antigos Namorados da Lua sem Lúcio Alves, que iniciara carreira-solo ainda no final dos anos 1940, e contando inclusive com o cantor Miltinho entre seus componentes. Eles aqui comparecem com as músicas do disco Sinter  00-00.249, lançado em julho de 1953. No lado A, matriz S-532, uma regravação de “Eu quero um samba”, de Haroldo Barbosa e Janet de Almeida.  E, no verso, matriz S-533, um outro bom samba, “Três Aves-Marias”, de Hanníbal Cruz.
 Encontraremos em seguida os Quatro Ases e um Coringa,  conjunto criado em 1941, no Rio de Janeiro, pelos irmãos cearenses Evenor, José e Permínio Pontes de Medeiros, a eles juntando-se Esdras Falcão Guimarães, o Pijuca,  e André Batista Vieira, o Coringa. A princípio, o grupo chamava-se Bando Cearense, nome com o qual se apresentavam na Ceará Rádio Clube. Por sugestão do poeta e jornalista Demócrito Rocha, o nome foi alterado para Quatro Ases e um Melé. De volta ao Rio de Janeiro, ao serem contratados pela Rádio Mayrink Veiga, adotaram o nome definitivo de Quatro Ases e um Coringa, pois “melé” era um termo desconhecido na então Capital da República. Em cerca de vinte anos de carreira, o grupo deu de fato as cartas, o que comprovam as três faixas aqui reunidas, todas gravadas na Odeon.  Para começar, o “calango mineiro” “Dezessete e setecentos” (conta errada mas sucesso certeiro), de Luiz Gonzaga e Miguel Lima, originalmente lançado por Manezinho Araújo em 1945. Os Quatro Ases e um Coringa registraram sua versão na “marca do templo” em 18 de abril de 1947, com lançamento em julho do mesmo ano, disco 12784-B, matriz 8213. Em seguida, a marchinha “Feijoada”, de Rubens Soares, gravação de 2 de fevereiro de 1943 lançada em março do mesmo ano, disco 12277-A, matriz 7196. Por fim, outra marchinha, “Lili… Lili”, de Assis Valente, do carnaval de 1944. Foi gravada pouco antes do Natal de 43, no dia 21 de dezembro, com lançamento bem em cima dos festejos de Momo,em 44, disco 12414-A, matriz 7459.
As seis faixas seguintes são com o Bando da Lua, criado no início dos anos 1930, e pioneiro no Brasil em harmonizar as vozes, como estava então na moda nos EUA , criando com isto, uma mania nacional. Sempre acompanhavam Cármen Miranda em suas apresentações, e acabaram indo para os EUA junto com ela, em 1939. O grupo desfez-se após a morte de Cármen, em 1955. Não por acaso, a participação do Bando da Lua neste volume do GRB inicia-se com duas gravações que o grupo fez nos EUA, pela Decca. Primeiramente, o samba “Na aldeia”, de Sílvio Caldas (seu criador em disco, em 1933), Carusinho e De Chocolate, em gravação  feita no dia 4 de julho de 1941 e, ao que parece, só lançada no Brasil em 1974 pela Chantecler (então representante da Decca/MCA entre nós), no LP “Bando da Lua nos EUA”, produzido por João Luiz Ferrete. A segunda é “O passarinho do relógio (Cuco)”, marchinha de Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, lançada para o carnaval de 1940 na voz de Aracy de Almeida. Este registro do Bando da Lua não chegou a ser lançado comercialmente, e ficou inédito em disco. Passando para a fase inicial brasileira do grupo, temos um clássico do carnaval: a marchinha “Pegando fogo”, do carnaval de 1939, de autoria de José Maria de Abreu e Francisco Matoso. Foi imortalizada pelo Bando da Lua na Victor em 3 de novembro de 1938, com lançamento ainda em dezembro, disco 34393-B, matriz 80927. Temos em seguida outra marchinha, de meio-de-ano, de autoria do mestre Lamartine Babo, “Menina das lojas”. Também gravação Victor, datada de 8 de abril de 1937, com lançamento em maio do mesmo ano, disco 34161-B, matriz 80358. O samba “Quero  ver”, de Léo Cardoso, Ademar Santana e Vicente Paiva, pertence à época em que Cármen Miranda fez sua última apresentação artística no Brasil, no Cassino da Urca, e obviamente o Bando da Lua a acompanhou. Gravação Columbia de 19 de outubro de 1940, lançada em novembro do mesmo ano sob número  55245-B, matriz 324. De volta aos EUA, o grupo acompanha nada mais nada menos do que Bing Crosby, na gravação que ele fez do clássico samba “Copacabana”, de João “Braguinha” de Barro e Alberto Ribeiro, originalmente lançado em 1946 por Dick Farney. O registro do cantor a ator norte-americano, ao lado do grupo brasileiro, com letra em inglês de Stillman, data de 1950, e foi lançado nos EUA pela Decca sob número  M-33399-A, matriz L-6040. No Brasil, foi lançado pela Odeon sob número 288455-A. Ainda da fase brasileira do Bando da Lua (só que gravado na Victor da Argentina, durante uma excursão que o grupo fez com Cármen Miranda) é o belo samba “Uma voz de longe me chamou”, de Hervê Cordovil e Alberto Ribeiro. Foi registrado em Buenos Aires a primeiro de dezembro de 1935, sendo lançado no Brasil sob número 34010-B, matriz 93019. E, encerrando a participação do Bando da Lua neste volume, a gravação que fizeram nos EUA, pela Decca, para o sambatucada “Nêga do cabelo duro”, de Rubens Soares e David Nasser (cujo registro original, aqui também incluso, é dos Anjos do Inferno). Datada de 26 de maio de 1949, a gravação só chegaria ao Brasil, ao que parece, em 1974, no já citado LP “Bando da Lua nos EUA”.
Logo depois, temos um enigma. O conjunto Emboabas só gravou um disco na Victor, em 1946, com os sambas  “A geada matou” e “Mania dela”.  Aqui, eles comparecem com uma gravação, ao que parece, editada em disco particular, não-comercializado, interpretando o conhecido samba “General da banda”, de Sátiro de Melo, José Alcides e Tancredo Silva, sucesso no carnaval de 1950 nos registros de Linda Batista e Blecaute. Será que este registro foi para as lojas?
Formado por deficientes visuais, o sexteto Titulares do Ritmo surgiu em 1941, em Belo Horizonte, logo conquistando notoriedade pelas harmonizações e vocalizações requintadas  e bastante elaboradas. Eles aqui marcam presença com o samba “Não põe a mão”,  grande sucesso no carnaval de 1951, de autoria de Bucy Moreira, Mutt e Arnô Canegal. Foi gravado na Odeon em 9 de novembro de 1950 e lançado ainda em dezembro, disco 13072-B, matriz 8848.
Cearenses como os Quatro Ases e um Coringa, os Vocalistas Tropicais interpretam neste volume “Irmão do samba”, de Nestor de Holanda e Jorge Tavares, gravação Odeon de 13 de maio de 1949, lançada em  julho do mesmo ano, disco 12934-B, matriz 8492.
Para finalizar, trazemos os Anjos do Inferno, justamente com a gravação original do clássico sambatucada “Nêga do cabelo duro”, já mencionado aqui, de Rubens Soares e David Nasser. O grupo liderado por Léo Vilar imortalizou a composição na Columbia, e o lançamento se deu em janeiro de 1942, sob número de disco 55315-A,matriz 478. “Nêga do cabelo duro” foi absoluto sucesso no carnaval daquele ano, merecendo vários outros registros, inclusive de Elis Regina, sendo até hoje lembrado, e com justiça.  Um fecho realmente de ouro para esta edição do GRB, que reverencia alguns dos melhores e mais famosos conjuntos vocais  que a música popular já teve em toda a história. É ouvir e recordar
Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.

Claudio Marcelo – Som De Boite (1968)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje ainda estarei indo para o Rio. Viajo logo mais a noite e só devo voltar no início da semana que vem. Nesse meio tempo ficaremos sem novas postagens. Mas para embalar o fim de semana, estou deixando aqui um disquinho especial da Paladium. Há tempos eu não postava nada deste selo. Na verdade tinha planos de criar um blog exclusivo só para falar da Paladium. Criei o blog, mas nunca passei da primeira postagem. Como a coisa não andou para um lado, que ande por outro. Segue aqui mais um disco deste selo mineiro, que publicou uma penca de trabalhos, alguns, produção própria, outros, edições montadas por gêneros e sucessos populares, normalmente sem os créditos musicais, o que permitia gravadoras/selos obscuros lançarem um determinado disco com diferentes nomes e capas. Já falamos sobre isso aqui no Toque Musical. Na época dessas gravadoras o controle do direito autoral e os dribles em contratos eram muito comuns. Vários músicos gravaram com nomes diferentes, assumiram identidades falsas e coisas assim. No caso deste disco não foi diferente. Claudio Marcelo é com certeza um nome fantasia, um psedônimo, embora este nome apareça em dois outros lps, um deles inclusive pelo obscuro selo Itamaraty. Alguns dizem que é o Ed Lincoln, eu achava que fosse o Célio Balona. Sinceramente, não sei afirmar, mas definitivamente, Cláudio Marcelo, não existe. Mas ao final isso pouco importa. O que vale mesmo é o conteúdo musical. Sem dúvida, dos discos lançados pela Paladium, este faz parte do acervo mais interessante, pois ele nos traz um repertório praticamente de música brasileira e para a época, música jovem, em arranjos bem inspirados. Taí um dos excelentes discos que com um pouco de sorte se pode comprar barato no Mercado Livre. Colecionadores, aproveitem

vesti azul
alegria, alegria
carolina
maria bonita
se a gente grande soubesse
maria carnaval e cinzas
travessia
manifesto
eu te amo mesmo assim
meugrito
because of you
só vou gostar de quem gosta de mim
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Orquestra Nilo Sérgio – Canções Para Uma Noite De Chuva (1969)

Boa noite, caríssimos amigos cultos e ocultos! Eu já comentei isso aqui várias vezes… Adoro a sonoridade dos anos 60. E isso se destaca muitas vezes de forma surpreendente. Não faz muito tempo, descobri este lp do Nilo Sérgio que eu até então não conhecia. Lançado em 1969, pela gravadora dele próprio, a Musidisc. Disco bacana! Um repertório onde ele mescla suas composições (por sinal belíssimas) com outras tantas do mesmo nível, sucessos nacionais e internacionais. Um disco mesmo muito bom para se ouvir numa noite de chuva. E tá precisando

let me live
copacabana concerto
carolina
oração para uma menina
wait until dark
modinha
winter love
my sin
meia volta
o parque
the fox
joana
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Pixinguinha 70 (1977)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Para um mês especial, nada melhor que discos especiais… Fui buscar para esta semana alguns lps bem interessantes. Se tudo correr bem, teremos uma semana sortida.
Seguimos hoje com um disco já bem tocado em muitas fontes. Mas é aqui que ele faz sua estréia e se ‘oficializa’ como mais um ‘toque musical’. Temos hoje, “Pixinguinha 70”, lp que registra o show comemorativo de 70 anos do Mestre Pixinguinha no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1968. Estão presentes no disco como destaque, Jacob do Bandolim, Radamés Gnatalli e os conjuntos Época de Ouro e Os Boêmios. Este lp foi lançado e faz parte do acervo do MIS – Museu da Imagem e do Som. Um registro histórico, com certeza!

carinhoso – jacob do bandolim e radamés gnatalli
uma rosa para pixinguinha – radamés gnatalli
vou para casa – os boêmios
os cinco companheiros – trio de flauta do teatro municipal e conjunto época de ouro
lamento – jacob do bandolim e conjunto época de ouro
ingênuo – jacob do bandolim e conjunto época de ouro
passatempo – os boêmios
gargalhada – os boêmios
rosa – radamés gnatalli
marreco quer água – orquestra radamés gnatalli
pixinguinha – radamés gnatalli e jacob do bandolim
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Carioca E Sua Orquestra – Orquestra De Baile (1958)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Celebrando mais um dia musical no nosso mês de aniversário, trago par vocês o excelente (e famoso) lp do Maestro Carioca, Orquestra de Baile. Disco de 12 polegadas lançado pelo selo Rádio, em 1958. Já tivemos aqui outros discos do maestro Ivan Paulo da Silva, mais conhecido por ‘Carioca’. Trombonista, compositor e orquestrador, estreou na orquestra de Fon-Fon, no Rio de Janeiro. Foi diretor da orquestra All Stars, da Rádio Nacional. Gravou dezenas de discos, escreveu arranjos importantes e também foi diretor de diversas gravadoras. Atuou até o final da década de 80. Seus discos continuam por aí, mais na memória do que em rádios. Mais nos blogs, como o Toque Musical do que na televisão. Quem busca ouvir seus discos só mesmo assim, pela internet, nos blogs e no Youtube (alimentado por blogueiros).
“Orquestra de Baile” é um daqueles discos feitos para dançar, onde as músicas vão se sucedendo quase como um ‘pot-pourri’. No repertório temos sambas e fox em arranjos realmente maravilhosos. Taí um disco que vale a pena ouvir. Ouvir e até dançar, porque não?

samba no arpege
apito no samba
alexander’s ragtime band
bernadine
pinguinho de gente
torcida organizada
i had the crasiest dream
não troquemos de mal
fascinação
conversa de botequim
boa pinta
ginga das palmas
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Caco Velho E Seu Conjunto – Vida Noturna N. 1 (1958)

Olá amigos cultos e ocultos! Este nem parece o mês de aniversário do Toque Musical. Em outros tempos, eu numa hora dessas já estaria aqui enchendo vocês de pérolas e raridades. Mas, infelizmente, este tempo passou. Com dizem por aí, a cada hora piora. Realmente, parece que tudo está piorando nessa nossa vida e consequentemente isso afeta também ao autor aqui das produções. Por favor não me culpem. O Judas da vez é a Dilma. Tudo culpa da Dilma. (quando a gente não encontra um responsável pela merda, o negócio é passar a bola pra Dilma, agora é moda). Porém, antes que culpem a mim, também, vou logo dar um jeito aqui e retomar as postagens…
Em nova postagem, trago para hoje o Caco Velho e seu Conjunto, no seu primeiro lp de 12 polegadas, lançado pela gravadora Copacabana, em 1958. Desta vez, temos o lp integralmente, com capa e selo, conforme manda o figurino do Toque Musical. Este disco, conforme se pode ler no texto da contracapa nos traz dois momentos. O lado A temos o Caco Velho e seu conjunto em gravação de estúdio. O lado B é uma gravação ‘ao vivo’, um registro do artista (com Hervé Cordovil ao piano) em apresentação na boate Delval Bar, uma das famosas casas noturnas de São Paulo nos anos 50. Eis aí um disco raro que vale a pena ver e ouvir de novo.

botinha estranha
não consigo entender
adoro a dora
silêncio
minueto
teu olhar
caco velho
nêga
minha candidatura
mulher infernal
se acaso você chegasse
vegeto sem mulher
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Abel Ferreira E Seu Conjunto – Chorando Baixinho (1985)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Entre o café e o pão achei um tempinho aqui para uma postagem. Tenho hoje para vocês o grande Abel Ferreira, figura que dispensa maiores apresentações. Também o lp em questão, que agora eu apresento, é outra obra clássica da discografia do choro. Um disco que não pode faltar aos amantes da boa música. E certamente nunca faltou. Este lp, lançado originalmente em 1962, pela Odeon, teve depois umas três ou quatro reedições e com capas diferentes. A última em vinil foi esta, de 1985, pelo selo Fenix. Se vocês ainda não viram este lp em outras fontes, aproveitem, o tempo é limitado!

chorando baixinho
doce melodia
saxofone porque choras
doce mentira
sedutor
ternura
linda flor que morreu
pedacinho do céu
é do que há
chorinho do norte
chorinho do bruno
acarinhando
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Elis Regina / Gal Costa – Comapctos (1970-69)

Boa noite, amigos cultos e ocultos. Graças a Deus, recuperei todos os arquivos que haviam em um velho computador. Foi mesmo muita sorte. consegui resgatar tudo no último suspiro da antiga máquina. Agora ela pifou de vez. Havia deixado no hd mais de 500 gigas de mp3, coisas inclusive que eu nem me lembrava de ter arquivado. Entre tanta coisa, achei aqui os arquivos de dois compactos, um da Elis Regina e outro da Gal Costa. Me lembro de já ter tido esses disquinhos e foi por isso mesmo que achei de boa postá-los aqui. Não sei mais de onde tirei esses arquivos, certamente foi coisa já postada em algum blog. Mesmo assim, independente de qualquer coisa achei por bem de postá-los. Hoje, mais que nunca eu estou compartilhando. Vamos de Elis em compacto duplo lançado em 1970 e Gal Costa em seu também compacto duplo de 69. todos dois lançados pela Philips. Duas boas safras, duas boas pedidas

Elis Regina
madalena
fechado pra balanço
falei e disse
vou deitar e rolar
Gal Costa
baby
a coisa mais linda que existe
saudosismo
mamãe coragem
.

Angela Maria E Orquestra (1958)

Olá amigos cultos e ocultos! Há tempos atrás alguém me pediu para postar aqui discos da Angela Maria. Naquele momento eu achei por bem não postar devido ao fato de que a sua discografia havia sido reeditada. Ao que eu entendi, todos os seus discos, ou músicas, foram relançados em cd, mais exatamente os das décadas de 50 e 60. Não creio que tenham sido relançados todos, até porque, comercialmente, para as editoras, um investimento desse lhe traria prejuízo, mesmo sendo a Angela Maria. Há lançamentos musicais que se tornam clássicos os álbuns, em outros, apenas a faixa. Daí é que as gravadoras preferem, nesse último caso, lançar coletâneas. Comercialmente elas tem mais saída.
Neste álbum, lançado pela Copacabana, em 1958, vamos encontrar a Sapoti desfilando sambas, boleros e outros gêneros tão comuns na época, acompanhada pela orquestra da casa. Creio que quase todas as faixas deste disco foram antes lançadas em discos no formato 78 rpm. O álbum, ao que consta teve uma reedição nos anos 70, pelo selo Som.

ontem e hoje
pretexto
flor de madrid
maria do cais
bicha coirana
tédio
voltei
intenção
apaixonada
oração triste
papai mamãe e eu
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Osny Silva – Capricho (1963)


Olá amigos cultos e ocultos! Sobrou aqui uma brecha no meu tempo. Lá vamos nós para mais uma postagem. Segue aqui um disco do cantor Osny Silva, ‘Capricho’, lp lançado originalmente em 1963. se não me engano, voltou a ser relançado em vinil nos anos 70 e mais tarde recebeu sua versão cd. Aqui o cantor vem acompanhado da Orquestra Continental, apresentando uma série com muito  bolero, tango, valsa e por aí a fora...

capricho cigano
só pra você
adeus mariquita linda
jura me
te quiero dejiste
beio nos olhos
torna sorriento
coimbra
jamais te esquecerei
besame mucho
marita romana
adeus

 

The Pops – 5. Aniversário (1969)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Eu sou mesmo um cara avoado. Estava crente que era 30 de junho a data de aniversário do nosso Toque Musical e já estou nessa não é de agora. Os dois últimos anos foram comemorados assim. E até a data de aniversário do Augusto TM/Toque Musical no Facebook, parece que também está com data errada, 30 de junho. Mas o certo mesmo é 30 de julho. Isso eu só fui perceber hoje quando pensava em postar uma coletânea de aniversário. Que sorte, errei… tenho ainda mais um mês para pensar em algo especial 🙂
E já que falamos de aniversário, que tal um disco do The Pop’s comemorando, em 1969, cinco anos de disco? Este álbum vem recheado em suas doze faixas com mais de o dobro de músicas, reunidas muitas delas em ‘pot pourri’. Assim como outros discos do The Pop’s, este também foi relançado nos anos 80 e 90 e se não estou enganado até em cd. Por enquanto, vamos apenas comemorar o aniversário do The Pop’s, ok? 🙂

eu te amo, eu te amo , eu te amo
live for live
loves is blue
with a little help my friends
o forasteiro
poinciana
day tripper
johnny guitar
as 7 maravilhas n. 2
valsa da despedida
cinco letras que choram
chão de estrelas
meu consolo é você
palpite infeliz
o orvalho vem caindo
estrela do mar
a lenda do beijo
samba canção
folhas mortas
marina
tchinf
besame mucho
que murmurem
vereda tropical
sabor a mi
quando tu me quieras
atravessando rio wersey
as 7 maravilhas n. 1
eu sonhei que tu estavas tão linda
maria
linda flor
saudades da bahia
ai que saudades da amélia
casinha pequenina
as pastorinhas
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The Trepidant’s – Remember Me (1978)

Olá amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago para vocês um disco que está em meus arquivos há tempos, assim como o lp, que até na semana passada, eu ainda guardava. Na verdade, nem me lembrava mais deste lp. Ele veio a tona por conta de um colecionador japonês que esteve em minha casa buscando algumas ‘pepitas’ para compor estoque em sua loja, em Nagoya. Pensei que o cara fosse querer Bossa Nova e samba, qual nada! O foco dele foi coisas da obscura e curiosa fonografia brasileira. O cara só catou coisas que nem eu mesmo conhecia direito. Entre tantos, ele pirou neste lp do grupo Trepidant’s, principalmente quando colocamos o vinil para tocar. Nessa hora, até eu comecei a analisar o som. Ele achou muito curioso um conjunto brasileiro cantando em inglês. Daí eu enchi ele com uma vasta coleção de lps e compactos, discos exatamente dessa fase dos anos 70, com os mais diferentes ‘gringos-brasileiros’, aquela turma toda que gravava cantando em inglês. Desovei todos os Pholhas, todos os compactos da Cash Box, Mark Davis, Dave Maclean, Chrystian, Terry Winter… O japa saiu daqui carregado e eu feliz da vida por ter feito um ótimo negócio. Já me enviou mensagem dizendo que em breve volta para buscar mais. É isso aí… tem gente que não se contenta apenas com os toque musicais’, querem o disco de verdade’. Como digo sempre, estando disponível, basta fazer uma oferta 😉
Quanto ao Trepidant’s, a essa hora já está lá no Japão. Só espero que não provoque nenhum terremoto. Aqui, só ficou na lembrança… Remember me… Tudo a ver… Este foi o primeiro lp gravado pelo grupo pernambucano que trazia um repertório de música pop, autoral e todo cantado em inglês. Um pop romântico, com letras simples, mas com uma boa pegada e qualidades necessárias para alegrar qualquer programação de rádio da época.
Os Trepidant’s, ao longo do tempo gravaram diversos discos pela Tapecar, RCA Victor, 3M e Estúdio Eldorado. Passaram depois a incluir em discos e repertório músicas cantadas em português.  Me parece que continuam na ativa até hoje, com novos músicos, graças ao seu principal componente, o ‘Porra Doida’, José Geraldo, que foi quem deu origem ao conjunto. Confiram este lp!

remember me
to be or not to be
doubts
everytime
fall in love
someday i’llreally fly
all love
a good reason
my flaming love
song for nubia
looking forward
dead past
.

 

Bezerra Da Silva – Presidente Caô Caô (1992)

Boas noches, amigos cultos e ocultos! Trago hoje para vocês um disco bem apropriado para o nosso momento político. Certamente, quando foi lançado, em 1992, a situação não era diferente. A injustiça social, a corrupção, a roubalheira e toda essa merda de política brasileira já estava aí. A diferença é que a cachorrada antes não brigada pelos mesmos ossos. Cada um se contentava com o que tinha. De repente um grupo de cachorros resolveu comer mais do que devia, os outros de imediato, foram para cima e a briga começou. É mais ou menos assim que são os políticos e os partidos no Brasil. E o povo bobo, fica aí batendo panelas, repetindo bravatas, buscando um Cristo, ou uma desculpa para a sua própria incompetência. Melhor ouvir o que o malando cantou.
Eis aqui um legítimo Bezerra da Silva, safra 92, para ser degustado com ou sem indicação. Samba de partido alto, de malandragem. Samba sujo, proibido, mas cheio de moral. Fala aê, malandragem!

assombração de barraco (presidente caô caô)
eu sou favela
sos baixada
instinto de traíra
grampeado com muita moral
sou cadeado
se não fosse a ajuda da rapaziada
nariz de bronze
partideiro sem nó na garganta
garrafada do norte
a vida do povo
não é conselho
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Luiz Arruda Paes E Sua Orquestra – Brasil Norte E Sul (1958)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Vamos hoje de orquestra, uma das melhores, com certeza! Mais uma vez marcando presença em nosso Toque Musical, temos aqui o maestro Luiz Arruda Paes e sua Orquestra interpretando doze temas populares e regionais que representam diferentes partes do Brasil. Um trabalho belíssimo de orquestra, esta por sua vez afinadíssima, guiada pelo brilhante Maestro. Um repertório bem escolhido que me chega a soar quase como uma trilha de um filme, brasileiro, com certeza.. Este lp , assim como outros lançados pelo Maestro, na Odeon, viria a ser mais tarde relançado, em nova e diferente capa, com o selo Imperial.

mulher rendeira
barqueiro do são francisco
vassourinhas
exaltação a bahia
lendas amazonicas
rei bantu
onde o céu azul é mais azul
negrinho do pastoreio
perfil de são paulo
peixe vivo
cidade maravilhosa
canta brasil
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Forró 78 – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 138 (2015)

u

Ah, a alegria do reencontro…  É o que certamente vocês,  amigos cultos, ocultos e associados do nosso TM, estão sentindo ao ver, após longa ausência, mais um volume do nosso Grand Record Brazil. E eu também,  é claro, estava sentindo saudades deste convívio quinzenal com vocês.  Nesta que é a edição de número 138, estamos apresentando uma seleção de dezessete gravações, como sempre de alto valor histórico e artístico, de um gênero bem brasileiro, o forró. Afinal de contas, estamos em junho, mês de festas juninas, que no Nordeste sempre foram  verdadeiras apoteoses.
Pra começar, trazemos Gordurinha (Waldeck Arthur de Macedo, Salvador, BA, 10/8/1922-Rio de Janeiro, 16/1/1969),apresentando um baião dele mesmo em parceria com Nelinho, “Praça do Ferreira” (alusão a uma praça de Fortaleza, capital do Ceará, um dos pontos turísticos da cidade). Saiu pela Continental em setembro de 1961, sob número 17993-B. Em seguida, uma curiosa gravação de “Maria Chiquinha”,xote-balada humorístico de Guilherme Figueiredo e Geysa Bôscoli. Originalmente lançada por Evaldo Gouveia e Sônia Mamede na RGE, em agosto de 1961,aqui consta na gravação feita mais tarde por Marinês (“a rainha do xaxado”), em dueto com Luiz Cláudio, na RCA Victor.O registro data de 20 de outubro de 1961,editado sob número 80-2413-A,matriz M2CAB-1518, e saiu também no LP “Outra vez Marinês”. Um dos maiores conjuntos vocais da MPB,o Trio Nagô (Evaldo Gouveia, Mário Alves e Epaminondas de Souza) aqui comparece com o baião “O gemedor”, de Gilvan Chaves,originalmente lançado por ele mesmo em 1955. O Trio Nagô fez seu registro na RCA Victor em 20 de dezembro de 1956, e o lançamento deu-se em março de 57 sob número 80-1749-A, matriz BE6VB-1410. Marinês (Inês Caetano de Oliveira, São Vicente Férrer, PE, 16/11/1935-Recife, PE, 14/5/2007) comparece mais uma vez aqui com “Cadê o peba?”, divertido e malicioso coco de autoria de Zé Dantas, parceiro de Luiz Gonzaga em hits como “Vozes da seca”, “Cintura fina” e “O xote das meninas”. Marinês o gravou  na RCA Victor em 25 de janeiro de 1961, com lançamento em março seguinte sob número 80-2301-B, matriz M2CAB-1183, e o registro saiu também no LP “O Nordeste e seu ritmo”.  Manezinho Araújo (Manoel Pereira de Araújo, Cabo, PE, 27/9/1913-São Paulo, 23/5/1993), o eterno “rei da embolada”, aqui nos oferece um clássico do gênero, de autoria dele próprio:  é “Cuma é o nome dele?” (“É Mané Fuloriano”…), lançado pela Sinter em outubro de 1956 sob número 498-A,matriz S-822, figurando também no LP de dez polegadas “Manezinho Araújo cantando no Cabeça Chata” (um restaurante que ele então possuía no Rio de Janeiro, especializado em música e comidas típicas do Nordeste).  O eterno Rei do Baião, Luiz Gonzaga (Exu, PE, 13/12/1912-Recife,PE,2/8/1989), comparece aqui com um de seus primeiros  hits cantados. É o “chamego” “Penerô xerém”, dele e de Miguel Lima, gravação Victor de 13 de junho de 1945,lançada em agosto do mesmo ano, disco 80-0306-A,matriz S-078189. Na faixa seguinte,temos novamente Marinês, agora interpretando o xote “Peba na pimenta”, de João do Valle (antes de estourar nacionalmente com “Carcará”), José Batista e Adelino Rivera, outra divertida e maliciosa página do repertório da “rainha do xaxado”. Saiu pela Sinter em setembro de 1957 sob número 568-A, matriz S-1231, e também figurou no LP de dez polegadas “Vamos xaxar com Marinês e sua Gente”. “Peba na pimenta”  tem várias regravações, como as de Ivon Cúri e do próprio João do Valle. Gilvan (de Assis) Chaves (Olinda, PE, 20/9/1923-São Paulo, 12/8/1986) comparece nesta seleção com o divertido xote “Casamento aprissiguido”,de Ruy de Moraes e Silva. Foi por ele gravado na recém-inaugurada Mocambo, dos irmãos Rozenblit, que tinha sede no Recife,com lançamento por volta de abril de 1955, disco 15029-A,matriz R-545, figurando depois no LP-coletânea de dez polegadas “Oito sucessos”. Depois, Marinês volta, desta vez para interpretar “Xaxado da Paraíba”, de Reinaldo Costa e Juvenal Lopes,lançado pela Sinter por volta de outubro de 1957 sob número 579-A, matriz S-1253, sendo depois faixa de abertura do LP “Aquarela nordestina”. Temos depois a famosa “Mulher rendeira”, que ficou conhecida graças ao filme “O cangaceiro” (1953), produzido pela Vera Cruz e vencedor da Palma de Prata do Festival de Cannes como melhor filme de aventuras.  No entanto, o sucesso internacional do filme não impediu a falência do estúdio, uma vez que  a maior parte dos lucros ficou com sua distribuidora, a norte-americana Columbia Pictures.  De origem folclórica, mas com autoria por vezes atribuída aos cangaceiros do bando de Lampião e até mesmo a ele próprio,”Mulher rendeira” era cantada no filme pelos Demônios da Garoa (em “off”), e aqui apresentamos a gravação comercial, em ritmo de baião,  feita por eles mesmos, ao lado do cantor Homero Marques, em 27 de janeiro de 1953, com lançamento pela Odeon em março do mesmo ano, disco 13403-A, matriz 9594. O paraibano (de Taperoá) Zito Borborema, sobre quem pouco se sabe, a não ser que foi casado com Chiquinha do Acordeon , dessa união resultando um filho, Perpétuo Borborema, integrante do Trio Pé-de-Serra, aqui interpreta, acompanhado de seus “Cabras da Peste”, um clássico assinado por Venâncio e Curumba,o rojão (espécie mais acelerada de baião) “Mata Sete”. Foi lançado pela recém-nascida RGE,  de José Scatena, em dezembro de 1956, sob número 10018-A, matriz RGO-109, entrando depois no LP de dez polegadas “O Nordeste canta”.  Depois,temos novamente a grande Marinês, agora com outro clássico de João do Valle, feito em parceria com Silveira Júnior e Ernesto Pires: o xote “Pisa na fulô”,em gravação lançada pela Sinter em setembro de 1957 no lado B de “Peba na pimenta”, disco 568,matriz S-1232, sendo igualmente incluída no LP de dez polegadas “Vamos xaxar com Marinês e sua Gente” (o curioso é que “Pisa na fulô” também figurou no álbum “Aquarela nordestina”, em doze polegadas, editado posteriormente).  Outro grande nome da música nordestina, Luiz Wanderley (Colônia de Leopoldina, AL, 27/1/1931-Rio Tinto, PB, 19/2/1993) apresenta-se aqui com um xote dele próprio em parceria com Jeová Portela,”Moça véia”, gravação dos primórdios da marca alemã Polydor no Brasil, lançada em 1955 sob número 126-A, matriz POL-1065. Showman completo (cantor,compositor,humorista,etc.), o notável Ivon Cúri  (Caxambu, MG, 5/6/1928-Rio de Janeiro, 24/6/1955) aqui se faz presente com um verdadeiro clássico de seu repertório, o baião “Farinhada” (conhecido como “Tava na peneira”, primeiro verso da letra), assinado pelo mestre Zé Dantas. Ivon o imortalizou na RCA Victor em 8 de junho de 1955, e o lançamento se deu em agosto seguinte sob número de disco 80-1473-A, matriz BE5VB-0763, sendo a faixa mais tarde incluída no LP de dez polegadas “O rei decreta os sucessos” (Ivon era então o “Rei do Rádio”). ”Farinhada” tem várias regravações, inclusive do próprio Ivon Cúri. Luiz Wanderley retorna em seguida, desta vez para interpretar “O boi na cajarana”, motivo popular adaptado por Venâncio e Curumba, e por eles próprios lançado em disco,em 1953. O registro de Luiz Wanderley, em ritmo de baião, saiu pela Chantecler em janeiro de 1959, disco 78-0078-A, matriz C8P-155, e entrou mais tarde em seu primeiro LP, “Baiano burro nasce morto”.  Pernambucano de Amaraji, Ivanildo, conhecido como “o sax de ouro”, marca presença neste volume do GRB com o baião “Crioula”, de Moreira Filho, gravação Mocambo de 1961, lançada sob número 15372-A, matriz R-1263, e também faixa do LP “Uma noite no Comercial”.  Para finalizar, outro grande nome da música regional nordestina, Ary Lobo (Gabriel Euzébio dos Santos Lobo, Belém,  PA, 14/8/1930-Fortaleza, CE, 22/8/1980) apresenta o delicioso xote “Abotoa o paletó, Belizário”, de Geraldo Queiroz e Waldemar Tojal. É gravação RCA Victor de 10 de julho de 1957, lançada em setembro do mesmo ano sob número 80-1844-A, matriz 13-H2PB-0163. Enfim, uma seleção forrozeira de nível, que retoma a bem-sucedida trajetória do GRB, para alegria de tantos quantos apreciem nossa música popular no que ela tem de melhor. Puxa o fole,  maestro!
*Texto de Samuel Machado Filho

 

Carmem Costa (1980)

Muito bom dia, amigos cultos e ocultos! Temos para hoje um disco que há tempos eu venho querendo postar. Vamos hoje com a grande cantora e compositora Carmem Costa em disco lançado em 1980, pela Continental. Um trabalho bonito em todos os sentidos, começando pela nossa intérprete, que é sempre um espetáculo. Um repertório com apenas 10 músicas, mas muito bem escolhidas, fazendo um passeio entre o novo e o antigo, com arranjos modernos e um time de músicos de fazer inveja. Carmem vem acompanhada por figuras como Marcos Resende, Paulinho Braga, Jamil Jones, Octávio Burnier, Joel Nascimento, José Meirelles, Ed Maciel, Maurício Einhorm, Zé Carlos, Jorge Gomes Resende e Peninha. Por aí já dá para se ter uma ideia do que este disco nos oferece. Confiram o toque 😉

sob medida
morena
boneca de pano
vício
o mundo é um moinho
valsa do bordel
janete
marília de dirceu
eu é que não presto
dama do cabaret
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Carlos Cachaça (1976)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Mesmo com tantos anos de postagens e mesmo tendo um ‘index’ de todas elas, acho que as vezes eu esqueço, ou erro a tag. Com isso, fico sem saber se já postei um determinado disco. Tenho certeza de que já postei aqui um outro disco do Carlos Cachaça e acho até que é este mesmo com uma outra capa. Seja como for, eu vou aqui mandando bala na primeira edição. Temos aqui o primeiro disco gravado pelo compositor Carlos Cachaça. Foi gravar este lp quando já tinha mais de 70 anos. Neste disco temos suas mais importantes composições. Todas as músicas são de sua autoria, algumas em parceria, principalmente com Cartola. Um trabalho fundamental para quem gosta de samba e claro, para a discografia da música popular brasileira. Não deixem de conferir!

todo amor
quem me vê sorrindo
amor de carnaval
crueldade
se algum dia
não me deixaste ir ao samba
harmonia em mangueira
as flores e os espinhos
cabrocha
juramento falso
clotilde
alvorada
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João Pacífico – Série Documento Sertanejo (1980)

Olá amigos cultos e ocultos! Mesmo sendo este um mês de aniversário do Toque Musical, eu não tenho conseguido manter uma regularidade nas postagens. Infelizmente os tempos agora são outros e para o nosso querido blog, parece que o tempo está ainda mais curto. Mas como dizem por aqui, antes pingar do que faltar. De pingo em pingo, a gente vai tocando 😉
Para o pingo de hoje, quer dizer o toque musical do dia, temos aqui uma produção quase independente. Um disco verdadeiramente essencial enquanto registro de um artista e de um gênero autêntico e nacional. Estou falando aqui da verdadeira música sertaneja e de um dos artistas, um compositor, quem melhor representa esse gênero, João Pacífico, compositor e parceiro de outro grande, Raul Torres. Este álbum, um registro raro, reúne alguns de seus maiores sucessos. Conforme nos indica o texto da contracapa, trata-se de uma homenagem aos 50 anos de vida artística de João Pacífico. O disco foi gravado em 1980. Temos aqui a oportunidade única de ouvir o próprio artista interpretando suas canções e versos, acompanhado pelo Grupo Macambira. Um belíssimo e autêntico trabalho que vai muito além da simplicidade da música cabocla.

chico mulato
no mourão da porteira
no fim da estrada
rosinha
uma velha carta
três nascentes
mancha de vinho
cabocla tereza
pingo dágua
cinquentenário da viola
vai se chamar saudade
no banquinho
minha rua
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Fernando Brant – Amigo É Coisa Prá Se Guardar (1987)

Boa noite, amigos cultos e ocultos. É com grande pesar que eu hoje faço esta postagem. Como todos já devem saber, faleceu nesta sexta feira, 20 de junho, Um dos mais importantes letristas da música popular brasileira, o poeta Fernando Brant, grande parceiro de Milton Nascimento. Com sempre a morte, mesmo sendo uma coisa inevitavelmente natural é algo que sempre nos choca. Ontem na Feira do Vinil todos estavam chocados, ainda mais porque o Fernando era um cara que costumava dar uns passeios por lá. Infelizmente, lá se foi mais um pouco da nossa MPB e da música de Minas.
Em homenagem ao Fernando Brant eu posto aqui este lp, que também foi lançado como uma homenagem ao letrista, em disco que reúne dez das muitas canções escrita por ele em parceria com Milton Nascimento. Apenas “Paisagem da janela”, que é uma parceria com Lô Borges. As músicas foram extraídas de interpretações de sucesso de nomes como Gal Costa, Nana Caymmi, Fafá de Belém, Elis Regina, simone, Ney Matogrosso, Beto Guedes, Lô Borges, Roupa Nova e o próprio Milton Nascimento.

travessia – milton nascimento
canção da américa – elis regina
veveco panelas e canelas – beto guedes
solar – gal costa e roupa nova
ponta de areia – nana caymmi
maria, maria – simone
san vicente – ney matogrosso
paisagem da janela – lô borges
menestrel das alagoas – fafá de belém
nos bailes da vida – milton nascimento
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Grupo Cantamor – Roberto Carlos Com Amor (1980)

Olá amigos cultos e ocultos, namorados e enamorados! Boa noite! Que todos os casais sejam felizes, numa noite de amor e de prazer. Viva o Dia dos Namorados! Eu ia deixar passar batido essa data, mas me lembrei deste disco, que cai como uma luva para o dia de hoje. Temos aqui o romantismo de Roberto Carlos, algumas daquelas muitas músicas do Rei que certamente foram trilhas de diversos namoros. Para ficar ainda mais agradável, esta seleção musical é interpretada por um quinteto vocal afinadíssimo. Formado por Sonia Burnier, Jane Duboc, Edgar, Jaime e Raymundo Bittencourt. Eles são o Grupo Cantamor, uma reunião exclusiva para este trabalho, que busca exatamente tocar os casais. Um disco ótimo para casais super apaixonados. É tocar e se tocar 😉

um jeito estupido de te amar
vou ficar nu para chama a sua atenção
café da manhã – outra vez
pra você – de tanto amor
eu disse adeus – se você pensa
seu corpo – tente esquecer
olha – como vai você
o portão – existe algo errado
debaixo dos caracóis – abandono
o show já terminou – proposta
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Ataulfo Alves – Leva Meu Samba (1958)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Mais uma vez, marcando presença em nosso Toque Musical, a grande figura de Ataulfo Alves, Um artista que tem aqui vários de seus discos. Este, por sinal, era um dos que eu acreditava já ter postado. Já que não foi , eis aqui um bom momento. Tá na ponta da agulha. “Leva meu samba”, lp lançado pelo selo Fantasia/Philips em 1958. Capa chique, me faz lembrar um álbum de blues ou jazz. Mas o samba de Ataulfo não deixa nada a desejar. Uma seleção de clássicos interpretada pelo próprio autor. Confiram

sei que é covardia
leva meu samba
é hoje
vai na paz de deus
atire a primeira pedra
ai que saudades da amélia
você não quer nem eu
herança do demonio
um retrato de minas
mulata assanhada
samba de bangú
santos dumont

 

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João Maria de Abreu e Seu Trio – Enquanto Ela Não Chega (1958)

Olá, amigos cultos, ocultos e demais interessados! Vamos ver se esta semana rende 🙂
Tenho para hoje o pianista João Maria de Abreu e seu trio, numa apresentação que nos remente a um ambiente musical tipicamente noturno, o som de boate dos anos 50, a aproximação do samba com o jazz. Um disco bem empolgante. E isso se deve também ao fato de ser este seu disco de estréia. Um trabalho moderno para a época. João Maria vem acompanhado  de contrabaixo e bateria, uma química perfeita de instrumentos. Só podia dar mesmo coisa boa. Confiram

você
nunca
conselho
meiguice
cidinha
mocinho bonito
you are my destiny
moonlight in vermont
there will never be another you
yesterday
melodie d’amour
cachito
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Remo Usai E Sua Orquestra – 7 Homens Vivos Ou Mortos (1968)

Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago para vocês um disquinho de trilha de filme. Digo disquinho porque se trata de um compacto. Porém, é dos mais interessantes e por certo, merece o nosso toque. Temos aqui a trilha, ou melhor dizendo, o tema completo (parte 1 e 2) para o filme “7 Homens Vivos ou Mortos”. Um ‘thriller policial’ com participação de grandes nomes do cinema nacional nos anos 60, como se pode ver logo na capa. A trilha/tema e execução é do maestro Remo Usai, um nome estranho e certamente para uma maioria um ilustre desconhecido, mas foi um dos mais atuantes e bem preparado compositores brasileiros de trilhas para o cinema. No seu currículo há mais de cem filmes. Eis aí um personagem que merecia uma melhor apresentação, mas como aqui tudo é meio ‘a toque de caixa’, eu vou apenas repassar este link. Leiam o texto escrito pelo pesquisador Martin Eikmeier sobre Remo Usai. Eu, por outro lado, vou procurar outras trilhas que possivelmente tenham sido editadas em lps. Não me lembro de nenhuma, mesmo assim vale a caça. Taí um compositor que a gente precisa conhecer. Eu, adoro trilhas 🙂

7 homens vivos ou mortos (parte 1)
7 homens vivos ou mortos (parte 2)
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The Jordans – Edição Extra N. 4 (1969)

Boa tarde. amigos cultos e ocultos! Ainda na onda dos jovens anos 60, aqui vai, para quem interessar, mais disco do gênero. Temos aqui o conjunto The Jordans, também um dos primeiros grupos da onda rock’n’roll, no caso, o rock instrumental, gênero dos grupos do início dos anos 60. Como os The Jet Blacks’s, o The Jordans fez muito sucesso e também acompanhou o Rei Roberto e sua turma da Jovem Guarda. Gravaram vários discos, entre esses a série “Edição Extra”, iniciada em 67, chegando até 1970 com o número 5. Temos aqui o número 4, lançado pela Copacabana em seu selo Som. Curioso é que inicialmente eles gravaram pela mesma etiqueta, depois, no auge dos anos 60 o selo era o Copacabana. Acho que com o declínio da Jovem Guarda eles acabaram voltando para o selo de segunda linha da gravadora. Sem dúvida, nessa altura do campeonato, apesar da competência, eles não souberam se renovar e como a maioria, partiram para o mais popular e acabaram ficando esquecidos. Pessoalmente, prefiro a primeira fase, mas se fosse depender do meu gosto pessoal, muito do que posto aqui não teria entrado. Mesmo assim, The Jordans é um nome que devemos respeitar!

the look of love
tudo passará
soulful stut
morir un poco
obladi oblada
i started a joke
hold me tight
i say a little player
zingara
to sir, with love
f… comme femme
i heard it throug the grapevine
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Gato – O Pulo Do Gato (1967)

Olá amigos cultos e ocultos! Neste mês de junho eu estaria tradicionalmente postando discos de festa junina. Mas desta vez eu não tive tempo para separar alguns. Daí, para não ficarmos a ver navio, repostei uns quinze títulos relacionados ao gênero lá no GTM. É só colher… 🙂
Dando sequencia as nossas postagens, vamos hoje com um disco raro, difícil de ver por aí. Apresento a vocês o primeiro e talvez o único lp solo gravado por José Provetti, mais conhecido como Gato, guitarrista e um dos principais membros do conjunto The Jet Black’s. Ele fez parte da primeira formação do grupo, atuou até 1965. Partiu daí para uma carreira solo e como integrante da banda de Roberto Carlos por dois momentos, nas décadas de 60 e 70. Antes, dos Jets ele já havia gravado em 78 rpm para o lendário selo Young, de Miguel Vaccaro Neto.
Em 1967 ele então gravou este lp, “O Pulo do Gato”, trazendo um repertório com o que havia de mais atual na música pop internacional e de quebra, duas músicas da dupla Roberto e Erasmo Carlos. Este é um lp que certamente poucas pessoas já viram e ouviram. Vale o toque musical 😉

see you in september
guantanamera
black is black
gatinha manhosa
bus stop
sunny
love me please love me
namoradinha de um amigo meu
quando dico che ti amo
winchester cathedral
piangi con me
as tears go by
.

Os Velhinhos Transviados – Sensacionais (1962)

Olá amigos cultos e ocultos! Segue aqui mais um disco dos Velhinhos Transviados, um álbum que tem muito do que viria a ser a Jovem Guarda. Repleto de juventude, os VTs (Zé Menezes e Cia) dão o tom, num repertório mesclado de samba e twist, tudo sempre bem ‘moderninho’. Show!

twist dos velhinhos
ya ya
samba de balanço
teleco teco n. 6
perdoa-me pelo bem que te quero
quem eu quero não me quer
a steel guitar and a glass of wine
andré de sapato novo
twist da guitarra
samba brasileiro
mineiro de verdade
garota solitária
,

Os Versáteis – Um Noite No Urso Branco (1966)

Olá meus caros amigos cultos e ocultos! A quem de vocês possa interessar, segue aqui mais um fiel representante da música jovem instrumental dos anos 60. Um dos melhores grupos instrumentais dos anos 60. Infelizmente, nunca encontrei maiores informações sobre eles. Inclusive a unica coisa que temos espalhados em alguns sites é aquilo que eu já havia postado aqui há tempos atrás. Os Versáteis, grupo musical que surgiu como destaque no cenário pop/rock dos anos 1960, fazia uma mistura de rock da Jovem Guarda com Bossa Nova. Em 1968, gravou com Tom Zé no disco ‘Grande Liquidação’ como banda de apoio. Com o selo da Mocambo gravaram diversos LP’s.

mai
se tu non
fossi bella come sei
girl
mexican surf
you turn me on
mamãe passou açucar em mim
liechtensteiner polka
beer barrel polka
el presidente
michelle
il silenzio
o teu cabelo não nega
a jardineira
cachaça
me dá um dinheiro aí
desfolhei a margarida
mamãe eu quero
auld land syne
.

Vários – Os Novos Reis Do Ye-Ye-Ye (1966)

Olá amigos cultos e ocultos! A quem possa interessar, amantes da música jovem dos anos 60, aqui vai um lp bem interessante. Uma coletânea da Polydor reunindo alguns de seus principais artistas pops naquele ano de 1966. Vamos encontrar aqui alguns representantes da Jovem Guarda, figuras como Ronnie Von, Maritza Fabiani e os grupos The Brazilian Bitles e Os Santos. Dentro dessa ‘modernidade’ toda, eles acharam por bem incluir outros artistas, não necessariamente da turma JG, mas com a mesma queda para o ‘ye-ye-ye’. Aliás, no ano seguinte a Polydor continuou nesta coletânea de seu cast, lançou mais três volumes reunindo este e outros nomes do daí então ‘Ei-Ei-Ei’. Sem dúvida, um bom mostruário do que a gravadora tinha ná época. Hoje são coisas raras, até porque, alguns desses artistas e gravações nunca mais vieram à tona a não ser atraves da internet, dos blogs e dos usuários do Youtube que publicam coisas assim.

não tem jeito – the brazilian bitles
nào me deixe só – maritza fabiani
canção de protesto – fernando pereira
eve of destruction – os santos
les marionnesttes – orquestra som bateau
you’re got to hide your love away – ronnie von
louco de amor – the brazilian bitles
meu bem – ronnie von
procuro um anjo – maritza fabiani
yesterday – fernando pereira
les cornichons – jacques sasson
a pescaria – orquestra som bateau
vem meu amor – the brazilian bitles
a noite que passou – os santos
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