Evinha (1970)

Olá amigos cultos e ocultos! Vou deixar de lado o ‘associados’, pois na verdade, tanto o culto quanto o oculto são geralmente associados. Aliás, essa nossa ‘associação’ está mais para tipos ocultos que cultos. Mas tudo bem. Enquanto eu estiver recebendo um ‘feed back’ as coisas seguem num ritmo. Dando uma limpeza no blog, descobri uma infinidade de ‘spam’ e outra mensagens que eu nunca cheguei a receber. O filtro deste blog é poderoso. Fiquei surpreso ao ver centenas de mensagens de propagandas que foram enviadas nos últimos tempos. Haviam até coisas interessantes e comentários de solicitantes. Mas se caíram na pasta de spam, eu nem cheguei a ver. Já vou até avisando, se enviarem mensagens nos Comentários onde tenham palavras chaves, tipo ‘http://’, ‘casino’, ‘sex’, ‘viagra’ e outros da mesma natureza – estarão perdendo tempo, pois será entendido como ‘spam’.
Hoje nós iremos com a Evinha. Lembram dela? Claro que sim. Todos lembram, exceto eu que ao ouvi-la durante a digitalização deste disco ainda não havia percebido a grande cantora que ela é. Realmente, não foi por sorte ou acaso que ela foi recrutada por Paul Mauriat, se tornando uma espécie de ‘crooner’ de sua orquestra. Tá sumida. Há tempos não escuto falar dela, mas tenho certeza que se fizer uma busca no Google vou encontrar respostas rápidas. Mesmo assim, prefiro deixar a pergunta em aberto, na expectativa de que os amigos participem mais nos comentários.
O presente álbum da Evinha é talvez um dos seus melhores trabalhos. Um disco recheado de boas músicas que marcaram uma época. Gostaria também de destacar a interpretação da cantora na música “Something”, de George Harrison, onde ela nos mostra o tamanho de sua versatilidade vocal. Lançado em 1970, este foi o seu segundo disco solo. Como todos devem saber, Evinha fazia parte do Trio Esperança. Iremos encontrar aqui as seguintes canções:
tema de eva
something
agora
até outro dia
cavaleiro de papel crepon
pense duas vezes
abrace paul mccartney por mim
setembro
em transito
pela cidade
meu rumo

Várias Cantoras – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 40 (2012)

As vozes femininas sempre têm lugar reservado no Grand Record Brazil. E nesta quadragésima edição não poderia ser diferente, posto que temos mais uma compilação dedicada às cantoras, com 14 faixas.

Relembramos, mais uma vez, para começar, Aracy Cortes (Zilda de Carvalho Espíndola), nascida (31/3/1904) e falecida (8/1/1985) no Rio de Janeiro, filha de um “chorão”, Carlos Espíndola, e que morou até os 12 anos no bairro do Catumbi, onde teve um ilustre vizinho: nada mais menos que Pixinguinha. Foi Luiz Peixoto quem a descobriu, quando ela se apresentava no Circo Democrata interpretando e dançando maxixes, e seu nome artístico lhe foi dado por Mário Magalhães, crítico teatral do jornal “A Noite”. Sua estreia em teatro deu-se em 1921, na revista “Nós, pelas costas”. Em disco, suas primeiras gravações saíram em 1925, ainda no processo mecânico. Entre os anos 1950/60 afastou-se do meio artístico, voltando em 1965 no histórico show “Rosa de ouro”, produzido por Hermínio Bello de Carvalho e Kleber Santos, onde também atuavam Paulinho da Viola e Elton Medeiros, entre outros. Aracy aqui comparece com três ótimas faixas: “Você não era assim”, samba de Ary Barroso e Aricles França, lançado pela Odeon em junho de 1930 (10619-A, matriz 3592), mais os clássicos “Jura”, samba de Sinhô que ela mesma lançou na revista “Microlândia” (Parlophon 12868-A, lançado em novembro de 1928, matriz 2071) e “Iaiá”, que ficou mais conhecido como “Ai, Ioiô”, e é considerado o primeiro samba-canção brasileiro (Parlophon 12926-A, lançado em março de 1929, matriz 2366). Com música de Henrique Vogeler, teve antes duas letras: por Cândido Costa (“Linda flor”) e Freire Júnior (“Meiga flor”), mas a que pegou mesmo foi esta, assinada pelo descobridor de Aracy, Luiz Peixoto, e Marques Porto, e que ela também cantou na revista “Miss Brasil”. Nas três faixas, a cantora é acompanhada pela orquestra do palestino Simon Bountman, que tinha diversos nomes: Pan American, Copacabana, Simão Nacional Orquestra,  Orquestra Parlophon, todas na verdade a mesmíssima orquestra. Quando gravava na Columbia, aparecia nos selos como “Simão e sua Orquestra Columbia”.

Elisa de Carvalho Coelho (Uruguaiana, RS, 1909-Volta Redonda, RJ, 2001) era filha de um tenente do Exército e da jornalista e escritora Acy Carvalho, que redigia a seção feminina de “O Jornal”, matutino carioca. Passou a infância e a adolescência em Florianópolis, considerando-se por isso catarinense. Ao voltar para o Rio, cantava acompanhando-se ao piano em reuniões familiares nas quais compareciam jornalistas e poetas, amigos de seu pai. Numa dessas reuniões, em 1929, foi convidada pelo diretor da Rádio Clube do Brasil, um coronel amigo de seu pai, para apresentar-se lá, e agradou logo de saída. Excursionou pela Bahia e pelo restante do Nordeste em 1930, ao lado do compositor Hekel Tavares, passando a interpretar composições suas. Em 1935-36 esteve por duas vezes na Argentina e no Uruguai, e atuou no rádio até o final dos anos 1940. Era mãe do jornalista e apresentador de TV Goulart de Andrade, aquele do bordão “Vem comigo”, e sua discografia, gravada entre 1930 e 1934, compreende 15 discos com 30 músicas. Desse repertório, o GRB apresenta duas gravações Victor: o samba-canção “Tenho saudade”, de Ary Barroso (disco 33480-A, gravado em 14 de julho de 1931 e lançado em novembro do mesmo ano, matriz 65195), e a toada “Ciúme de caboca” (no mais puro caipirês), de  Josué de Barros, descobridor de Cármen Miranda, e Domingos Mangarinos, gravação de 11 de junho de 1930, porém só lançada em agosto de 31 (disco 33444-A, matriz 50308).

Por falar na luso-brasileira Cármen Miranda (Maria do Carmo Miranda da Cunha, Marco de Canavezes, Portugal, 1909-Los Angeles, EUA, 1955, ela aqui comparece com outra composição de Ary Barroso, o samba “Nosso amô veio dum sonho”, gravação Victor de 10 de março de 1932 lançada a toque de caixa (disco 33537-A, matriz 65404). Na verdade, já tinha sido gravada como canção por Gastão Formenti, em 1930, como canção e o nome de “Teus óio”, tendo sido a primeira composição do mestre de Ubá, feita quando ele tinha seus quinze anos, com o título “De longe”. O estribilho e a melodia são iguais, mas a segunda parte é diferente.

Olga Praguer Coelho (Manaus, AM, 1909-Rio de Janeiro, 2008), pertencente à gloriosa dinastia das cantoras-folcloristas, e com vitoriosa carreira internacional, comparece aqui com três faixas gravadas na Victor: o ponto de macumba “Estrela do céu”, por ela própria adaptado (disco 34325-B, gravado em 30 de julho de 36 mas só lançado em junho de 38, matriz 80182), a modinha “Mulata”, também chamada de “Mucama” ou “Mestiça”, versos de Gonçalves Crespo e autor da melodia desconhecido (lado A desse mesmo disco, gravado em 22 de abril de 1936, matriz 80137) e a modinha “Róseas flores”, adaptação da própria Olga (disco 34042-A, gravado em 29 de novembro de 1935 e só lançado em abril de 36, matriz 80024).

Laís Marival, paulista de Taquaritinga (1911-?),  deixou uma discografia escassa: apenas 7 discos com 14 músicas, todos pela Columbia, futura Continental, entre 1936 e 1938. Dela, aqui está uma música de seu segundo disco, o de número 8210-B, matriz 3314, de 1936: é o samba “Cada um dá o que tem”, de autoria de Raul Torres, grande expoente da chamada música caipira ou sertaneja de raiz, mas que também era de samba.

Autêntica “garota de Ipanema” por sua origem (foi eleita miss desse bairro em 1929), a carioquíssima Laura Suárez (1909-c.1990), também atriz de teatro (no qual atuou por mais de meio século) e cinema, só gravou na Brunswick, selo americano que durou menos de dois anos no Brasil:13 discos com 26 músicas: em 1930/31, inclusive com músicas de autoria própria. E é dela mesma o samba que apresentamos aqui, “Você… você”, lançado em setembro de 1930 com o número 10103-A, matriz 500.

Outra cantora-folclorista de carreira internacional, a também carioca Elsie Houston, aqui se apresenta com o samba “Morena cor de canela”, motivo popular adaptado por Ary Kerner (autor também de “Na Serra da Mantiqueira” e “Trepa no coqueiro”, entre outras), em gravação lançada pela Columbia em junho de 1930 sob número 5217-A, matriz 380649. Um mês depois saiu pela Victor o registro de Helena Pinto de Carvalho, sendo o original do cantor Sílvio Salema, um ano antes. A morte prematura de Elsie Houston, aos 40 anos, ainda é um mistério: ela foi encontrada morta em seu apartamento em Nova York, EUA, no dia 20 de fevereiro de 1943, e ainda hoje existem dúvidas se foi suicídio ou assassinato.

A respeito da cantora Neide Martins, quase nada se sabe. Sua escassa discografia compreende seis discos com doze músicas, entre 1937 e 1939, nos selos Victor (dois), Odeon (três) e Columbia (o último). Aqui, um frevo-canção de seu disco de estreia, o Victor 34142-A, gravado em 10 de dezembro de 1936 e lançado em janeiro de 37, matriz 80293: “Que fim você levou?”, do mestre Nélson Ferreira.

Encerrando esta edição, apresentamos a carioca Zezé Fonseca (Maria José González). Nascida em 5 de agosto de 1915, começou sua carreira na “Hora da arte”, do Tijuca Tênis Clube. Em 1932, levada por Paulo Bevilacqua, foi contratada pela Rádio Philips, PRAX, onde apresentava o programa “Fox tarde demais”, depois atuando como produtora de programas femininos na Rádio Cruzeiro do Sul. Integrou a companhia teatral de Procópio Ferreira, atuando com sucesso na peça “Deus lhe pague”, de Joracy Camargo. Abandonou o rádio em 1935, nele reingressando em 1939, através da lendária Rádio Nacional, onde trabalhou por seis anos. Em 1945 foi para a Rádio El Mundo, de Buenos Aires (Argentina), transferindo-se um ano depois, ao voltar ao Rio, para a Globo, passando pela Mayrink Veiga e depois retornando à Nacional, sendo uma das pioneiras da radionovela no Brasil, e uma das melhores atrizes do gênero.. Ficou famosa, a partir de 1942, por manter um tórrido romance com Orlando Silva, cujos altos e baixos causaram sério desequilíbrio emocional no “cantor das multidões”, que se viciou em morfina e afastou-se do meio artístico por alguns anos. Deixou, como cantora, entre 1933 e 1940, sete discos com catorze musicas, os cinco primeiros pela Columbia e os dois últimos pela Victor. Aqui, de seu quarto disco, o Columbia 22224-B, matriz 381502, apresentamos a marchinha “Casar não é pra mim”, de Alberto Ribeiro, lançada para o carnaval de 1933. Zezé Fonseca morreu de forma trágica, em 16 de agosto de 1962, aos 47 anos, durante um incêndio em seu apartamento no Rio.

Enfim, mais uma edição do GRB que por certo ocupará lugar de destaque no acervo de nossos amigos cultos, ocultos e associados!

Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.

Aracy de Almeida, Ismael Silva, Partido Alto E Grupo Mensagem – Show “Samba Pede Passagem” (1966)

Boa noite amigos cultos e ocultos! Aqui estamos nós neste fim de domingo. O que era para sair logo pela manhã, acabou ficando para agora. Muito bem, hoje temos um disco nota 10. Um álbum que merece constar na lista do Toque Musical.

“O Samba Pede Passagem” é um registro de alguns dos melhores momentos do espetáculo musical de Odulvaldo Vianna Filho e Armando Costa, montado pelo Grupo Opinião no Teatro de Arena, em 1965. Encontraremos aqui um desfile de grandes nomes, a começar por Aracy de Almeida, Ismael Silva e MPB-4 e mais, Carlos Poyares; Conjunto Samba Autêntico, formado por integrantes de escolas de samba; Grupo Mensagem, com Sidney Miller e Luiz Carlos Sá. Tem também o samba de partido alto com o grupo de Bidi (Cidadão Samba de 66) e de quebra, o Regional de Canhoto. Como podemos ver, um encontro memorável, que mereceu ser registrado em disco. O disco inicia com a polêmica Wilson Batista vs. Noel Rosa, sendo as músicas respectivamente interpretadas pelo MPB-4 e Aracy de Almeida. Na sequência vem o Isamel também com o MPB-4, cantado alguns de seus grandes sucessos. O samba pede passagem e vai novamente chamando Noel Rosa, com Aracy de Almeida. Segue o outro lado Carlos Poyares, MPB-4, Grupo Mensagem, Conjunto Samba Autêntico e os partideiros. Realmente, muito bom… Não vou nem ficar chovendo no molhado. Mesmo assim, vou esperar até que alguém peça o guarda chuva.

 

A polêmica Wilson Batista vs. Noel Rosa:

lenço no pescoço

deixa de arrastar

mocinho da vila

palpite infeliz

frankstein da vila

feitiço da vila

vem chegando ismael

eu agradeço – nem é bom falar

antonico

aurora

se eu precisar

adeus… adeus…

diga teu nome

pra me livrar do mal

se você jurar

a razão dá-se a quem tem

aracy contando sobre noel (monólogo)

três apitos

fita amarela

aracy conta a história de cecy (monólogo)

só pode ser você

sonho de carnaval

urubu malandro

samba do povo

homenagem a velha guarda

brincadeira de angola

arquitetura de pobre

missão

de babado

Quinteto Sinter – Alô Dançarinos (1959)

Pois é, meus prezados amigos cultos, ocultos e associados, a situação está crítica! Por alguma razão que eu desconheço, a maioria de vocês não tem conseguido baixar nada pelo Mediafire. Eu também. Só consigo fazer download se estiver logado. Não sei se isso vale para todos os meus links, se for, sinceramente, desisto do Mediafire. Por outro lado, entre os similares, o que melhor me atende é o Rapidgator. Todos os outros serviços que eu conheço são fracos e enchem minha tela de propaganda (isso para não dizer os vírus e coisas do gênero). Optei (temporariamente) por este, mas vejo também que muitos não estão conseguindo realizar o ‘download’. O que fazer? Sinceramente, acho que são vocês quem deve se adaptar ao meu modelo, ou então apresentem alguma alternativa bem fundamentada. Acredito que o problema com o novo servidor está relacionado ao tipo de navegador usado. Fiz um teste aqui e percebi que pelo Explorer do Windows a coisa fica mais lenta. Pelo Safari vai redondinho, tanto para ‘upload’ como para ‘download’. Por enquanto, irei apresentando no GTM duas alternativas, o Rapidgator e o Mediafire. Gostaria que vocês fossem me colocando a par da situação aí do outro lado. Vamos ver o que podemos fazer. Mas vamos fazer isso juntos. Conto, como sempre, com a ajuda de vocês. Quem tiver alguma boa ideia ou entender do assunto, por favor, não se faça de rogado (e se decidir ajudar, por favor, não se mate antes da hora). O acervo a ser apresentado no Toque Musical ainda nem chegou a 10%. Se quiserem conhecer os outros 90, façam por onde, aproximem um pouco mais aqui do velho Augusto TM. Aliás, entendam o Toque Musical como um clube. Façam a recreação, mas também o social, ajudem uns aos outros, pois é assim que nos manteremos firmes em nosso propósito comum. Conto com vocês!

Já que estamos dançando na brincadeira, vamos com um disco apropriado. Alô dançarinos! Alô vovó e vovô, alô titios… Olha aí mais um disco para festa! Vamos com o Quinteto Sinter em um álbum lançado no final dos anos 50. Feito para dançar como era o molde da época. Aqui encontraremos uma seleção de músicas bem conhecidas do público do Toque Musical. Muitas das músicas deste disco já foram apresentadas no TM em versões das mais variadas. Mesmo assim, não deixam de ter aqui uma qualidade musical irreparável. O Quinteto Sinter não deixa por menos. Apesar de não constar os nomes dos integrantes, eu acredito que seja o Zé Menezes e seu conjunto. Alguém aí para dar uma luz? Fala Samuca!

apesar dos pesares

teleco teço

cabuloso

onde estará meu amor

siboney

falemos nós

samba que eu quero ver

frenesi

minha palhoça

canção do mar

nova copacabana

pra esquecer

Expósito E Sua Orquestra – Expósito 67 (1966)

Olá amigos cultos, ocultos e associados! Como todos podem perceber, estamos tendo alguns problemas com os sites de hospedagens de arquivos. Parece que o Mediafire só libera alguns. Ainda não saquei qual é o esquema, mas por conta disso acionei o plano B, usando agora o Rapidgator. Para a minha conexão, este site está até melhor que o Mediafire e me permite enviar até 600 megas, inclusive em arquivos separados e simultâneos. Muito bom! Porém, vi que alguns reclamaram, ou não conseguiram baixar através do novo. Por enquanto, vamos manter esse mesmo. Também não gosto da ideia de ficar mudando, mas aqui a gente acaba aprendendo. É um eterno reciclar…

Deixo hoje para vocês outro disco do misterioso Expósito e sua orquestra. Misterioso talvez não seja o termo apropriado, afinal sua figura e sua história já nos foi revelada em outros discos postados aqui. O álbum da vez foi lançado em 1966, obviamente pensando no ano seguinte. Um repertório misto, cheio de sucessos da música pop internacional e também: “O carango”, de Nonato Buzar e Carlos Imperial, sucesso na voz do Simonal e “Disparada”, de Geraldo Vandré e Theo de Barros, clássico de festivais. O disco mantém a excelência musical, contudo, pessoalmente, prefiro os anteriores postados aqui.

the more i see you

love me, please love me

disparada

strangers in the night

california dreamin’

the shadow of your smile

o carango

fly me to the moon

here, there and everywhere

call me

merci cherie

guantanamera

 

Trio Irakitan – Outros Sambas Que Gostamos De Cantar (1958)

Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Eu ontem cheguei em casa tão cansado, que ao fazer a postagem, acabei esquecendo de publicá-la. Mas antes que comecem a questionar, agora há pouco, fui logo corrigindo a falha.

Para compensar, vou trazendo um álbum bem bacana. Por certo, já bem divulgado em outros blogs, mas eu não resisti a tentação, afinal é um disco do Trio Irakitan e dos melhores! Além do mais, o disco está novinho, uma tentação para se ouvir e principalmente digitalizar. Ficamos então como o Trio Irakitan cantando uma seleção de sambas de primeira. Lançado em 1958, este lp foi a continuação de um sucesso, “Os sambas que gostamos de cantar”, disco do ano anterior. Realmente, não dava para ficar só no primeiro. Trio Irakitan cantando samba é o que há! Depois deste, acho até que vou também postar o outro também. Aguardem… 😉

praça onze

helena, helena

beija-me

meu consolo é você

fita amarela

arrasta a sandália

nega do cabelo duro

madalena

não tenho lágrimas

o que é que a baiana tem

sandália de prata

quando anoitece

 

Silvana E Rinaldo Calheiros – Ouvindo Te Com Amor (1962)

Boa noite, amigos culto, ocultos e associados! Finalmente em casa, apesar de cansado, com fome e com sono. Mas vamos lá… Enquanto tomo um café, vou também fazendo esta postagem. Pelo que parece, o Mediafire está limitando o acesso aos links. Na medida do possível, irei renovando.

O disco de hoje, foi escolhido meio que no escuro, meio que ‘de gaveta’. Mas, com certeza, vai encontrar aqui olhos e ouvidos interessados.Vamos com Silvana e Reinaldo Calheiros, uma dupla pra lá de romântica, que fez sucesso nas rádios dos anos 60. Ao que tudo indica, em 1962, foi lançado pela gravadora Copacabana um compacto duplo contendo quatro músicas. O lp, creio eu, saiu no mesmo ano. Voltou a ser relançado em 68 e posteriormente em 1975. No álbum temos alguns sucessos como “Amor”, de Antenógenes Silva e Ernani Campos; “Agora é tarde”, de Irany de Oliveira e Altamiro Carrilho, além de versões como, “Onde estás coração?”; “Jura-me” e até “Crying”, de Roy Orbison.

amor

teu casamento

amor, fonte da vida

cantando

jura-me

onde estás coração?

agora é tarde

chorando (crying)

romance

eternamente

Abel Ferreira – Jantar Dançante (1958)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Alguém aqui já sentiu raiva de si mesmo, de se auto esgoelar, puto da vida por alguma burrada? Pois eu, vez por outra me sinto assim. Hoje, então, nem se fala… Vesti uma calça com o bolso furado e já sabia. Coloquei por descuido as chaves do carro nesse bolso e adivinha o que aconteceu? Perdi a bendita da chave. Fui obrigado a deixar o carro na rua, longe de casa (uns 30 km) e voltar de ônibus. PQP! Que ódio isso me deu. Voltei para casa cuspindo marimbondo, puto comigo mesmo. Por estar tão longe, preferi deixar o carro dormir na rua. Agora só amanhã… Para me acalmar, só mesmo ouvindo música. Como ainda não fiz a postagem do dia, vou aqui matando dois coelhos… e diluindo essa raiva.

Vamos com o grande Abel Ferreira e seu conjunto, em um disco raro, lançado pelo selo Continental em 1958. Creio eu que este foi o primeiro lp de 12 polegadas gravado por ele. Aqui encontraremos um repertório bem aos moldes da época, recheado de sambas, choros e ritmos internacionais como a rumba, o fox e o bolero. Tudo seguindo a onda, música para dançar a dois. Mas, longe de ser apenas músicas dançantes, temos aqui um cardápio fino, incluindo também composições do próprio Abel, como “Bôbo alegre”; “Baião no deserto”; “Rmbaraque” e “Sempre você”. Abel Ferreira, além de ser um grande instrumentista foi também um excelente compositor.

Infelizmente, o estado físico deste vinil, cheio de riscos e mais de 50 anos de poeira, me obrigou a dar um trato radical com o Sound Forge, ficando o som um pouco abafado. Mas melhor do que ficar ouvindo algo semelhante a uma panela de frituras. Do jeito que estou hoje, isso me dá nos nervos!

É isso aí… vou anunciar, mas não vou dar o toque agora. Se segura malandro, pra ouvir só se for comentando 😉

i only have eyes for you

é bom parar

baião no deserto

bôbo alegre

rumbaraque

besame mucho

auf’wiedersehn

lamento

quisera

morena boca de ouro

sempre você

ai, que saudades da Amélia

Vários Cantores – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 39 (2012)

E chegamos à trigésima-nona edição do meu, do seu, do nosso Grand Record Brazil. Esta semana, estaremos apresentando seis cantores de prestígio popular, cada um comparecendo com duas gravações.

O primeiro deles é José Alcides Gerardi, nascido na cidade gaúcha de Rio Grande em 15 de maio de 1918. Ainda muito jovem, Alcides mudou-se para Porto Alegre, onde começou seus estudos, e logo depois para o Rio de Janeiro, onde concluiu a escola primária e começou a trabalhar com o pai, que era comerciante, o que faria até 1935, quando iniciou sua carreira de cantor numa orquestra de dancing. Sua primeira gravação comercial deu-se em 1945, interpretando a valsa “Lourdes”, de Mário Rossi e George Brass, que o acompanhou ao acordeão. Entre seus maiores sucessos estão “Pergunte a ela”, “Abaixo de Deus”, “Antonico”, “Seu nome não é Maria”, “Marise”e muitos outros. Alcides Gerardi morreu de acidente automobilístico, ao voltar de um show, em 3 de janeiro de 1978, no Rio de Janeiro. Dele o GRB apresenta o disco Columbia CB-10370, lançado no ano de 1957. Abrindo-o, matriz CBO-1093, o bolero “Não”, de Renê Bruxelas e Belony de Carli, e no verso, matriz CBO-1092, um rasqueado de Paulo Borges que até hoje todos conhecem: o famoso “Cabecinha no ombro” (‘Encosta tua cabecinha no meu ombro e chora”…), um sucesso de fato estrondoso, e que tem merecido inúmera regravações. As duas faixas também foram incluídas no LP de dez polegadas “Encantamento”, refletindo uma época de transição de formatos, da cera para o vinil.

O seguinte é João Dias Rodrigues Filho, ou simplesmente João Dias. Paulista de Campinas, onde nasceu em 12 de outubro de 1927, começou sua carreira em 1948 na PRA-5, Rádio São Paulo (“a voz amiga”), levado por Cardoso Silva. Um ano depois já estava na Bandeirantes (então “a mais popular emissora paulista”) e, em uma apresentação na boate Cairo, foi descoberto por Francisco Alves, que o levou para o Rio de Janeiro (e o apontou como seu sucessor, porque a voz era praticamente igual). Lá, João gravou seu primeiro disco, na Odeon, lançado em fevereiro de 1951, interpretando “Guacira” (Hekel Tavares e Joracy Camargo) e “Canta, Maria” (Ary Barroso). Entre seus maiores hits estão “Sinos de Belém” (versão de “Jingle bells”), “Fim de ano” (o famoso “Adeus, ano velho”), “O velhinho” (“Botei meu sapatinho na janela do quintal”…), “Mamãe” (clássico dueto com Ângela Maria), “Milagre da volta”, “Poema das mãos”, “É o pau”, etc. Faleceu em 27 de novembro de 1996, no Rio de Janeiro, época em que dirigia a Socimpro (Sociedade Brasileira de Intérpretes e Produtores Fonográficos). João Dias é aqui lembrado com o disco Odeon 13679, gravado em 17 de maio de 1954 e lançado em julho do mesmo ano. Abrindo-o, matriz 10130, a valsa “É o amore” (“That’s amore”), de Harry Warren e Jack Brooks, em versão de Haroldo Barbosa, e no verso, matriz 10131, o samba-canção “Falso amigo”, de Herivelto Martins (compositor cujo centenário de nascimento é relembrado neste ano de 2012) e Benedito Lacerda.

Francisco Rodrigues Filho, aliás, Francisco Carlos, nasceu no Rio de Janeiro em 5 de abril de 1928, mas foi criado no Recife, capital pernambucana, para onde sua família se transferiu, lá morando até 1939. De volta ao Rio natal, apresentou-se ainda estudante no programa de Ademar Casé (avô da Regina), na Rádio Mayrink Veiga, e diplomou-se em pintura pela Escola Nacional de Belas Artes. Ao longo de sua vida dedicou-se à música e à pintura (inclusive foi pintor premiado no Brasil e fora dele) e, em 1946, assinou seu primeiro contrato profissional, com a Rádio Tamoio. Seu primeiro disco saiu pela Star, em 1949, interpretando os sambas-canções “Abandono”, de César Formenti Neto”, e “Distância”, de Fernando Lobo. Mas seu primeiro grande sucesso aconteceu quando ele se transferiu para a RCA Victor: a marchinha “Meu brotinho”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira”, estrondoso sucesso na folia momesca de 1950 e por ele também interpretada no filme “Carnaval no fogo”, da Atlântida. Nesse lendário estúdio, participou de inúmeras chanchadas como ator e cantor, e também foi contratado da não menos lendária Rádio Nacional, onde foi campeão absoluto de correspondência durante anos. Entre seus sucessos destacamos “Rio de Janeiro (Isto é o meu Brasil)”, de Ary Barroso, “Vestido de noiva” (Francisco Alves e David Nasser), “Você não sabe amar” (Dorival Caymmi, Carlos Guinle e Hugo Lima), “Minha prece” (Haroldo Eiras e Ciro Cunha), o frevo-canção “Nos cabelos de Rosinha” (Capiba) e muitos mais. Faleceu em 19 de março de 2003, em seu Rio de Janeiro natal, de câncer. De Francisco Carlos apresentamos o disco RCA Victor 80-1967, gravado em 6 de maio de 1958 e lançado em agosto do mesmo ano. Abrindo-o, matriz 13-J2PB-0403, o clássico choro-canção (originalmente polca) “Flor amorosa”, de Joaquim Antônio da Silva Callado, com letra escrita por Catulo da Paixão Cearense no mesmo ano do falecimento de Callado, em 1880, e cuja primeira gravação cantada deu-se em 1913, por Aristarco Dias Brandão. Francisco Carlos também o interpretou no filme “Esse milhão é meu”, da já mencionada Atlântida, e sua inclusão deu-se por sugestão de Paulo Tapajós, cantor, compositor e radialista. No verso, matriz 13-J2PB-0402, o bolero “Cuando tu me quieras”, de Raul Shaw Moreno e Mario Barrios, em versão de Geraldo Serafim. Das  duas, só “Flor amorosa” chegou ao LP, em álbum sem título.

Em seguida, vem um dos mais queridos cantores populares que o Brasil já teve: José Adauto Michiles, aliás Orlando Dias, nascido no Recife em 1.o de agosto de 1923 e falecido no Rio de Janeiro em 11 de agosto de 2001. Ele tinha como marca registrada interpretações cheias de estilo, exageradas, acenando lenços, fazendo gestos teatrais, ajoelhando-se no palco, declamando versos emocionados, agradecendo às fãs, usando roupas espalhafatosas… Enfim, o mais polêmico cantor de sua época, mas ainda assim verdadeiro ídolo popular, com sucessos sem conta, principalmente no gênero romântico, interpretando boleros e sambas-canções. No disco que incluímos aqui, o Odeon 14538, gravado em 2 de outubro de 1959 e lançado a toque de caixa, vem dois boleraços de sucesso por ele interpretados: “Vem pra junto de mim”, de William Duba e Nahum Luiz, matriz 13837, e “Tu hás de pensar de mim”, de Waldir Machado, matriz 13838. Esta última seria faixa-título de um LP lançado por Orlando em 1960, no qual também saiu “Vem pra junto de mim”. Outros hits do cantor foram “Perdoa-me pelo bem que te quero”, “Minha serás eternamente”, “Tenho ciúme de tudo” e muitos e muitos mais…

Em seguida relembramos Roberto Vidal, nome artístico de Pedro Sidnei Grigoletto. Membro de uma tradicional família do bairro paulistano do Ipiranga, foi finalista de um concurso promovido pela TV Record para descobrir novos talentos, logo passando a se apresentar com frequência no programa “Astros do disco”. Porém, sua carreira artística foi curta e a discografia escassa: apenas oito discos de 78 rpm com 16 músicas (o primeiro deles, em 1959,  apresentando o samba-canção “Botequim da vida” e o samba”Violão amigo”), e um LP, todos pela RCA, selos Victor e Camden, o do LP. Dele apresentamos seu segundo 78, o RCA Victor 80-2159, gravado em 28 de outubro de 1959 e lançado em janeiro de 60. E ele abre, na matriz 13-K2PB-0805, com um verdadeiro clássico do samba-canção: nada mais nada menos que “Negue”, de Adelino Moreira em parceria com o radialista Enzo de Almeida Passos, que marcou época no rádio paulistano com os programas “Telefone pedindo bis” e “A grande parada Brasil”. “Negue” foi inúmeras vezes regravado, inclusive por Maria Bethânia, que o incluiu em seu LP “Álibi”, de 1978,  renovando-lhe o êxito, e seu criador foi justamente Roberto Vidal. No verso, matriz 13-K2PB-0806, o samba “Triste coração”, do carioca de Botafogo Aldacir Louro (Aldacir Evangelista de Mendonça, 1926-1996) em parceria com a cantora Linda Rodrigues, depois regravado por Anísio Silva no LP  “Alguém me disse”. Das duas, só “Negue” saiu no único LP de Roberto, sem título, lançado em 1961 com o selo RCA Camden.

Por fim, apresentamos Cláudio de Barros, nascido na cidade mineira de Itanhandu em 24 de outubro de 1932. Antes da fama, trabalhou como comissário de bordo e redator de jornal. Gravou sue primeiro disco na Columbia, em 1954, interpretando o samba-canção “Espiritualmente” (Antônio Bruno) e a toada “Amor, ilusão” (dele próprio com Fenando Lacerda). Mas foi na Chantecler, para onde foi levado pelo cantor e compositor sertanejo Diogo Mulero, o Palmeira, que Cláudio de Barros despontou para o estrelato, e justamente com o disco que o GRB apresenta aqui, de número 78-0132, lançado em junho de 1959. O lado A, matriz C8P-263, é um tango dele mesmo, “Cinzas do passado”, ainda hoje bastante conhecido. No verso, matriz C8P-264, outra composição sua, agora em parceria com Mário Zan (o acordeom que o acompanha nas duas faixas é certamente dele), o rasqueado “Meu primeiro beijo”, que um mês depois teve outro registro na mesma gravadora, selo Sertanejo, pelas Irmãs Celeste. “Cinzas do passado” também foi faixa-título e de abertura do primeiro LP de Cláudio de Barros, no qual também saiu “Meu primeiro beijo”, é claro. Outros sucessos do cantor: “Teu desprezo”, “Bonequinha da noite”, “Taça da amargura”, etc. Com 20 álbuns gravados, Cláudio de Barros também compôs para outros artistas e se apresentou com sucesso na América Latina e em Portugal, onde cantou inúmeras vezes no famoso Cassino Estoril. Segundo Robertinho do Acordeom, foi o primeiro cantor a migrar do gênero romântico para o sertanejo, bem antes de Sérgio Reis.  Faleceu em 22 de agosto de 2009, em Mairiporã, na Grande São Paulo, após sofrer o quarto infarto.

Enfim, mais uma edição do GRB que é entregue aos amigos cultos, ocultos e associados do TM, relembrando intérpretes e músicas que, se depender da gente, dificilmente serão esquecidos!

Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.

Clara Nunes – A Beleza Que Canta (1969)

Boa noite a todos! Hoje o nosso encontro é com a cantora Clara Nunes. Escolhi a artista para me facilitar a vida. Já estamos chegando ao final do domingo e eu inteiramente esgotado. Antes que eu despenque de vez, segue aqui “A beleza que canta”, segundo álbum gravado pela cantora, em 1969. Pessoalmente, gosto mais dessa primeira fase, ou melhor, dos três primeiros discos dela. Neste álbum, produzido por Milton Miranda e direção musical de Lyrio Panicalli, temos um repertório de excelentes sambas. Os arranjos e orquestração são todos do maestro Bruno Ferreira, exceto a faixa “De esquina em esquina”, que é do maestro Ivan Paulo, com participação especial do quarteto vocal 004. Um bom disco, com certeza. Se for do interesse, dá um toque que a gente sobe ele para o GTM, ok?

de esquina em esquina

espuma congelada

meus tempos de criança

gente boa

graças a deus

guerreiro de oxalá

a casinha pequenina

foi ele

até voltar

felicidade

hora de chegar

a estrela e o astronauta

 

Tribo De Jah – Regueiros Guerreiros (1992)

Boa noite a todos! O dia hoje está bom para um reggae. Reggae sua mente, solte seus espíritos… Vamos apresentando neste sábado, um álbum raro, acredito que o primeiro, do grupo de reggae Tribo de Jah. Lançado em 1992 de forma independente, “Regueiros Guerreiros” traz nove músicas, todas de autoria do vocalista Fausi Beydoun. A Tribo de Jah nasceu na Escola de Cegos do Maranhão, onde quatro de seus integrantes se conheceram. O grupo é formado por músicos cegos e tomou corpo e identidade a partir da entrada de Beydoun, um entusiasta da cultura reggae. Vão analisando aí que depois eu volto. Fazer postagem através de celular dá uma canseira!

babilonia em chamas

babylon system

reggae bumba-boi

2000 anos

regueiros guerreiros

why do you do it

neguinha

breve como um jogo

song of destruction

Verde Que Te Quero Ver (1985)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje eu estou sendo obrigado a usar um dos meus arquivos de gaveta. Estou fora de casa e sem condições de atende-los melhor. Dá um trabalho quando se tem que fazer tudo pelo celular, isso sem falar na conexão! Mas a gente chega lá… 🙂

Vou aproveitar o gancho do Dia das Crianças e postar aqui um disco super bacana. Uma verdadeira festa, cheia de artistas variados. Temos aqui um musical infantil criado por Paulinho Tapajós e Edmundo Souto: “Verde que te quero ver – A lenda de Luana”. Taí um trabalho muito interessante que vale uma conferida. Se quiserem, é só dar um toque, ok?

verde que te quero ver

canção do despertar

xote dos pássaros

aguapé

boto desbotado

canção do arco íris

conquista do cacique

dança dos brinquedos

doce doce

raio de luar

acalanto de luana

palhaço real

canção de fadas

quando eu ficar grandão

Ataulfo Alves E Ismael Silva – Samba 100% (1959)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Vejam vocês que pecado eu estava cometendo. Até a presente data eu nunca postei um disco do Ismael Silva, nem mesmo uma música ele cantando. Falha minha e também dos amigos que não se manifestaram. Por certo, discos do Ismael não é fácil de achar e além do mais, com mais de mil títulos postados aqui, eu nem sempre lembro se já ou não postei. Vamos assim com este maravilhoso e raro álbum da Sinter, lançado em 1959. Um disco para dois grandes compositores, em suas próprias interpretações. Uma face para cada artista, em coletânea de sambas extraídos de gravações originalmente lançadas em 78 rpm. Alguém aí  quer ouvir? 🙂

Ataulfo Alves:

saudades do meu barracão

lagoa serena

infidelidade

pela luz divina

saudade dela

meu lamento

pois é

Ismael Silva:

se você jurar

que será de mim

adeus

para me livrar do mal

sofrer é da vida

nem é bom falar

novo amor

Nara Leão E Dominguinhos – Projeto Pixiguinha 1978 (2012)

Boa noite, meus prezados cultos e ocultos! No corre corre e sem tempo, aqui vai a postagem do dia. Mais um show do Projeto Pixinguinha transformado em ‘webdisco’. O sexto volume da nossa série. Temos desta vez Nara Leão ao lado de Dominguinhos num encontro em 1978. Participam também no acompanhamento o conjunto Os Carioquinhas e o Trio Ritmo Nordestino. Eu assisti a esse show no Palácio das Artes. Bom demais!

Confiram no site da Funarte, na página do Projeto Pixinguinha, as informações detalhadas deste e de outros shows memoráveis.

chegando de mansinho – nara e dominguinhos

saudade matadeira – nara e dominguinhos

forró na casa de biu – sete meninas – dominguinhos

dominguinhos fala ao público

pé de serra – matuto de opinião – vassourinhas – evocação – dominguinhos

desafinado – nara leão

camisa amarela – nara leão

sem compromisso – nara leão

1 x 0 – os carioquinhas

tigresa – nara leão

joão e maria – nara e dominguinhos

davilicença – nara, dominguinhos e os carioquinhas

o seu amor – nara leão

tim tim por tim tim – nara leão

este seu olhar – corcovado – nara, dominguinhos e os carioquinhas

tenho sede – dominguinhos

Cascatinha e Inhana – India (1972)

Muito bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! A semana está puxada e novamente o meu tempo vai ficando curto. Tenho que aproveitar os momentos de folga para não cair no atraso ou deixar nosso diário em falta.

Hoje eu tenho aqui um disquinho que cai bem no café matinal. Nessas horas pela manhã em que a gente acorda meio inspirado, abre a janela e vê lá fora um dia lindo, hehehe… Vamos com a dupla sertaneja Cascatinha e Inhana em um álbum lançado pela Continental, através de seu selo especial Caboclo Continental. Trata-se, obviamente, de uma coletânea reunindo fonogramas da dupla, lançados pela gravadora em seus discos de 78 rpm. Muitas dessas músicas foram sucessos, entre as principais está a paraguaia “Índia”, em versão de José Fortuna. E eu que pensava que essa música fosse brasileira… Aliás, Cascatinha e Inhana gravaram muitas versões, que pela naturalidade musical, qualquer um diria ser coisa do Brasil. Afinal, se existe um povinho com a musicalidade à flor da pele, este é o brasileiro! Por isso, música para nós é mais que um negócio. É acima de tudo uma necessidade básica!

índia

saudade coisinha à toa

olhos tristonhos

saudade da minha infância

se eu partir

primeiro degrau

minha terra distante

vai com deus

anahí

bem te vi

relíquias sertanejas

tutu mineiro

Momentos Políticos – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 38 (2012)

Como é, eleitor amigo culto, oculto e associado do TM? Votou certo no último domingo, dia 2? Escolheu bem seus candidatos a prefeitos e vereadores? Bem, o fato é que inúmeras capitais (bem como outras cidades do Brasil e do interior paulista, onde resido) terão segundo turno para prefeitos no próximo dia 28. E tanto para aqueles que moram em cidades onde o prefeito já foi escolhido como para quem mora naquelas que ainda vão para o segundo turno (para estes, pode até servir de aquecimento), o Grand Record Brazil apresenta, em sua edição número 38, treze fonogramas relacionados à política.

Para começar, apresentamos uma gravação particular feita pelo conjunto Os Brasileiros, cuja formação é uma tremenda incógnita, para a campanha de Adhemar de Barros à presidência da República, em 1955, e prensada pela Continental com o número PR-176. São duas músicas do igualmente misterioso Bingo: a marchinha “Ninguém perde esperar” e o samba “Ai, Adhemar”. O grupo lembra bastante formações que marcaram época na MPB: Quatro Ases e um Coringa, Vocalistas Tropicais, Demônios da Garoa, Anjos do Inferno, Trigêmeos Vocalistas (seria um desses?). O fato é que Adhemar não chegou lá, e quem levou a melhor foi Juscelino Kubitschek de Oliveira, o homem dos “50 anos de progresso em 5 de governo”…

Depois pulamos para a campanha presidencial de 1960, que tinha como candidatos a vice-presidente Mílton Campos e João Goulart (que evidentemente levou a melhor). É o “Show do voto livre”, comandado pelo lendário radialista César de Alencar (“Esta canção nasceu pra quem quiser cantar…”), no qual inúmeros cartazes da MPB na época demonstram musicalmente sua opção pelo político gaúcho: Jorge Veiga, Dircinha Batista, Luiz Vieira, Altamiro Carrilho (recém-falecido, à frente de sua famosa bandinha), Elizeth Cardoso, Ivon Cúri, Isaurinha Garcia, o Conjunto Farroupilha, uma escola de samba… Curiosamente, João Goulart era candidato a vice na chapa do Marechal Henrique Lott, e Mílton Campos na de Jânio Quadros, o vencedor. Como não havia vinculação de votos, deu Jango como vice.

Na quinta faixa, apresentamos a marchinha “Comendo bola”, de Hekel Tavares e Luiz Peixoto, gravação de Jayme Redondo na Columbia, disco 5117-B, matriz 380431, lançada em dezembro de 1929 para o carnaval de 30. Era nitidamente contra Getúlio Vargas e a favor de Júlio Prestes de Albuquerque, ambos candidatos à presidência na República nessa época (e Prestes ganhou mas não levou). Nessa época, como se sabe, as coisas estavam fervendo no Brasil: o assassinato de João Pessoa por seu desafeto João Dantas, na Confeitaria  A Glória, do Recife, ainda que por razões pessoais, fez a oposição jogar o povo contra o governo, e a Aliança Liberal (Rio Grande do Sul, Paraíba e Minas Gerais) depôs o presidente Washington Luís em 24 de outubro de 1930, empossando, a 3 de novembro, Getúlio Vargas como chefe do governo provisório… e começando uma estadia de quinze anos no poder!

Famosos por suas sátiras de cunho político, que deram até em cadeia, Alvarenga e Ranchinho, “os reis do riso”, apresentam aqui uma delas: é a “Salada política”, ironizando exatamente Getúlio Vargas, utilizando trechos de várias músicas de sucesso, como a marchinha “A mulher do leiteiro”, a valsa “Será?” e “Oh!” Minas Gerais” (“outra mamata não perde jamais”). Eles também citam o brigadeiro Eduardo Gomes, derrotado na eleição presidencial de 1946 pelo marechal Dutra, por sinal apoiado por Getúlio. Gravação Odeon de 8 de outubro de 1946, lançada em janeiro de 47 com o número 12746-A, matriz 8110.

A faixa seguinte é uma exaltação a Getúlio Vargas: o samba “Salve 19 de abril!” (data em que nasceu o então chefe da nação), de Benedito Lacerda e Darcy de Oliveira, gravado por Dalva de Oliveira (em uma das raras oportunidades que teve de cantar como solista em disco, na época em que participava do Trio de Ouro) em 1.o de abril de 1943 (não é mentira!), e lançado pela Odeon em maio seguinte com o n.o 12306-B, matriz 7247.

A faixa seguinte é simplesmente um clássico entre os jingles políticos: o famoso “Varre, varre vassourinha”, da campanha de Jânio Quadros à presidência da República, em 1960. Muito se esperava dele, que levou a melhor sobre o Marechal Henrique Lott (apoiado pelo então presidente JK) e tomou posse em 31 de janeiro de 1961, mas o final da história creio que todos sabem…

Desde 1902, quando se iniciou a gravação fonográfica em nosso país, o “Hino Nacional Brasileiro”, melodia de Francisco Manuel da Silva e letra de Joaquim Osório Duque Estrada, tem recebido inúmeros registros, vocais e instrumentais. Foi composto em 1822, para comemorar a Independência do Brasil, recebendo nove anos depois letra por Ovídio Saraiva de Carvalho, que celebrava a abdicação de D. Pedro I. A letra definitiva, de Joaquim Osório, viria apenas em 1909, aletrada por ele em 1916 e finalmente oficializada em 1922. Pela legislação em vigor, o canto deve ser em uníssono (coro) ou instrumental, razão pela qual não cabe a interpretação-solo. E o registro do nosso querido Hino neste GRB é do tempo em que não havia esse impedimento legal, a cargo de Vicente Celestino, acompanhado pela Banda do Batalhão Naval, em 1918,  em 76 rpm da Odeon/Casa Edison, número 121342. Em 1985, Fafá de Belém cantou o “Hino Nacional” de forma livre.

Outra raridade que vem em seguida, em gravação particular, é o “Hino a Tancredo Neves”, feito por ocasião de sua candidatura ao governo de Minas Gerais, em 1960. Entretanto, quem levou a melhor foi Magalhães Pinto. Como se sabe, em 1985, Tancredo Neves seria o último presidente eleito indiretamente no Brasil por colégio eleitoral, mas não tomaria posse, tendo sido operado várias vezes e transferido de hospital, de Brasília para São Paulo.. O Brasil inteiro acompanhou apreensivo a evolução de seu estado de saúde, que foi piorando até que seu falecimento foi anunciado, em pleno dia de Tiradentes daquele ano, 21 de abril.

Em 1950, Getúlio Vargas retorna à presidência, agora por voto direto. E a faixa seguinte é justamente seu discurso de posse no cargo máximo da Nação, em 31 de janeiro de 1951. Depois, vem um de seus tradicionais discursos alusivos ao Dia do Trabalho, 1.o de maio, este de 1952, começando com “trabalhadores do Brasil” e tudo o mais…

E para finalizar, apresentamos mais uma raridade da heróica fase mecânica das 76 rotações por minuto. É a polca “No bico da chaleira”, de Costa Júnior, em gravação instrumental da Banda da Casa Edison, de 1907 (Odeon 108086, matriz XR-619). É uma referência à corte de bajuladores que cercava o então senador Pinheiro Machado, gaúcho de Cruz Alta, que era conhecida como “os pega-na-chaleira” (termo equivalente a “puxa-saco”, termo que seria popularizado anos mais tarde por outra marchinha). Pinheiro Machado seria assassinado no saguão do Hotel dos Estrangeiros, no bairro carioca do Flamengo, em 8 de setembro de 1915. Ele levou uma punhalada nas costas  do criminoso  Manso de Paiva (que sempre insistia ter agido por conta própria). As últimas palavras de Pinheiro Machado teriam sido: “Ah, canalha! Apunhalaram-me!”

Enfim, esta é mais uma edição histórica do GRB, constituindo autêntica crônica lítero-musical de nossa história política.

 

Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.

A Banda Tropicalista Do Duprat (1968)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! A lista de solicitação de novos links vem só crescendo. Eu juro que estou fazendo o possível para atender a todos, mas querendo ou não, vão ter que ter paciência. Como sabem, a prioridade é sempre a postagem do dia.

Tanto como ontem, eu hoje estou trazendo mais um ‘disco de gaveta’. Aliás, este é um álbum que eu sempre pensei em postar aqui, mas há alguns anos atrás ele se tornou um disquinho badalado, muito por conta (talvez) dos Mutantes, quando voltou à tona, através dos blogs. Vários já o postaram, por isso eu perdi um pouco a graça. Hoje, porém, vou preencher o espaço com ele, que é o que está mais à mão.

Segue então, “A Banda Tropicalista do Duprat”, álbum lançado em 1968, auge do Movimento Tropicalista. O mestre arranjador de vários outros trabalhos da turma, vem neste lp, que é mais tropicalista por fora do que por dentro, trazendo um repertório curioso, que mesmo tendo músicas de Caetano Veloso e de Gilberto Gil e também a presença dos Mutantes em quatro faixas, soa meio que fora do tom. Eu na verdade esperava mais do Duprat neste disco, algo mais criativo e característico. Ele podia ter explorado mais o universo do movimento, buscando uma síntese de tudo o que rolava. Porém, apesar dele ser a bola da vez, a direção do disco não ficou só em suas mãos, o que de uma certa forma acabou contrariando o seu ideal. Ele não gostou do resultado. Contudo, o álbum não é ruim, muito pelo contrário, tem muita coisa boa. Não sei porque, mas este disco sempre me remete à imagem do drops Dulcora. Lembram dessas balinhas? Acho que em algum momento da minha vida eu estava lá chupando Dulcora e ouvindo “Lady Madona” na versão dos Mutantes. (putz, como a gente fala abobrinha e sai do tom quando se está com sono!)

judy in disguise

honey

summer rain

canção para ingles ver

chiquita bacana

flying

the rain, the park and other things

canto chorado

bom tempo

lapinha

chega de saudade

baby

cinderella rockefella

ele falava nisso todo dia

batmacumba

frevo rasgado

lady madona

quem será?

Sergio Mendes & Brasil 66′ – Masquerade (1980)

Olá amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Meu tempo neste sábado foi corrido e só agora achei um tempinho aqui para fazer esta postagem (via celular!). Por conta disso, vou recorrer a um ‘disco de gaveta’, que por sorte eu tenho aqui pronto. Vamos com Sérgio Mendes & Brasil 66’ em um álbum duplo e importado, lançado no Canadá em 1980. Trata-se de uma coletânea com 18 ‘hits’, um misto de jazz, bossa e pop que só mesmo o Sergio Mendes poderia nos proporcionar. Eu, geralmente, não gosto de ficar postando discos estrangeiros, pois sei que muitas vezes o álbum ainda é comercializado lá fora. E os ‘gringos’ que já não gostam de ver a revolução que iniciamos aqui, ficam ainda mais ouriçados quando o ovo é deles. Bom, tudo bem, mas convenhamos… a gema é nossa! (ou algo assim)

(sittin’on) the dock of the bay

wichita lineman

norwegian wood

viola enluarada

look who’s mine

song of no regrets

masquerade

salt sea

empty faces

pretty world

dois dias

ye-me-le

easy to be hard

you stepped out of a dream

crystal illusions (memórias de marta saré)

where are you coming from

sometime ago

what the world needs now

Alma Cabocla (196…)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Realmente, não tem jeito… Por mais detalhadas que sejam as informações e orientações sobre o esquema de postagens do Toque Musical e a associação ao GTM, ainda assim existem aqueles ficam boiando. E o pior é que por não lerem antes as informações contidas no blog, acabam perdendo tempo e ocupando o meu com perguntas que já cansei de responder. Assim fica difícil…

Hoje eu estou trazendo um disco de músicas sertanejas. Aliás, um raro lp de coletânea que eu suponho tenha sido lançado no final dos anos 50 ou início dos 60. O disco eu encontrei sem a capa original e por mais que eu procurasse na Rede, não achei nada, nem mesmo qualquer referência. O que temos assim são algumas duplas caipiras, as quais, devo confessar, eu não sei nada. O que posso dizer é somente pelo faro e pelo que eu ouvi. Tem lá as suas qualidades e merece o nosso toque musical. Amantes da música sertaneja, com certeza devem conhecer e se puder, deixem aqui um comentário, um complemento a mais para um vinil pelado 🙂

 

quadrinhado com biguá – comendador biguá e caçulinha

linda paraguaia – tanabi e tajubá

orgulho de pai – nito e nato

paraguaia miporã – edinho

preço da mentira – tuta e tota

dois destinos – sobrado e sobradinho

gaucho golgazão – lalo e lelo

dama da noite – edinho

a vida do roceiro – nito e nato

linda paranaense – tanabi e tajubá

se eu fosse rico – tuta e tota

esqueci do nome – sobrado e sobradinho

 

Osny Silva – Minha Canção De Amor (1962)

Boa noite a todos! Continuo meio baqueado, mas nada como um Voltaren para dar uma aliviada. Hoje, por sorte, eu tinha aqui um disco já na agulha. Diferente das duas ou três últimas postagens, para esta eu já tenho prontas todas as faixas, basta apenas enviar para Mediafire. Vamos mais uma vez com o cantor Osny Silva, marcando presença para que não marque de toca. Temos aqui uma seleção de ritmos variados, fox, samba, tango, bolero, balada… Uma prova de que o nosso cantor se dava bem em qualquer um desses estilos. Confesso que nem tive tempo de ouvir direito o disco. Mas agora vamos juntos. Ainda bem que tem uma seção de comentários para cada postagem 🙂 Assim fica bem mais fácil, né não?

o trovador de toledo

escreva-me

minha canção de amor

granada

leva eu saudade

fujo de ti

valencia

fome de amor

no azul da noite

pense em mim

voltarás

cristal

Marku Ribas – Mente & Coração (1980)

Boa noite, amigos caros cultos, ocultos e associados. Hoje eu estou aqui apenas por honra da firma. Tô que não me agüento em pé. Parece que eu levei uma surra. Não sei se é gripe ou dengue (vixiii…)

Lá vou eu recorrer aos ‘discos de gaveta’. Vou trazendo para vocês, “Mente & Corção”, quinto álbum lançado pelo cantor e compositor mineiro, Marku Ribas, em 1980, através selo Philips. Disco super inspirado, com praticamente quase todas as músicas de sua autoria. Na banda tocam com ele Helvius Villela, Arthur Maia, Téo Lima e Renato Piau. Para completar tem também os convidados que engrossam mais o caldo, como é o caso de Ed Maciel e João Donato. Quem ainda não conhece, eu dou o toque, vale conferir… 😉

mente & coração

choro verde

será bem melhor

quem pede, pede

as vozes não mentem

nunca vi!!!

só você

olha a brecha

novo dia

limites naturais

Nelson Gonçalves – Queixas (1960)

Boa noite a todos. Hoje eu não estou muito bem. Por isso serei breve. Escolhi um artista que talvez não dependa da minha apresentação, o que me poupa palavras e tempo. Segue aqui um Nelson Gonçalves ainda inédito nas ‘fontes’. “Queixas” álbum de carreira, um dos lançamentos de 1960. Vão ‘analisado’ aí, amanhã a gente tá de volta, ok?

Desculpem, mas acho que estou ficando gripado… atchim!

 

queixas

velha bossa nova

se o meu violão falasse

se adormeço

depois do amor

pecado ambulante

fantoche

manhã do nosso amor

o jogador

vai

um grande erro

doidivana

Hebe Camargo – Seleção 78 RPM Do Toque Musical – Vol. 37 (2012)

No último sábado, 29 de setembro de 2012, fomos dolorosamente surpreendidos por mais uma perda em nosso meio artístico: a de Hebe Maria Camargo, de parada cardíaca enquanto dormia em sua casa no bairro do Morumbi, em São Paulo. Hebe vinha lutando contra um câncer no peritônio, uma membrana que cobre as paredes abdominais, diagnosticado em 2010. Chegou a curar-se, mas nos últimos tempos o câncer voltou a se manifestar, deixando-a debilitada. Chegou até a assinar um novo contrato com o SBT, onde trabalhou por 25 anos (havia deixado a Rede TV!, onde antes estava, por problemas de salário atrasado), mas o desfecho foi o esperado. E o resultado foi o que todos viram e/ou ouviram: uma comoção geral em todo o país. Afinal, Hebe era como a tia querida, como alguém da família, que transbordava alegria e descontração em seus programas, recebendo entrevistados de diversas atividades em seu sofá (sem esquecer, claro, do selinho), e, quando necessário, demonstrando sua indignação com a situação político-econômica do país. Das grandes emissoras de TV brasileiras, Hebe só não trabalhou na Globo, mas mesmo assim participou de programas da mesma como convidada e homenageada.
Porém, o que poucos sabem é que Hebe começou sua vida artística como cantora. Nascida na cida paulista de Taubaté, em 8 de março de 1929, teve origem pobre, e chegou a trabalhar como arrumadeira aos 12 anos de idade. Em 1943, com os pais e seus seis (!) irmãos, mudou-se para São Paulo. Lá, antes dos 15 anos, começou como cantora, interpretando músicas brejeiras, inclusive chorinhos, na PRG-2, Rádio Tupi, onde assinou seu primeiro contrato profissional. Em 1944. Inspirada nas americanas Andrews Sisters, formou com sua irmã Stela e as primas Helena e Maria o Quarteto Dó-Ré-Mi-Fá (o ré era a Hebe). Quando uma das primas casou, o grupo passou a se chamar As Três Américas. Por fim, com sua irmã, Hebe formou a dupla caipira Rosalina e Florisbela, alcançando sucesso no programa “Arraial da curva torta”, apresentado pelo Capitão Furtado na Rádio Difusora, coligada da Tupi. Mais tarde, por sugestão do diretor das Emissoras Associadas, Gilberto Martins, Hebe optou pela carreira-solo, ganhando o título de “moreninha do samba” (ela só tingiria os cabelos de loiro pela primeira vez em 1957). Gravou seu primeiro disco na Odeon, em 1950, interpretando os sambas “Oh! José” (Esmeraldino Sales e Ribeiro Filho) e “Quem foi que disse?” (Gabriel Aguiar e Valadares do Lago). Em 78 rpm, foram 32 discos com 64 fonogramas, nesse selo e também na RGE e na Polydor. Hebe também lançou seis compactos (quatro duplos e dois simples), e sete LPs, em sua primeira fase como cantora, o último deles em 1967, abandonando o disco em função de seu trabalho na TV. Mas, no final dos anos 1990, Hebe voltaria a gravar, lançando três CDs: “Pra você” (1998), “Como é grande o meu amor por vocês” (2001) e “Mulher” (2010), tendo também participado do CD/DVD “Elas cantam Roberto Carlos”.
Em sua trigésima-sétima edição, o Grand Record Brazil homenageia a querida e agora pranteada Hebe Camargo, apresentando treze gravações por ela realizadas, assim permitindo que se conheça mais a fundo seu trabalho como cantora, ainda hoje pouco conhecido e divulgado. Começamos nossa seleção com o samba “Você quer voltar”, para o carnaval de 1952, de Francisco Alves, Oswaldo Monello e José Roy, gravado na Odeon ainda em 51, no dia 10 de setembro, com lançamento um mês antes da folia, em janeiro, sob n.o 13223-A, matriz 9110. Na faixa seguinte, a marchinha “Sem tambor e sem corneta”, de Dênis Brean e Oswaldo Guilherme, para a folia de 1951, gravada em 18 de novembro de 1950 e lançada também um mês antes daquela folia, em janeiro, com o n.o 13091-A, matriz 8857. Em seguida saltamos para o carnaval de 1955, apresentando o samba “Madalena”, de Oswaldo França e Blecaute (o “general da banda”), gravado em 7 de outubro de 54 e lançado ainda em dezembro, com o n.o 13747-B, matriz 10328. Recuamos depois para a folia momesca de 1954, com outro samba, “Eu não sou Deus”, de José Roy e Fernando Lobo, gravação de 2 de dezembro de 53 lançada um mês antes do carnaval, janeiro é claro, com o n.o 13596-B, matriz 9990. Em seguida, a marchinha “Eu vou de touca”, de Dênis Brean em parceria com outro grande nome do rádio e da TV brasileiros, Blota Júnior, da folia de 1952, que corresponde ao lado B de “Você quer voltar”, matriz 9111. O samba “Cansada de sofrer”, de José Roy e Doca, é o lado A de “Madalena”, matriz 10327. Da Odeon passamos depois para a RGE, apresentando o rock “Serafim”, versão de Clímaco César para “Oh! Josephine”, de Heinz Gietz e Kurt Feltz, lançado em novembro de 1958 com o número 10130-A, matriz RGO-791, e também integrando o compacto duplo “Hebe canta e encanta”. Voltando à Odeon, a clássica marcha natalina “Boas festas (Papai Noel)”, de Assis Valente, originalmente lançada por Carlos Galhardo em 1933, e que Hebe canta aqui junto com Os 4 Amigos. O registro data de 3 de setembro de 1953, lançado em dezembro seguinte com o n.o 13548-A, matriz 9871. Em seguida o samba “Testemunha”, de J. Piedade e Alfredo Godinho, gravado em 28 de maio de 1952 e lançado em julho seguinte com o n.o 13289-B, matriz 9318. Temos depois uma releitura de Hebe para o clássico samba “Não me diga adeus”, de Paquito, Luiz Soberano e João Corrêa da Silva, originalmente lançado para o carnaval de 1948 na voz de Aracy de Almeida. A gravação de Hebe saiu originalmente pela Odeon em um LP coletivo de 10 polegadas, “Carnaval de sempre – Sambas e marchas”, em 1955. Em seguida, mais samba: “Tintim por tintim”, de Portinho e Wilson Falcão, gravação de 17 de julho de 1956 que a Odeon só lançou em abril de 57 com o n.o 14192-B, matriz 11253, incluída também no LP de dez polegadas “Festa de ritmos”. Outra faixa que só saiu em LP, a exemplo de “Não me diga adeus”, é a do samba “Mundo mau”, de Sidney Morais e Júlio Rosemberg, que encerra o álbum “Sou eu”, de 1960. E o encerramento, aqui, fica por conta da polca-dobrado “São Paulo quatrocentão”, de Garoto e Chiquinho, com letra de Avaré (não creditado no selo), que Hebe registrou cantada em 26 de novembro de 1953, com lançamento em janeiro de 54, disco 13594-B, matriz 9986. Enfim, uma seleção em que predominam a alegria e a descontração que Hebe, em todos esses anos de carreira no rádio, no disco e sobretudo na televisão, deu ao público brasileiro, como ninguém!

Texto de SAMUEL MACHADO FILHO.

Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim (1967)

Olá, bom dia a todos! Hoje, domingão, estou trazendo aqui um álbum clássico e histórico. O célebre primeiro encontro de Tom Jobim e Frank Sinatra. Eu estava meio na dúvida se devia ou não postar este lp, afinal, lá fora ele continua sendo produzido. Aliás, há poucos anos atrás, foi lançado um cd com todas as gravações feitas pela dupla para o selo Reprise. A história deste encontro, acho que todos já sabem. Por isso, eu não vou ficar aqui ocupando o meu domingo para chover no molhado. Neste disco vamos encontrar dez músicas, sendo oito de Tom Jobim e por garantia, Sinatra escolheu dois ‘standard’ da música americana, “I concentrate on you”, de Cole Porter e “Baubles, bangles and beads”, de Wright e Forrest. Os arranjos e regência são de Claus Orgerman (acho esse cara fera!). O disco foi lançado logo após as gravações, inclusive aqui no Brasil.

the girl from ipanema

dindi

change partners

quiet nights of quiet stars

meditation

if you never come to me

how insensitive

concentrate on you

baubles, bangles and beads

once i loved

Orquestra E Coral De Severino Filho – Onde Nos Leva O Ritmo (1961)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados de plantão! Hoje, por certo, muitos esperavam aqui uma homenagem à cantora e apresentadora de televisão, Hebe Camargo, que veio a falecer na madrugada deste sábado. Eu, infelizmente, fui pego de surpresa, não tinha nenhum disco dela à mão. Aliás situações como essas sempre acontecem quando menos esperamos. De qualquer forma, enviei ao GTM um novo link para o único disco dela que temos postado aqui, o álbum “Sou Eu”, de 1960.

Nosso disco de hoje, que eu já havia preparado com antecedência é “Onde nos leva o ritmo”, álbum raríssimo de Severino Filho, com seu coral e orquestra, lançado pela gravadora Continental, em 1961. Temos aqui uma seleção dos mais variados ritmos, representados em sucessos nacionais e internacionais da época. O grande pecado aqui é o estado do disco. Em algumas faixas não há programa de som que dê jeito, infelizmente. Mesmo assim, vale a pena (e muito) dar uma conferida no ‘carioca’.

pepe

um beijo, nada mais

shimy shimy ko ko bop

je te tendrai les bras

desespero de causa

tenderly

la pachanga

chopin em ritmo de samba

my favorite things

laura

amapola

barração

Cícero Mota – Maculê (1993)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Putz, que friozinho safado está lá fora. Ta bom é para esquentar o peito com um conhaque e é isso que eu vou fazer daqui a pouco. Afinal, hoje é sexta-feira! Antes, porém, deixo aqui o disco do dia. Para não perdermos o costume, vamos com um álbum independente.

Apresento, o mineiro de Uberlândia, o compositor, cantor e violonista Cícero Mota. Descobri este artista não faz muito tempo, embora ele já esteja na estrada há um bom tempo. Fiquei realmente impressionado com a qualidade do seu trabalho. Sem querer fazer comparações, o que aliás não tem nada a ver, mas o seu jeito de cantar e sua musicalidade me fez lembrar o Edu Lobo. Já gostei de cara. Mas o talento de Cícero e suas músicas seguem um caminho próprio. Vamos perceber isso neste “Macule”, que foi o seu primeiro disco, lançado em 1993. Ao que tudo indica, ele continua em Uberlândia trabalhando como professor de violão. Para saber mais sobre o artista, sugiro que vocês conheçam o seu site. Vale a pena conhecer este artista. Eu recomendo 😉

maculê

mundo de estrelas

no meio do mar

blues de viés

cafuné

zig-zag

alvorada

voz de negro

 

Homengem Póstuma À Francisco Alves (REPOST)

Como sei que temos aqui muitos fãs do “Chico Viola”, vou trazendo aqui de novo uma postagem que fiz em 27 de setembro de 2009, como forma de homenagear e lembrar a memória de um dos grandes ídolos brasileiros.

Este disco de 78 rotações foi lançado imediatamente após a morte do cantor, pela Odeon, tendo Dalva de Oliveira como intérprete da marcha rancho “Meu rouxinol”, composta por Pereira Mattos e Mário Rossi. O interessante de notar é o quanto realmente Francisco Alves era querido e prestigiado, a ponto de merecer tal homenagem. O disco tem apenas um lado gravado, no outro a agulha corre silenciosa num sulco sem registro, representando um minuto de silêncio. Podemos dizer que este é um dos discos mais raros postados aqui no Toque Musical. Uma ‘relíquia’ histórica que muitos colecionadores pagariam caro para te-la. Que viva na nossa memória o grande Francisco Alves!

* esta música encontra-se também em um dos volumes da Coleção Grand Record Brazil do Toque Musical e pode ser baixada no GTM.

Ciro Pereira E Sua Orquestra – Música Dos Astros (1962)

Boa noite, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje vamos de orquestra que é sempre uma boa pedida e eu sinceramente acho que precisamos estar aqui sempre lembrando o quanto elas foram importantes na história da música popular brasileira. Obviamente essas estão associadas diretamente aos grandes mestres regentes da época de ouro do rádio, televisão e disco – como é o caso aqui do nosso maestro, arranjador Ciro Pereira (ou Cyro, com Y). Ele foi diretor de orquestra nos antigos festivais da TV Record. Atuou como regente em diversos programas musicais da tv, entre eles “O Fino da Bossa”, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues. Começou no rádio como tantos outros mestres, acompanhado cantores, fazendo trilhas, etc… Foi também professor de orquestração na Unicamp e regente da Orquestra Jazz Sinfônica, de São Paulo.

“Música dos Astros” foi o primeiro disco exclusivamente seu, onde ele teve total liberdade para escolher as músicas, arranjar, orquestrar e dirigir sua orquestra. Vamos encontrar aqui uma seleção bem apurada feita pelo maestro, com temas nacionais e internacionais, incluindo também uma faixa autoral, “Minuano”, música que manifesta as suas origens. Lançado pelo selo Continental, em 1962. Querem conhecer? Dá o toque, ok?

sunrise serenade

dueto de saudade

é fácil dizer adeus

tu si, malincunia

sol

monalisa

minuano

sofisticated lady

madureira chorou

my blue heaven

poema

how in the world

Ary Barroso – Meu Brasil Brasileiro (1958)

Bom dia, amigos cultos, ocultos e associados! Hoje, para ‘abrilhantar’ ainda mais nossa semana aqui no Toque Musical, eu estou trazendo um de nossos mais brilhantes compositores da Música Popular Brasileira, o grande Ary Barroso. Acho que até hoje eu ainda não havia postado um disco original dele. Assim, para compensar, vamos com este “Meu Brasil Brasileiro…”, disco lançado pelo selo Odeon em 1958. Este álbum, assim como quase todos os discos gravados por Ary já foram bem divulgados em outros blogs. Eu, inclusive, sempre fiquei incomodado com o fato de que em todo o lugar onde vi este disco postado, as músicas não correspondiam à lista na contracapa. Foi movido também por esse detalhe que eu pensei um dia em posta-lo. Vamos fazer a coisa certa! Mas para a minha surpresa, percebo que o disco que tenho também apresenta a mesma lista comum a todos. Por um momento pensei que tivesse trocado o disco de capa. Mas a verdade é uma só, a lista de músicas, assim como o próprio texto de Lúcio Rangel na contracapa foram colocados erroneamente na ‘embalagem sanduíche’. Uma falha da produção gráfica. Acho que quando perceberam isso, os milhares de discos já estavam nas lojas e provavelmente nem chegaram a corrigir o erro. Creio que este lp veio a ser relançado posteriormente, com outra capa e talvez até com as outras músicas. O certo é que está tudo errado e eu até tentei compor em paralelo a lista da contracapa, mas infelizmente me faltaram alguns fonogramas originais. Se acaso algum dos amigos tiver as músicas que faltam, por favor, envie para mim. Eu monto a ‘versão contracapa’ e coloco aqui para todos. Enquanto isso, vamos curtindo esta beleza. Um disco com mais de 50 anos, mas que está impecável, perfeito para a digitalização. Querem conferir? Dá um toque.

na baixa do sapateiro

o correio chegou

sonho de amor

faceira

foi ela

falta de consciência

aquarela do brasil

perdão

quando a noite é serena

é mentira, oi

folha morta

malandro sofredor

 

Waleska – Canto Livre (1980)

Boa dia todos! Hoje temos em nossa companhia e mais uma vez, a cantora Waleska. Sei que ela tem muitos fãs por aqui, por isso, resolvi emplacar mais um em nosso Toque Musical. Ao contrário de outros discos de Waleska, “Canto Livre” é um álbum que me pareceu mais alegre e solto, tanto pela escolha do repertório como também do produtor, diretor musical e regente, que foi o Sivuca. Aliás, ele também toca em várias faixas! E a Waleska, oras… como sempre, dando um show de interpretação. Grande cantora! Confiram o toque…

a festa

o amor da justiça

a quem possa interessar

choro livre

meu bar

capixaba do mato

acorda Alice

mulher de forno e fogão

bêbados e boêmios

choro cantado

mesmas ilusões

alessandra