Olá amigos cultos e ocultos! Como já estamos nos aproximando do Carnaval, é hora de começarmos a preparar a batucada. Ao que tudo indica, mais uma vez, Belo Horizonte estará no circuito das festas. O povo por aqui voltou a se animar e o grande barato são os blocos que estarão animando as ruas da cidade. Garanto que a festa por aqui vai ser boa, mesmo se chover, pois de estiagem todos nós já estamos secos. Deixa chover… Deixa a chuva molhar… Já dizia o cantor.
Vamos neste sábado de batucada, para inspirar bem nossos ritmistas e a todo folião. Trago hoje um disco bem bacana. Um lp de batucada como poucos. Tipo de som que encanta, principalmente os gringos e amantes da percussão. Temos aqui o Mestre Geraldo e sua bateria dando um show de percussão em quatro batuques que eu chamaria de progressivos, pois passeia por diferentes ritmos e andamentos de batucadas, mostrando a sua riqueza e uma habilidade naturalmente brasileira. Este lp está ao nível de outros grandes, como o Batucada Fantástica, do Luciano Perrone, também já apresentando aqui. Aliás, sem recorrer a lista, creio que já postei aqui uns bons discos na linha de baterias e batuques. Confiram este que é dos melhores 😉
Vários – Levanta A Poeira (1977)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Unindo o útil ao agradável (ou coisa assim), aqui venho eu trazendo para vocês a postagem desta sexta feira. Digo isso, poque estou postando hoje um disco de doação, feito pelo amigo Fáres, que gentilmente nos ofertou e eu, como prometido, fiquei de digitalizar o lp para ele. Nessas horas, todos saem ganhado. Até porque, o disco de hoje é uma interessante coletânea, com algumas faixas que vale a pena relembrar. “Levanta a poeira” foi lançado em 1977, trata-se de uma coletânea daquelas tipo ‘salada mista’, onde a gravadora junta um pouco de tudo aquilo que tem de sucesso e faz isso, um mexidão. Como podemos ver aqui, temos uma relação de músicas e artistas bem diferentes entre si, embora todos rezem da mesma missa, a música popular brasileira. Temos Geraldo Vandré, Helena de Lima, Toquinho & Vinícius, Maria Creuza e entre esses, outros nomes como Mutinho, Luiz Carlos, Clovis de Lima, Beto Scala, Diomedes e Mauro Silva, artistas que com seus fonogramas complementam esta curiosa produção. Gosto de coletâneas como esta, confusas e mal trabalhadas. Sempre rola algo que estava me faltando ouvir.
No mesmo ano de 1977 a Som Livre também lançou um disco (de samba) como título bem parecido, “Levanta Poeira”, o qual, também já foi postado aqui no Toque Musical. Pensei até que fosse continuação da saga…
Pyska – Livre De Coração Aberto (1976)
Boa noite, amigos cultos e ocultos. Tivemos aqui nas ultimas postagens discos que estão há tempos em meus arquivos, como reservas, ou mesmo para cobrir qualquer buraco. Os já famosos ‘discos de gaveta’. Aos poucos eles vão aparecendo e para a minha surpresa, muito bem aceitos pela maioria.
Depois do Silvio Brito, me lembrei de um artista, quase na mesma linha popular, o compositor e guitarrista Carlos Roberto Piazzolli, o Pyska. Figura que fez parte da primeira formação da banda Casa das Máquinas. Tocou também com artista como Ney Matogrosso, Gal Costa e muitos outros. Nos anos 80 passou a trabalhar com produtor de música sertaneja. Foi arranjador da dupla Leandro e Leonardo e continuou compondo, tendo como parceiro o produtor César Augusto com quem criou diversos sucessos para o gênero pop romântico. Contam que ele era um dos maiores arrecadadores de direito autoral. Fez música para diferentes artistas, mas principalmente para os sertanejos, Morreu no final de 2011, vítimas de problemas hepáticos.
Pelo que apurei, este foi seu primeiro e único lp solo. Um álbum lançado em 1976 pela EMI, muito bem produzido pelo maestro Geraldo Vespar. O trabalho é inteiramente autoral e por aqui ele já nos aponta sua tendência popular a la Roberto Carlos, mas também bem parecida com o Silvio Brito, penso eu..
Silvio Brito – Panorama Mundial (1982)
Um artista personalíssimo, dono de um estilo inconfundível. Assim é Sílvio Brito, cujo álbum de 1982 o Toque Musical oferece hoje a seus amigos cultos, ocultos e associados. Nascido na cidade mineira de Três Pontas (onde, por coincidência, o carioca Mílton Nascimento se criou), no dia 10 de fevereiro de 1952, Sílvio Ferreira de Brito mudou-se com a família para Varginha, outra cidade mineira, seis meses depois de nascido. Órfão de pai aos dois anos, trabalhou na infância como engraxate, office-boy e balconista. Aos seis anos de idade, bem cedo, começou a cantar, participando do programa “Petizada alegre”, da Rádio Clube de Varginha. Gravou seu primeiro disco aos dez anos de idade, em Belo Horizonte, interpretando o clássico country “Jambalaya”,de Hank Williams. Participou de dezenas de programas de rádio e televisão no Rio de Janeiro e de São Paulo, entre eles os de César de Alencar, Paulo Gracindo e Manoel Barcellos, na Rádio Nacional carioca, e, na TV, os de Ayrton Rodrigues (“Almoço com as estrelas”), Jair de Taumaturgo e Júlio Rosenberg, apresentando-se por todo o Brasil. Em 1962,foi contratado pela TV Nacional de Brasília (hoje TV Brasil), onde apresentou um programa infantil. Compôs sua primeira música aos doze anos, quando já tocava trombone e saxofone na banda do colégio em que estudava, logo começando a tocar piano e violão nas festas escolares. Nessa época, Sílvio Brito amargou o primeiro desemprego, ao ser demitido da TV Nacional por razões políticas. Aos 15 anos, formou seu primeiro conjunto, Os Apaches, que gravou dois LPs interpretando hits da época, tais como “Sonho de amor”, “See you in september”, “E por isso estou aqui”, etc. Ainda adolescente, passou a compor músicas gravadas por cantores como Ronnie Von, Antônio Marcos e Vanusa. Depois de oito anos nos Apaches, Sílvio Brito mudou-se para São Paulo, onde começou sua carreira-solo fazendo arranjos para discos católicos na gravadora das Edições Paulinas, e em seguida passou-se para a Continental,onde grava, em 1971,um compacto simples com as músicas “Vou pra nunca mais te ver” (de sua autoria) e “Eu amei, eu te amo, eu sempre te amarei” (de Silfrancis e Jean Garfunkel). Aos 21 anos, foi residir em Nova York, onde trabalhou como lavador de pratos em uma lanchonete, mas logo voltou ao Brasil. Em 1974,o Brasil inteiro passou a conhecer Sílvio Brito através de seu primeiro grande sucesso: “Tá todo mundo louco”, cujo início (“Esta música foi feita num momento de decisão”…) é uma paródia de “Ouro de tolo”, então hit de Raul Seixas (que inclusive o cita carinhosamente em seu livro autobiográfico como o único que fazia seu estilo musical). Lançada em compacto simples pela Chantecler (já então coligada da Continental), a música foi uma coqueluche em todo o Brasil, dando a Sílvio Brito o Troféu Buzina do Chacrinha de revelação do ano.Um ano mais tarde, veio o primeiro LP, “Vendendo grilo”, que abre com outro sucesso estrondoso: “Espelho mágico” (‘Espelho meu, espelho meu / Diga se no mundo existe alguém /mais louco do que eu”), na mesma linha “louca e inteligente” que passou a ser sua marca registrada. Quando Sílvio foi fazer show em um hospício, por exemplo, os pacientes cantaram a música em coro junto com ele! Nessa época, apresentou,por pouco tempo, o programa “Hallelujah (Aleluia)”, na extinta TV Tupi, ao lado de Fábio Júnior, então em princípio de carreira. Participou de praticamente todos os programas de auditório da televisão brasileira dos anos 1970/80, sempre recebido com carinho por seus apresentadores. Outros hits conhecidos de Sílvio são “Pare o mundo que eu quero descer” (“Tem que pagar pra nascer, tem que pagar pra viver, tem que pagar pra morrer”), a canção sertaneja “Casinha”, de S. Rodrigues, “Por um beijo seu”, “Tubo maluco” e “Filho da corrente”. Foi um dos campeões do quadro “Qual é a música?”, do “Programa Sílvio Santos”, tendo o segundo maior número de vitórias consecutivas , só perdendo para Ronnie Von. Também dedicou-se à canção religiosa de cunho católico, produzindo e arranjando diversos álbuns do Padre Zezinho, seu amigo pessoal. Nessa área, fez sucesso com músicas como “Terra dos meus sonhos”, “Uma luz” e uma regravação de “Utopia”, do Padre Zezinho. Em toda a sua carreira, Sílvio Brito teve três milhões e meio de discos vendidos, tendo recebido quatro discos de ouro. Apresentou-se também no exterior, em países como EUA, Espanha, Itália, Alemanha, Uruguai, Argentina,Egito, Israel e, principalmente, Portugal. Gravou mais de 30 discos, a maior parte deles independente da mídia e de grandes esquemas promocionais. Seus shows sempre atraíram milhões de pessoas,e sempre foram considerados os mais completos e emocionantes. Apresentou durante anos o primeiro programa musical da Rede Vida de Televisão, “Sílvio Brito Show – Todas as caras”, e hoje tem, na mesma emissora, o “Sílvio Brito em família”, onde recebe convidados num ambiente intimista, ao lado da mulher e das filhas,com a participação do maestro Maurílio Marques Kobel. Este “Panorama mundial”, que o TM oferece hoje, é o quinto álbum-solo de Sílvio Brito. Lançado em 1982 pela extinta Copacabana, é um trabalho inovador, em que Sílvio se mostra bastante eclético, expressando seu lado regional, irreverente, romântico e místico. Com produção de Jorge Gambier, e arranjos de Waldemiro Lemke, Eduardo Assad e do acordeonista Sivuca, teve até mesmo a participação especial de Tonico e Tinoco! Com um repertório impecável (que inclui até mesmo uma canção infantil, “Natal do Tio Patinhas”), é por certo merecedor de toda a atenção. Vale a pena ouvir!
Vários – Isto É bom Demais (1972)
Olá amigos cultos e ocultos! Ao contrário do que eu esperava, este ano estou ainda mais sem tempo para o Toque Musical. Difícil conciliar as atividades aqui e as do meu dia a dia. Por conta disso, fui obrigado a fazer novas mudanças. Nossas postagens da coletânea Grand Record Brazil, muito bem apresentada aqui pelo amigo Samuel Machado Filho, vão deixar de ser semanais para ser quinzenal. Isso vai nos desafogar um pouco e teremos mais tempo para selecionar o material a ser apresentado.
Hoje, para variar um pouco, estou trazendo aqui uma daquelas curiosas coletâneas internacionais produzidas pelas nossas gravadoras, lá pelos anos 70. Esta é da CID (Companhia Industrial de Discos). Uma coletânea de coletânea. Quer dizer, o material apresentado aqui foi extraído de outros discos de coletânea da gravadora. Se lembram série Explosão Mundial? E dos discos do Big Boy e Ademir? É por aí… e por aqui, através do selo Itamaraty. 🙂 Temos uma seleção de sucessos da época, aquelas músicas que tocaram em todas as rádios do Brasil. Nesta coletânea iremos encontrar artistas estrangeiros obscuros e mais obscuros ainda os covers. Artistas e grupos nacionais se passando por estrangeiros. É o caso da banda cover Track que aqui aparece em umas três faixas. É, sem dúvida, um lp curioso. Vale dar uma conferida.
Dick Farney – Dick Farney Show (1961)
Olá vocês, amigos cultos e ocultos! Ainda hoje eu me surpreendo com pessoas que até então não conheciam o Toque Musical. Me surpreendo com a própria surpresa das pessoas, admiradas com tanta coisa boa que rola por aqui. Pois é, dizem que o que é bom dura pouco. Sei não… ou talvez, quem sabe, o TM não seja lá tão boa coisa assim. Seja como for, eu tô aqui me esforçando…
Hoje, por exemplo, vamos de Dick Farney em um belíssimo álbum lançado pela RGE em 1961. Neste lp temos o artista acompanhado pelo maestro italiano Enrico Simonetti, que foi o responsável pelos arranjos e orquestração. Um disco bem dosado e uma escolha de repertório muito equilibrada. De um lado, abrindo o disco temos seis pérolas nacionais, verdadeiros clássicos, como se pode ver logo na contracapa. Do outro lado a coisa se repete, agora com outros clássicos, ‘standard’ da música americana. Um belo trabalho e de nível internacional, não só pelos clássicos, mas pelo talento de Dick Farney somado ao trabalho primoroso desse maestro italiano, que viveu um bom tempo no Brasil, contratado pela RGE. Confiram essa pérola 😉
Roberta – Desejos (1981)
Boa noite a todos os amigos cultos e ocultos! Num lampejo de fim de noite, me lembrando que as postagens vão se acumulando, me vejo obrigado novamente a lançar mão dos meus sortidos ‘discos de gaveta’. Tenho aqui para hoje o álbum “Desejos” da então jovem cantora e compositora Roberta. Lp lançado pela RCA no início dos anos 80. Naquela época as cantoras estavam em alta. Havia um leque de variedades femininas e a gravadora resolveu apostar nos novos talentos. “Desejos” é um álbum bem produzido, com arranjos de Antonio Adolfo e de Perna Fróes. Seu repertório é quase todo autoral, mas também há espaço para músicas de Chico Buarque, Ivan Lins e outros. Roberta tem uma voz marcante, forte, que nada nos faz pensar que se trata de uma moça de apenas 17 anos. Voz muito madura. Canções também. Confiram…
Nova Estação – Momentos Mágicos (1986)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Não fosse por conta do calor, eu agora já estaria dormindo. Amanhã acordo cedo, vou trabalhar. Mas enquanto me refresco e espero o sono, vou tentar manter em dia o compromisso da postagem. Até porque, eu tenho aqui um disquinho já pronto e uma boa história.
Apresento a vocês a banda mineira Nova Estação. Grupo formado na cidade de Caeté, bem próximo de BH, lá pelos anos 80. Descobri por acaso, através do meu médico de acupuntura, Dr. Carlos Eduardo Guimarães. Conversando sobre música, discos, ele me falou que antes de seguir a carreira médica havia tocado em uma banda, disse que chegaram até a gravar dois discos. Por incrível que pareça, não me lembro deles naquela época, embora tivessem atuado muito em Belo Horizonte. Algumas de suas músicas chegaram a tocar em rádios, inclusive no Rio e Sampa. Mas eram tempos difíceis, principalmente para uma banda nova e com uma proposta musical que ia além do gênero pop fácil. Na verdade, o Nova Estação, tem exatamente aquele tempero mineiro, um pouco de rock progressivo e as influências da música do pessoal do Clube da Esquina, de Milton e Lô. Não é por acaso que no seu disco de estréia, “Mágicos Momentos” eles tenha gravado “Um girassol da cor do seu cabelo”, de Lô e Márcio Borges. Por sinal, fizeram um arranjo bem original. Eu fiquei muito curioso depois daquele nosso papo, principalmente porque o Carlos era um dos principais componentes do grupo, além de cantor era também compositor. Prometi a ele que iria localizar esses discos, pois pelo que entendi, nem o resto da turma da banda tinha os discos. Impressionante esse povo! E realmente eu acabei localizando através da web todos os dois discos. Ou melhor dizendo, as músicas dos discos. Mas não me dei por contente e fui atrás dos lps. Com muita sorte consegui achar o primeiro álbum, o Momentos Mágicos. A capa estava bem surrada, porém o vinil estava perfeito. Decidi então refazer a capa em seus mínimos detalhes. O resultado foi surpreendente, um álbum novo! Levei de presente o disco para ele, que ficou pra lá de agradecido. Infelizmente o segundo álbum, o “Guerra nas Estrelas, eu não achei e nem sei como é a capa. Daí resolvi criar uma outra, até mesmo para que pudesse apresentar aqui o trabalho. Caso em algum dia apareça a original a gente troca. Ou quem sabe o Carlos passe a adotar a nova numa versãozinha digital, heim? Este segundo disco também é muito bom e possui uma produção já experimentada e aperfeiçoada. Músicas autorais de muito bom gosto tanto em poesia quando na composição instrumental. Garanto a todos que vale a pena dar uma conferida.
Adoniran Barbosa – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 131 (2015)
Nesta edição do GRB, um pouco do preciosíssimo legado de Adoniran Barbosa, em dezesseis faixas extraídas de discos 78 rpm. Abrindo esta seleção, o samba “Agora pode chorar”, de Adoniran em parceria com José Nicolini, do carnaval de 1936, que o próprio autor interpreta em gravação lançada pela Columbia em cima dos festejos momescos, em fevereiro, disco 8171-B,matriz 3215. Na faixa seguinte, os Demônios da Garoa interpretam o antológico samba “As mariposa”, de Adoniran sem parceiro, que gravaram na Odeon em primeiro de agosto de 1955, sendo lançado em outubro do mesmo ano, disco 13904-B, matriz 10697. Déo, “o ditador de sucessos”, aqui comparece com o samba “Chega”, de Adoniran em parceria com José Marcílio. Saiu no terceiro disco do cantor, o Columbia 8212-B, em julho de 1936, matriz 3312, e o acompanhamento é do regional do flautista Atílio Grany. “Conselho de mulher”, parceria de Adoniran com Oswaldo Moles e João Belarmino dos Santos, é interpretado por ele mesmo, em gravação Continental de 23 de julho de 1952, só lançada em março-abril de 53, disco 16707-B, matriz 11414. A próxima faixa é justamente a primeira composição de Adoniran Barbosa, a marchinha “Dona Boa”, parceria com J, Aymberê, retumbante sucesso no carnaval paulistano de 1935. Raul Torres, um dos expoentes máximos da música sertaneja de raiz, a gravou pela Columbia, que lançou o registro em disco sob número 8129-A, matriz 3122. “Iracema” , de Adoniran sozinho, é outro clássico samba seu que os Demônios da Garoa imortalizaram,em gravação Odeon de 11 de janeiro de 1956, lançada em março do mesmo ano, disco 14001-A, matriz 10944. Eles ainda nos brindam justamente com o samba “Malvina”, outro só de Adoniran, sucesso do carnaval de 1952, lançado pelo efêmero selo Elite Special em janeiro desse ano, disco N-1065-A, matriz MIB-1081. E os Demônios ainda interpretam aqui “No Morro da Casa Verde”, em gravação Odeon de 5 de maio de 1959, lançada em junho do mesmo ano, disco 14472-A, matriz 50133, também integrando o LP “Pafunça”. Em seguida, temos uma faceta do Adoniran intérprete, com a marcha-rancho “Os mimoso colibri”, de Hervê Cordovil e Oswaldo Molles, gravação Continental de 27 de julho de 1951, lançada entre outubro e dezembro do mesmo ano, disco 16468-A, matriz 11334, visando por certo o carnaval de 52. “Quem bate sou eu”, samba de Adoniran e Artur Bernardo, é gravação Odeon dos Demônios da Garoa, feita em 5 de julho de1956 e lançada em novembro do mesmo ano, disco 14115-B, matriz 11251. Temos em seguida dois indiscutíveis clássicos do samba, nas gravações originais de Adoniran pela Continental, mas que só foram sucesso mais tarde com os Demônios da Garoa. Primeiro, “O samba do Arnesto”, parceria com Alocin (Nicola ao contrário), que Adoniran gravou em 23 de julho de 1952, mas só saiu em março-abril de 53, disco 16707-A, matriz 11415. “Saudade da maloca”, de Adoniran e mais ninguém, é o título original do clássico “Saudosa maloca”, gravado pelo autor em 27 de julho de 1951 e lançado entre outubro e dezembro do mesmo ano sob número 16468-B, matriz 11335. Ambos os sambas receberam várias regravações, e curiosamente, estes registros originais do autor seriam relançados pela Continental em 1955, sob número 17173,com “Saudosa maloca” no lado A e o “Arnesto” no verso. A seguir, uma rara incursão de Adoniran no gênero caipira ou sertanejo de raiz, o cateretê “Tô com a cara torta”, parceria com Ivo de Freitas. Raul Torres e Florêncio o gravaram na Victor em 19 de setembro de 1945, mas o lançamento só aconteceria em abril de 46, disco 80-0393-B, matriz S-078343. “Um amor que já passou”, samba de Adoniran em parceria com Eratóstenes Frazão, é do segundo disco do cantor Déo, o Columbia 8211-B, lançado em julho de 1936, matriz 3319. Em seguida, voltam os Demônios da Garoa com “Um samba no Bexiga”, de Adoniran sem parceria, gravação Odeon de 4 de abril de 1956, lançada em junho do mesmo ano, disco 14049-B, matriz 11110. Para encerrar, novo exemplo do Adoniran Barbosa apenas intérprete, com o samba “Pra que chorar?”, de Peteleco, lançado em janeiro de 1958 pela RGE sob número 10081-B, matriz RGO-497, por certo visando o carnaval desse ano. Enfim, é o que o GRB tem o prazer de oferecer a vocês, precioso legado deixado por Adoniran Barbosa, cujas músicas eram de fato a cara de São Paulo, e ficarão para sempre em nossa memória!
* Texto de Samuel Machado Filho
Ary Barroso Internacional (1964)
Boa tarde, prezados amigos cultos e ocultos! Devido a uma viagem, estou sendo obrigado a recorrer aos meus ‘discos de gaveta’, aqueles que estão sempre prontos, seja no ‘hd” ou no pen drive. Sempre levo comigo, quando viajo, alguns arquivos para cobrir as emergências. Dessa forma, levo hoje para vocês uma coletânea prá lá de bacana. Estamos falando aqui de Ary Barroso, em um álbum lançado pela Musidisc possivelmente no ano de sua morte, 1964. Não há no lp qualquer informação da data, mas pelo texto na contracapa, tudo leva a crer que se trata de uma homenagem póstuma. A Musidisc reuniu alguns de seus maiores sucessos internacionais, extraídos de outros discos e artistas da gravadora. Alguns, inclusive, até já apresentados aqui no Toque Musical. De qualquer maneira, trata-se de uma coletânea da Musidisc, o que é sinônimo de qualidade. Mais ainda sendo o motivo principal a música de Ary Barroso. Confiram!
Toninho Café (1978)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Hoje, mais que nunca, quero fazer valer aqui a fama de ser o Toque Musical um espaço de resgate da música brasileira e seus diversos artistas. Na verdade, eu procuro sempre trazer aqui coisas raras. Preferencialmente álbuns e artistas que ainda não tiveram vez na mídia digital, que ainda se encontram encobertos pela poeira do tempo, ou simplesmente esquecidos mesmo. E olha que se procurarmos, iremos encontrar muita coisa boa! Por conta disso, faço questão de postar hoje um artista/disco que, creio, pouca gente conhece ou vai se lembrar. Estamos falando de Toninho Café, um nome que, para quem o conheceu nos anos 70 e também por este lp, diria: eis aqui um artista de talento, tem futuro! Pois é, o cara tinha mesmo e isso pode ser conferido neste que foi o seu único lp. Trabalho lançado em 1978 pela Continental. A primeira leva dessa edição, curiosamente, trazia agregado ao álbum uma sacola de pano como capa da capa, com o nome do artista estampado em ‘silkscreen’, folder e encarte. Parece que a gravadora estava mesmo empenhada em promover o artista. Mas esse empenho ficou apenas na produção. Por alguma razão o álbum não foi bem divulgado e creio que a ‘crítitica’ também não se manifestou. Como também nenhuma das suas músicas tocou em alguma novela da Globo, Toninho Café passou batido. Ele chegou a gravar mais um ou dois discos compactos, mas eu mesmo nunca ouvi. Logo depois de ter lançado este lp, sem conseguir muito sucesso, acabou se transferindo para a França. Por lá ficou fazendo música. Mas contam que tempos depois ele acabou se envolvendo com drogas, esteve preso e daí então foi tudo acabando. Suicidou em 2011. Ele era mineiro, de Belo Horizonte, mas mudou-se no início dos anos 70 para o Rio. Foi cantor de boate, participou de uma banda de rock (Massa Experiência) e foi também parceiro do Arnaud Rodrigues. Seu estilo e até a sua voz lembram um pouco o Milton Nascimento. Acho que tem a ver com essa coisa do mineiro, uai…
Bom, deixemos de papo, vamos ao Café, pois este é raro!
I Festival De Favelas (1968)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Sempre atrás de curiosas raridades fonográficas, eu hoje trago para vocês o lp do “I Festival de Favelas”, um disco indispensável em qualquer discoteca de samba metida a bamba.
Há quase três meses atrás eu postei aqui o que foi o “V Festival (de Músicas) de Favela” e na postagem eu comentei a respeito das edições anteriores, inclusive deste lp, que deu origem a série 🙂 Agora ele me chega às mãos, ou melhor, ao prato, através do amigo Fáres que atenciosamente me presenteou, juntamente com tantas outras raras bolachas. (Valeu, amigão! A turma toda aqui agradece).
Temos então o “I Festival de Favelas”, disco lançado pelo selo Caravelle em 1968. Uma seleção de 14 músicas, certamente as selecionadas. Consta na capa (por sinal, belíssima) como subtítulo, que a gravação é ao vivo, o que nos dá a impressão de um clima de show, com palmas gritos e etc…, Mas não tem nada disso, o ao vivo quer dizer que tudo foi gravado de uma vez só. E isso explica a qualidade um tanto sofrível de algumas gravações sem uma correta mixagem. Mesmo assim, vale ouvir cada umas das faixas deste disco que traz entre seus intérpretes nomes como Geovana, Aroldo Santos, Sidney da Conceição e outros bambas.
Orquestra Violinos De Ouro – Balada Romance Melodia (1962)
Em 27 de dezembro de 1962, na edição de número 691 da “Revista do Rádio”, a gravadora Odeon (subsidiária brasileira da britânica EMI, absorvida anos mais tarde pela Universal Music), em anúncio na página 33, anunciava a série “Galeria de ouro”, um suplemento especial com cinco LPs instrumentais, visando comemorar seu quinquagésimo aniversário,que aconteceria no ano seguinte, 1963 (na verdade, a marca Odeon surgiu em 1904, na cidade alemã de Berlim, e, dois anos antes, a Casa Edison já havia iniciado a gravação de discos no Brasil, representando a Zon-O-Phone, logo substituindo o selo por aquela que seria a famosa “marca do templo”, portanto adotada bem antes de 1913).
Tamba Trio (1963)
Boa noite, meus caros amigos cultos e ocultos! As segundas feiras já se tornaram tradicionalmente o dia de postagem da série Grand Record Brazil, sempre apresentada brilhantemente pelo nosso companheiro Samuel Machado Filho. Nesta semana, porém, não teremos um novo volume. Ainda não tive como organizar os arquivos e as bolachas de 78 rpm e o Samuca, merecidamente, encontra-se de férias.
Vou postando aqui então outro disquinho que há tempos estava em minha lista. Um lp já bem manjado, mas acima de tudo um verdadeiro clássico da bossa e da música instrumental brasileira. Temos aqui o Tamba Trio em sua primeira fase e por certo uma das melhores. Luiz Eça, Bebeto Castilho e Hélcio Milito, em seu álbum de estréia. Consta que este lp foi lançado em 1962, mas ao que tudo indica, pelo texto na contracapa, ele saiu mesmo foi em 63 (que me corrijam os historiadores). Um belíssimo trabalho, com um repertório impecável. Fonte de inspiração para muitos outros trios e quartetos que vieram na sequência.
Victor Rafael – Quando A Noite Acontece (1963)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui estamos neste domingão, quente como um forno e para refrescar, só no suco 🙂 e bem gelado!
Trago hoje para vocês um raro e muito interessante álbum, lançado pela Chantecler em 1963. Esta gravadora/selo sempre foi mais focada na música sertaneja e regional, mas também investiu na música popular urbana e em artistas muitas vezes pouco conhecidos do grande público. É o caso do cantor e compositor Victor Rafael, um artista da noite paulista. No início dos anos 60 ele cantava na boate Delval, em São Paulo. Esta boate era famosa e tinha até o seu próprio conjunto. O cantor Caco Velho chegou a ser diretor artístico da casa e por lá passaram muitos nomes famosos. Victor Rafael era contratado da boate e neste que foi o seu disco de estréia ele vem acompanhado pelo orgão do maestro Aloysio Figueiredo e o conjunto da boate Delval. Um time de músicos realmente muito bons. O repertório também não fica por menos. Traz sambas de Dorival Caymmi, João Roberto Kelly, Nelson Cavaquinho, Paulo Pires e também composições próprias em parcerias. Eu definiria o Victor Rafael como um misto de Ataulfo Alves e Agostinho dos Santos. Infelizmente não há na rede nenhuma informação sobre este artista além do seu próprio disco.
Os Autênticos (1970)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! O calor por aqui está de suar em bicas, pqp! Hoje, só mesmo saindo para tomar umas geladas. Loirinhas, me esperem! Daqui a pouco eu estou indo…
Antes porém, deixo aqui a postagem do dia. Para esquentar mais, segue aqui este grupo de samba carioca e sobre o qual eu não achei muita coisa além do pequeno texto de apresentação da contracapa. Ao que tudo indica este foi o disco de estréia. Não sei se chegaram a gravar outros, mas merecia, pois o grupo é mesmo bem autêntico, seguindo a linha dos Originais do Samba. O repertório e os arranjos são de primeira, como convinha aos sambas daquela época. Composições próprias e também de outros autores, entre esses Paulinho da Viola com seu clássico “Foi um rio que passou em minha vida“.
Dory Caymmi (1972)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Aqui estamos para a nossa primeira postagem do ano! E para que tudo seja perfeito aqui no Toque Musical em 2015 é bom a gente começar com algo de acordo. Trago para vocês o, também primeiro, disco de Dory Caymmi, lançado em 1972 pela Odeon. Embora não conste na contracapa, o álbum foi produzido pelo maestro Lindolfo Gaya, os arranjos e regências por Dory. Temos assim um lp com nove faixas. Nove composições próprias. Ou por outra, nove canções, sendo boa parte delas parceria com Nelson Motta, entre elas a belíssima “O cantador”. Outra faixa de destaque é “Evangelho”, música em parceria com Paulo Cesar Pinheiro. Dory vem acompanhado por Novelli, Nelson Angelo e parte da turma do Som Imaginário (Tavito, Robertinho Silva e Wagner Tiso). Sem dúvida, um grande disco. Confiram na no GTM.
Edu Lobo (1973)
Boa noite, meus prezados amigos cultos e ocultos! Acabei ficando sem tempo também no final da partida, quer dizer, quase não sobrou tempo para eu vir aqui fazer a última postagem do ano, nos últimos momento do ano.
Antes que 2014 acabe, quero logo deixar aqui os meus votos a todos, amigos cultos, ocultos, associados e aos demais que por ventura vão surgindo. Desejo a todos um feliz 2015. Com muita paz, saúde e amor. Claro que acima de tudo isso desejo a todos boa música, bons momentos e felicidade. Que em 2015 possamos realizar todos os nossos sonhos, desejos e necessidades. Vamos melhorar, o Brasil também, eu acredito!
Fecho assim, com chave de ouro, nossas postagens. Vamos com o Edu Lobo em seu excelente álbum de 73. Boa safra! Um disco que nem vou me dar ao trabalho de falar, pois já foi bem apresentado em diferentes cantos e recantos dessa web musical.
Tenha todos uma ótima noite. Ano que vem tem mais…
Germano Mathias – Em Continência Ao Samba (1958)
Olá amigos cultos e ocultos! Ainda temos mais dois dias para queimar até o início do próximo ano. Vou então nesta oportunidade trazendo um disco que comprei na minha última ida ao Rio de Janeiro. Com grande satisfação eu anuncio aqui este lp do sambista Germano Mathias, álbum lançado em 1958 pela RGE. Álbum bancana e traz uma capa deliciosa com o nosso artista bem a vontade em meio a uma roda de samba. Uma foto colorida que é um convite irrecusável a uma audição. Este foi o seu segundo lp e contou com o acompanhamento de Esmeraldinho e Seu Regional. Boa parte da músicas são de autoria do próprio Germano.
Eu confesso que me sinto um pouco incomodado em apresentar este álbum se deixar de citar aqui um livro dos mais interessantes sobre a vida de Germano Mathias, que eu ganhei do próprio autor há uns três anos atrás. Por outro lado está sendo uma oportunidade de reafirma-lo, uma recomendação literária musical que eu há tempos estou devendo. Me refiro ao “Sambexplícito – As Vidas Desvairadas de Germano Mathias”, do escritor e advogado Caio Silveira Ramos. Um livro que é bem mais que uma simples biografia. Seu texto, sincopado como o samba de Germano, pega o leitor pelo pé e o leva a uma viagem quase sem pausa (por conta do leitor, claro, é difícil parar de ler).
Para melhor entender este disco e também o próprio sambista, eu recomendo a leitura deste livro. Tenho certeza que vocês irão gostar. Por conta desta postagem, acho que vou passando o ano relendo as aventuras dessa peculiar figura do samba paulista. Quer forma melhor de começar o ano novo? 🙂 Boa música e boa leitura 😉
A Fina Flor Do Partido Alto (1974)
Olá amigos cultos e ocultos! Já nos preparando para o Ano Novo, vamos aqui queimando o resto de gás, pois em 2015 tem mais (putz, até rimou!) Para animar a festa aqui vai um bom disco de samba, reunindo alguns bambas do chamado ‘samba de partido alto’. Entre os membros do pagode, curiosamente, temos o cantor e puxador de samba, Neguinho da Beija Flor, ainda não totalmente conhecido. “A Fina Flor do Partido Alto” é uma dessas pérolas que todo gringo antenado procura. Um lp com o selo de qualidade Okeh, da CBS. Criado exclusivamente para o lançamento de discos de samba, tendo a frente como seu diretor artístico o sambista e compositor Zuzuca. Confiram…
Sergio Ricardo – Arrebentação (1970)
Olá amigos cultos e ocultos! Espero que tenham passado um bom Natal. Agora vamos para as festanças de fogos de fim de ano. Como não choveu por aqui no Natal, com certeza o ‘reveillon’ vai ser molhado. Eu, para não variar, vou ficando mesmo por aqui. Sem muito assanho 🙂 Enquanto esperamos, deixa eu ir fechando as portas com ‘chaves de ouro’. Vão aqui alguns disquinhos especiais. Digamos que foi o Papai Noel quem os deixou aqui para eu passar para vocês 😉
Aqui temos “Arrebentação”, mais um belíssimo trabalho de Sérgio Ricardo. Lançado pelo selo Equipe em 1970. Um álbum ao nível do artista, capa dupla e vinil, originalmente, de 140 gramas. Na ficha técnica, impressa no interior da capa, temos uma produção que contradiz as informações sobre este disco, no site do artista. Acredito que o ‘webmaster’quem cuida do site do Sergio Ricardo trocou as bolas e como ninguém percebeu, ficou. Avisa ao moço lá que “Arrebentação” foi produzido por Oswaldo Cadaxo; os arranjos e direção musical foi de Theo de Barros e regências do maestro Henrique Nuremberg. A capa, também ao contrário do que diz a home page, não é do Cesar Vilella e sim do Luiz Pessanha. Quanto ao conteúdo musical, este é todo autoral e no qual eu destaco minhas preferências: todo! De cabo a rabo! Um discaço que não poderia faltar nas fileiras do Toque Musical. Corram já para o GTM 😉
Feliz Natal Para Você (1955)
Muito bom dia a todos os amigos, seja eles cultos, ocultos ou apenas associados! Começo com um bom dia para desejar a todos uma boa noite. Boa noite de Natal. Desejo a todos muita paz, amor e alegria, pois de tristeza nenhum dia deveria ser. Mas, sem dúvida, será uma noite melancólica, de reflexão e de perdão (nesse último quesito, tá difícil, mas eu vou tentar!) Também pode ser uma noite de música e é por conta disso que eu ainda, no último instante, trago mais um presente de Natal.
Segue aqui este lp de 10 polegadas reunindo alguns dos brilhantes nomes do ‘cast’ da Odeon numa saudação ao Natal de 1955. Certamente as músicas presentes neste lp foram também lançadas em 78 rpm (que me corrija ou me complete o amigo Samuel Machado). São temas clássicos e alguns até já apresentados aqui, mas vale a pena ouvir mais uma vez, até porque é mais uma boa seleção musical de natal. Não deixem de conferir! Mais uma vez, Feliz Natal a todos!
Theodoro Nogueira – Missa A N. S. Dos Navegantes (1964)
Boa noite, meus prezados amigos cultos, ocultos e associados! E cá estamos no fim de mais um ano e logo mais é Natal. Eu pensei em postar aqui mais um disco natalino, porém quebrando a sequência, mas sem querer sair do tom, vou trazer algo mais interessante. Tenho para hoje um álbum da linha ‘fora de série’, da gravadora Chantecler. Lançado em 1964, o disco é um verdadeiro achado, a começar pelo conceito de capa que é dupla e só tem frente. O verso é forrado numa imitação de couro. No miolo temos um encarte de duas páginas e um envelope onde o disco vem guardado. Produções como esta só mesmo para trabalhos de alto nível e especiais. Aqui temos ele, uma missa cantada. Aliás, a primeira missa cantada em português, conforme descreve a capa. A missa é a de Nossa Senhora dos Navegantes, um trabalho encomendado ao maestro Theodoro Nogueira pela Prefeitura do Guarujá para a inauguração da igreja de mesmo nome. Todos os detalhes deste trabalho eu vou deixar que os amigos mesmos descubram no próprio álbum. Como sempre, aqui segue completo!
Temas Natalinos – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 130 (2014)
Então é Natal… Aquela ocasião em que a gente arma a árvore, o presépio, reúne a família, troca presentes, degusta a ceia… e, por que não, também canta canções típicas da festa máxima da cristandade. Assim sendo, o Grand Record Brazil, em sua edição de número 130, presenteia os amigos cultos, ocultos e associados do TM com mais esta compilação de músicas natalinas. São, no total, dez gravações.
* Texto de Samuel Machado Filho
Cânticos De Natal (1955)
Olá amigos cultos e ocultos! Neste ano o Toque Musical andou meio devagar, não teve um espírito muito participativo e nem se manifestou em momentos como agora, o Natal… Em outras épocas o avatar do Augusto TM já estaria lá no cabeçalho, de gorrinho vermelho e por aqui diversos discos com temas natalinos. Pois é, este ano está sendo diferente. Os tempos são outros, infelizmente… Mesmo assim eu não vou negar aqui uma ou duas lembrancinhas. Afinal, é o Natal 🙂
Segue então este disquinho lançado pela Todamérica para o Natal de 1955. Obviamente se trata de um lp de 10 polegadas. “Cânticos de Natal” nos apresenta uma seleção bem montada. Temos de abertura, em todo a face A do disco a história infantil “Como nasceu Jesus”, extraído do poema de Antonio Almeida e Mário Faccini. Conta com a particpação de Mário Lago. O fundo musical é de Radamés Gnattali e o côro composto pelos artistas da gravadora. Na face B do disquinho iremos encontrar quatro temas tradicionais em interpretações de Scarambone e Trio Madrigal.
Vamos logo com esta postagem que já era para ter sido publicada. Não pode ser muito encima senão nem dá tempo de entrar naquela trilha musical que vocês estão preparando para a Noite Feliz.
Antonio Carlos E Jocafi – Trabalho De Base (1980)
Dois cantores e compositores nascidos na Bahia, e ainda hoje queridos do público. São Antônio Carlos e Jocafi, que trazemos hoje para os amigos cultos e ocultos do Toque Musical. Ambos são da capital da Boa Terra, Salvador. Antônio Carlos Pinto veio ao mundo em 24 de outubro de 1945, no Alto da Silveira, bairro do Garcia. Por volta de 1955, sua família se mudou para o Rio Vermelho. Desde cedo Antônio Carlos, evidentemente, se interessava por música, tocando um pouco de violão e piano, e já começando a compor. Isso iria aproximá-lo da nata da musicalidade que morava no Rio Vermelho ou frequentava o bairro, famoso pela boemia, por suas tradições e seus moradores ilustres (entre eles o escritor Jorge Amado). Com o tempo ele adquire prática, e se transforma em guitarrista de orquestra, passando a tocar com o maestro Carlos Lacerda (a quem por sinal o álbum de hoje do TM é dedicado) em clubes e boates soteropolitanos. E foi tocando numa festa no Clube Português que conheceu uma cantora que também se iniciava e seria sua parceira na vida e na música: Maria Creuza. É ela quem defende, no Festival de MPB da TV Record de São Paulo, em 1967, sua música “Festa no terreiro de Alaketu”, que acabaria sendo a primeira gravação da cantora. Jocafi (sigla de seu nome completo, José Carlos Figueiredo), nasceu em 21 de dezembro de 1944, no bairro soteropolitano de Cosme de Farias. E sua história não é lá muito diferente da do parceiro Antônio Carlos: ambos gostavam de futebol e aprenderam a tocar o violão de rua, e Jocafi teve a oportunidade de ser pupilo-admirador do lendário compositor, violonista e cantor Codó.Sua experiência musical começou igualmente na infância, seja ouvindo o som do serviço de alto-falante (que tocava Waldik Soriano, Bienvenido Granda, Lucho Gatica, Trio Irakitan…) enquanto jogava futebol de rua, seja ouvindo sua mãe cantar músicas antigas de Noel Rosa, Ismael Silva e outros. Ainda adolescente, José Carlos,o futuro Jocafi, começa a frequentar com assiduidade o Mercado Modelo, a Meca da música baiana nesse tempo, assimilando os batuques, a capoeira e os sambas-de-roda, que seriam essenciais em seu trabalho criativo. Mesmo com as serestas lhe atraindo mais que os estudos,consegue conciliar estudo, trabalho e boemia, graças à boa formação familiar. Conheceu Antônio Carlos por intermédio do já citado maestro Carlos Lacerda, passando a se apresentar juntos em programas da televisão baiana, cantando e tocando violão e guitarra. Com Antônio Carlos ao piano, Evandro na bateria e Luís Berimbau no baixo. Em 1969, a dupla tem sua composição “Catendê” (parceria com o letrista Ildásio Tavares) defendida por Maria Creuza no Festival de MPB da TV Record. Um ano mais tarde, Antônio Carlos e Jocafi são contratados pela RCA e gravam seu primeiro disco, um compacto simples com duas músicas de autoria própria: “Roberto, não corra” (resposta a “Por isso corro demais” e “As curvas da estrada de Santos” , hits de Roberto Carlos) e “Por causa dela”. Um ano mais tarde, chegam os primeiros sucessos: para começar, o clássico “Você abusou” , até hoje o maior hit da dupla, cuja versão em francês, “Fais comme l’oiseau”, feita por Michel Fugain, virou hino do Partido Socialista da França, e que tem outras versões gravadas internacionalmente, inclusive por Stevie Wonder e Célia Cruz. Depois, vem “Desacato”, segundo lugar no FIC (Festival Internacional da Canção), promovido pela TV Globo naquele ano de 1971. Completando a história, vem o primeiro LP, “Mudei de ideia” (cuja faixa-título imediatamente chama a atenção do público). Também compuseram as trilhas sonoras de duas novelas da TV Globo, “O primeiro amor” (1972) e “Supermanuela” (1974). Outros hits conhecidos de Antônio Carlos e Jocafi são “Teimosa”, “Fraqueza”, “Toró de lágrimas”, “Dona Flor e seus dois maridos”, “Jesuíno Galo Doido”, “Ossos do ofício”, “Chuculatêra”, “Dona da casa” , “Estrela amante” e “Deixe que é dengo dela”, só para citar alguns. A discografia de Antônio Carlos e Jocafi em dupla abrange um total de 12 álbuns, e inúmeros compactos. Este “Trabalho de base”, que o TM apresenta hoje, é o oitavo LP da dupla, também correspondendo ao nome do grupo que os acompanha, com o devido apoio do “cobra” José Briamonte nos arranjos e nas regências. Dez faixas são assinadas pelos próprios Antônio Carlos e Jocafi (algumas com parceiros), e duas por Zé do Maranhão (uma delas, “Roça errada”, tem a respeitável co-autoria de Noca da Portela). Mesmo esquecidos por boa parte da mídia, como costuma acontecer, Antônio Carlos e Jocafi continuam na ativa, recebendo os aplausos merecidos do público, redescobertos por DJs nacionais e estrangeiros e até mesmo por Marcelo D2 . Este “Trabalho de base”, por certo, irá agradar aos fãs da dupla, e é um de seus raríssimos vinis, daqueles que ninguém se desfaz por dinheiro algum. Ouçam e comprovem!
De Castro – Melodias Do Brasil (196…)
Boa noite, amigos cultos e ocultos! Não era para estranhar. Depois de quase 8 anos na ativa, mantendo sempre uma identidade muito própria, o Toque Musical tem se tornado alvo de especulações. Tem gente por aí de olho no nome Toque Musical. Estão querendo o domínio e se eu marcar bobeira vão me tirar até as minhas marcas e logos. Já recebi uns três e-mails de gente me forçando a liberar o domínio. Mas enquanto eu conseguir manter este espaço independente, longe do julgo e deliberação de Blogger, Worldpress e outros, vou continuar agarrado no osso. Não largo mão desse endereço e nem da marca Toque Musical. O avatar do Augusto TM também é outro que já foi parar em botons, estampado em camisetas e até sacolas. Virou um ícone! Vai lá, divulguem, mas ajuda a gente aqui a manter o disco rodando. Em tempos como este, toda doação é bem vinda.
Muito bem, eis aqui a postagem do dia… Trago hoje para vocês mais uma dessas raridades. Aliás, não sei o que é mais, se raro ou curioso. Como se pode ver logo de cara, ou melhor, de capa (e contracapa), temos aqui um disco estrangeiro, vindo lá da Polonia, E claro, acabou caindo na minha mão (eu adoro isso). Temos aqui “Melodias do Brasil”, um inusitado álbum que tem como seu intérprete o sorridente cidadão, De Castro. Mas quem seria esse artista? Nunca tinha visto, nem ouvi falar. No texto de contracapa, escrito em polonês e também em inglês, a informação é superficial e não nos esclarece muito. Conforme o texto, De Castro era Niltinho, cantor da noite, artista com apresentações em casas noutrnas, no rádio, tv e cinema. Também compositor, tendo, segundo o texto, participado com sua música de filmes importantes. Com um currículo como este era para a gente encontrar muita informação através do Google. Mas, qual nada… De Castro, Niltinho, Nilton de Castro… era como procurar agulha no palheiro. Definitivamente, não achei uma pista, apenas suposições. Quem seria este artista? Talvez fizesse parte de algum grupo brasileiro em excursão pela Europa. No texto diz que ele fez uma tournê de sucesso por vários países europeus, o que talvez tenha motivado os polacos a gravarem o rapaz. Mas é ouvindo o disco que a gente consegue imaginar melhor a situação. Pra começar, parece que nessa investida fonográfica, de brasileiro só tinha ele mesmo. Até mesmo os músicos que o acompanham, logo de cara se percebe, não são brasileiros. Aquela batida do samba, aquele jeito de tocar não era coisa daqui. Chega mesmo a ser curiosa algumas interpretações, tais como o samba carnavalesco de Haroldo Lobo e Niltinho, “Tristeza”, ou “Manhã de carnaval”, de Luiz Bonfá. Melhor ainda, no quesito curiosidades, temos também a “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, ou “A felicidade”, de Tom e Vinícius, aqui chamada de “Adieu tristesse”. O resultado é aquela coisa que a gente já sabe, um quase samba, uma quase bossa. Samba do crioulo branco. Por outro lado, temos também as composições próprias. Quatro das doze faixas são composições do De Castro, músicas essas, por sinal, muito boas. Teriam um melhor sabor se fossem arranjadas e interpretadas por brasileiros. O resultado, num geral é algo que lembra assim um Agostinho dos Santos ao lado da orquestra do Paul Mauriat (só lembra,ok?)
No campo da suposições, acredito que este artista tenha ficado um bom tempo na Polônia pois, como disse, ele está sozinho nessa empreitada e pelos resultados, creio que coube a ele também ensinar aos polacos a batida da música brasileira e isso é coisa que não se faz em menos de um mês. Para finalizar, deixo aqui outra curiosidade, das mais interessantes supostas por mim 🙂 Pesquisando daqui e dali com as poucas pistas que consegui, chego a conclusão de que Nilton De Castro era irmão por parte de pai do Wilson Simonal. No livro “Nem vem que não tem – A vida e o veneno de Wilson Simonal”, de Ricardo Alexandre, há uma passagem em que ele fala de um show na boate Sucada, onde Simonal apresenta ao público o seu pai, Lúcio Pereira de Castro, que havia saído de casa, abandonando a família há mais de 20 anos. O velho foi assistir ao show do filho acompanhado pelos meio-irmãos, entre esses um que se chamava Nilton de Castro, que também era compositor e Simonal inclusive chegou a gravar uma música sua. Juntando peças daqui e dali, cheguei então a essa conclusão. Será mesmo o De Castro irmão por parte de pai do grande Simonal? Termino deixando assim esta dúvida. Que me corrijam os ‘entendidos’… Nem vem que não tem! 😉
Marília Batista – Dircinha Batista – Seleção 78 RPM Do Toque Musical Vol. 129 (2014)
Nesta edição do GRB, um pouco do legado artístico-musical de Dircinha Batista. Para começar, a bem-humorada e divertida “Canção pra broto se espreguiçar”, que leva a respeitável assinatura de Mário Lago, gravada na RCA Victor por Dircinha em primeiro de julho de 1955 e lançada em setembro do mesmo ano, disco 80-1493-B, matriz BE5VB-0810. Mais tarde, entraria no LP-coletânea de 10 polegadas “Elas cantam assim”. “Chico Brito” é um samba clássico e bastante conhecido, de autoria de Wilson Batista e Afonso Teixeira. Gravado por Dircinha na Odeon em primeiro de dezembro de 1949, só seria lançado menos de um ano depois (outubro de 50), sob número 13047-B, matriz 8603. O nome Peçanha foi posto na letra da música para substituir “meganha”, gíria da época para policial. Note-se também uma menção à “erva do norte”, possivelmente… Adivinha! O samba “Icaraí”, de Raimundo Flores e Célio Ferreira, é uma exaltação à famosa praia situada em Niterói, litoral fluminense, imortalizada por Dircinha Batista na Continental em 19 de abril de 1948 e lançada em julho-setembro do mesmo ano, disco 15923-A, matriz 1851. Mostrando que sabia dar o recado até em inglês, Dircinha interpreta depois, com acompanhamento orquestral de Aristides Zaccarias, o fox “I only have eyes for you”, de Harry Warren e Al Dubin, composto em 1934. Gravação RCA Victor de 1957, do LP de 10 polegadas “Música para o mundo”. “O teu sorriso me prendeu” é uma marchinha de meio-de-ano, assinada pelo pistonista Bomfiglio de Oliveira, com letra de Walfrido Silva. Dircinha a gravou na Victor na plenitude de seus 13 anos, acompanhada pela endiabrada orquestra Diabos do Céu, de Pixinguinha, em 8 de julho de 1935, sendo lançada em agosto do mesmo ano, disco 33961-B, matriz 79969. A batucada “A coroa do rei”, de Haroldo Lobo e David Nasser, foi uma das músicas campeãs do carnaval de 1950, imortalizada por Dircinha na Odeon em 30 de setembro de 49 e lançada ainda em dezembro, disco 12962-B, matriz 8564. Do carnaval de 1946 é o samba “Que papagaio sou eu?”, de Wilson Batista e Henrique de Almeida, lançado por Dircinha na Continental em janeiro daquele ano, disco 15574-B,matriz 1352. Encerrando este volume,uma curiosidade histórica: o jingle publicitário gravado por Dircinha para o Auris Sedina, um remédio para dor de ouvido, produzido até hoje pelos Laboratórios Osório de Moraes. Bastante veiculado no rádio durante os anos 1950, ficou na memória de muita gente. E, se depender de iniciativas como a deste volume do GRB, as Batistas aqui recordadas, Marília e Dircinha, vão ficar para sempre na memória de muitos!
* Texto de Samuel Machado Filho
Trio Camara – Le Trio Camara (1968)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Nesse mundo de colecionadores de vinil a gente sempre tem muitas surpresas. Como eu sempre digo, o grande barato disso tudo não está em ter raridades, mas está sempre a procura delas. Ou mais ainda, o momento do encontro, quando que por sorte ou por destino aquele determinado disco cai na sua mão. Na semana passada estive garimpando discos aqui pela cidade. Geralmente eu não faço isso aqui em Belô, dou preferência por outras praças, outras cidades onde sei que vou encontrar coisas diferente. Já conheço bem as lojas e os colecionadores de BH e por aqui os acervos não mudam muito. É preciso dar um tempo. O tempo para os encantos se desencantarem. Para os desapegos florescerem e definitivamente, para que coleções fiquem órfãs e sejam de imediato descartadas pelos familiares do falecido. É, o mundo dos discos e das raridades é assim… ao longo do tempo eles acabam passando de mão em mão, isso quando não se perdem nas mão de outros, os descuidados. Dá mesmo um puta prazer encontrar um disco raro e em boas condições. Melhor ainda quando a gente o encontra perdido entre as ofertas à preço de uma banana. Foi mais ou menos assim que aconteceu comigo há alguns dias atrás. Encontrei em um dos grandes sebos da cidade esta jóia que aqui eu volto a postar. Digo volto, porque há tempos atrás, logo no início do Toque Musical eu cheguei a postá-lo aqui, através de uma colaboração de um dos nossos visitantes. Agora, tendo o disco integralmente em meu prato, posso novamente postá-lo de maneira descente. Como vocês sabem, eu gosto de publicar os discos completos, incluindo capa, contracapa, selos e encartes quando tem. Foi providencial eu ter digitalizado e fotografado a capa logo no mesmo dia que comprei, pois ontem, na Feira de Vinil da Savassi, levei ele para um passeio e não deu outra… acabei vendendo. Mas só vendi porque a oferta foi tentadora. Paguei 15 reais e vendi por 250. Teria me arrependido não fosse o fato de que com esses mesmo 250 comprei um lote de uns cento e poucos discos, entre os quais haviam tantas outras preciosidades as quais eu ainda estou avaliando. Logo vocês terão notícias por aqui, pois certamente irei compartilhar minha alegria com todos.
Bom, falando um pouco sobre a ‘joinha’ do dia, este é um álbum essencialmente de jazz, o jazz com bossa, o jazz made in brazuca. Um disco originalmente produzido na França, em 1968 e editado pelo selo francês Saravah, apresentando o Trio Camara, formado pelos músicos brasileiros Fernando Martins (piano), Edson Lobo (contrabaixo) e Nelson Serra (bateria). Para muitos, este é considerado um dos melhores discos de música instrumental, na linha jazz-bossa. Excelentes músicos gravando em condições perfeitas e apresentando um repertório fino com músicas próprias e dos mestres Baden Powell, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Edu Lobo, Noel Rosa, Sérgio Mendes, João Donato e Durval Ferreira.
Como disse, este lp foi produzido por uma editora francesa, mas veio também a ser lançado no Brasil, no ano seguinte (1969) pelo obscuro selo Joda Discos, com as mesmas características do original, ou seja, em capa dupla. Um disco, sem dúvida, muito bom. Vale a pena ouvir de novo 😉
The Brasilia Nueve – How Insensitive (1967)
Bom dia, amigos cultos e ocultos! Fuçando em uma pilha de discos que tenho e que nunca dei muita bola, achei por acaso este álbum que aqui eu apresento a vocês. Eu também, por certo, estou conhecendo este lp agora. Trata-se de um disco estrangeiro, de jazz, liderado pelo pianista americano Bill Potts. Como podemos ver logo de cara, na capa e contracapa ele nos apresenta um título bem sugestivo: “How insensitive” e completando, o nome do conjunto é The Brasilia Nueve. Não é preciso dizer mais nada, já dá para entender que a onda aqui é a Bossa Nova. A bossa, influencia do jazz, ou o jazz influenciado pela bossa? A coisa se materializa quando ao virar a contracapa encontrarmos “Insensatez”, de Tom e Vinícius; “Agora posso entendê-lo”, de Nelson Lins de Barros; “Samba da benção”, de Baden e Vinícius (e que também foi tema do filme “Um homem e uma mulher”); “Meditação”, de Tom e Newton Mendonça e “Esquecendo você”, também de Tom Jobim.
O disco foi lançado originalmente nos ‘States’ em 1967, pelo selo Decca. No Brasil o álbum foi lançado no ano seguinte pela Chantecler. Não vou entrar em detalhes sobre o conjunto, pois para a minha felicidade já está tudo bem explicadinho na contracapa. Aproveitem a ocasião, pois como todos devem saber os prazos por aqui são limitados. Se não baixarem logo no GTM vão ficar a ver apenas esta postagem. Como já disse, links por aqui não tem retorno, ok?