…E por falar em polêmica, humor e grandes compositores, hoje eu resolvi trazer o “Menestrel do Brasil”, irreverente Juca Chaves. Ele pode até não ser grande em tamanho, mas como compositor ninguém pode duvidar, não é mesmo? 🙂 Suas composições sempre foram marcadas pela sátira, pela crítica social e política. Mas não podemos colocá-lo no mesmo patamar dos compositores de protesto e contestação como foram Chico Buarque, Sérgio Ricardo ou Vandré. Como eu já disse, humor não é para ser levado a sério. Jurandyr Chaves foi sempre um satirico, sua preocupação social se limitava às críticas. Não foi atoa que um dia a escritora Zelia Gattai o classificou como um anarquista, o que num certo sentido lhe confere um ‘status’ honroso, embora não tenha sido exatamente essa a intenção. Juca, na verdade e literalmente, sempre foi um pequeno burguês, amante (ou apreciador?) de lindas mulheres, colecionador de carros e um ‘bon vivant’. Seu momento maior e com algum sentido político-social se fez nos anos 60, quando ganhou muita popularidade com suas modinhas e também muitos processos, que na verdade só serviram mesmo para lhe dar mais destaque. Depois de 64, criticar a classe política e militar já não era mais moleza e o Juquinha ‘previdentemente’ foi logo mudando seu alvo para coisas mais amenas e agradáveis como o sexo e as piadinhas picantes.
Neste disco, lançado em 1968 pelo selo Imperial (que foi criando pela Odeon para vendas à domicílio) temos reunidas algumas de suas sátiras que só saíram para o público após muitas batalhas judiciais. São composições, portanto, da primeira metade dos anos 60. Porém, logo depois de ter sido lançado este álbum, veladamente a Odeon o retirou da venda ao público, a pedido da nova ordem militar.
Ivon Curi – Meus Melhores Momentos (1957)
Taí um artista que até pouco tempo atrás eu não nada muito valor. Isso devido a minha própria ignorância e preconceito. Confesso que nunca havia me interessado pela figura do Ivon Curi. Por incrível que possa parecer eu tinha uma certa antipatia com o nome Ivon, achava feio e inexpressivo. A gente às vezes tem isso. Para completar a minha implicância, tinha o fato dele usar peruca. Eu achava aquilo o fim da picada. Era para mim, um artista que a gente não leva a sério. Aliás, eu já havia comentando certa vez que (na minha visão) um artista que trabalha também com humor, muitas vezes acaba carregando mais a estigma de humorista do que de compositor. Vejam o exemplo do Juca Chaves, Arnaud Rodrigues, entre outros. São todos compositores maravilhosos, mas sempre me passaram essa sensação de incredibilidade musical. Mas isso tudo é uma grande bobagem minha. A gente às vezes tem esses preconceitos que são formulados pelo nosso próprio desconhecimento do artista e seu trabalho num todo. O Ivon Curi me surpreendeu em todos os sentidos. O cara tinha uma voz refinada e suas composições revelam um aguçado senso criativo. Era romântico sem ser piegas ou banal. O humor, é claro, existe, mas de maneira comedida, sem excessos. Algumas de suas composições tem um certo compasso ‘bossanovista’, não sei se vocês já repararam nisso. Além de cantor e compositor, Ivon foi também ator de cinema, tendo feito dezenas de filmes. Foi humorista, trabalhou na tv e também fez dublagens.
Neste disco, não tenho certeza, mas me parece que foi o único dedicado exclusivamente ás suas criações. Lançado em 1957 pela RCA Victor, o álbum apresenta além de temas românticos, xote, choro, samba e baião. Foi mais ou menos por essa época que ele começa a deixar um pouco de lado o romantismo dos primeiros tempos, se entregando a musica nordestina de teor humorístico. Também passa a atuar em shows, não apenas cantando, mas também contando piadas, brincando com o público. Um autentico ‘showman’. Devo admitir, o Ivon Curi era mesmo muito bom! (agora, aquela peruquinha…)
Toques Para Quem Se Toca
Depois de mais de cinco anos envolvido com blogs, publicando as mais diversas coisas e principalmente música, a gente vai aprendendo a lidar com as situações que surgem e com o público que nos visita. É natural que as pessoas reajam e comentem sobre um determinado assunto. É natural também que elas aprovem ou não o que foi publicado e em alguns casos, esse comentário pode ser uma critica. Tudo bem, faz parte da coisa. Mas vejo que alguns desafetos se tornam crônicos e obsessivos. Existem pessoas sem medida, que por algum motivo fazem questão de serem chatos e destruidores. Sinceramente, hoje em dia isso já não me afeta. Comentários tolos, insultuosos e maldosos eu ignoro. Em alguns casos eu os apago porque chegam mesmo a ultrapassar o senso crítico da maldade. Outros, como este último (que por sinal foi replicado em outras postagens) eu prefiro até deixar, mostrando à própria anônima criatura que sua pedra lançada em minha direção só serviu para a construção e o fortalecimento do meu castelo. Nessa minha analogia, tem gente que nunca vai aprender a entrar pelo portal. Teimam em atravessar o fosso e acabam sempre na boca do jacaré. Disso tudo apenas uma coisa me incomoda. Começamos a desvirtuar o sentido cultural dos Comentários. O assunto passar a não ser mais o da postagem. Isso não é legal. Contudo, continuo sempre incentivando a nossa comunicação. Facilito o acesso sem criar os entraves dos códigos de verificação para não desestimular os comentários. Não é por acaso que os links são colocados lá.Quanto à questão de álbuns que são postados aqui ou ali, isso para mim é irrelevante. Ou melhor, faz parte do nosso intercambio. Ninguém pode se sentir dono de nada nessa situação. Pouquíssimas vezes eu recorri a álbuns postados por outros blogs, quando o fiz foi citando o autor (em casos muito específicos). Por certo, que muito do que postei também foi postado em outros blogs, antes ou depois. Nem por isso quer dizer que sejam os mesmo arquivos. Exclusividade é uma palavra que aqui só faz sentido se houver algum diferencial. E essa diferença se faz apenas com dedicação, capricho e muita criatividade. Como já dizia a Rita Lee: “Mas que falta de imaginação. Eu não. Meu departamento é de criação.”
Cartola – Ao Vivo (1991)
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Pixinguinha & Sua Banda – 40 Anos De Sucesso (1979)
Bom dia! Deixa eu ir logo fazendo esta postagem, pois o meu tempo hoje é curtíssimo. Como diz aquele velho ditado: “a pressa é inimiga da perfeição”. Foi justamente isso que a conteceu quando pensei numa quinta-feira de chorinho. Catei o primeiro Pixinguinha que apareceu para postar aqui. Sem estar muito antento, o resultado não foi outro… sambas e marchinhas de carnaval. Como tivemos uma ‘overdose’ carnavalesca no mês passado, achei que esta poderia não ser uma boa escolha para o momento. Porém, ao ouvir direito o disco e se tratando do mestre Pixinguinha, acho que não errei tanto assim.
Este disco, lançado pela lendária Musidisc de Nilo Sergio nos anos 60 (e depois relançado pela Sigla em 79), comemora os 40 anos de sucesso do compositor e instrumentista ao lado de sua banda, tocando aqui sambas e marchas de carnaval extraídas de seus discos anteriores, principalmente os das décadas de 40 e 50.
Dia 23 de abril é a data de nascimento de Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha. Nesta data também é comemorada o Dia Nacional do Choro. Sendo assim, ainda neste mês teremos novamente o prazer da companhia do Mestre, desta vez no choro, ok? Por hora, vamos à folia 😉
Ciro Monteiro E Jorge Veiga – De Leve (1971)
Devido à minha total falta de tempo, fui obrigado a apelar para o ‘gavetão’ e sacar este disco bacana que me foi enviado há algum tempo atrás pelo Maurício (bicho-grilo). É o que melhor expressa este dia para mim. Sem comentários…
João Gilberto – Aos Vivos (2009)
Bom dia a todos! Hoje não chove lá fora, pelo menos por enquanto… e aqui dentro o sol já raiou 🙂 Ontem na introdução, ao comentar sobre meu desejo de postar um ‘bootleg’ do João Gilberto, esperava que alguns se manifestassem desejosos de ouvir o que tenho aqui para mostrar. Para meu espanto, ninguém se tocou. Ninguém fez referência ou teve a curiosidade de saber. Fiquei pensando em todas as possíveis razões, mas preferi acreditar no impacto do disco do Tito Madi. Talvez tenha sido este o motivo. Uma imagem reluzente tem mais poder do que as palavras. Todos se centram no Tito Madi, daí quem não conhecia, ‘entrou de sola’ e quem já conhecia, não quis ‘meia sola’. Me refiro ao fato de que esse disco já havia sido postado anteriormente em outros blogs. Quem já o havia baixado achou que era a mesma coisa, mas não é não!
Bom, deixemos isso prá lá… vem prá cá. Mesmo sem manifestação de interesse, sei que a grande maioria adora o João Gilberto (inclusive eu!). Por isso, não vou deixar que essa conversa passe ‘no batido’, mas sim na batida… no toque do Midas, o grande João Gilberto!
Desta vez temos uma coletânea, reunido momentos de apresentações ao vivo feitas pelo João em épocas e lugares distintos. Essas gravações, autênticos ‘bootlegs’, foram selecionadas e trabalhadas pelo meu amigo Christophe Rousseau e na parceria eu criei a capinha (gostaram?).
Temos 14 momentos do artista em apresentações que se iniciam em Recife, seguindo depois para outros lugares que não foi possível identificar e nem saber a data. Há também registros de encontro com o Astrud e o saxofonista americano Stan Getz, certamente feito nos ‘States’. Eu acredito que algumas coisas aqui nunca chegaram a ser gravadas oficialmente por Ele. As gravações estão em muito boa qualidade e tratadas pelo Chris ficaram ainda melhor.
Sem dúvida, ouvir João Gilberto ao vivo é outra coisa. Seu carisma se faz presente apenas ao ouví-lo e ao vivo fica inda mais evidente essa sensação. Minha intenção ao fazer esta postagem foi mais uma vez a de demonstrar o quanto Ele é importante para mim, para você e para todos os que estão vivos.
Tito Madi – Chove Lá Fora (1958)
Ney Matogrosso (1975)
Olá meus caríssimos amigos cultos, ocultos e verificadores de plantão. Bom domingo para todos! Hoje começamos a girar nosso leme, buscando novos mares e ventos fortes. Para não termos mudanças bruscas e radicais, resolvi trazer algo que atenda ao gosto comum dos mais jovens e dos mais velhos.
Flavio Y Spirito Santo (1981)
Joelho De Porco – São Paulo 1554-Hoje (1976)
E aí…? Você vai de xaxado? Eu vou de rock’n’roll! (pelo menos até domingo, se não embaçar…)
Bixo Da Seda (1976)
Xiii… Com essa semana dedicada ao rock e afins, acabei espantando a turma da velha guarda, dos bossanovistas e dos populares. Êta gente radical e conservadora! hehehe… (brincadeirinha)
Vocês me desculpem, mas de vez em quando eu tenho uma recaída, uma saudade da minha adolescência e do rock’n’roll. Alguns discos ficaram para sempre na minha lembrança, nos meus bons momentos de juventude. Ai, que saudade dos anos 70!
Este foi um dos marcaram a minha época. Me lembro até hoje o dia em que comprei o disco na loja Mesbla. Era o último da banca e no dia eu não tinha dinheiro para comprar. Me lembro de ter implorado à lojista para reservá-lo para mim por uns dois dias. Mas a moça não colaborou e eu fui obrigado a esconder o disco na ala dos lp’s de música clássica para evitar que outro interessado o achasse. Voltei dois dias depois, mas antes mesmo que eu chegasse à estante dos discos, fui abordado pela vendedora, juntamente com um segurança que mais parecia um guarda-roupas de tão grande. Ela me reconheceu e precipitadamente me acusou de ter roubado o disco. Não tive nem tempo para me defender. Fui levado a força para uma sala e acusado de roubo. Chamaram a polícia, mas me deram o direito de ligar para minha casa. Minha tia veio voando ver o que tinha acontecido. Nesse meio tempo eu tentava explicar o que havia ocorrido, mas só me deixaram falar na frente dos policiais. Nisso, minha tia chegou e eu consegui finalmente explicar o que houve. Resultado: minha tia ficou indignada com o tratamento que eles me deram. Levantou o barraco e no final nós saímos de lá com mil pedidos de desculpas e o disco de graça para compensar o constrangimento. Voltei lá alguns dia depois e não vi mais a vendedora. Acho que eles devem tê-la despachado para o setor de cobrança na Sibéria.
Embora este disco já não seja mais uma novidade na blogosfera musical, ainda não o vi apresentado por inteiro. Se tem uma coisa brochante ao baixar um arquivo de disco, é perceber a falta dos encartes, da capinha e seus detalhes. Acho o fim da picada. Aqui a coisa se repete, mas no capricho e integral.
O “Bixo da Seda” foi uma banda de rock formada no Rio de Janeiro no início dos anos 70 por remanecentes da “Liverpool Sounds”, grupo vindo do Rio Grande do Sul. Formada por Foguete (voz), Pecos Pássaro (guitarra), Mimi Lessa (guitarra), Renato Ladeira (teclados), Marcos Lessa (baixo) e Edson Espíndola (bateria) . Gravaram apenas este álbum de capa dupla e um compacto. Encerram as atividades depois que Nelson Motta os convocou para serem a banda de apoio das Frenéticas. Embora, com apenas um disco, o Bixo da Seda assegurou seu lugar na história do rock nacional. Confira aí…
Luiz Carlos Porto (1983)
Este disco eu havia passado ao amigo Edson, do Gravetos & Berlotas, para sua postagem, mas acho que ele ao ouvi-lo ficou um pouco decepcionado com o resultado. Considerando que O Peso foi uma p… banda de rock, há de se esperar que o disco solo de seu vocalista esteja, mais ou menos, no mesmo nível. Porém a coisa não foi bem assim… (eu avisei!) Tanto não foi que acabou passando batido.
Luiz Carlos começou sua trajetória no início dos anos 70, vindo do Ceará para participar do VII Festival Internacional da Canção, com a música “O pente”, que não chegou a ser classificada. Logo em seguida, ainda no Rio de Janeiro, formou juntamente com Gabriel O’Meara (guitarra), Constant Papineau (piano), Carlos Scart (baixo) e Carlos Graça (bateria), o lendário grupo O Peso. Gravaram em 1975 seu único lp, “Em busca do tempo perdido”, álbum hoje raro e caro. Devido a problemas de toda a natureza, comuns aos grupos de rock, a banda se dissolveu e Luiz sumiu do mapa. Voltou neste disco, lançado em 1983 pela PolyGram e produzido por Marcelo Sussekind, guitarrista do Herva Doce. Como disse, o vinil passou despercebido (ou ignorado). Foi relançado em ‘cópia indepentente’ e no formato digital alguns anos depois em dobradinha com o disco “Em busca do tempo perdido”, quando então Luiz Carlos e o Peso retornaram às atividades da banda. Chegaram a fazer alguns apresentações, mas não tiveram muito sucesso. A versão em cd era vendida em shows e através de amigos. Eu comprei o meu num show do Made In Brazil. Para os fans da banda e amantes do bom rock’n’roll este disco, realmente, deixa muito a desejar. Na verdade, os anos 80 mataram o rock, que só veio a ressuscitar na década seguinte.
O Terço – Criaturas Da Noite (1975)
Olá meus caríssimos. Dizem que roqueiro não acorda cedo. Eu como sou também blogueiro, não posso me dar ao luxo de ficar mais tempo na cama. Aliás, nessa altura do campeonato, eu estou mais naquela situação – novo demais para morrer, velho demais para o rock’n’roll. Isso me fez lembrar de um fato interessante… Certa vez eu encontrei um amigo, guitarrista de uma banda de rock, às 6:30 da manhã na rua. Eu ia para o trabalho e no encontro rápido perguntei a ele, que caminhava portando sua guitarra nas costas: “Já está indo para o ensaio?” Ele sonolento me respondeu: “Não, tô voltando!” (que ingenuidade a minha, não?)
Hoje eu trago para o Toque Musical uma das minhas bandas de rock brasileiro favorita, O Terço. Já tivemos a oportunidade de ouvi-los aqui em trabalhos anteriores, mas para mim, este é seu melhor disco, um clássico do rock progressivo nacional. Não vou ficar aqui entrando em detalhes sobre a banda, que todos já conhecem. O Terço, ao longo de sua existência teve várias formações, sempre com o guitarrista Sérgio Hinds, mas nenhuma superou a essa formada com Flávio Venturini, Sérgio Magrão e Luiz Moreno. Outro disco deles no mesmo nível é o “Casa Encantada”, mas isso a gente fala numa outra hora. Para hoje, vamos de “Criaturas da Noite” e acompanhando, segue também a versão do álbum em inglês. Deixo os complementos informativos para que vocês os façam no Comentários. Eu daqui, vou correndo para o trabalho, pois pedra que não rola cria limo. 😉 Divirtam-se!
Flavio Y Spirito Santo – Menestrel Eletrônico (1984)
Como eu havia anunciado, esta será uma semana com um espírito mais rock’n’roll. Quero postar alguns álbuns que até o momento ainda não haviam dado as caras por aqui. Como vocês sabem, o Toque Musical é um blog multifacetado. Por ele passam todos os estilos e épocas, não há restrições (apenas exceções). O cardápio é sempre variado 😉
Falando no espírito da coisa, começarei a semana trazendo Flavio Y Spirito Santo, uma banda carioca do desaparecido Flávio Rodrigues. Digo desaparecido, porque não há na rede nenhuma informação sobre este artista. Tive que me apoiar no Dicionário Cravo Albin, que também não esclarece muita coisa. Temos apenas o que já é notório, figura realmente inusitada surgida no cenário pop musical carioca, no início dos anos 80. Gravou apenas dois lp’s, sendo considerado o primeiro disco de ‘rock’ independente carioca. Flávio costumava andar pelos bares cariocas vendendo o seu disco de maneira bem original. Levava além dos discos, a gravação num ‘walkman’, onde o comprador tinha a oportunidade de ouvir e avaliar o seu produto. Considerando se tratar de vinil, sem dúvida essa foi uma ótima idéia.
“Menestrel Eletrônico” foi o segundo álbum, também independente, lançado em 1984. Nada muito diferente do primeiro, com nove faixas por onde desfilam roquinhos, baladas e blues. Pessoalmente, me agrada mais a base instrumental. Tocam com ele bons músicos como o guitarrista Marcus Vianna (não confundir com o do Sagrado Coração) que hoje é um dos mais requisitados produtores, músico de estúdio e técnico de gravação.
Ainda nesta semana, se tudo der certo e também ibope, postarei o primeiro disco do Flávio. Vamos ver… 😉
Pedras Raras Que Rolam Em Bloco

Hermes Aquino – Desencontro De Primavera (1977)
Olá a todos! Somente agora estou conseguindo fazer a postagem do dia. Tive que recorrer aos meus álbuns de gaveta, pois o tempo não me permitiu algo mais pensado e de acordo com a temática da semana. Iremos hoje com o gaúcho Hermes Aquino, no álbum “Desencontro de Primavera, disco que vendeu bem, puxado pelo sucesso, “Nuvem Passageira”. Até onde eu sei, ele só gravou dois discos. Recolheu as chuteiras e foi fazer jingles para as agências de propaganda do sul. Neste disco, além da famosa “Nuvem Passageira”, temos outros destaques como, “Desencontro de Primavera” e o sambinha do guitarrista de iê-iê-iê “2010”.
Taí um disquinho legal para a noite de sábado. Eu vou ficando por aqui, pois hoje o meu dia foi foda! Estou cansado e nessa altura do campeonato eu quero mais é voltar pra cama.
Boa noite! Amanhã a gente continua nossa parada musical 😉
Uma Noite No Beco (1971)
Este lp lançado pela Continental, nos dá a exata sensação de uma noite no Beco. Gravado ao vivo, com um repertório bem variado, privilegia a música pop da época. Apesar de ser um tema internacional, coloco em destaque a faixa “Isole Natale” de Brian Auger, que é maravilhosa. Me faz lembra o grande Moacir Santos. Confiram o toque… 😉
Paulo Freire – Sambas Em Estéreo (1973)
Finalmente chegou nossa vez. Enquanto a turma vai pro recreio eu aproveito para dar o toque musical do dia. Nesta semana vamos levando na descontração, com um cardápio variado.
Temos para hoje mais um disco bacaninha. Um álbum do tecladista Paulo Freire, nome pouco conhecido para a grande maioria, inclusive eu que só vim a conhecer seu trabalho através de um outro álbum postado no Loronix. Lamentavelmente, não há muito o que encontrar sobre na rede.
Para aqueles que apreciam o som do Walter Wanderley, possivelmente vão gostar de “Sambas em Estéreo”. Um trabalho com a mesma pegada do lendário tecladista. (sem fazer comparações, apenas semelhanças)
Este LP é um mostruário das qualidades do órgão eletrônico Yamaha-EX-42, uma autentica nave espacial sonora, na qual Paulo pilota com maestria. Na época, inicio dos anos 70, na compra de um teclado desses da Yamaha, vinha de brinde o disco.
“Sambas em Estéreo” é um disco instrumental muito gostoso de ouvir. Um autêntico ‘lounge pop samba’ O que é isso? Só mesmo ouvindo para entender. Vai fundo e não o desmereça, avaliando apenas pela capa. 😉
Dom & Ravel/ Marilia Maura/ Regininha – Compactos
Teo Azevedo – Grito Selvagem (1974)
Benito Di Paula (1971) REPOST
Esta semana vamos dar um tempo na turma da velha guarda. Sei que temos uma legião de fans e defensores dos artistas das décadas de … 40, 50 e 60. Mas nesta semana eu vou dar uma guinada e trazer algumas coisas diferentes, que merecem um pouco da nossa atenção.
Tenho para hoje, de abertura, um disco que poucos conhecem – o primeiro álbum de Benito Di Paula. Este é um artista que despensa apresentações, mas merece comentários. Benito é uma figura singular até no visual. Seu estilo, muito próprio, transformou-o em um dos grandes nomes do samba canção nos anos 70. Ao combinar o samba com piano em arranjos românticos e elaborados, ele criou um estilo que passaram a chamar de “samba jóia”. Tudo isso, obviamente, somado à sua figura meio cigana, meio sei lá o quê, de fraque, pulseiras e correntes. Mas voltando ao disco, este é um álbum muito interessante. Foi o primeiro álbum de Benito Di Paula e para seu infortúnio naquele momento, censurado por ter entre suas faixas uma música do subversivo compositor Chico Buarque. O disco foi recolhido. Somente voltou a aparecer 28 anos depois, no formato cd, lançado pela EMI Music na série “Dois Em Um” juntamente com seu álbum de maior sucesso, “Um Novo Samba”. Neste primeiro disco Benito ainda não se afastou do ‘crooner’ de boate que ele era nos anos 60. O repertório privilegia sucessos recentes da época de outros compositores como Ivan Lins, Taiguara, Roberto e Erasmo… Apenas quatro faixas são de sua autoria. os arranjos e regência são do maestro José Briamonte. Embora seja um disco basicamente de ‘covers’, não deixa de ser legal. Convido-os a ouvir.
Mario Reis – Ao Meu Rio (1965)
Francisco José – Outra Vez Cantando As Mais Lindas Canções (1962)
Hoje iremos com Francisco José. Para os que não o conhece, ele foi um cantor português que aportou por aqui nos anos 50. Atuava para a comunidade lusitana até o início dos anos 60, quando passa então a gravar também compositores brasileiros. Com sua boa aceitação de púbico e crítica, acaba por se estabelecer de vez no Brasil. Regressou definitivamente à Portugal no inicio dos anos 80, falencendo antes do final desta década.
Xixa E Seu Conjunto – Hoje É Dia De Festa (196…)
Bom dia! Boa sexta-feira para todos! Inicio esta postagem lembrando àqueles que estão em Belo Horizonte, que amanhã, sábado dia 14 irá acontecer na cidade a Sétima Feira do Vinil e do CD Independente, promovida pela Discoteca Pública. Eu havia anunciando a feira na semana passada, mas para reforçar o convite, faço o lembrete novamente.
Putz! Eu ainda não havia me tocado para o fato de hoje ser uma sexta-feira 13. Para os mais superticiosos é bom manter a atenção, dar três batidinhas na madeira, um ramo de arruda atrás da orelha e lembrar de sair de casa com o pé direito. Mas para garantir a proteção, acorde de bem com a vida, seja positivo, gentil e inicie o dia ouvindo ou cantando alguma música que lhes agradem. Essa é a melhor sugestão 😉
Bom, agora vamos ao que interessa… Para o dia de hoje eu reservei outra pérola rara, que com toda certeza poucos conhecem. Este foi o terceiro disco lançado pela pioneira e extinta gravadora mineira MGL. Eu mesmo me coloco entre os tantos que ignoravam a existência deste lp e de seu autor. Sempre escutei falar em Xixa como um eximio tocador de cavaquinho e bandolim, mas nunca havia me interessado em saber mais sobre este compositor e instrumentista. Somente agora, com este raro exemplar em minhas mãos, foi que me dei conta de sua qualidade e importância. Um artista pouco lembrado ou conhecido do grande público. Para apresentá-lo, eu tomo a liberdade de incluir partes de um texto do pesquisador, colecionador e profundo conhecedor de Choro, o professor João Tomás do Amaral. Ninguém melhor que ele para nos fazer a apresentação de Xixa e Seu Conjunto:
Uma análise sobre alguns dados referentes a este lp nos dão algumas informações interessantes e vão permitindo reconstruirmos a história do movimento do choro sem maiores distorções. Fatos como este, viabilizam diminuirmos as incoerências a respeito dos dados e melhora sistematicamente a precisam da verdadeira dimensão do movimento do choro. Desta forma, podemos comprovar que a MGL foi a primeira gravadora mineira, fruto do sonho de um grupo de jovens da capital – Belo Horizonte.
O lp “Hoje é dia de festa” é produto do registro sonoro de um dos mais importantes cavaquinistas da história da música popular brasileira, provavelmente também um dos ilustres desconhecidos da nossa cultura musical – o mestre Xixa. O grande público não é conhecedor do trabalho deste centrista e solista do cavaquinho. Porém, ao ouvirem gravações do Demonios da Garôa, Dominguinhos e Saraiva entre tantos outros, estarão em contato com trabalho do excelente Xixa. Certamente, um dos instrumentistas mais requisitados para gravação em sua época. O álbum é uma obra rara por todo o seu contexto. Pois, apresenta inclusive o lado compositor de Xixa… (Continue esta leitura no site de seu autor)
Elizete Cardoso – A Meiga Elizete N.4 (1963)
Elcio Alvarez E Sua Orquestra – Exaltação À Viola (1975)
Fafa Lemos – Seu Violino E Seu Ritmo (1959)
Despertando para um novo dia e antes que ele me chame para outras obrigações, vou rapidamente preparando nossa postagem.
Hoje eu tenho o prazer de trazer até vocês um instrumentista muito especial, um dos precursores da Bossa Nova e introdutor do violino na música popular brasileira – Rafael Lemos Junior – mais conhecido como Fafá Lemos. Sua trajetória na música começa cedo. Aos nove anos de idade já se apresentava ao lado da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Acompanhou Carmen Miranda, foi parceiro de Garoto, Luiz Bonfá, Chiquinho do Acordeon e nos seus últimos acordes tocou com a pianista Carolina Cardoso de Menezes. Com Garoto e Chiquinho do Acordeon, formava uma das versões o Trio Surdina. Morreu praticamente esquecido em 2004.
Neste disco, um lp de 12 polegadas, temos como maior destaque a, então novíssima e revolucionária, “Chega de Saudade” de Tom e Vinicius. Nesta versão já podemos ouvir os ecos da batida de João Gilberto. A bossa já estava na ordem do dia. Mas além do clássico, temos um repertório variado, recheado de sucessos nacionais e internacionais, como cabe a um artista como Fafá Lemos. “Seu violino e seu ritmo” é um álbum nota 10! Não deixem de conferir… 🙂
Guaraná & Sua Orquestra – Recordando… (1956)
Antes que eu acabe me enveredando para outros lados, vamos ao disco do dia. Alguém aqui sabe quem foi Guaraná? Ganha um refrigerante da Antártica quem me falar. Está valendo também para os universitários e catedráticos de plantão. Este vinil foi mais um que eu desenterrei e ainda não consegui descobrir muita coisa sobre o maestro Guaraná. Com sua orquestra ele acompanhou muitos artistas nos anos 40 e 50, foi só o que eu achei sobre o músico. Neste disco lançado pela Polydor em 1956, temos Guaraná e sua orquestra executando obras de Zequinha de Abreu, Eduardo Souto e Ernesto Nazareth. No texto da contracapa, de autoria de Bricio de Abreu, todo dedicado aos compositores, traz apenas uma pequena nota sobre o maestro e forma de sua execução. Outro detalhe curioso são os três retratos que ilustram o texto. Deveria ser Eduardo Souto, Ernesto Nazareth e Zequinha de Abreu. Por alguma razão acabaram incluindo o Guaraná e deixaram de fora o Ernesto Nazareth. Vai entender…






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