UIta Nunes Machado – Página Da Poetisa (1967)

Olá, amigos cultos e ocultos! Aqui vai mais uma curiosidade fonográfica extraída por debaixo da poeira do tempo. Mais um disquinho obscuro que teria passado batido, não tivesse antes caído em nossa graça. Como todos já devem saber, o Toque Musical se destaca pela variedade. Aqui cabe música, mas também cabe qualquer coisa produzida para ser um fonograma, de textos narrativos, poesias e histórias a documentos sonoros, jingles e até mesmo toques, barulhos e efeitos sonoros. Afinal, para um bom ouvido, tudo pode ser música, inclusive poesia. E sobre poesia que nos encontramos agora. Eis aqui este obscuro disquinho de sete polegadas, uma produção independente de 1967, coisa feita aqui mesmo na capital da ‘Geraes’. Um disco de sete polegadas que cumpre aqui o seu papel de compacto, mas compacto não de um lp, mas de um livro. Sim, aqui temos uma amostra com quatro poemas da poetisa Ulta Nunes Machado, um nome o qual eu não encontrei nenhuma referência na enciclopédia Google. Por certo, esta será a primeira menção a esta poetisa e também a esse disquinho raro. Suas poesias são interpretadas pelo moço, galã da foto e quase meu xará, Antonio Augusto, que conta ainda com um fundo musical feito pelo violonista José Eugênio. Ao que se entende, este compacto foi uma prévia do livro de poesias de Ulta Nunes Machado que estava par ser lançado. 
 
jornada
resignação
advertência
meus versos
 
 
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Juca De Oliveira – Fragmentos Da Poesia Latino-Americana De Protesto (1980)

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje nós vamos de poesia! Sim, poesia é coisa muito boa e mais ainda quando a temática é política e social, poesia de protesto. Os fascistas detestam, mas a gente canta…
Aqui temos o ator e dramaturgo Juca de Oliveira, ainda em seus melhores dias e num momento nobre. Nobre no sentido de grandeza humana, pois essa acompanha a todo homem que se sensibiliza com as questões e dramas sociais. Gravar um disco com poesias de protestos é, sem dúvida, uma demonstração de sensibilidade e empatia com as lutas políticas e sociais na América Latina. Pena que em um determinado momento Juca de Oliveira se iludiu com ‘falsos profetas’, com a hipocrisia do Lavajato, dando apoio ao dublê de juiz, Sergio Moro e sua gangue. Bom, mas isso não vem ao caso e cada vinho envelhece como merece. Juca de Oliveira é sem dúvida um grande artista e sabe como poucos cantar/interpretar uma poesia. Neste lp, que inicialmente foi censurado pelo então governo militar, temos um apanhado de poemas/textos de cunho político, de diferentes poetas latino-americanos. Um belo trabalho que infelizmente, hoje em dia anda meio esquecido. Mas é justamente nessas horas que a lembrança do disco, da poesia e do seu conteúdo se faz mais necessário. Como já cantava o poeta Thiago de Mello: ‘faz escuro, mas eu canto”. Confiram no GTM…
 
a carta no caminho (parte 1) – pablo neruda
no caminho com maiacowski – eduardo alves da costa
segregação nº 1 – carlos german beli
pedidos – juan gelman
inventário de cicatrizes – alex polari de alverga
cemitério pernambucano – joão cabral de melo neto
cemitério de sertão – dom pedro casaldáliga
o comandante – gonzalo rojas
a carta no caminho (parte 2) – pablo neruda
a carta no caminho (parte 3) – pablo neruda
não te salves – mario benedetti
não há ventura para mim fora de ti – ernesto cardenal
a flor e náusea – carlos drummond de andrade
podes? – nicolas guillen
12.207 – alex polari alverga
o vidente – castro alves
epitáfio do desterrado – ernesto cardenal
a carta no caminho (parte 4) – pablo neruda
 
 
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Augusto Frederico Schimidt – Abgar Renault – Poesias (1956)

Boa noite, meus caríssimos amigos cultos e ocultos. Hoje vou destoar um pouco da música, dos latinos, das orquestras e coisa e tal. Mas vou manter a sequencia 10-12 polegadas. Hoje eu escolhi postar um disco de poesia. Poesia sempre me leva a reflexão e embora não sejam essas exatamente as que eu encontre um sentido, por outra, me confortam apenas por serem poesias. E no fundo, de algum verso a gente sempre tira um sentimento, uma correlação, uma mensagem, sei lá… nos conforta.
Aqui temos um disquinho de dez polegadas, do selo Festa, que muito fez pela poesia, sendo talvez o primeiro selo a se dedicar com quase total exclusividade ao registro de produções poéticas. Como todos sabem, já postamos muitos por aqui e hoje temos esses dois grandes poetas brasileiros, Augusto Frederico Schimidt e Abgar Renault.
Confesso que essa escolha foi mais, movida por uma certa melancolia, uma tristeza que agora no fim da tarde tomou conta de mim. É muito ruim ver alguém sofrendo e não poder fazer nada para ajudar, principalmente quando é um grande amigo. Chega a ser angustiante para mim. Me sinto amarrado sem poder ajudar. Daí, só me resta rezar, pedir a Deus que aplaque este sofrimento e que acenda a luz da esperança.
Desculpem, hoje eu me sinto totalmente desestimulado. O momento, em parte, não é bom. Mas mesmo não acreditando, da forma como a maioria das pessoas acreditam, peço a Deus a sua intervenção. Rezo por um grande amigo, cujo a alegria e sorte neste ano a vida lhe tem roubado. Desculpem… precisava desabafar 🙁
 
morte da índia – augusto frederico schimidt
quando – augusto frederico schimidt
núpcias nº2 – augusto frederico schimidt
noiva – augusto frederico schimidt
os príncipes – augusto frederico schimidt
história da borboleta branca – augusto frederico schimidt
o passaro – augusto frederico schimidt
soneto – augusto frederico schimidt
omnia fluunt – abgar renault
última thule – abgar renault
claro e escuro – abgar renault
o caminho espera – abgar renault
como quem pede uma esmola – abgar renault
manhã – abgar renault
 
 
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Manuel Bandeira E Sérgio Milliet – Poesia (1958)

Boa noite, meus caríssimos amigos cultos e ocultos! Coisa que há tempos eu não publico aqui são os discos de poesia, que sempre fazem muito sucesso, principalmente os discos lançados pelo memorável selo Festa. Da série produzida por essa gravadora nós já apresentamos vários e agora temos mais um, desta vez apresentando dois outros grandes escritores e poetas, Manuel Bandeira e Sérgio Milliet. Como de costume, cada lado do disco é dedicado a um poeta. Confiram, pois se tem uma coisa rara de se encontrar disponível na internet são esses discos de poesia lançados nos anos 50. 
 
Sérgio Milliet:
paisagem italiana
longetudes
que nada recorde nada
o morto
bem da gente
o mar outrora
lembrança
tristeza
vazio
sob o signo da virgem
inverno suíço
 
Manuel Bandeira:
a chave do poema
berimbau
o cacto
pneumotorax
namorados
estrela da manhã
piscina
a ninfa
 
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Paulo Autran – Poesias (198

Olá, amigos cultos e ocultos! Hoje, apresentamos mais um álbum com Paulo Autran (Rio de Janeiro, 7/9/1922-São Paulo, 12/10/2007), que foi sem dúvida um gigante da arte dramática brasileira. Lançado em 1981, o disco é uma seleção das melhores gravações que ele fez para o programa “Cinco minutos com Paulo Autran”, que possuía em meados da década de 1960 na Rádio Eldorado de São Paulo. São dez faixas, em que Paulo Autran interpreta textos de Rubem Braga, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes e William Shakespeare. Como se vê, é mais um toque mais do que musical, e predominantemente literário, mais uma coleção de momentos sublimes do inesquecível Paulo Autran, mostrando as razões pelas quais ele foi um mestre indiscutível nessa arte tão complexa que é a da interpretação. É mais um produto de qualidade que o TM oferece com o prazer e a satisfação de sempre

a crônica aula de inglês – ruben braga
desespero da piedade – vinicius de moraes
resíduo – carlos drummond de andrade
essa velha angústia – álvaro de campos (fernando pessoa)
poema das sete faces – carlos drummond de andrade
também já fui brasileiro – carlos drummond de andrade
receita de mulher – vinícius de moraes
o homem nu – fernando sabino
entrevista de televisão – fernando sabino
mensagem a poesia – vinicius de moraes
se eu morresse amanhã – alvares de azevedo
cruz na porta da tabacaria – fernando pessoa
ao doge de veneza – w. shakespeare




*Texto de Samuel Machado Filho