Levy – Mar Aberto (1988)

Boa dia, amigos cultos e ocultos? Cá estamos com mais um daqueles discos, dos quais a gente nunca encontra informação. Sei que muitos se perguntam, então qual a razão de postar um disco/artista que ninguém conhece? Simples, conhecer… ou pelo menos buscar conhecer. E isso faz sentido aqui em nosso Toque Musical, onde o nosso lema é ouvir com outros olhos. Levy e seu “Mar aberto” não estaria aqui se não fosse o feliz acaso do encontro e mais que isso, as qualidades ou curiosidades que ele tem a nos oferecer. Em outras palavras, trata-se de um disco de um artista mineiro e isso se percebe logo nos primeiros acordes da primeira faixa. Tem um quê da sonoridade da turma do Clube da Esquina, uma simplicidade que dá ao disco um personalidade própria. Gravado na Bemol e lançado em 1988. Música boa e letra também. Trabalho autoral que infelizmente não foi possível obter informações sobre o artista.

mar aberto
chorinho pequenino
cantaluar
coração envolto
conversa de vaqueiro
protesto ecológico
aquela tatuagem
maria helena
tributo a joão pernambuco
violeiro
 
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Sérgio Moreira (1985)

Olá, amigos cultos e ocultos! Nesses dias tenho aproveitado para dar uma geral nos meus arquivos musicais em mp3. Como todos já devem saber, gosto muito de mp3, acho muito prático e facilita bem a vida de quem gosta de ouvir muito música. Tem gente que torce o nariz e só escuta vinil ou cd. Eu, acho uma bobagem. É claro que o vinil é mais bacana e o cd também, mas na hora de escutar isso faz pouca diferença. Falar de qualidade de som só faz sentido se todos os elementos estiverem contribuindo, ou seja, para ouvir em disco, que seja então em quadrifônico, 180 gramas, disco japonês ou alemão, tocado em uma aparelhagem valvulada com dois amplificadores mono, tocadiscos de primeira linha com excelentes agulhas e caixas acústicas no mesmo nível e ainda, tem que ser em uma sala com uma boa acústica. Se você não tem isso, por favor, não venha falando mal do mp3. Eu gosto de tudo e para tudo tem sua hora…
Mas voltando a checagem de meus arquivos, vi que havia uma pasta para discos que andei digitalizando para amigos e em outras épocas e que esses ficaram aguardando serem um dia resgatados e trabalhados. E foi nessa que achei, por exemplo este lp, o primeiro trabalho solo do cantor e compositor mineiro Sérgio Moreira. Nascido em Teófilo Otoni, criado em Nanuque e amadurecido em Belo Horizonte, segundo ele próprio, iniciou na carreira ainda adolescente. Gravou este seu primeiro disco em 1985, aqui mesmo em Belo Horizonte, pela Bemol. O álbum traz nove composições autorais e no trabalho ele contou com a participação de grandes nomes da música mineira. Um disco simples, porém muito bem produzido, hoje, inclusive, difícil de achar até mesmo em versão digital. Por certo, não poderia deixar de fora em nossa lista fonomusical. Gosto muito deste trabalho e recomendo a audição…
 
ilha da armstrong
necessidades
o teu olhar
amor intrépido
liberdade
garra e sentimento
cafuso
traçado
mística
 
 
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Beethoven Silva – Herói Dos Sonhos Teus (1989)

Olá, amigos cultos e ocultos! Tem alguns discos que me chamam atenção. Este que trago hoje foi muito pela capa, não conhecia. Acabou caindo me minhas mãos e foi parar no prato do tocadiscos para chegar até vocês. Aqui temos Beethoven Silva, um artista que suponho ser mineiro, por conta do selo Bemol. Produção independe lançada no final dos anos 80. Infelizmente não há nada sobre ele na rede, nem mesmo no YouTube. Trata-se de um disco de música pop. Me fez lembrar em alguns momentos o Oswaldo Montenegro, principalmente pelo tom da voz. Nosso artista procura passear também pelo rock e o blues e as músicas são todas autorais. Achei interessante trazer para vocês também conhecerem. Além do mais era o disco estava saindo pela gaveta… Melhor deixar rolar…
 
herói dos sonhos teus
pé na estrada
jogo de luz
romance de noel
25 horas juntos
um lugar ao sol
blues dixavado
rock sonho
cabelo cortado
uma nova emoção
 
 
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Zoroastros Do Ritmo (1967)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Vez por outra a gente precisa chegar direito os disquinhos de 7 polegadas que muitas vezes, por virem embalados em capas genéricas, acabam não sendo muito atrativos. Muitos compactos, principalmente aqueles feitos nos intuito de promoção artística pelas gravadoras, traziam capas simples com aquele recorte redondo para mostrar o selo. E nesses, poucos se interessam numa ‘garimpagem-pente-fino’, principalmente quando se está num sebo/loja cheio de outros tantos discos. Só mesmo sendo pontual, direto ao foco, só mesmo quem gosta de compactos e sabe reconhecer o trigo no joio, ou vice-versa. Estou dizendo isso porque em minha última ‘garimpagem’ de vinil me dediquei exclusivamente a esse tipo de disquinho entre muitos havia também este que agora aqui eu apresento. Certamente, pouquíssimos devem conhecer e eu também não conhecia. Mas em se tratando de discos com selo Bemol a gente  precisa dar atenção. Principalmente quando o disquinho ainda está todo original, incluindo a capinha. Enfim, aqui temos os Zoroastros do Ritmo. Um nome bem curioso para um conjunto musical e por esse, pensei que talvez não fosse tão difícil achar informações sobre o grupo. Qual o quê… O máximo que consegui foi achar uma nota em um jornal antigo de 1970, da cidade de Lavras (MG), na qual trazia a informação da vinda da orquestra Zoroastros do Ritmo para uma apresentação. Na nota constava que o grupo era da cidade também do sul de Minas, Campo Belo. Por acaso, tenho um vizinho que é desta cidade e fui perguntar a ele se acaso conhecia. Coincidentemente, ele era amigo dos filhos dos membros desse conjunto. Os Zoroastros do Ritmo foi um grupo musical formado por irmãos, inicialmente como um conjunto, chegando depois a se tornar uma orquestra de bailes. Segundo informações, eram eles um dos famosos grupos musicais que animavam a região do sul de Minas naqueles tempos. Embora até o momento eu ainda não tenha entrado em contato com um dos seus membros para pegar mais informações, sei que eles gravaram apenas este compacto duplo, em 1967. No disquinho, como se pode ver temos quatro sucessos internacionais da época, sendo duas faixas instrumentais e duas versões que já eram sucessos da Jovem Guarda. Os Zoroastros do Ritmo era mesmo um competente conjunto de bailes e se destacou também na cena pop musical da época. Estão presentes em coletâneas e citações de grupos obscuros da Jovem Guarda. Confiram essa raridade no GTM…
 
piange con me
till there was you
green pippers
livre
 
 

Hino Ao América F.C. _ O Mais Simpático – Deca Campeão (1968)

Boa hora a todos, amigos cultos e ocultos! Como havia dito, vamos encerrar o ano postando os disquinhos de 7 polegadas, os famosos compactos. Temos alguns aqui e antes que acabem indo embora, vamos apresentá-los a vocês, ok? E aproveitando a onda ‘futibolística’, já que postei aqui uns compactos do meu Galão, agora vou fazer a alegria dos amigos americanos, afinal o América mineiro está de volta a primeira divisão do futebol, não é mesmo? Merece aqui nosso destaque. E eis que temos este raro compacto lançado em 1968 pela Bemol e trazendo de um lado o hino do clube e do outro a divertida “Coelhinho Barra Limpa”, composição de Vicente Mota e Nelson Carvalho. Confiram no GTM…
 
hino ao américa futebol clube
coelhinho barra limpa
 
 
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José Dias – Galo Legal (1969)

Boa hora, amigos e torcedores cultos e ocultos! Vai aqui mais um disquinho do Galão da massa. Não sei se é porque eu sou atleticano e só olho para o que acontece com ele, mas o time do Galo sempre teve seus torcedores apaixonados, a tal ponto que nunca lhe faltou homenagens. E na época de ouro do disco de vinil, muitos foram lançados, cantando as glórias desse time mineiro tão querido. De compactos a lps e mesmo na fase do cds, sempre houve e ouve-se o Galão cantar. aqui temos um compacto com duas músicas de autoria de três irmãos torcedores, Mauro, João e Plínio Saraiva. Os irmãos Saraiva fazem parte da memória da cultura popular, do núcleo de resistência da Velha Guarda do samba de Belo Horizonte. São autores de inúmeros sambas e marchas, inclusive e também para os times do Cruzeiro e América. Neste disquinho temos duas de suas composições interpretadas pelo cantor José Dias. Eis aí uma boa curiosidade fonomusical que agrada mesmo quem (infelizmente) não é atleticano 🙂 Vamos conferir?
 
galo legal
galo tinindo
 
 

Os Apaches – 11º Mandamento (1968)

Salve, amigos cultos e ocultos! Seguimos em nosso sortido toque musical, desta vez trazendo um raríssimo lp do grupo Os Apaches, lançado pela Bemol em 1968. Para quem não conhece, este grupo nasceu em Varginha, cidade no sul de Minas. Começaram a se destacar em bailes da região, depois também aparecem em programas de televisão do Belo Horizonte, Rio e São Paulo. Tinham como líder da banda um artista que viria a fazer sucesso a partir dos anos 70,  cantor e compositor Silvio Brito. Já tivemos a oportunidade de postarmos aqui um outro disco do grupo Os Apaches, o segundo lp deles, juntamente com Silvio Brito que daí partiria para seu vôo solo 
“11º Mandamento” foi o disco de estreia deste grupo que nos apresenta um repertório com interpretações de sucessos da Jovem Guarda, músicas internacionais e também composições próprias. Um disco realmente gostoso de se ouvir. Chamo atenção para a música que dá nome ao disco, psicodelia pura, mais uma da ótimas criações do Silvio Brito. Não deixem de conferir no GTM…
 
11º mandamento
e por isso estou aqui
ana
tereza
when summer is gone
pot pourri
sonho de amor
benzinho
líder de landromatic
como é grande o meu amor por você
eu daria minha vida
além
 
 
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Halley Flamarion E Orquestra – Encontro Com Halley (1968)

Boa noite, meus caros e prezados amigos cultos e ocultos! Seguindo em nossa eterna mostra fonomusical e coisa tal… Tenho hoje para vocês uma boa raridade da safra mineira, produção da Bemol. Talvez tenha sido um dos primeiros discos do selo dessa gravadora que também já foi MGL e Paladium. Eis aqui um disco curioso (e bem raro), instrumental, com o pianista e compositor mineiro Halley Flamarion. Halley vem de uma família musical. É primo de Toninho Horta. Sua mãe era violinista. Sua irmã, Júnia Horta, compositora, inclusive já até postamos um disco dela aqui no Toque Musical. Dizem que o interesse por música, de Toninho Horta, começou ouvindo o piano do primo. Halley Flamarion foi uma espécie de garoto prodígio no piano e já nos anos 60 já era um profissional. Em Belo Horizonte tocou em casas noturnas como a memorável boate Monjolo. Fez parte de grandes orquestras de baile como as de Ed Maciel, do maestro Erlon Chaves e do saxofonista Paulo Moura. Acompanhou grandes artistas como Wilson Simonal, Abel Ferreira, Altamiro Carrilho e muitos outros. Participou como pianista em diversas gravações e discos. Foi diretor de musicais como “Hair” e “Pobre Menina Rica”. Ao que consta, continua atuante, vivendo e trabalhando em São Paulo desde os anos 70. Gravou vários discos e ao que parece, este “Encontro com Halley” foi seu primeiro lp. Neste disco ele aparece apenas como intérprete em seu piano, tocando uma série de temas que, por certo, faziam parte de seu repertório na noite. São todas músicas internacionais, exceto “Carolina”, de Chico Buarque. O disco foi lançado em 1968 e como disse traz como curiosidade, na contracapa, uma apresentação do artista em forma de quadrinhos com desenhos feitos pelo então desconhecido Henfil. Interessante, né? Então, vamos conferir…
 
patricia
adieu a la nuit
carolina
freen again
pleasant valley sandy
lonely
noturno
venezia no
achican’t take my eyes off you
o cisne
you only live twince
 
 
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Minha Terra Canta Assim (1969)

Bom dia todos, amigos cultos e ocultos! Sempre em busca de alguma coisa diferente para postar aqui, desta vez eu achei este lp, produção mineira, disco lançado pela Bemol, supostamente lançado no final dos anos 60, ou início dos 70. Infelizmente os disco da Bemol nunca traziam data de lançamento, uma pena. Mas, enfim, trata-se de uma coletânea, uma seleção de cantores e compositores de Minas Gerais. Um disco feito pelo Lions Clube da cidade de Patos de Minas que na época bancou essa produção e como diz o texto de contracapa, “transformou em realidade o sonho de alguns compositores e o devaneio de alguns cantores.” Há de lembrar ainda que nossos cantores são acompanhados pelo cavaquinista Waldir Silva e pelo conjunto Os Rebeldes. Enfim, é um disco interessante, pelo menos pela curiosidade que desperta. Querem conhecer? Chega lá no GTM 🙂

samba de dois – generino luis e sonia maria

tudo é ilusão – olivar noronha

mágoa – alda borges

mal de amor – generino luis

sua canção – waldir carvalho

lua nova versão – cloves otone

pensando em você – celina borges

canção do jardineiro – waldir carvalho

lágrimas de saudade – generino luis

o camponio – celina e alda borges

leonora – sonia maria neves

noite de natal – gaspar severo sousa

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Alípio Martins (1967)

Bom dia a todos, amigos cultos e ocultos! Enfim, chegamos em setembro e nesse ano estamos conseguindo manter as postagens diárias, embora com pequenos atrasos. Por isso, vamos que vamos…
Hoje eu trago para vocês o cantor, compositor e produtor paraense, Alípio Martins. Ele foi um dos nomes mais expressivos da música brega, da lambada e do carimbó. Iniciou a carreira como cantor, passando depois a ser produtor. Fez muito sucesso nas rádios populares e pelos grotões desse Brasil, principalmente nos anos 80. Infelizmente veio a falecer ainda novo, com apenas 52 anos de idade.
Aqui temos o que foi o seu primeiro disco, gravado em Belo Horizonte, na gravadora Bemol. Ao que tudo indica, este lp foi gravado na segunda metade dos anos 60, possivelmente 67. Neste disco ele segue a linha do momento, no caso, a influência da Jovem Guarda. Traz uma versão do clássico de Dorival Caymmi, “Peguei um Ita no Norte”, numa versão ‘moderninha’. Outro detalhe que chama a atenção são os arranjos, feitos por Aécio Flávio e José Guimarães. Sinceramente, do pouco que conheço e já ouvi do Alípio Martins este é, sem dúvida, seu melhor trabalho. Hoje em dia então, virou raridade…
Confira no nosso GTM.
 
peguei um ita no norte
romance de uma gaguinha
ave maria
vou dar o fora desta cidade
juramento de amor
não quero ver você chorar
o padre
triste por você
pirada
amor verdadeiro
minha estrelinha
eu bato em todos
 
 
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Liderato – O Rato Que Era Lider (197…)

Boa noite, fiéis amigos cultos e ocultos! No balaio do ‘tudo que convém’, eu hoje vou de historinha infantil. É, isso mesmo, mais uma curiosidade que vocês só vão ver (e ouvir) por aqui. Olha aí, chamem as crianças. Vamos todos ouvir a história de Lederato, o rato que era líder. Uma historinha bem atual, uma fábula política que muito cabe nos dias atuais. Esta história é de André de Carvalho e Gilberto Mansur. A música tema é uma composição de Aécio Flávio e letra de André Carvalho.
Para facilitar a vida de todos, o áudio está num arquivo apenas, integral. Confiram no GTM!

liderato o rato que era líder

Joaquim Ribeiro Do Carmo – Aula De Ballet Vol. 2 (197…)

Digam lá, amigos cultos e ocultos, como estão? Seguindo em mais uma postagem e mais que nunca fazendo jus a tradição, temos para hoje um disco diferente, feito especialmente para aulas de ballet. Este lp foi produzido por Joaquim Ribeiro do Carmo, professor de uma tradicional escola de ballet de Belo Horizonte, o Studio Joaquim Ribeiro. Era uma escola de ballet clássico e ele um tradicional professor, daqueles que dava aula ao piano e tinha lá as suas próprias composições. Além de professor de ballet, Joaquim Ribeiro também compunha e escrevia. Este disco foi concebido para exercícios de barra e de centro. Toda bailarina, mesmo as que não frequentavam o seu ‘Studio’ costumavam ter este disco. Como podemos ver, este é o volume dois. Ele já havia lançado anteriormente o primeiro volume. Tempos depois ele gravou também um cd. Infelizmente não consegui precisar a data em que este disco foi produzido, mas certamente foi nos anos 70. Fica aqui essa curiosidade, coisa que só o Toque Musical pode proporcionar. Confiram no GTM…

pliés
battements tendus
battements tendus
fondus
ronds de jambers a térre
developées
battements frappé
petits battements sur le cou-de-pied
ronds jambe en l’air
grans battemets jetés
andante
largo
valsa
pizzicati
andate
valsa
andante
largo
largueto
largueto


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Waldomiro Lobo (197…)

Boa noite, meus amigos cultos e ocultos! Hoje temos um encontro com um artista interessante, Eis que entre minhas escolhas para postagens de discos de música sertaneja/caipira, selecionei também este lp, uma produção um tanto obscura, como boa parte das coisas da Bemol, selo/gravadora de Belo Horizonte, acreditando ser este um disco do gênero. Mas para a minha surpresa, acabei descobrindo que não era exatamente música caipira, mas algo ainda melhor, se tratava do único disco (lp de 33rpm) do cantor e compositor Waldomiro Lobo e não por acaso, também um disco póstumo, lançado logo após a sua morte. Este disco não tem data, mas tudo leva crer que tenha sido lançado no início dos anos 70. Conforme o texto de contracapa este foi um disco planejado pelo autor que selecionou o repertório entre coisas inéditas e músicas/poemas gravados nos anos 40 e 50. Segundo o texto, Waldomiro desejou fazer este lp no sentido que sua renda fosse revertida para obras assistenciais do sanatório da sua Fundação Waldomiro Lobo. Neste disco temos as interpretações do próprio Waldomiro Lobo e também de Seixas Costa, Rony-Roná e Gumercindo Chagas. Curioso também que alguma músicas aparecem aqui com nomes diferentes dos originais em 78 rpm. Olhando mais a fundo na ficha técnica, temos também um time de músicos como Elias Salomé, Expedito, Waldir Silva e outros. Sem dúvida, um disco raro que já esteja disponível no Youtube e agora vai estar no GTM também. Confiram…

porteira abandonada
morena dos olhos negros
o meu cavalo pampinha
maria mandô uma carta
vai vai tristeza
mutirão
flor de maracujá
amor perfeito
são joão
minha prece
tem boi na linha
mula manca
 


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3 De Minas – Verdadeiro Amor (198…)

Boa noite, meus queridos amigos cultos e ocultos! Saímos, enfim, da série dos corais mineiros e agora vamos para outros gêneros. Andei separando aqui alguns lps, algumas coisas da produção mineira, discos obscuros, coisas curiosas e raras de se ver por aí. Entre tantos, pensei em fazer aqui mais uma ‘semana temática’, dessa vez com artistas da música caipira, sertaneja e rural. Acho que nunca fizemos isso como esses artistas sertanejos, poucas e espaçadas vezes postamos discos de música caipira. E isso se deve muito ao fato de que geralmente as informações sobre esses artistas são meio escassas e acaba demandando uma pesquisa mais aprofundada, coisa que na maioria das vezes nós aqui não conseguimos fazer. Discos de música caipira/sertaneja só conhece mesmo quem é do ‘métier’, da área.
Aqui temos um bom exemplo de discos de música sertaneja no qual só podemos mesmo contar com as informações da capa. Os “3 de Minas” é um lp de produção mineira, gravado pela Bemol, provavelmente nos anos 80. O disco não traz data. Na ficha técnica encontramos um grupo de músicos, seus nomes e instrumentos, mas nada que nos indique quem são os artistas principais. Quem são os três mineiros? Essa pergunta fica no ar até que alguém se manifeste. Enquanto isso, vamos nos ater ao principal, ao conteúdo deste lp. Temos aqui doze músicas no melhor estilo caipira/sertanejo. Fiz questão de colocar ‘caipira’ para que fique claro que se trata de música sertaneja autêntica e não esse lixo pasteurizado cujo molde original copia duplas como Chitãozinho e Xororó quando essas se tornam mais comerciais que sentimentais. Taí um disquinho bacana que me remete aos sons radiofônicos matinais. Coisa bem mineiro, paulista ou goiano. Confiram no GTM…

verdadeiro amor
responda-me
com alguem no pensamento
se quer partir
velho vivo
são jorge guerreiro
destino de boêmio
escuta a minha canção
arrependida
primeiro beijo
gaivota
chuva da saudade


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Corporação Musical Santa Cecília Banda e Coral (198…)

Olá, meus amigos cultos e ocultos! Tenho hoje o prazer de apresentar a vocês a banda e o coral da Corporação Musical Santa Cecília, um entidade tradicional da cidade mineira de Ipatinga, dedicada ao ensino e fomento da Música, criada há quase 60 anos. Neste disco, gravado na Bemol, temos um repertório variado com seresta, samba, canção, marcha, musica sacra, ou como nos apresenta no selo, ‘do dobrado ao clássico’. Temos de um lado a banda e do outro o coral. Um repertório bem interessante que nos convida a dar uma checada no GTM…

canção do infante
samba da amizade nipo-brasileira
festa do interior
españa cani
abertura da cavalaria ligeira
amo-te muito
peixe vivo
acalanto
cantiga por luciana
pastorinhas
abi-de with me
cantante dômino
 
 
 

 

José Vieira E Sebastião Idelfonso – Violões Ao Luar (1975)

Prezados, amigos cultos e ocultos, seguindo em nossa insana proposta fonomusical, tenho para hoje um delicioso apelo instrumental. Um disco para quem gosta de violão. Aqui temos “Violões Ao Luar”, de dois grandes violonistas mineiros, José Vieira e Sebastião Idelfonso, num lp lançado pela Bemol em 1975. Os dois violonistas apresentam neste lp 12 temas autorais. Tocam acompanhado de um terceiro violão, Orlando Pereira, filho de Sebastião Idelfonso. Juntos, eles dão um verdadeiro show. Infelizmente, o disco apresentava alguns riscos que em alguma faixas pode incomodar. Na falta de lago melhor, vamos que vamos…

barcelona (fantasia espanhola)
do carmo
caprichoso
dor de uma saudade
eu sou brasileiro
dança gaúcha
amor e romance (estudo para 2 violões)
danças das flores
brincando com as cordas
luar de barra longa
como chora um violão
dança mineira



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Juan Moreno – Tangos (196…)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje eu trago aqui para vocês um disco de tango. E quando se fala em tango, certamente pensamos em argentinos. Mas o tango sempre fez muito sucesso aqui no Brasil, aliás, no mundo inteiro. Mas no Brasil, em especial, pela irmandade, pela proximidade geográfica e cultural, sempre tivemos uma relação muito forte com o tango. Muitos foram os artistas que vieram da Argentina trazendo o tango e encantando nosso público e isso não é de hoje, ou melhor, isso era de ontem, de tempos atrás. Muitos foram os artistas, nacionais e internacionais (argentinos) que se espalharam pelas grandes cidades do Brasil, criando verdadeiros redutos tangueros, principalmente nas rádios e casas noturnas. Aqui em Belo Horizonte também tivemos grandes artistas e orquestras de tango que se apresentavam nas rádios Guarani e Inconfidência. Entre esses haviam nomes como os cantores Ruy Martinez, Alaor Brasil, Maria Helena, Eunice Fialho e Roberto Blasco, este ultimo um argentino nato que veio se apresentar na cidade junto com a orquestra do uruguaio Francisco Canaro e acabou ficando de vez morando em BH, passando a fazer parte do ‘cast’ da Rádio Guarani. Outro grande cantor de tango da mesma época era Juan Moreno, que fazia parte do ‘cast’ da Rádio Inconfidência. Juan Moreno era na verdade um pseudônimo do coronel da Polícia Militar Waldir Pascoal. Conhecido como “El guapo del Tango”, ele cantou muito tempo acompanhado por seu próprio conjunto. Há pouquíssimas referencias sobre este artista na internet, inclusive sobre esse disco, gravado na Bemol. Acredito que tenha sido lançado no final dos anos 60. Em 1977 ele aparece também com outro disco de tango, lançado pelo selo Tapecar. Fora isso, não há mais nada na tela. Referencia passou a ser aqui…

el dia que me quieras
gira gira
percal
cristal
a media luz
en esta tarde gris
uno
lo han visto con otra
tomo y obligo
garua
mentira
caminito

 

Grupo de Seresta Zé De Beta – Curvelo Em Seresta (1970)

Olá, amigos cultos e ocultos! A postagem de hoje do TM é em clima de uma verdadeira seresta. Apresentamos hoje o primeiro LP do Grupo de Seresta Zé da Beta, lançado pela gravadora belorizontina Bemol em 1970. O grupo era originário de Curvelo, cidade da região central de Minas Gerais que tinha, em 2018, uma população de 79.625 habitantes. O nome da cidade tem origem em um de seus primeiros moradores, o padre Antônio de Ávila Curvelo. Segundo estudos recentes, Curvelo ocupa o décimo-quarto lugar no ranking das cinquenta cidades pequenas brasileiras que apresentam melhor desenvolvimento econômico. Neste primeiro volume de “Curvelo em seresta” (depois viria o segundo), o Grupo Zé da Beta apresenta dez músicas tradicionais do gênero. Após uma mensagem do próprio Zé, vem o repertório, que tem pérolas como “Boneca”, “Elvira, escuta”, “É a ti, flor do céu”, “Casinha pequenina” e “Amo-te muito”. Este disco, portanto, tem uma seleção seresteira de primeira linha, autêntico prato cheio para quem gosta do gênero e digno merecedor de mais esta postagem de nosso Toque Musical. É ir para o GTM e conferir.

mensagem
boneca
euvira escuta
casinha pequenina
meiga virgem
flor do céu
saudade
amo-te muito
decolores
sereno da madrugada
mensageiro do céu




*Texto de Samuel Machado Filho

Dulcinha E Fernando E Dose Dupla – Trama (1987)

Bom dia, amigos cultos e ocultos! Na certeza de que em algum momento alguma informação há de chegar até nós, estou hoje postando este lp, uma produção com o selo Bemol, lançada nos anos 80.  Trata-se de Dulcinha e Fernando e Dose Dupla, um grupo, certamente mineiro, talvez da própria capital BH. Mas eu, como belo-horizontino, confesso, não me recordo dessa turma e também não consegui, numa rápida pesquisa, identificar os artistas. Não há muita informação sobre o disco além de sua referência no Discogs, por sinal, muito bem contado como raridade, chegando a um preço meio que absurdo, porém se percebe que apenas um cidadão é o detentor do disco e daí ele coloca o preço que quiser, não há concorrentes. Esse é o grande problema da especulação de preços do vinil. Não é só questão de qualidade, histórico ou quantidade, a coisa passa muito pelo crivo da subjetividade do colecionismo. Existem raridades e raridades…
Bom, mas o fato é que este disco, ao meu ouvido, me pareceu muito interessante. Tem todas as características de um disco pop, mas há nele uma certa peculiaridade, uma pegada de música mineira. Acho que isso tem a ver até mesmo com a própria produção, com o clima da gravação feito no mais tradicional estúdio mineiro, o Bemol. Infelizmente, o exemplar que possuo não tem encarte e nem traz maiores informações. Vamos então ficar no aguardo de algum esclarecimento. Mas nem por isso iremos deixar de conhecer Dulcinha, Fernando e o Dose Dupla. Basta ir lá no GTM buscar o link, ok?

transcendente
tudo que eu queria
sempre igual
notívago
tempero moreno
trama
sinto dizer
nossa manhã
banda mágica
mesmo assim

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Edição Brasileira – Lua (1988)

Olá, amigos cultos e ocultos! Há poucos dias atrás fiz a besteira de deletar alguns arquivos no computador e de bobeira, acabei excluindo uma pasta importante, a dos Festivais. Só percebi quando já havia deletado, pasta cheia, muito grande foi embora sem paradas. Achei que não tivesse um ‘backup’, mas por sorte tinha tudo num outro hd. De sobra, ainda achei uma ‘leva’ de discos de artistas mineiros, coisas de antigos projetos que acabaram não vingando. Hoje começamos essa mostra entre tantos outros diversos discos.
Tenho aqui o excelente grupo mineiro de música instrumental, Edição Brasileira e seu primeiro e único disco, Lua, lançado originalmente em 1988. O disco mereceu uma reedição em cd através do selo/editora Karmin, a partir dos anos dois mil e curiosamente ainda pode ser encontrado em algumas lojas virtuais. O Edição Brasileira foi um grupo formado grandes nomes da música mineira: Mauro Rodrigues (flauta e teclados); Bento Menezes (guitarra e violão); Lincoln Cheib (bateria) e Ivan Corrêa (contrabaixo). No disco eles ainda contam com participações importantes como André Dequech, Gil Amâncio, Nivaldo Ornelas, Renato Mota e outros… Beleza de trabalho, lançado e gravado pela Bemol já no processo digital. com muito carinho e dedicação. Vale a pena conhecer. Confiram no GTM…

cânone
mulher de barro
amarelinha
prelúdio
pra vivi
diversão infante
lua
bemol
duda no frevo