João Donato – Sambou, Sambou (1965)

Hoje está sendo o primeiro dia em que o nosso blog se coloca fechado para todos. A razão para isso não foi apenas o ‘fuzuê’ criado em torno da postagem da fita do João Gilberto. Devo confessar a vocês que apesar da minha paixão por tudo isso, ando meio cansado. Há tempos venho precisando tirar umas férias, dar uma relaxada e ficar sem compromissos. Gosto muito da minha atividade no blog, a ponto de tê-lo criado com postagens diárias. Fazer uma postagem é algo relativamente simples e rápido, porém, num blog como este a coisa não é bem assim. Carece de um certo preparo e conhecimento sobre o álbum que se está publicando. Isso para não falar do trabalho de bastidores. É mesmo um trabalho complexo, quando buscamos algo consistente. Por essas e por outras, achei que agora foi um bom momento para eu dar uma pausa.
Estou pensando numa maneira diferente de manter o blog sem muitos riscos. Longe dos olhos daqueles que vão contra à minha jornada diária. No que depender de mim, farei o possível para continuar levando até vocês um pouco dos sonhos perdidos.
Apesar dos pesares, não deixarei nos próximos dias de manter diária as nossas postagens.
Para hoje temos o genial João Donato em um álbum importado de 1965. Com ele tocam Tião Neto no baixo, Milton Banana na bateria e Amaury Rodriquez no bongô e pandeiro. Este disco, me parece, foi relançado em cd no Japão em 1994. Por aqui nunca chegou. Alguns blogs já o publicaram, mas o que temos aqui é mais um trabalho de ajuste feito pelo Chris do Rio, realçando ainda mais as qualidades do som. Se você ainda não teve a oportunidade de ouví-lo, sua boa chance está aqui.

muito a vontade
tim dom dom
pra que chorar
sambou… sambou
jodel (café com pão)
vamos nessa
minha saudade
naquela base
olhou pra mim
tema teimoso
só se for agora
caminho de casa

Albertinho Fortuna – Músicas De Novelas

Apesar de toda a confusão e algumas mudanças estratégicas, eu não poderia deixar de trazer a tradicional postagem do dia. Imagino que neste momento apenas aqueles que são seguidores do blog estejam tendo acesso. Logo em seguida enviarei mensagens aos demais avisando da mudança. Acho que de agora em diante farei assim. Quero estar longe dos holofotes. Não quero ser visto como Robin Wood e nem como Barba Negra. Nesta novela eu prefiro estar nos bastidores.
E por falar em novelas, temos para hoje um disco com o cantor Albertinho Fortuna. Um dos intérpretes preferidos para as canções das novelas de rádio dos anos 50 e 60. A Continental reuniu neste lp algumas dessas canções que foram sucesso e ficaram na lembranças daqueles que viveram essa época. Na foto da capa temos o então estúdio de rádio-teatro da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Neste estúdio foram gravadas diversas novelas. Podemos ver em cena os atores Rodolfo Mayer, Celso Guimarães, Daisy Lucidi, Abgail Maia e Isis de Oliveira.
Um aspecto interessante deste repertório, são os arranjos e orquestração de Radamés Gnatalli. As melodias são realmente maravilhosas. Vale a pena ver de novo 😉

lamento árabe
solidão
para toda vida
silencioso
sem ninguém
vidas mal traçadas
magia
deslumbramento
ternura
incerteza
pálida esperança
a canção do fugitivo

Toques Para Quem Se Toca

Algumas pessoas têm estranhado o fato de que os links para a postagem do João Gilberto, às vezes aparecem inválidos. Realmente, os links foram feitos para uma validade de 12 horas. O motivo é muito simples. Diante ao enorme interesse por essa gravação, tivemos espantosamente só no primeiro dia mais de 300 buscas. Depois verifiquei que em outros blogs, sites e comunidades do Orkut, também já anunciavam a raridade. Até aí, maravilha… só que todo mundo estava usando o link fornecido ao Toque Musical. Daí, resolvi adotar o link temporário, motivando as pessoas a criarem os seus próprios. Cheguei inclusive a retirar dos Comentários um outro link. Agradeço a boa intenção da pessoa que o fez, mas prefiro eu mesmo o faze-lo. Espero que em outros blogs esta gravação também seja postada. E que as pessoas entendam de uma vez por todas como foi importante trazer à tona um material escondido por 50 anos. E pensar que nós brasileiros fomos os últimos a ter acesso a este material, enquanto cópias de má qualidade eram vendidas lá fora por um preço absurdo. É o que eu sempre digo, os estrangeiros sabem mais da nossa música do que nós mesmos. Eles valorizam o conteúdo e nós o produto. Por isso estamos sempre pagando mais caro. Por causa dessa postagem alguns poucos (aqueles que lucravam de alguma forma com isso) estão me taxando de pirata. Eu? Só eu? Teve um idiota, figura renomada, que diz que o pirata é aquele que sobe (“são os que sobem é que a gente está de olho”). Teve também um outro, que pelo Orkut, andou distribuindo em doses homeopáticas essas gravações, por sinal muito ruins e justificou sua ação dizendo que não queria ver esse trabalho nas mãos dos blogs piratas. Perfeito! Só que no dia seguinte, entrou anônimo e silenciosamente aqui para baixar. Me mandou um recado dizendo que apesar do ’malware’, tinha conseguido baixar o arquivo. Dá para entender pessoas assim? Quer dizer que o vilão nessa estória sou eu. Aquele que vem no anonimato, entra no blog, baixa tudo que encontra ou interessa, carrega e vai embora, também não é muito diferente do pirata. Aquele acadêmico ou aquele repórter em busca de elementos para seus trabalhos também estão na pirataria. O inocente cidadão que traz em seu celular diversas ‘musiquinhas’ como toques musicais, também e sem saber, participa da pirataria. Em resumo, neste mundo virtual e de novos (pré) conceitos, estamos todos no mesmo barco. O barco do capitão Blackbeard. Como disse um amigo meu, é a necessidade que gera leis e regulamentos. Agora, vai depender de qual necessidade é a mais urgente, a cultural ou a econômica. E você, de que lado vai ficar?
O pior pirata é aquele que não enxerga a realidade, porque usa dois tapa-olhos.

Fred Williams E Dalila (1971)

Ao lado de Edú da Gaita, o carioca Fred Williams, nome artístico de Manoel Xisto, foi um dos grandes gaitistas do Brasil. Autodidata, iniciou-se na harmônica ainda bem jovem. No final dos anos 30 foi para o rádio como integrante de um conjunto musical. Seus primeiros discos vieram a partir dos anos 50. Suas composições faziam muito sucesso. Dominava os diversos tipos de gaita e, veladamente, rivalizava com o célebre Edú. Segundo as escassas e duvidosas fontes, o gaitista gravou dezenas de bolachas em 78 rpm e apenas um lp, encerrando sua carreira no inicio dos anos 60 (eu cá, tenho as minhas dúvidas). Infelizmente não há na rede informações precisas ou detalhas sobre Fred Williams. Acho que só mesmo recorrendo aos universitários e acadêmicos de plantão.
“Fred Williams e Dalila” é um álbum que nos mostra o contrário do que foi dito. Este disco foi lançado em1971 (e eu conheço dele pelo menos mais uns dois lps). O repertório é composto por alguns temas gravados anteriormente, possivelmente regravação, pois o disco ainda nos apresenta coisas inéditas e de outros autores. Quanto à Dalila, não adianta perguntar ou procurar. Ela não toca e nem canta, apenas encanta a capa. Possivelmente seria a esposa do gaitista. (ou não?)

meu pequeno cachoeiro
dorinha meu amor
lampeão de gaz
prá começo de assunto
não vou nessa cascata
maricota do cajú
uma farra em porto alegre
balança tudo
mâezinha do coração
briguinha de amor
viajando pra fazenda
ilusão de um grane amor

Neuza Maria E Britinho – As Favoritas Do Disc-Jockey Haroldo Eiras (1955)

Nos últimos dias tenho acessado com mais freqüência minha conta no Orkut. Eu nunca tive muita paciência e devo admitir que antes havia até um certo preconceito de ‘orkuteiros’. Mas como tudo, com o tempo aprimora, melhora ou piora. Acho que o Orkut tem melhorado e vem se transformando numa ferramenta muito útil de comunicação e divulgação. Passei a acreditar mais nessa via e a adotei como um outro ponto de referência. Tenho feito por lá bons amigos, mas também estranhado algumas comunidades e comportamentos. Só para vocês terem uma idéia, numa dessas comunidades relacionadas à música, encontrei uma distinta figura que disse não disponibilizar seu acervo, para evitar que os blogs piratas os copiem. Seria ético se não fosse céptico, considerando que essa figura teve (e tem) como sua maior fonte de pesquisas os malditos blogs piratas. São esses que trouxeram o que ela vem distribuindo homeopaticamente em sua comunidade. O que essa pessoa não sabe ou não quer saber é que os verdadeiros piratas são aqueles que lucram com a pilhagem. Pirata é aquele que na surdina, oculto e com IP variável entra no meu blog, cata o que quer e depois lá fora, doura ainda mais a pílula, se faz de tutor e lucra com as vendas de suas reciclagens. Hipocrisia… essa é a melhor palavra para definir esses falsos moralistas. Quero dizer mais uma coisa: ladrão não é só aquele que rouba um carro inteiro, mas também aquele que leva um só pneu. No mundo digital todos nós ainda somos pirata.

Desabafos a parte, vamos ao que interessa. Japoneses, americanos… todos a postos! Aqui vai mais um automóvel da década de 50, quer dizer, mais um álbum raro e esquecido.
Hoje temos uma seleção musical feita pelo compositor e ‘disc-jockey’ Haroldo Eiras. Em virtude de sua consagração e premiação como o melhor apresentador musical do rádio em 1955, a Sinter o convidou para esta seleção, interpretada pela cantora Neuza Maria e o pianista Leal Brito (o Britinho). Embora no texto da contracapa nos seja apresentado um disco inédito, me pareceu que essas gravações foram recolhidas de outros discos, tanto de Neuza quanto de Britinho. Alguém saberia esclarecer?

a voz do morro
siga
paraquedista
porque voltei
última canção
pois é
peixe fisgado
adeus querida

Ary Barroso – Nova História Da Música Popular Brasileira (1977) 6

Olá meus caríssimos! Continuo a lembrar, principalmente aos desavisados e desatentos visitantes, que estou recolhendo os contatos de interessados em manter o acesso ao blog, caso venhamos mesmo a nos transferir para um espaço privado. Já temos listado mais de 600 solicitações. Ainda bem que o espaço e virtual 😉
Temos aqui outro campeão de audiência da coleção Nova História da Música Popular Brasileira. Seguindo a ordem alfabética, a semana é de Ary Barroso. Um dos mais férteis compositores brasileiros e mundialmente conhecido, principalmente por sua Aquarela do Brasil. Nasceu em Ubá, Minas Gerais, onde viveu até por volta dos 18 anos. Mudou-se para o Rio de Janeiro e daí começa sua grande caminhada. Foi advogado, jornalista, radialista, vereador, dirigente esportivo, amante do futebol e principalmente compositor de canções que refletem o verdadeiro espírito brasileiro. Sua música sempre foi evocando os valores e costumes de seu país. Ary sempre lutou pela autenticidade da nossa arte maior, a música popular.
Eu sou um cara privilegiado, pois tenho comigo há mais de 20 anos, um óculos que pertenceu ao Ary Barroso. Quando eu conto esta história todo mundo duvida e nem mesmo mostrando ele na minha cara as pessoas se convencem. Na verdade, nem eu acredito, pois a única coisa que tenho é a palavra do antiquário que jurou de pé junto que o óculos era do Ary. Nunca dei muita bola para isso, embora já tivesse visto fotos antigas dele com o tal óculos. A foto da capa deste disco é uma delas e é possível comparar. De puro sarro, resolvi incluir no pacote as fotos do meu óculos do Ary Barroso para vocês também compararem. Infelizmente este não tem como compartilhar, mas está à disposição para aqueles que queiram comprovação.

na batucada da vida – elis regina
no tabuleiro da baiana – carmen miranda e luiz barbosa
como vaes você? – carmen miranda
na baixa do sapateiro – anjos do inferno
aquarela do brasil – silvio caldas
os quindins de iáiá – cyro monteiro
morena boca de ouro – joão gilberto
risque – linda batista

Arena Conta Zumbi (1965)

Interessante… Em pouco mais de uma semana, três pessoas, em situações totalmente distintas, me perguntaram se eu teria no blog o disco Arena conta Zumbi. Eu tinha certo de que já o havia postado, não sei porque razão. Depois me lembrei de outras encarnações e tudo ficou claro. Realmente, eu ainda não o apresentei aqui no Toque Musical. Portanto, hoje vamos a ele 🙂
“Arena conta Zumbi” é uma peça teatral de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, com música composta por Edú Lôbo. O musical, um marco na trajetória do Teatro de Arena, estreou neste saudoso e emblemático teatro de São Paulo, no dia 1 de maio de 1965. A direção musical foi de Carlos Castilho que também participa tocando violão e a direção geral de Augusto Boal. No elenco, entre outros haviam o Guarnieri, Lima Duarte, Dina Sfat e Marília Medalha.
O texto da peça é baseado no romance de João Felício dos Santos e conta a história do Quilombo dos Palmares e da vinda de Zambi para o Brasil num barco negreiro. Porém, a adaptação de Boal e Guarnieri refletia a realidade do momento, o contexto social, cultural e principalmente político do país naqueles anos. Como exemplo, temos incluído um discurso do General Castelo Branco que na peça é fala do personagem, o governador Dom Ayres.
Esta peça teve várias montagens, não apenas no Brasil, mas também na Argentina, Uruguai, França e América.
Apesar de existir pausa entre falas e músicas no disco, eu achei por bem não separá-las, mantendo inteiros os lados A e B.

Basf – 50 Anos De Memória Brasileira 1934-84 (1984)

Comemorando os 50 anos da fita de gravação no Brasil, a BASF em 1984 brindou à um limitado público com esta antologia sobre “50 Anos de Memória Brasileira”. O trabalho, obviamente, foi apresentado em fita cassete (lembram dela?). Nele, uma equipe de pesquisadores, coordenada por Maurício Quadrio, procurou reunir todos os fonogramas e registros possíveis sobre nossa história recente. Esta fita é bem ao estilo do lp Nosso Tempo. Há inclusive uma série de fotogramas que são os mesmo do disco. Mesmo assim, não deixa de ser um trabalho valioso que merece estar disponível para todos.

O Brasil Canta Por Um Mundo Melhor – Brazilo Kantas Por Pli Bona Mondo (1970)

Hoje o dia foi foda! Desculpe-me a expressão. Mas só agora estou conseguindo construir e publicar a postagem do dia. E mesmo assim terei que ser breve, pois tenho ainda uma estrada pela frente. Alguém aqui fala Esperanto? Então escuta…
Mais um trabalho fonográfico interessante e curioso temos para esta sexta-feira. Um disco gravado em Esperanto. “Brazilo kantas por pli bona mondo” (O Brasil canta por um mundo melhor), foi um álbum idealizado pelo professor Sylla Chaves, um dos mais importantes esperantistas brasileiros, membro da Academia de Esperanto, jornalista, escritor e poeta. O lp apresenta ao público uma amostra do que é o Esperanto, através de uma seleção de poemas e clássicos musicais de consagrados autores brasileiros, vertidos para esta língua por Sylla Chaves. Participam do álbum Franca Fenatti, Antonio João e Aurora Miranda. Os arranjos e regência são do maestro Cipó.
Para aqueles que não sabem, o Esperanto é uma língua neutra auxiliar e internacional, criada por Lázaro Zamenhof, na Polônia em 1887. Seu objetivo principal é facilitar a comunicação entre povos de idiomas diferentes. Embora pouco divulgado, ele está presente em mais 120 países pelo mundo. Dizem que é uma língua relativamente fácil de se aprender. No Brasil existem muitos adeptos e sua atuação é constante. Saiba mais a respeito do Esperanto através do site Liga Brasileira de Esperanto.

esperanto – apresentação
cinco náufragos / kvin dronintoj – syllas chaves
ave maria do morro / avemaria en la monto – franca fenati
hino / himno – syllas chaves
cai, cai, balão / tuj, tuj, balon – aurora miranda
josé / jozefo – sylla chaves
quero que vá tudo pro inferno / iru cio al la inferno – franca fenati
luar do sertão / internlanda luno – antonio joão
ninguém me ama / neniu amas min – aurora miranda
maringá – antonio joão
a banda / la muzikistaro – franca fenati
chão de estrelas / planko stelplena – antonio joão
tico tico no fubá / zonotriko en la faruno – aurora miranda

A Cruz E A Rosa – Filosofia Perene / História de Aishá (1976)

Olá a todos! Inicialmente quero informar que continuo recolhendo os e-mails para o caso de uma possível mudança em nossa rotina musicultural. Não há um prazo limite e espero não precisar.
Para hoje, mais uma curiosidade fonográfica. Um álbum para iniciados e iniciantes. Não sei se diria um disco com libreto ou um libreto com disco. O certo é que este álbum foi criado pela Ordem Rosa Cruz, uma organização mundialmente conhecida de caráter místico e filosófico que, segundo falam, tem por objetivo fazer com que as pessoas descubram e utilizem seu verdadeiro potencial interior.
Devo confessar que só agora, ao pegar neste disco, tive interesse em conhecer melhor o trabalho da Ordem. E tudo por causa da participação do compositor Luiz Eça (que deve ser Rosa Cruz). Fiquei curioso para ouvir a trilha que ele havia composto para o disco. Acabei ouvindo bem mais do que eu esperava. O disco se divide em dois momentos: Filosofia Perene e História de Aishá, que são sequências de citações extraídas de textos e pensamentos de diversos místicos, filósofos e escritores. É algo muito bonito de se ouvir.

filosofia perene – carlos alberto s. soares
história de aisha – p. a. freire
*música composta e executada por luiz eça

Chacrinha E Supersonics – As Super Quentes Da Discoteca (1972)

Alô Terezinha! Disseram que ele não vinha, olha ele aí! É.. é ele mesmo, o velho guerreiro. Figura singular dos programas de auditório, Chacrinha foi talvez o mais famoso apresentador de programas de auditório do Brasil. Com seu estilo fanfarrão, cheio de palhaçadas, num visual sempre muito colorido, ele realmente comandava a massa, como já dizia Gilberto Gil. Seus programas de auditório eram uma verdadeira festa. Tinha de tudo e para todos.
Seu nome era José Abelardo Barbosa de Medeiros e o apelido Chacrinha nasceu quando ele ainda era radialista. A emissora onde trabalhava era numa pequena chácara e ele se referia a ela como ‘chacrinha’, daí pegou. Mas a figura do Chacrinha surge mesmo no final dos anos 50, quando a TV Tupi estréia o programa Discoteca do Chacrinha. Ao longo do tempo ele trabalhou em diversas emissoras de tv, mantendo consigo o estilo do velho palhaço e o mesmo formato de programa. Foi a cada dia acrescentando novidades, como a cartola, a buzina, o disco numérico de telefone e muitas cores. Tudo isso para decorar ainda mais a festa com artistas diversos, cantores e calouros. Quem não se lembra do troféu abacaxi? Era uma época boa e farta, tinha até bacalhau distribuido na platéia. Era uma zorra total. Mas o melhor mesmo eram as dançarinas, as famosas “chacretes”. Me lembro de algumas como, Lia Hollywood, Gracinha Copacabana, Índia Amazonese, Índia Poti, Sarita Catatau, Fernanda Terremoto, Leda Zepepelin e a mais famosa de todas, até hoje botando para quebrar, Rita Cadillac.
Este disco foi gravado em 1972, com produção de Milton Miranda e direção musical do maestro Gaya. Nele temos o velho guerreiro cantando e fazendo das suas ao lado de um côro, possivelmente de chacretes. O repertório é bem variado e as músicas não são separadas por faixas. É festa do lado A e do lado B.

mon amour, meu bem, ma femme
agora eu sei
eu quero botar meu bloco na rua
concerto par um verão
são coisas da vida
cavaleiro de aruanda
fio maravilha
nó na cana
gato e sapato
vou tirar você desse lugar
esta noite você vai ter que ser minha
o jornalista (o enviado especial)
rock and roll lullaby
alone again
let me sing, let me sing

As 20 Melhores Para Vizinho Chato (2007)

Todo mundo, alguma vez na vida, já teve problemas com o vizinho. Principalmente quem mora em apartamento. É mesmo de lascar essa relação comunitária que separa a gente do outro apenas por uma simples e fina parede de tijolos. Fica difícil manter mais afrouxada a nossa privacidade. Qualquer barulhinho pode ser ouvido pelo vizinho. Seus atos, seus passos, suas idas e vindas… são sempre acompanhados por ‘olhos mágicos’ e cameras de segurança. Nesses meus tempos vivendo em apartamento descobri que o vizinho chato é aquele que se acha o dono do pedaço, como se os outros moradores fossem seus inquilinos. Vigia, fofoca e trama. Felizmente, aqui para os meus lados isso já acabou. Mas sei que é um desgosto dos mais comuns e todo mundo tem alguma estória dessas pra contar.

Mas eis que surgi uma nova técnica para enfrentar seus vizinhos chatos. Agora você vai poder vencê-los pelo cansaço. Com este curioso disquinho (faça o seu) você vai poder se vingar não apenas da Candinha, mas também daquela turminha da república que mora ai do lado e não deixou você dormir a noite passada com aquela festa infernal. Taí a sua chance de vingança. Aumete o volume, aperte o play, configure para tocar e repetir todas e saía para dar um passeio. Só volte se o síndico ligar pedindo “pelo amor de Deus” para você parar. Tenho certeza que depois dessas, a turma aí no prédio vai ficar ‘pianinho’. Divirtam-se…

Antonio Maria – Nova História Da Música Popular Brasileira (1978) 5

Olá amigos, cada vez mais cultos que ocultos! Espero que tenham relaxado com o disco de ontem. De vez em quanto é bom tê-lo a mão para umas práticazinhas 🙂
Inicialmente quero fazer público os meus sinceros agradecimentos ao amigo Carlos, que mais uma vez contribuiu para com a qualidade da nossa postagem. Valeu demais!
Aqui estamos nós com mais um exemplar da coleção Nova História da Música Popular Brasileira. Seguindo, como foi dito, uma ordem alfabética. O número desta semana é dedicado ao cronista e compositor Antonio Maria. Não vou entrar em detalhes porque estes já estão incluídos. Só tenho a dizer que é um álbum nota 10 da coleção. Embora sempre fique um gostinho de ‘quero mais’.

menino grande – nora ney
ninguém me ama – nora ney
se eu morresse amanhã de manhã – dircinha batista
frevo n.2 do recife – maria bethania
valsa de uma cidade – os cariocas
canão da volta – dolores duran
suas mãos – silvia telles
manhã de carnaval – joão gilberto

Orquestra Guerra Peixe & Coral De JOAB – Pra Frente Brasil

Hoje eu acho que faltou uma pitada musical a mais. Esse negócio de relaxamento é bom, mas se não houver um pouco mais de música, fica difícil. Este compacto, na verdade, era para ter entrado ontem, junto com o disco da Seleção Brasileira de Futebol. Fazendo um gancho também com o disco do Miguel Gustavo, criador da música que virou hino e sinônimo de Copa do Mundo. Neste compacto temos as duas versões como a Orquestra do Maestro Guerra Peixe. De um lado a versão instrumental e do outro a versão vocal com o Cortal de Joab. Taí… um disquinho de fim de noite. 😉

Yogaterapia – Alívio A Estafa E A Tensão

Diante ao ibope que vem dando os discos extras, as curiosidades e raridades fonográficas de um modo em geral, me vejo forçado a continuar na trilha. Teremos uma semana bem variada.
Hoje, segundona… que tal uma aula de yoga para relaxar? Eu sei que estamos fugindo da mira musical, mas relaxados e concentrados podemos ir mais longe e ouvir melhor.
Com o apoio da professora Stella Schneider, você poderá curar-se do cansaço físico e mental. Este disco é uma aula de relaxamento que pode ser muito bem aproveitada, principalmente para aqueles que já tiveram algum contato com as práticas do yoga.Se a música naturalmente já nos deixa relaxados, como a prática do yoga, vamos ficar que nem o Bené Fonteles, zen… Então, relaxa que encaixa 🙂

Brasil!!! Na Copa Do Mundo – Campeão Mundial VI Copa Do Mundo (1958)

Hoje é domingo, dia de futebol. Meu time também joga hoje, mas eu não vou mais ao campo. Jurei que só voltaria a ver um jogo se pelo menos num ano ele fosse campeão. Já vai para mais de vinte anos isso… No fundo, eu perdi mesmo o encanto com futebol não foi apenas por essa razão. Nos últimos vinte ou trinta anos pra cá o futebol mudou muito. Deixou de ser um esporte para se tornar um espetáculo. Daí fudeu tudo… Espetáculo é sinônimo de grandiosidade, glamour, vaidade, falsidade e principalmente de muito dinheiro. Parece que hoje tudo é feito na base do espetacular. Tudo gira em torno da grana. Paradoxalmente eu digo, que pobreza!
O futebol deixou de ser para mim o que era depois que se tornou um negócio rentável. Hoje em dia nós não temos atletas, jogadores de futebol. Temos sim astros e mercenários do futebol. Ninguém hoje está interessado em suar a camisa por um time, só mesmo os novatos e os reservas. O que esses caras querem é a luxúria (em todos os sentidos da palavra). A mesma luxúria em que vivem os artistas, ou melhor, as celebridades. Hoje em dia temos as tais “celebridades”, que vai do jogador de futebol, passando pelos artistas de tv, duplas sertanejas, funkeiros e rappers, novos ricos, políticos e indo até aquela boazuda que participou do BBB e agora posa nua na Playboy. É, meus amigos, o mundo está mudado!
Bom exemplo de uma época de ouro está aqui neste disco. Eu nem tinha nascido, mas nem precisa para saber que, nesse sentido, o mundo era bem melhor. Este disco celebra o primeiro campeonato mundial ganhado pelo Brasil. Um time de craques formado por autênticos brasileiros. Temos no lp os registros dos melhores momentos do time brasileiro em todas as fases, culminando na final contra a Suécia por 5 a 2. O disco apresenta trechos originais das transmissões feitas pelas emissoras Pan Americana de São Paulo e Continental do Rio, nas vozes dos radialistas esportivos Geraldo José de Almeida e Waldir Amaral. No álbum temos também dois temas musicais sem os créditos publicados. Eu infelizmente não consegui localizar nem título e nem autor. Seja como for… viva o Brasil!

abertura musical
oitavas e quartas de final
semi final e final
final musical – o brasil é campeão

JK E Grupo De Seresta De Diamantina – JK Em Serenata (1967)

Estou impressionado com o número de solicitações que em pouco mais de 24 horas eu recebi. Realmente percebo o quanto temos de gente ligada no blog Toque Musical. Considerando que a média de acessos por aqui é por volta de 500, acredito que ainda receberei muitos pedidos de inclusão. Minha dúvida ainda persiste quanto ao número de participantes em um blog privado. Se alguém mais inteirado dos recursos de blog puder me dar um dica, pois devo confessar, sou bem limitado nesse assunto. Como eu já havia dito, não acharia nada legal levar nossos encontros para o privado (se minha mulher souber disso… hehehe…). Mas sério mesmo, minha preocupação é quanto ao acesso. Gostaria de criar um sistema onde, mesmo sendo um grupo fechado, tivesse uma visibilidade para aqueles que por ventura quisessem futuramente participar. Algo como os grupos de discussão. Será que conseguiremos algo assim? Por enquanto, o que posso fazer é pegar o contato de cada um, prevendo uma possível tempestade pela frente. Tomara que não venha nunca. Conto com a colaboração de quem puder dar.
Seguindo enfrente com nossas postagens fonográficas e ainda na onda das curiosidades, tenho aqui um disco e tanto. Este álbum de seresta, que na época de seu lançamento fez um baita sucesso. Um disco com um dos mais populares presidentes do país, Jucelino Kubitschek ao lado do Grupo de Seresta de Diamantina.
Como deve ser do conhecimento de todos, JK era mineiro de Diamantina e como um bom diamantinense, um amante da seresta. Embora fosse chamado de “Presidente Bossa Nova”, seu negócio mesmo era a seresta. Segundo contam, ele só não suportava mais ouvir o tal de “Peixe Vivo”, pois em todo lugar que ia, alguém cantava essa música seresteira. Virou sem querer o tema de JK.
Mas quanto ao disco, este feito memorável, e porque não dizer histórico, foi registrado em 1967 em Belo Horizonte, pela Bemol. Conforme Dirceu Cheib, engenheiro de som, pioneiro em Minas Gerais e dono da Bemol, *…logo no primeiro ano de atividade do estúdio em 67 , nos conseguimos trazer o presidente Juscelino Kubitschek. Ele sabendo da gravação do disco “Diamantina em Serenata”, logo se prontificou em fazer a abertura e redigiu um pequeno texto de improviso. O disco teve uma repercussão nacional, porque naquela época, mais do que hoje o JK era um grande ídolo.
O fato é que no ano seguinte, com a vinda do AI-5 o álbum acabou sendo recolhido (sem motivo aparente, além da figura de JK) e o pessoal da Bemol foi parar na Polícia Federal. O disco caiu no esquecimento, pondo fim ao que seria o primeiro grande sucesso da gravadora. Hoje, apenas alguns poucos colecionadores possuem este disco. Uma raridade!

mensagem de jk
recorda-te de mim
é a ti flor do céu
meiga virgem
a sempre viva
varrer-te da memória
elvira escuta
impossível
pout pourri (folclore)


Disco X – Curiosas Raridades Fonográficas (2009)

Entre as diversas curiosidades fonográficas, tenho aqui uma “cabeluda”. Quer dizer, um velho disco sem nome e sem autor, com um conteúdo musical inusitado (para a época). Trata-se de um disco artesanal de alumínio, sem capa ou selo, gravado, provavelmente no final dos anos 50 ou início dos anos 60. A bolacha traz em suas faixas algumas paródias, que seriam de mal gosto, se não fossem nessa altura algo tão curioso. A qualidade do som é precária, mesmo depois de alguns tratamentos. Recuperamos o que foi possível. Mesmo assim, vale a pena conhecer. Saber que em outras épocas o besteirol e a baixaria já corriam soltos nos estúdios de gravação. Hoje, talvez, acostumados a ouvir publicamente esses ultrajantes raps e funks, para a maioria das pessoas isso será café pequeno. Taí uma postagem que merece comentários…
*Como também não há os títulos das faixas, resolvi eu mesmo nomeá-las 🙂

poema da sacanagem (do mundo nada se leva)
o pinico
se trepar com a minha filha…
nêgo
espalha merda
canção das mulheres
se o destino lhe der um limão
valsa de uma cidade

Atencão!

Olá! A partir de hoje, eu estarei recolhendo os endereços de e-mail daqueles que estiverem interessados em continuar participando do Toque Musical. Diante às constantes ameaças e ao patrulhamento que vem a cada dia cercando os blogs, vejo que é hora de buscar alguma alternativa para que, se necessário, continuemos como um grupo privado. Sinceramente essa idéia não me agrada, pois limita o acesso de pessoas e restringe a ação cultural do blog. Farei o possível para manter as coisas como estão, mas por via de dúvidas vamos fazer o seguinte: os interessados deverão formalizar seu pedido de participação, enviando um e-mail para toquelinkmusical@gmail.com . Nesta comunicação deve constar apenas o pedido de participação, que será dado ao endereço do e-mail enviado. Só serão incluídos os pedidos feitos dessa forma, com uma solicitação explicita e direta. Ainda tenho algumas dúvidas quanto ao número de participantes aceitos no formato privado. Me parece que há um limite. Se for verdade, vai ficar complicado… Gostaria de contar com as sugestões de vocês. Se alguém tiver uma outra idéia, por favor me envie.
Contudo, recolhendo endereço de e-mails, na pior das hipóteses como fechamento do blog, ainda assim teremos a chance de manter o grupo e quem sabe, abrir um novo espaço. O importante agora é juntar os interessados. Peço ainda aos amigos do blog que divulguem aos outros, principalmente os estrangeiros, que nessa hora devem estar boiando.
No momento em que a chuva começar a cair, a arca irá se fechar.

Juca de Oliveira – Recita Drummond E Vinicius (1973)

Para complementar mais o dia e não ficarmos com aquela sensação de “quero mais”, estou incluíndo mais uma postagem. Desta vez temos um compacto com o ator Juca de Oliveira recitando poemas de Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade. O fundo musical é feito pelo violonista Toquinho. Este disquinho foi oferecido como brinde pela revista Mais. Alguém aqui se lembra? Temos aqui o seguinte…

resíduo (fragmento) – drummond
elegia na morte de clodoaldo pereira da silva (fragmento) – vinicius
cidadezinha qualquer- drummond
poema das sete faces – drummond
ternura – vinicius
resíduo – drummond
conjugação da ausente – vinicius
anedota búlgara – drummond
elegi desesperada – vinicius
quarto em desordem – drummond
resíduo (fragmento) – drummond

Os 30 Maiores Jingles De Todos Os Tempos (2004)

Ontem, após a postagem do disco da MPM Propaganda, eu me lembrei deste cd que a Abril Cultural lançou a uns anos atrás. Na época eu comprei mas não dei muita bola para o assunto. Acabei perdendo em algum empréstimo, nem sei… Depois de algum tempo encontrei o disquinho disponível na rede e baixei. Na verdade, trata-se de dois volumes trazendo os mais famosos e memoráveis jingles feitos no Brasil. Para rechear ainda mais o bolo, além das 60 musiquinhas de propagandas, eu resolvi incluir mais umas 40 avulsas que eu anteriormente havia recolhido. Espero que vocês gostem. Eu acho o máximo!

Miguel Gustavo – MPM Propaganda (1972)

Olá a todos! Ontem, devido a minha falta de planejamento e também de tempo, acabei por não fazer a postagem do dia. Enganei vocês trazendo apenas mais um volume da coleção Nova História da MPB. Infelizmente, não tive mesmo condições. Mas retomo agora às curiosidades e raridades fonográficas como eu havia prometido. Há muito que eu venho querendo postar essas coisas aqui e acho que é chegado um bom momento.
Hoje temos um disco brinde de natal, criado para a agência MPM Propaganda em 1972, no intuito de presentear aos seus clientes e também homenagear um dos maiores criadores de jingles (música de propaganda), o compositor Miguel Gustavo, falecido naquele ano. No lp encontramos algumas de suas mais conhecidas composições, tanto para o mundo da propaganda como no musical artístico. Suas criações são aqui interpretadas por nomes de peso da música brasileira. Apenas a faixa “A Estrada” não é criação de Miguel. Esta foi feita em sua homenagem. Uma seleção bacana, como muita coisa inédita e rara.
Miguel Gustavo foi um compositor, como ele mesmo se intitulava, primário. Ele não entendia de música e suas composições eram fruto apenas de sua sensibilidade natural. Por certo que a prática acaba levando a perfeição e Miguel foi muito além.
Incluo a baixo (por pura preguiça) um texto de Fábio Dias, extraído do site Clube do Jingle, apresentando este ilustre desconhecido e seus famosos feitos musicais:
Miguel Gustavo Werneck de Souza Martins, compositor, jornalista, poeta e radialista nasceu no Rio de Janeiro em 24. de março de 1922 e faleceu em 22 de janeiro de 1972 aos 50 anos de idade. Ele era um cronista musical. Retratava em suas músicas o que de mais importante estava acontecendo nos meios sociais da época. Começou como discotecário da Rádio Vera Cruz em 1941. Mais tarde passou a escrever programas de rádio.
Em 1950 começou a compor jingles tendo se notabilizado nesta atividade com vários jingles de grande repercussão podendo ser destacado o que foi composto para as Casas da Banha com aproveitamento da melodia de Jesus, alegria dos homens de Johann Sebastian Bach. Sua primeira música gravada foi Primeiro amor, interpretada por Luiz de Carvalho, Os Tocantins e Dilu Mello em gravação Continental lançada em julho/agosto de 1946.
Em 23 de setembro de 1947, Ataulfo Alves gravou na Victor o samba O que é que eu vou dizer em casa, de sua autoria e Miguel Gustavo. Foi seu primeiro sucesso musical.
Em 1953 voltou a fazer sucesso com É sempre o papai, um baião de sua autoria que Zezé Gonzaga gravou na Sinter.
Mais tarde veio o ciclo dos sambas de breque com Moreira da Silva: O conto do pintor, O rei do gatilho, O último dos Moicanos, O sequestro de Ringo, O rei do cangaço e Morengueira contra 007.
Em 1963 compôs um jingle para o Leite Glória que até hoje é lembrado por muita gente pela forma moderna e criativa que a letra falava sobre as características do produto.
A música A dança da boneca, gravada pelo Chacrinha para o carnaval de 67 foi, depois, transformada no prefixo do Programa do Chacrinha com ligeiras modificações na letra e se popularizou pelo Brasil inteiro.
Para a Copa do Mundo de 1970, no México, ele criou o extraordinário Pra Frente Brasil ao participar de um concurso organizado pelos patrocinadores das transmissões dos jogos. O sucesso foi tanto que no carnaval do ano seguinte a música figurou entre as mais cantadas e até hoje é lembrada com carinho pela torcida brasileira.
Umas das principais características dos jingles de Miguel Gustavo eram as introduções marcantes que muitas vezes se tornavam um prefixo do próprio jingle e podiam ser consideradas melodias independentes dentro da peça, de tão bem estruturadas e fortes.
*Fábio Dias com dados fornecidos pela collectors.com.br

casas da banha – moinho de ouro – radamés gnattali
e daí? e daí? – alaide costa
morengueira contra 007 – moreira da silva
brasil eu adoro você – hino do sesquicentenário – angela maria
per omnia secula seculorum – josé tobias
café soçaite – jorge veiga
tatuzinho – leite gloria – erlon chaves
calma coração – miltinho
canção inútil da paz – severino filho
prá frente brasil – fala manuel gustavo
partido baixo do partido alto
a estrada – luis reis

Alceu Valença Geraldo Azevedo E Marcus Vinicius – Nova História Da MPB (1978) 4

Olá amigos! Pensaram que eu havia me esquecido da nossa postagem especial? Nada disso, apenas alguns atrasos e adaptações. Estou em transito, quer dizer, viajando, fora do QG. Mas, prevenido, deixei as coisas engatilhadas. A semana vai ser divertida.
O volume da vez agora é este, como Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Marcus Vinicius. Me lembro que este exemplar foi o primeiro que eu comprei após assistir a um show de Alceu, na época do lançamento de seu álbum “Espelho Cristalino”. Ainda não conhecia bem o Geraldo Azevedo e muito menos no Marcus Vinicius. Uma coisa acaba levando a outra. Não demorou muito e eu logo comprei os álbuns “Quadrifônico” de Alceu e Geraldo e “Trem dos Condenados” de Marcus Vinicius. Comecei também a colecionar os fascículos desta coleção.
Neste álbum temos então três artistas que além de serem filhos do nordeste, inciaram seus trabalhos em cooperação, principalmente Alceu Valença e Geraldo Azevedo.

vou danado para catende – alceu valença
agalopado – alceu valença
punhal de prata – alceu valença
esse choro um – marcus vinicius
em copacabana – geraldo azevedo
novena – geraldo azevedo e alceu valença
caravana – geraldo azevedo
trem dos condenados – marcus vinicius

Rede Globo De Televisão – Cortesia De Fim De Ano (1971)

Já que estamos na semana das curiosidades, aproveito inicialmente para informar que criei a pouco tempo atrás uma comunidade no Orkut. Temos por lá também uma bandeira do Toque Musical. Como não sou muito ligado nessas coisas, acabei por não comunicar à vocês. Mas recentemente resolvi investir um pouco nele, ou melhor, no público que o acessa, divulgando um pouco mais o blog. Fiquei admirado com a resposta imediata. Em pouco mais de um mês eu já estou cheio de amiguinhos e pelo jeito, vamos só aumentando a comunidade. Confesso a vocês que sou um completo ignorante em relação ao Orkut. Na verdade eu não tenho é muita paciência com esse tipo de relacionamento. Mas devo admitir sua eficiência como ferramenta de divulgação. Por lá tenho publicado as capinhas dos discos que já foram postados juntamente com um link para o blog. Eis aí mais um recurso que eu não estava utilizando.
Bom, aqui temos um álbum promocional distribuído de brinde pela Rede Globo de Televisão. Este disco foi oferecido como cortesia de fim de ano. Uma maneira da Globo anunciar as novas mudanças que viriam a partir do ano de 1971. A rede de televisão estava em fase de melhorias, como a chegada da transmissão a cores. Programas como o Som Livre Exportação, Faça Humor Não Faça Guerra, Discoteca do Chacrinha, Balança Mas Não Caí, além das novelas Irmãos Coragem, Pigmalião 70 e Verão Vermelho são alguns dos temas de abertura apresentados neste lp.

alô brasil, aquele abraço
hora da buzina
discoteca do chacrinha
balança mas não cai
faça humor não faça guerra
som livre exportação
teletema – regininha
menina – cláudio cavalcanti
gente humilde – márcia
pigmaleão 70 – umas e outras
verão vermelho – elis regina
irmãos coragem – jair rodrigues
quarentão simpático – umas e outras
hora da buzinha

Documentos Sonoros – Coleção Nosso Século (1980)

Hoje, domingo, eu inicio a semana das curiosidades e raridades fonográficas. Vamos postando aqui alguns discos curiosos, interessantes e que certamente nunca mais serão vistos ou ouvidos. Uma mostra de discos que reflete bem o lema do Toque Musical: “um lugar para quem escuta música com outros olhos.” Na verdade, não apenas música, mas tudo que possa ter sido gravado.
Começo com este, “Documentos Sonoros”. Um disco-bonus, parte integrante de uma coleção da Abril Cultural chamada “Nosso Século”. Nunca consegui completar essa publicação e nem montar o livro. Na verdade, acho que eu a segui até o ponto em que a gente ganhava o disco. Depois de um determinado número de exemplares da coleção você ganhava o disco, Ou algo assim…O fato é que o lp procura reunir alguns dos momentos mais importantes da nossa história, vistos (ou ouvidos?) através de gravações, aqui denominadas como ‘documentos sonoros’. A apresentação e narração são de Ségio Viotti e abrange o início do século vinte até os anos de 1979/80, data da realização do álbum. É sem dúvida um trabalho precioso por nos montar um rápido e eficiente panorama da história brasileira através da própria história das gravaçõess no país.
Confiram este disco porque vale a pena 😉

Ely Camargo – Outras Canções Da Minha Terra (1967)

Ainda ecoando por aqui a voz feminina, hoje tenho o prazer de trazer mais um disco desta genial cantora Ely Camargo. Na verdade, o certo seria dizer, uma genial cantora e seus excelentes álbuns. Espantosamente para mim, vejo pelo índice da audiência no Toque Musical que os discos da Ely não despertam tanto interesse como eu imaginava. O que é uma pena, pois essa grande maioria de desinteressados não sabe o que está perdendo. Talvez, por aqui, eu não tenha dado a devida ênfase a esta grande e pouco lembrada artista goiana. Quando falamos de música regional, tradicional, música da terra ou folclórica, muita gente pensa que se trata de música caipira ou sertaneja. Outros ainda chegam a pensar nas deturpadas derivações do neo-sertanejo com a babaquice country, que somados geram essas duplas de bocós que a gente vê surgir todos os dias.
Mas figuras como Ely Camargo estão acima, bem acima desse patamar. Embora esteja inserida no universo musical de nossas raízes, do tradicional ou popular, paradoxalmente podemos dizer que Ely Camargo é uma erudita. Sua relação com o tradicional é profunda e a acompanha desde a infância. Herdou do pai, o compositor Joaquim Edison Camargo toda a sua riqueza musical e foi além. Pesquisadora respeitada, não apenas no país, já representou o Brasil em diversos momentos levando aos estrangeiros a nossa cultura, mostrando ao mundo que a música brasileira não se resume apenas em samba e bossa nova. Neste instante me vem a cabeça um pensamento…, o quanto temos deixado de lado e esquecidas as nossas verdadeiras tradições. Temos trocado nosso ouro bruto por bijuterias. As novas gerações só conseguem ver maracatu, toadas, maxixe, côco, samba e tantos outros ritmos maravilhosos que temos, se estiverem temperados ou decorados com raps, funks, reggaes e punks. É como botar gelo uma boa pinga de Salinas. Por essas e por outras é que eu insisto em apresentar aqui mais algumas vezes esta ilustre figura. No que depender de mim, ainda teremos outros discos dela por vir.
A Chantecler foi um selo criado no inicio dos anos 60, especialmente para lançar artistas, descobrir novos valores e revela-los ao Brasil. Durante sua existência ele cumpriu bem o papel, figurando entre seus lançamentos os primeiros e mais famosos discos de Ely Camargo.
Para hoje, vamos como o belíssimo “Outras Canções de Minha Terra”, também compreendido como sendo o quinto volume da série “Canções de Minha Terra”. Neste álbum ela continua resgatando temas tradicionais. É bom lembrar que “as canções de minha terra” não se referem apenas à música de Goiás, mas de todo o Brasil. Temos acompanhando Ely o grupo vocal Os Titulares do Ritmo e a viola de Zé do Rancho. Os arranjos são dos maestros Zico Mazargão e Jorge Kazsás. Mais um disco nota 10! Confiram o toque…

mamãe iemanjá
canto chorado
xodó
mulé rendeira
sodade, meu bem, sodade
biá-tá-tá
morena, morena
meu barco é veleiro
boneca de pano
rancheira de carrerinha
eterna saudade
jornada de iapinha
meu limão, meu limoeiro
prenda minha
distante da pátria
dança de caboclo
preto do corcovado

Prêmio Dardos & Outros Agradecimentos

Como confirmou o Márcio Proença do blog Sombaratinho: “os estrangeiros dão muito mais valor ao que é nosso do que nós mesmos”. E eu cada vez me convenço mais dessa premissa e a aplico neste momento. Fui um dos indicados pelo blogueiro holandês Martoni em seu blog Rádio Forma & Elenco ao Prêmio Dardos. Pelo que vim a saber, essa é uma premiação simbólica agraciada aos blogs cujo o desempenho foi reconhecido através de seu conteúdo no campo cultural, criativo e ético. Seria bom se o Toque Musical estivesse mesmo dentro dessas condições. Mas eu o aceitei, não apenas pela consideração ou pelo meu trabalho, mas (e principalmente) porque premiações como esta tende a estreitar os laços de amizade, criando aproximações, diminuindo as barreiras de comunicação entre todos. Agradeço ao amigo Martoni pela lembrança e a todos que como ele compartilham desta simpatia ao meu blog. Espero continuar fazendo por merecer. Agradeço também ao Márcio Proença pela gentil citação ao meu trabalho em uma de suas últimas postagens.
Bom, seguindo às regras, devo indicar quinze outros blogs, que ao meu ver também seriam merecedores. Na verdade eu teria mais, a começar pelos blogs linkados ao meu. Mas como sei que a grande maioria já recebeu o seu por outras vias, vou me ater a outros que me são importantes e por diferentes razões:
A Música Que Vem De Minas – pelo bom começo e pelo que nos aguarda.
Abracadabra LP’s o Brasil – pela sintonia espiritual e musical (embora não seja recíproco)
Acervo Origens – por ser de um violeiro bacana, ligado em suas raízes.
Br-Instrumental – por ser um pioneiro instrumental e com muita qualidade.
CB Latin Jazz Corner – pela latinidad, pelo jazz, pela presença sempre comentada.
Chiadofone – pela pesquisa séria e resgate de fonogramas antigos.
Entresseio – pela diversidade, simpatia e pela presenç sempre comentada.
Gravetos & Berlotas – pela sintonia no rock, nos gravetos e principalmente nas berlotas.
J Thyme… Kind – pelos acessos raros e pelo coração brasileiro.
João Donato – pela simpatia e criatividade musical, porque sou fã desse maluco 🙂
Na Era do Rádio – pelas lembranças dos Anos Dourados e pelo sax de Sandoval Dias.
Outras Bossas – por ser da Joyce, por ser jóia rara.
Saravá Club – por ser um pioneiro, inovador com muito swing.
Vida Digital – Know-How – pelas sempre boas dicas de sites
Visão Estenopeica – por manter viva a técnica da fotografia pinhole.
(pronto, taí… agora é só avisar aos agraciados)
*Este prêmio deveria se chamar Corrente. Você pega o seu e passa pra frente 🙂

Angela Ro Ro (1979)

Este tal de Mediafire é mesmo melindroso. Foi eu comentar que ele estava dando para trás e o bichinho começou a me sacanear. Vários arquivos foram deletados sem motivo e seu eu saber. Eu não teria dúvidas quanto a isso se fossem apenas os arquivos antigos. Sei que a política deles é que depois de um tempo sem download o arquivo é apagado. Mas peraí… desta vez pegaram os mais recentes, o do dia! Tem algum coisa errada aí… Para evitar outra dessa, voltarei gradualmente para o Rapidshare. É lento, é free, mas é confiável. O Mediafire continua na jogada, mas apenas para cobrir a retagurada. De hoje em diante ele fica no banco de reservas.
Gostaria de contar com a ajuda de todos vocês no sentido de irem me apontando os links vencidos. Pedirei aos meus ilustres colaboradores/fornecedores de links que novamente nos favoreça com os mesmos.
Para o dia de hoje eu trago a Angela RoRo em seu disco de estréia, lançado no final dos anos 70. Este é mais um daqueles álbuns que está na lista dos meus 100 favoritos. Um disco perfeito de cabo a rabo. Cheio de baladas, blues, rock… numa atmosfera romântica com cheiro de whisky e muita fossa. Uma das coisas que mais me chama a atenção é a presença do piano e dos arranjos de Antonio Adolfo, o cara é demais! A química entre os músicos, somado ao combustível que é a própria RoRo, faz deste álbum um dos melhores discos realizados nos últimos 30 anos. E olha que eu não falo apenas pelo meu gosto pessoal. Quem conhece sabe e confirma. Discão!!!
cheirando a amor
gota de sangue
toal foi você
não há cabeça
amor, meu grande amor
me acalmo danando
agito e uso
mares de espanha
minha mãezinha
balada da arrasada
a mim e mais ninguém
abre o coração

Beth Carvalho – Na Fonte (1981)

Putz! Ontem eu levei um susto com a parada para manutenção do Mediafire. Achei que os arquivos haviam todos sido deletados. Já vi coisa parecida acontecer e nos dias atuais de caça às bruxas, não seria de estranhar. Preocupado com esta situação, eu volto novamente a pensar na possibilidade de levar o Toque Musical para o privado. Naturalmente ao fazê-lo eu irei (com uma boa antecedência) avisar a todos os frequentadores. Só faria sentido criar um clube fechado se nele eu mantivesse o mesmo número de público. Sei que pelo menos 1/3 dos visitantes ainda preferem se manter ocultos, seja por comodismo ou por algum tipo de temor aos patrulheiro$ da nova ordem digital. É pensando também nesse incomodo, no terrorismo eminente, que me vem a idéia de criar um espaço reservado, sem temor ou anonimato. Uma comunidade onde todos se conheçam, onde não haja “Gerson” querendo levar vantagem.
Volto mais uma vez a lembrá-los que neste blog não há interesses além de uma boa amizade, do intercâmbio cultural e das afinidades musicais. Eu não ganho um centavo (e nem quero) para fazer o Toque Musical. Se há alguém ganhando com isso, podem acreditar, são somente os donos da rede que nos garante gratuitamente esses espaços e um bando de advogados gananciosos que vem fazendo os $eus na sangria. Aqui eu não peço nenhuma contribuição, direta ou indireta. Se os criadores do produto não estão ganhando, não é justo que eu ganhe também. Sei que muitos hão de discordar das minhas idéias, tanto de um lado como do outro. Mas seria de bom tom para todos os blogueiros de música, reconsiderarem suas políticas, evitando doações financeiras, propagandas e principalmente a postagem de discos recentes. Um blog de música deve ter como meta principal, promover essa cultura fonográfica, preservar seus valores específicos, resgatar a memória e a história musical. E acima de tudo, ser feito com paixão. Por favor, não me interpretem mal… independente disso tudo, prezo a todos os blogueiros e respeito seus pontos de vista. Mesmo que por algumas vezes eu tenha me excedido, sempre soube reconsiderar, me desculpar pelos meus erros. Como já dizia o Paulo César Pinheiro, “o importante é que a nossa emoção sobreviva”.
E por falar em emoção, vamos a do dia… Vamos ao que é mais interessante, à Beth Carvalho em seu álbum de 1981, “Na fonte”. Este disco é outro da sambista que eu ponho fé, um dos meus favoritos. Nele nós estamos mesmo na fonte do Samba. Beth Carvalho reuniu neste lp os bambas do samba e pagode carioca, gente que sempre ficou nos bastidores, mas que são os pilares da música que mais expressa o Brasil. Um disco verdadeiramente de sambistas, produzido e arranjado por Rildo Horta. Vamos nessa… tá na hora da virada!

virada
escasseia
grande erro
salve a mangueira (a mangueira não pode parar)
morrendo de saudade
motivação
gorjear da passarada
pedaço de ilusão
é, pois é
dança da solidão
tendência
deus me fez assim
alpendre da saudade

Marília Medalha – III Festival Da MPB (1967)

Com essa parada do Mediafire eu acabei ficando parado também. Perdi boa parte da manhã tentando entender o que aconteceu. Ainda tô boiando… e antes que o mal estar me pegue de jeito (porque isso realmente me tirou do sério), vou fazer mais uma postagem e completar o dia.
Como bonus, aqui vai um compacto do III Festival de Música Popular Brasileira (1967) . Nele encontramos duas faixas com Marília Medalha, acompanhada de Edu Lobo e o grupo Momentoquatro.

ponteio – edu lobo, marilia medalha e momentoquatro
diana pastora – marilia medalha e momentoquatro