Eduardo Araújo & Silvinha – Rebu Geral (1981)

Olhando este disco pela capa, que é realmente um rebu geral, um bacanal… somos automaticamente atraídos para uma observação mais detalhada. Aliás, detalhes são os que não faltam. Chego a pensar que a maneira caricatural de todos os personagens que compõem a cena tem um endereço certo, uma crítica… Mas não consegui referências para compreendê-la. O fato é que este é mais um disco do casal Eduardo Araújo e a saudosa Silvinha. Trata-se de um álbum independente lançado por eles no início dos anos 80, gravado em Sampa, mas finalizado nos States. “Rebu Geral” é uma esponja que absorve tudo que rolava na época de forma implícita e explícita. Cada faixa nos faz lembrar alguma música que já ouvimos. Pessoalmente isso não me agrada, mas devo reconhecer que todo o trabalho instrumental, os arranjos e a gravação em si são primorosos. Confiram esse toque…
imagens
rebu geral
lança menina
irradia
rancho alegre
sapataria progresso
sob o ouro desse eterno sol
queima como fogo
paixão de um cowboy
porta aberta

Matéria Prima – Sessão de Rock (1974)

Matéria Prima foi o nome dado ao grupo que Gileno, da dupla Leno & Lílian, produziu e tocou neste lp lançado em 1974. Após um curto período na Philips, ele retorna a velha casa, a CBS, onde anteriormente havia saído depois que a gravadora cortou seu barato com o disco “Vida e Obra de Johnny McCartney”, que só veio realmente a ser lançado vinte cinco anos depois. Contratado como artista exclusivo e produtor, ele agora começava uma nova fase. E foi daí que nasceu “Sessão de Rock”, álbum com participações de Lilian, Renato e Seus Blue Caps e Fevers. O disco vem recheado de clássicos do pop/rock dos anos 50, 60 e lembranças da Jovem Guarda.
Se não me engano, este disco foi relançado em cd pelo próprio artista, juntamente com outros trabalhos anteriores. Confiram aqui, mas não deixem de incansavelmente procurar pelas lojas… vocês acabarão encontrando 😉
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rua augusta / parei na contra-mão
diana
marcianita
o amor que perdi
estupido cupido
só você
splish splash / bata baby
erva venenosa
ritmo da chuva
alguém é bobo de alguém
o diário
oh carol

Os Carbonos – As 12 Mais Da Juventude Vol. 4 (1969)

Um dos grupos mais postado aqui no Toque Musical e certamente um dos que mais dá ‘ibope’. Os Carbonos foram os precursores do ‘cover’ no Brasil. A especialidade do grupo era tocar sucessos nacionais e internacionais. Gravaram dezenas de discos, muitos instrumentais, como já vimos. Gravaram também com outros artistas da Jovem Guarda e até onde sei, continuavam atuantes acompanhado o cantor Gilliard em discos e shows.
Neste álbum, já tradicional do grupo, temos o volume 4 dAs 12 mais da juventude. Em minha modesta opinião um dos melhores, com um repertório selecionado que irá agradar. Confiram…
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hold me tight
two bit manchild
é meu, é meu, é meu
ela é minha menina
sou louco por você
eu sei que gosto de você
ob-la-di ob-la-dá
no dia em que parti
sealed witha kiss
ela é tão linda
o tempo vai apagar
veja

Ronnie Von (1967)

Escalado meio que de última hora, teremos para hoje o Ronnie Von, que com este vai para o terceiro já postado aqui. Um artista com um pé lá outro cá, acabou assumindo sua faceta mais pop e romântica. Aqui, neste álbum de 67, ele inaugura “A praça”, música de autoria Carlos Imperial e que se tornaria seu grande sucesso. Até hoje tem gente que pede: “Canta aquela da praça?” E ele tem mais é que cantar, pois todo mundo cantou.
Este disquinho é bem interessante e veio hoje meio que para anunciar novos ventos. Sopra…
a praça
escuta, meu amor
vamos protestar
canção de ninar meu bem
igual a peter pan
vamos cantar
se alguém chorou
a catedral
o carpinteiro
menina flor
minha história
o mundo que eu pensei

Martinha – É O Sucesso (1969)

Eu, embora não tivesse preparado, acabei caindo em mais uma semana temática. Nos últimos dias tenho andado prá lá de atarefado e se tenho feito as postagens diárias é bem por honra da firma. Como já estamos pra mais da metade, deixa rolar… Temos para hoje o “Queijinho de Minas”, a sumida Martinha, lembram dela? Recebeu este apelido carinhoso de Roberto Carlos nos tempos em que ela participava do seu programa, a Jovem Guarda. Cantora e compositora, Martinha ficou famosa a partir da composição “Eu daria a minha vida”, que em 1968 foi gravada pelo rei em seu lp San Remo. Embora eu não conheça direito a sua discografia, dizem que gravou mais de vinte discos. O álbum que temos aqui, me parece, trata-se de uma coletânea. Não tive tempo para checar isso, mas seja como for, temos neste disco as seguintes canções, todas, praticamente de sua autoria.

eu daria minha vida
pior pra você, bem pior pra mim
seja o que deus quiser
não gosto mais de você
pra que amar você
gosto de você
eu te amo mesmo assim
por quem estou apaixonada
você não voltou
se você não explicar
meu vestidinho
não sei se você sabe

Jerry Adriani – Um Grande Amor (1965)

Olá a todos! Pelo andar da carruagem, acho que teremos uma semana nessa linha, romântica e popular. Como dizem, “o sol nasceu para todos” e o Toque Musical a muito já deixou de agradar somente ao seu criador. Aqui todo mundo tem vez, mas por favor…
Chegando ao liminte… quero dizer, chegando agora, vamos com o Jerry Adriani que para minha sorte, dispensa comentários. Neste disco tem a participação de Renato E Seus Blue Caps e orquestração do maestro Alexandre Gnattali .
Desculpem, mas eu estou numa correria doida. Tchau!
querida
deixe-me leva-la pra casa
não tenho ninguém
triste amor
já nada existe
ho bisogno di vederti
não quero mais amar
só ficou o adeus
porque
um grande amor
marianne
se piangi, se ridi

The Pop’s (1990)

Olá meus caríssimos visitantes! Ainda continuo agarrado… sem muito tempo para qualquer coisa além do básico. Por isso, aqui vai mais um álbum de gaveta, o qual eu não tive nem tempo para checar se estava certinho. Mas acho que está todo legal.
Temos pela segunda vez no Toque Musical o grupo The Pop’s. Um conjunto essencialmente instrumental que fez muito sucesso nos anos 60. Eles acompanharam artistas como Wanderléa, Erasmo Carlos, Nelson Gonçalves, Altemar Dutra, entre outros… Ao longo de sua existência, passaram por algumas mudanças em sua formação, o que se pode observar na sonoridade de seus discos. Este álbum, relançado em 1990, é provalvemente de 1969 depois da saída de J. Cezar e Parada que, respectivamente vieram a formar Os Populares e o Parada 5.
branca
falando ao coração
esfinge
ave maria
despertar da montanha
evocação n.1 / frevo das vassourinhas n.1
sonhos de amor
o forasteiro
poinciana
sons de carrilhões
samba canção
as sete maravilhas n.4

Abertura – Festival Da Nova Música Brasileira (1975)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Esta postagem está sendo novamente publicada, apesar das tentativas perpretadas por alguns invejosos, que de alguma forma conseguiram retirar esta e outras do nosso rol de raridades no Toque Musical. Tem gente que fica muito incomodada com o fato de alguns títulos serem postados aqui primeiro. Como dizem, ‘a inveja é uma merda!’.

Como eu estou com um pouco de preguiça, vou apenas fazer como a grande maioria… Segue a baixo um texto sobre o Festival Abertura, extraído exatamente das páginas do site da Rede Globo.
Lançado no final de 1974, com direção de Arnaldo Artilheiro e Carlos de Oliveira e produção de Renato Correa e Castro, o festival Abertura foi criado para estimular compositores e cantores que não tivessem conquistado até o terceiro lugar em qualquer outro festival televisionado. As músicas eram selecionadas por uma comissão indicada pela direção da Divisão de Shows da Rede Globo e submetidas à aprovação da direção da Central Globo de Produção (CGP).
O festival teve cinco apresentações, sendo quatro eliminatórias e a finalíssima, realizadas entre janeiro e fevereiro de 1975, no Teatro Municipal em São Paulo, na presença de um público significativo. Quarenta músicas participaram das eliminatórias. O júri era formado por Marcos Valle, Diogo Pacheco, Damiano Cosella, João Evangelista Leão, Maurício Kubrusly, José Márcio Penido e Sérgio Cabral, todos escolhidos pela direção da Central Globo de Produção e presididos por Aloísio de Oliveira, que não teve direito a voto. As músicas classificadas foram divulgadas antes mesmo da realização do programa, e as gravadoras puderam veicular as canções nos meios de comunicação. Nas quatro eliminatórias e na finalíssima foram apresentados shows de artistas consagrados da MPB, como Ivan Lins, Gal Costa, Martinho da Vila e Erasmo Carlos, que levaram ao palco suas mais recentes canções. Com a presença do então prefeito de São Paulo, Miguel Colassuono, em 5 de fevereiro foram entregues no Teatro da Globo (SP) os prêmios em dinheiro aos três primeiros colocados. Carlos Vergueiro, autor de Como um ladrão, conquistou o primeiro lugar; Fato consumado, de Djavan, ficou em segundo lugar; e Muito tudo, de Walter Franco, em terceiro. Os outros premiados foram Hermeto Pascoal, pelo melhor arranjo, com Porco na festa; Clementina de Jesus, como a melhor intérprete com A morte de Chico Preto; e Alceu Valença, pelo incentivo à pesquisa, com Vou danado pra Catende. Radamés Gnatalli e Mário Lago ganharam os prêmios de colaboração prestada à MPB.
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tamanco malandrinho – tom e dito
cmo um ladrão – carlinhos vergueiro
antes que eu volte a ser nada – leci brandão
vaila – ednardo
ben-ti-vi – jorge mautner
ébano – luiz melodia
ficaram nus – burnier e cartier
fato consumado – djavan
muito tudo – walter franco
o tempo – reginaldo bessa
princípio do prazer – jards macalé

Leno e Lilian – Não Acredito (1967)

Voltando gradativamente…, e também pela minha total falta de tempo para preparar um tema semanal, estou aproveitando os meus já famosos ‘álbuns de gaveta’ 🙂 para salvar o dia. Como a Jovem Guarda foi também celeiro para a música brega, escolhi para hoje uma dupla que tem um pé no brega e outro no rock, Leno & Lilian. “Não acredito” é um clássico da Jovem Guarda que todo mundo já conhece ou pelo menos já ouviu falar. Um bom disco, cheio de versões, mas que agrada em cheio. Desculpem, mas hoje o bicho tá pegado…

Não acredito
Um novo amor surgirá
Ouçam todos
Parem tudo
Resta esperar
Não vai passar
Sua lembrança
Não vou mais pensar em você
O mentiroso
Nem mesmo em sonho
A mania que eu tenho
Coisinha estúpida
A Pobreza
Aquela canção

Raimundo Soldado E Conjunto Grupo De Ouro – Abraçando Você (1980)

Taí, como havia dito, para completar o domingo, mais uma pérola do autêntico e ingênuo brega. Este disco eu acho muito interessante, a começar pela capa que nada lembra o estilo, muito pelo contrário, é simples e direta. Um amigo europeu ao ver o álbum, chegou a acreditar que se tratasse de um jazzista nacional. Realmente a capa tem algo de conceitual, comum à discos de jazz. Mas acho melhor parar por aqui, antes que a turma caia de pau.
Raimundo Teles Carvalho, mais conhecido como Raimundo Soldado foi um artista popular maranhece. Sua música romântica e sessentista mesclava um estilo Jovem Guarda com forrós e carimbós. Nos anos 80 começou a se destacar, principalmente com o lançamento deste disco “Abraçando você”. Gravou uns seis ou sete discos e sua popularidade se concentrava no norte e nordeste do país.
Este é mais um disco que eu recomendo para sua festa. Mas deixe para tocá-lo depois que todos os convidados já estiverem mais relaxados. No fundo todo mundo tem um pouco de Falcão, isso “não tem jeito que dê jeito”. E como já dizia o Caetano: “… a crítica que não toque na poesia…”

fiquei tão triste
você gosta de mim
não tem jeito que dê jeito
meu torrão
amor forçado
não sou de brincadeira
menina linda
eu não tenho ninguém
abraçando você
os dias da semana
vamos economizar
sanfona branca

Beleza Pura – O Fino Do Brega (2005)

Depois de ter postado o Evaldo Braga, achei que seria muito interessante trazer esta coletânea que (modéstia à parte) ficou realmente fina. Eu havia criado esta seleção em 2005, com direito a capinha e tudo mais, para presentear os meus amigos. Chegou até a ser divulgada em um extinto blog musical, o Acesso Raro, um dos pioneiros nessa nova onda musical. O disquinho fez o maior sucesso e muita gente ainda procura por ele. Não há nada melhor para se tocar num fim de festa, todo mundo já ‘mamado’, começa então a distração. É nessa hora que o ‘cabra metido a besta’, que diz que só ouve jazz e bossa nova, ‘solta a franga’. Tem também a moçada mais nova, que mesmo ligada no rock e tantas novidades, não dispensa a baranguice. Essas músicas são ótimas!
Sério mesmo, tem que ouvir… merece nossa atenção. Mas há de se entender que existe também uma diferença entre música brega e estilo brega. Este último já é uma coisa forçada, um sub-produto do brega. Aí é foda! O brega é barango por natureza, tá na essência do artista e não na formatação do empresário ou gravadora. Escutem esta seleção e comentem depois. Se meu tempo permitir, ainda hoje postarei outro que eu acho o máximo. Taí, o toque tá dado!

no hospital – amado batista
cadeira de rodas – fernando mendes
sorria, sorria – evaldo braga
pare de tomar a pírula – odair josé
eu vou tirar você deste lugar – odair josé
eu não sou cachorro não – waldick soriano
sandra rosa madalena – sidney magal
o meu sague ferve por você – sidney magal
se te agarro com outro – sidney magal
não se vá – jane e erondi
espere um pouco, um pouquinho só – nilton cesar
telefone celular – raimundo soldado
eu vou rifar meu coração – lindomar castilho
coração vagabundo – lindomar castilho
nós somos dois sem vergonhas – lindomar castilho
você é doida demais – lindomar castilho
coração de luto (churaquinho de mãe) – teixerinha
eu sou rebelde – lilian
aquela nuvem – gilliard

Evaldo Braga – O Melhor Do Ídolo Negro (1991)

Ao longo da existência deste blog, tenho procurado postar discos que, de uma forma ou de outra, são importantes para todos nós, apreciadores e discófilos em geral. Embora o Toque Musical seja um espaço pessoal, ele foi aos poucos ganhando a simpatia do público e eu em contrapartida decidi que o blog teria mais que apenas o que gosto de ouvir. Como já disse outras vezes aqui, gosto de tudo que é bom, que tem qualidade, que tem conteúdo, que tem história… gosto de música e de muita coisa que está registrada em fonogramas. Por certo, muitos hão de pensar que ouvir música brega é sintoma de mal gosto. A esses eu diria que lhe faltam ampliar seus horizontes, deixarem de lado o radicalismo e tentarem compreender esse lado pitoresco da música. Observem que estou falando de música brega e não de música lixo. Embora do lixo também possamos sempre retirar alguma coisa, até mesmo um sarro com a cara daquele mané que se rebola ao som do axé, do funk-lingua-suja, do rap (rap?) ou vestido de cowboy cantando aquela maravilha sertanja (sertaneja?). Pois é, meus amigos, gosto não se discute, lamenta-se… Mas seja como for, tudo isso faz parte do universo musical em que vivemos. Precisamos conhecer e ouvir para poder julgar.

Atendendo à pedidos, estou hoje postando um ícone da música chamada brega, o saudoso Evaldo Braga. Acho que a diferença básica do brega para o ruim está na originalidade e na autenticidade de artistas que não têm vergonha do que fazem. O brega é romântico e ingênuo. O ruim é pretensioso e copioso. Mas todos os dois pertecem ao gosto mais popular. Interessante é que muita coisa que hoje achamos ruim, no futuro, se permanecerem na memória do povo, serão considerados bregas. Isso é uma prova de que o brega está acima de qualquer suspeita. Isso precisa ser bem entendido.
Voltando ao Evaldo Braga, temos aqui este álbum lançado pela Polydor em 1991. Uma coletânea com seus maiores sucessos. Um disco que sintetiza o trabalho deste artista que um dia foi considerado o supra-sumo da banalidade.

sorria, sorria…
não vou chorar
fizeram tudo para me derrotar
a cruz que carrego
esconda o pranto num sorriso
nunca mais, nunca mais
eu desta vez vou te esquecer
meu deus
mentira
só quero
você não presta pra mim
noite cheia de estrelas
vem cá

Noel Rosa e Vassourinha – A Bossa Dos Bambas (1969)

Olá meus caríssimos amigos cultos, ocultos e apreciadores de bolachas em geral. Aqui estou eu para lhes apresentar mais um resgate importante. Um disco da Continental com o selo Disco Lar, exclusivo para vendas diretas a domicílio, sem intermediários, assim como a Odeon que tinha o seu selo Imperial para vendas através do correio. Normalmente esses discos eram coletâneas ou relançamentos de álbuns que fizeram sucesso. Dessa forma, lps com este, são de tiragem limitada, o que dão a eles um status ainda de mais raros.
“A bossa dos bambas” é, sem dúvida, um exemplo típico de raridade. Aqui encontramos dois grandes nomes da música popular brasileira, Noel Rosa e Mário Ramos, (Vassourinha) numa dobradinha que bem merecia ser um álbum duplo de tão bom que é. Temos de um lado Noel e do outro o Vassourinha. Embora o Noel não tivesse lá ‘aquela voz’ é bom ouvi-lo cantando suas próprias composições (e de outros também). Ao ouví-lo, nos sentimos mais próximos do mito e de todo o clima de uma época. Vassourinha também não fica para trás, embora esteja presente em apenas três faixas. Confira já este toque!

gago apaixonado – canta noel rosa
mulher indigesta – canta noel rosa
positivismo – canta noel rosa
felicidade – canta noel rosa
coisas nossas – canta noel rosa
devo esquecer – cantam noel rosa e léo vilar
seu libório – canta vassourinha
juracy – canta vassourinha
emilia – canta vassourinha
mentira de mulher – cantam noel rosa e arthur costa
vejo amanhecer – cantam noel rosa e ismael silva

Pedrinho Rodrigues – O Sambista (1968)

E lá vamos nós… enquanto os cães ladram a caravana passa. Não é atoa que eu gosto de biscoito Maria, Maizena e também sou fã das bolachas Mabel. Esse negócio de biscoito fino é mesmo só pra gente ver e inglês comprar para o chá das cinco. Me traz uma média de café num copo lagoinha que eu vou molhar o biscoito. Vocês sabem, “meu fraco é café forte”.
E café forte está aqui neste disco de Pedrinho Rodrigues, “O sambista”, lançado em 1968. Um álbum bacana, com um repertório recheado de sambas bem conhecidos, como se pode ver logo a baixo, e interpretados com um certo estilo, que me faz lembrar o Wilson Simonal (apenas impressões). Confiram já este toque musical, vale a pena!

fecha a janela
segura esse samba
cheguei (avise a maria)
samba de roda de samba
lapinha
samba do alicate
coisa feita
dia de alegria
tive sim
pecadora
hora e vez da solidão
seu deputado

Peruzzi & Orquestra RGE – Violinos No Samba (1961)

Olá a todos! Ainda em trânsito, mas sem nunca perder o rumo, aqui estou para a postagem do dia. Me lembrei deste disco, que também estava à mão e resolvi postá-lo. Com certeza, todos vocês irão gostar. Trata-se de um trabalho muito interessante…
Aqui temos o maestro Edmundo Peruzzi com a Orquestra da RGE num disco, no mínimo curioso. Eu pessoalmente acho o máximo! “Violinos no samba” é a fusão da música clássica com o samba. Em ritmo deste que é o mais legítimo representante da música brasileira, desfilam obras de Chopin, Beethoven, Bach, Tschaikowsky e mais… O resultado é surpreendente. Chamo a atenção para a faixa “Dança árabe” do balé “O quebra nozes” de Tschaikowisky que aqui se apresenta como a mais perfeita Bossa Nova. Muito bom, confiram esse toque…
valsa do adeus – opus 69, n.1 (f. chopin)
soanata ao luar – opus 27, n.2 (l.v. beethoven)
pizzicati – do balé “sylvia” (leo délibes)
tristesse – estudo, opus 10, n.3 (f. chopin)
para elisa (l. v. beethoven)
dança árabe – balé “quebra nozes”, opus 71 (p. l. tchaikowisk)
dança das horas – “la gioconda” (a. ponchielli)
valsa das flores – balé “quebra nozes”, opus 71 (p. l. tchaikowisk)
jesus, a alegria dos desejos humanos – coral da cantata n.147 (j. s. bach)
noturno – opus 9, n.2 (f. chopin)
romance – opus 5 (p. l. tchaikowisk)
elegia (j. massenet)

Elis Regina & Miele – No Teatro Da Praia Com Bôscoli E O Elis 5 (1970)

Devido a uma pequena viagem, estou fazendo a postagem em transito. Tive que recorrer ao gavetão e puxar de lá o que daria menos trabalho. Assim, vamos hoje com um disco já bastante divulgado, mas que em nada perde o seu encanto. Este disco é o registro de um show gravado no Teatro da Praia em 1970, produzido por Miele e Ronaldo Bôscoli. Temos a “pequena notável” acompanhada pelo então “Elis 5”, conjunto formado por Roberto Menescal, Jurandir, Zé Roberto, Wilson das Neves e Hermes. Pessoalmente, acho este disco um barato e com certeza seria ainda melhor se fosse um álbum duplo e não tivesse as intervenções do Miele. Com um time desses, merecia, né não?
Olha só… como este disco é um show e não há separações por faixas, preferi mantê-lo como está, mas em 320 kbps. Porém, para os desavisados, inclui as faixas separadas, mas em qualidade inferior.

Pout-Pourri:
Casa Forte (Edu Lobo)
Reza (Edu Lobo / Ruy Guerra)
Noite dos Mascarados (Chico Buarque)
Samba da Bênção (Baden Powell / Vinicius de Moraes)
Makin’ Whoopee (W. Donaldson / G. Kahn)
Zazueira (Jorge Ben “Jorge Benjor”)
Minha (Francis Hime / Ruy Guerra)
Irene (Caetano Veloso)
Musical de Gala:
Eu e a Brisa (Johnny Alf)
Preciso Aprender a Ser Só (Marcos Valle / Paulo Sergio Valle)
Carolina (Chico Buarque) — Nunca Mais (Dorival Caymmi)
Franqueza (Denis Brean / Osvaldo Guilherme)
Se Todos Fossem Iguais a Você (Tom Jobim / Vinicius de Moraes)
Aquele Abraço (Gilberto Gil)
Can’t Take My Eyes Of You (B. Crewe / B. Gaudio)
Se Você Pensa (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)

Quarteto Em Cy – Em Cy Maior (1968)

Olá amigos cultos e ocultos! Aqui vamos nós para mais uma jornada musical, resgatando o tempo perdido, os esquecidos, os desconhecidos e também os conhecidos. Hoje, rapidinho…
Fazendo sua estréia em nosso blog, temos o mais famoso grupo vocal feminino brasileiro dos últimos 40 anos, o Quarteto em Cy. “Em Cy Maior” é um dos discos das moças que eu mais aprecio. Aliás, todo o trabalho feito nos anos 60 são ótimos! Mas gosto em especial deste álbum pelo repertório recheado de coisas bacanas. Olha só…
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frevo do orfeu
lua cheia
juliana
onde está você
minha palhoça
samba do carpinteiro
samba do crioulo doido
aioká
rancho de ano novo
minha rua
a volta do chorinho

Pierre Kolmann E Seu Conjunto – Para Dançar (1957)

Olá! Hoje resolvi mudar radicalmente o ritmo em que estávamos (prometo que ainda volto nele) em função de um comentário que reativa por aqui o enigmático Pierre Kolmann. Alimentando assim a polêmica, aqui vai mais um de seus discos, o de estréia “Para dançar”, que foi o álbum que gerou toda a confusão. Transcrevo abaixo o último comentário, que mesmo apesar de anônimo, me pareceu o mais esclarecedor e complementar. Se alguém tiver algo a acrescentar ou corrigir, faça-me o favor…

Os muitos nomes de Rubens Leal Brito.
Alguns artistas mudam seu nome durante a carreira (casos de Jorge Benjor e Sandra de Sá). Outros usam um ao cantar e outro ao compor (como Jamelão, que assina as composições com seu nome de batismo, José Bispo). Mas o pianista gaúcho Rubens Leal Brito é um sério candidato a recordista de nomes artísticos simultâneos. Assinava com seu próprio nome suas composições, feitas entre 1938 e 1951, sozinho ou em parceria com Jorge Faraj.
Como Britinho, além de gravar seus próprios discos com solo de piano – na Continental em 1956 e em LPs da Sinter em 1956 e 1957 -, acompanhava cantores, como na estréia em disco de João Gilberto (Copacabana, 1952). Também foi com este nome que gravou uma série de discos com outro pianista, Fats Elpídio (RCA, 1952-53). Assinou desta maneira algumas músicas, feitas entre 1952 e 1963 com os parceiros Fats Elpídio, Mesquita e Fernando César. Já era chamado Britinho em 1943, quando tocou na Rádio Farroupilha (Porto Alegre). Após alguns recitais, foi contratado para integrar a Orquestra Panfar, da emissora. Dirigiu por um período o Jazz da PRH-2, enquanto seguia atuando como pianista.
Algumas das músicas gravadas pelo pianista Britinho em discos Todamérica de 1951 eram de autoria de… João Leal Brito. Este também era o parceiro de Fernando César em “Noite Chuvosa” (1960). Seria um irmão de Rubens? Talvez, embora em 1953, o crédito do choro “Vê se te Agrada”, gravado por Gentil Guedes e sua Orquestra na Sinter, era para João Leal Brito “Britinho”. Assinando Leal Brito, gravou LPs na Musidisc (1955) e na Sinter (1956-57). Também teve músicas gravadas em 1955.
Teria havido outros nomes? É possível. Em abril de 1957, o radialista Almirante era convocado pela Justiça carioca para dar seu parecer como perito a respeito da ação da gravadora Rádio, que mantinha o pianista Waldir Calmon sob contrato e acusava a Musidisc de procurar iludir o consumidor, ao lançar o LP Para Dançar, gravado por Leal Brito com o pseudônimo de Pierre Kolman. Outra alegação se referia ao título do disco – Calmon tinha uma série de LPs com o nome de Feito para Dançar. Almirante concordou com a acusação. Talvez outro disco de “Kolman” tenha saído, pois o site do Dicionário Cravo Albim registra este pseudônimo, ao lado de outro – Franca Vila. Curiosamente, ali o nome de batismo de Britinho acabou sendo mencionado como “João Adelino Leal Brito”…

maracangalha
summertime in venice
que será será
conceição
inamorata
anema e core
night and day
canadian sunset
dolores
domani
none but a lonely heart
pensando em ti

PS.: Passados quase três anos, eis que aparece o autor verdadeiro do texto (definitivo) sobre a polêmica Leal Brito no Comentários. O cometarista, na época, apenas havia copiado o texto, de maneira anônima. Seu autor é o jornalista Fábio Gomes. Este texto foi publicado originalmente em seu site, Mistura e Manda.

Babi De Oliveira – E Suas Canções N.2 (S/D)

Eu as vezes chego a acreditar que alguém anda lendo meus pensamentos, prevendo o futuro ou acessando o QG do Toque Musical. Digo isso porque não é a primeira vez que me pedem para postar um determinado disco que é justamente o que eu estava pensando ou preparando para postar. Este aqui é mais um exemplo…
Escolhi para o dia de hoje um disco bem raro, que com certeza, nem os estudiosos da história da música brasileira devem ter. Aliás, trata-se de uma importante compositora brasileira que pouco ou quase nada se vê publicado, inclusive aqui pela rede. Estou falando de Babi de Oliveira (Idalba Leite de Oliveira). Achar informações sobre ela é coisa também rara e não deveria, considerando sua importância e contribuição para a música brasileira. Artista versátil, reconhecida internacionalmente, ela passeia bem pelos diversos ritmos brasileiros como o samba, o choro e cria também o estilo erudito, a canção romântica e de câmara. No álbum “Inezita apresenta”, postado aqui em agosto, temos também composições de Babi.
Neste lp, sem data, lançado pelo selo Academia Santa Cecília de Discos Ltda, temos como intérpretes Lauricy Ávila Prochet e Victor Prochet. Ao piano, embora não conste no encarte, acredito que seja a própria Babi de Oliveira.

sonho
sacode o côco
poema para minha mãe
canção do amor distante
indiferentemente
nheenga cê ruda
poema para tuas mãos
pingo dágua
dezembro
maria macambira
minha baiana
os meus olhos, os teus olhos
meu benzinho
toada do sim e do não
polquinha
cantiga da solidão
canção de nani
seresta da ilusão

Inezita Barroso – Canto Da Saudade (1959)

Outra grande artista que não poderia ficar fora da história da música popular brasileira regional, seja ela caipira, folclórica, sertaneja… é a grande Inezita Barroso. Aqui estou eu como mais um disco dela. Lindo, em todos os sentidos, a começar pela capa. Me faz lembrar os discos da Blue Note com suas capas maravilhosas. Mas longe do jazz, a música de Enezita é o Brasil no seu mais autentico cantar. “Canto da Saudade” foi um álbum lançado em 1959 pela Copacabana e traz a cantora muito bem acompanhada pelo grupo vocal Os Titulares do Ritmo, o mesmo que acompanha a Ely Camargo em seu “Folclore do Brasil”. Os arranjos de orquestra e côro são de Hervé Cordovil para um repertório fino. Tem até uma música que eu gosto muito, “Fiz a cama na varanda”, da Dilú Mello, artista já apresentada aqui. Segue como de costume as faixas deste excelente lp.

canto da saudade
cantiga (vela branca)
fiz a cama na varanda
na serra da mantiqueira
modinha
na baixa do sapateiro
luar do sertão
de papo pro á
sodade ruim
meu limão, meu limoeiro
sussuarana

Pena Branca & Xavantinho – Velha Morada (1980)

Uma das duplas sertanejas que seguiram bem os passos de Tonico e Tinoco foram os irmãos Pena Branca e Xavantinho. Começaram em dupla ainda crianças nos anos 50, mas só vieram a gravar nos anos 70. Na década seguinte viraram sucesso. Abriram os anos 80 com este disco “Velha morada” que traz “Cio da terra” e “Calix bento”, músicas que os consagraram. Há também “Que Terreiro É Esse?”, música que eles defenderam e chegou a ser classificada no Festival MPB Shell ao lado de 16 violeiros da Orquestra de Guarulhos e percussionistas.

velha morada
frango assado
a mãe do ricaço
saudades
calix bento
valente caminhoneiro
brasil rural
pra que chorar
que terreiro é esse?
o cio da terra
terno da estrela guia
visite o sertão

Ely Camargo – Folclore Do Brasil (1975)

Mais uma vez, marcando presença em nosso blog, temos aqui a Ely Camargo. Eu já havia anteriormente postado dela o álbum “Canto da minha gente” de 1974. Como eu iniciei a semana postando discos dos artistas de raiz, acabei esticando um pouco mais o tema. Se tudo der certo e for do agrado de todos, continuarei nessa até o fim de semana.
“Folclore do Brasil” segue um pouco a linha do álbum anterior, porém não é exatamente um disco folclórico documental. Trata-se de um trabalho que busca registrar temas e ritmos folclóricos, pautados na literatura do foclorista Rossini Tavares de Melo. Um disco verdadeiramente maravilhoso, com participações especiais dos Titulares do Ritmo e do grande mas pouco lembrado percussionista, Ernesto de Lucca. Ely Camargo procurou reunir uma série de melodias e fórmulas ritmicas que pudessem compor uma imagem do folclore musical do Brasil. Como o nosso país em seu imenso territorio possui diversas raízes e agrega outras tantas culturas, podemos ter certeza de que neste discos encontraremos algo muito especial.
Confiram este álbum pois o que temos aqui é uma jóia muito rara (em todos os sentidos).

mãe maria
(lundu)
fita, renda e botão
olha a laranja pêra
quem quiser comprar suspiro
(pregões)
acordai, donzela
(modinha)
vai, torna vortá
(recortado)
moreinha, se eu te pedisse
(modinha)
batuque
(quatro temas)
levantei de madrugada
(moda de viola)
eu quero uma ziricartola
(chula)
vamos todos companheiros
(canto de bebida)
chique, chique
(chimarrete)
eu conheço muita gente
(toada)
cantigas de congadas
(sete temas)
tava na beira da praia
(modinha)
eu vou mergulhar
(embolada)
toadas do cururu
bate, bate, o ferreiro / pega a enxada
(cantos de trabalho)
romance de dom jorge e dona juliana
folias de reis
escrevi o teu nome na areia
(modinha)
calunga
o maripá
pisei na linha do congo
(pontos de sessão de terreiro)

Tonico E Tinoco – Recordação Sertaneja (1968)

Olá! Como a semana começou com a Vanja Orico, acabei topando com as raízes sertanejas e me veio uma vontade danada de postar uns caboclinhos de ‘pé-vermeio’, umas toadas e umas moda de viola… Daí lembrei de uma das mais conhecidas duplas sertanejas, Tonico e Tinoco e deste disquinho que dá gosto até pela capa. “Recordações Sertanejas” foi um lp re-lançado em 1968 pela Continental em seu selo Caboclo, destinado à música caipira. O álbum originalmente é do final dos anos 50, um autêntico representante da música rural. Modelo que deveria ser seguido por essas ‘marmotas country’ de hoje em dia que se dizem sertanejos.

exemplo da fé
camisa preta
lar feliz
aí meu bem
morte da caboclinha
filho de carpinteiro
mãe, sempre mãe
canoeiro
adeus bela
você sabe onde moro
sertão do laranjinha
tempo de amor
a marca da ferradura
besta ruana

Vanja Orico (1981)

Olá a todos! Começamos mais uma semana musical, trazendo de volta aqueles discos que fizeram parte da nossa história. Teremos uma semana bem variada, para agradar à gregos e troianos.
Abrindo com Vanja Orico, atriz e cantora, em um de seus raros álbuns. Digo raro em todos os sentidos, pois além de difíceis de encontrar, foram poucos gravados no Brasil. Durante um tempo quando viveu na Europa, gravou diversos EPs de 45 rpm pela Philips. Raro também é ver o nome de Vanja na mídia, considerando que ela foi uma atriz descoberta por Fellini. Trabalhou com ele e Alberto Lattuada em “Mulheres e Luzes”, sua estréia no cinema. Foi uma das atrizes mais atuantes nos filmes do Ciclo do Cangaço. Trabalhou em diversas produções estrageiras e nos anos 70 atacou também de cineasta e diretora no filme “O Segredo da Rosa”. Paralelo a tudo isso, ela sempre esteve cantando e se apresentando pela Europa. Seu repertório é marcado pela valorização da cultura brasileira, da música de raiz, do folclore…
Neste álbum, temos alguns destaques como, “Lamento de um homem só” de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, “Varandas antigas” de Kleidir Ramil e Fogaça, “Quem dá mais” de Noel Rosa, entre outras… Confiram este toque. 😉

bandeira da vida
pra quê?
lamento de um homem só
roda morena
viaduto do chá
canto xavante
seleção de temas de “mulher rendeira”
acorda maria bonita
encontro das águas
joana calunga de louça
um pequeno nada
varandas antigas
quem dá mais?

Quando Os Peixotos Se Encontram – Cauby, Moacyr, Araken e Andyara Peixoto – (1957)

Eu fico impressionado de ver como o Cauby Peixoto dá ‘ibope’ por aqui. Aliás deve ser em qualquer lugar. Ele, sem dúvida, é um dos nossos maiores cantores e ainda hoje tem uma legião de fans, admiradores (literalmente) em todos os cantos.
Diante disso, estou trazendo agora uma dose reforçada de Peixoto, para provar que talento também está no sangue. Temos aqui os irmãos Peixotos – Cauby, Moacyr, Araken e Andyara – neste álbum que é uma jóia rara. (eu tinha este lp da época do relançamento nos anos 80, mas não achei, daí ficamos com o original de 57 e seus estalinhos)

só louco
love is a many splendored thing
valsa de uma cidade
my funny valetine
a voz do morro
si tu partais
only you
anema e cuore
carinhoso
canção do mar
tio nonô
a foggy day

Aí Vem O Dilúvio (1981)

Hoje, para encerrar a mostra dos musicais, teremos um dilúvio. Calma! O dilúvio a que me refiro é apenas o nome deste musical que eu chamaria de infanto-juvenil, muito conhecido por aqui. Dos italianos Garinei e Giovannini, traduzida e adaptada por Brancato Jr., a peça conta de maneira bem humorada a passagem bíblica de Noé e sua arca. Me parece que já foi montado no Brasil pelo menos umas três vezes. Aqui temos em disco a montagem de 1981, que acredito ter sido a primeira. É estranho, a gente vai procurar informações sobre as montagens brasileiras no Google, mas o máximo que encontramos são currículos de atores relacionados à peça, algum sebo vendendo o vinil que já virou raridade ou pequenas notas em diários eletrônicos que nada acrescentam. Como eu não vi e nem conheço bem este musical, vou me limitar a dizer que a trilha que ouvi e achei muito interessante. Confiram vocês também!

um lugar na mesa
que pena que seja pecado
padres e sinos
bela noite sem sonho
isto é o amor
as formigas
san crispin
doce clementina
a pombinha
um lugar na mesa

Cauby Peixoto – Você, A Música E Cauby (1956)

Olá! Hoje, sexta-feira quente por aqui. Eu fico meio lento com todo esse calor. Vou aproveitando a folguinha para postar o disco do dia. Não era extamente o que eu havia programado, mas com certeza irá agradar a todos. Temos assim, “Você e a música de Cauby”, álbum de 10 polegadas em 33 rpm lançado em 1956.

Estou postando este disco, atendendo a um pedido urgente de que não dava para ficar pra depois. Cauby precisa cantar neste sábado a famosa “Conceição” de Jair Amorin e Dunga numa festa de um amigo meu.
é tão sublime o amor
sem teu amor
ser triste sozinho
siga
molambo
lamento noturno
conceição
os pobres do brasil

Alô, Dolly! (1966)

Aqui, temos outro musical importante, que também não pode faltar nesta mostra, “Hello Dolly!” ou “Alô Dolly!”. Sucesso de bilheteria e mundialmente conhecido, aqui no Brasil não foi diferente, a ponto de render temporadas e até esse disquinho. A versão brasileira contava com Bibi Ferreira, Paulo Fortes e um grande elenco, como podemos ver na capa.
Eu já vi este disco postado por aí, em outros blogs, não é novidade. Mas aqui também temos a nossa versão. Desculpem, mas hoje o dia foi de amargar. Já estou até ‘variando’ de sono Zzzz…

abertura
ponho a mãozinha aqui
tem que ser aquela
ponha uma roupa de domingo
meu chapeu enfeitarei de fitas
marche, marche, marche
dançando
na marcha da vida a passar
elegancia
alô dolly!
apenas um momento
adeus, querida
final

Albertinho Fortuna -Tangos De Ontem E De Hoje (1970)

Hoje, devido a minha total falta de tempo, serei ainda mais breve. Estou postando mais umdisco do Albertinho Fortuna porque não tive tempo ainda de preparar outro, seguindo a linha da semana. Como sei que este cantor das antigas teve muito ibope por aqui, acho que mais uma dose será benvinda. Temos então este álbum, lançado em 1970, que reúne 14 tangos gravados por Alberto em dois momentos distintos, ainda nos tempos do bolachão de 78 rpm. Como podemos ver as orquestrações e regencias são de Radamés Gnatalli e Gerra Peixe. Você pode até não gostar de Albertinho Fortuna e até mesmo de tangos, mas a presença desses dois regentes já valem o disco.

la cumparsita
no confessionário
mentira
eterno carnaval
vou pedir a deus
duas taças
segue sozinha
menino sem nome
el dia que me queiras
parque de brinquedos
confesso que chorei
nostalgias
y todavia te quero
cartas recebidas

Como Vencer Na Vida Sem Fazer Força (1964)

Como eu havia prometido, aqui está, o disco de “Como vencer na vida sem fazer força”.
Mais uma comédia musical americana famosa por aqui. Teve sua estréia em 1964, no Teatro Carlos Gomes, Rio. Seu elenco era composto por um time de atores dos mais brilhantes. Contam que até a Elis Regina fez o teste para participar da primeira montagem, mas perdeu para Marília Pera. A adaptação do texto original foi de Carlos Lacerda para os diálogos e Billy Blanco para as canções. Isso, sem dúvida, confere a este musical um interesse ainda maior. Até o Moacyr Franco se superou e chega mesmo a nos surpreender.

ouverture / como vencer – moacyr franco
feliz em espera-lo para o jantar – marília pêra
o cafezinho – paulo araujo, berta loran e côro
o jeito da companhia – moacyr franco, nestor montemar, paulo araujo e côro
a secretária não é brinquedo – francisco dantas e côro
foi um dia trabalhoso – moacyr franco, marília pêra e berta loran
os buldogues – moacyr franco e procópio ferreira
modelo de paris – marília pêra, berta loran e côro
rosemary – moacyr franco, marília pêra e paulo araujo
cinderela querida – berta lorane côro
coração de ouro – procópio ferreira e lilian fernandes
eu creio em você – moacyr franco e côro
confraria – moacyr franco, nestor montemar, geisa gama e côro
final – marília pêra e toda a companhia.