Cesar Costa Filho – Bazar (1977)

Outro cara sumidaço é o Cesar Costa Filho. Durante os anos 70 ele esteve bem atuante, gravando diversos discos. Suas composições foram interpretadas por Elis Regina, Beth Carvalho, Clara Nunes, Dóris Monteiro, Claudette Soares, Elizeth Cardoso, Vanusa, Antônio Marcos e até figurinhas duvidosas como Eliana, Xuxa, Angélica e Rosana e mais… Acho que ele sumiu da parada depois que passou a ser o presidente da UBC (União Brasileira de Compositores). Ele também foi um dos fundadores do MAU (Movimento Artístico Universitário) ao lado de Ivan Lins, Gonzaguinha, entre outros.
“Bazar” foi seu terceiro lp e tem como destaque a divertida “Consumatum Est (nessa época ainda não havia o Viagra hehehe… Disquinho legal, recheado de bons sambas-canção.

Paulo Rafael (1988)

Segue aqui mais um disco raro, pelo menos nas bandas do sul. Paulo Rafael, grande guitarrista pernambucano. Para quem não o conhece, este cara toca com o Alceu Valença. Sua trajetória começa na década de 70, quando foi integrante da banda Phetus e depois Ave Sangria, duas banda de renome no cenário rock nordestino. Chegou a fazer um disco “Caruá”, por um selo independente, com o também integrante da banda do Alceu na época, Zé da Flauta. Esse disco, apareceu recentemente postado em alguns blogs. Interessados, posso postá-lo também. Bom, sobre o disco aqui apresentado, o que tenho a dizer é que se trata de um album instrumental muito bom. Foi o primeiro trabalho solo desse instrumentista. Guitarras acústicas, sintetizadas, com pitadas de rock, jazz e ritmos nordestinos. Sei de um outro trabalho experimental do Paulo com o tecladista mineiro Marcio Lomiranda e a cantora carioca Taryn Kern Szpilman, o Eletro Fluminas. Mas essa é uma outra história e vamos deixar para uma próxima ocasião.

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navegantes
maracajá
rota da africa
depois do escuro
arraial do bom jesus
estação do som
arrecifes
orange

Zé Rodrix – I Acto (1973)

Zé Rodrix em seu primeiro disco solo após ter deixado o Sá e o Guarabyra. É um álbum maneiro como só o Zé sabe fazer. Suas músicas tem a capacidade de envolver as pessoas, assim como os seu jingles de comerciais. Depois de ouvir o disco pela segunda vez a gente já assimila vários trechos das suas músicas. Este álbum é sem dúvida (para mim) o melhor disco solo do Zé Rodrix. Chamo a atenção para as faixas “Casca de caracol”, “Eu preciso de você pra me ligar” e “Quando você ficar velho”. Para quem tem mais de 40, esse disco é memorável. Escutem! Esse cara é muito bom!

João Bosco (1973)

Este foi o primeiro disco de João Bosco, lançado em 1973, registrando sua parceria com Aldir Blanc, em canções como “Tristeza de uma embolada”, “Nada a desculpar” e “Boi”, entre outras, e incluindo também “Bernardo, o eremita”, com Aldir Blanc e Cláudio Tolomei, além de “Quem será?”, com Aldir Blanc e Paulo Emílio, e “Amon Rá e o cavalo de Tróia”, com Paulo Emílio. Músicas que estão na boca do povo. Destaque para “Bala com bala” que foi gravada por Elis Regina. Disco básico!

João Carlos E Zé Augusto – Nem A Nem B (1981)

Mais um exemplar (e um exemplo) de um trabalho raro e esquecido. Talvez, se não fosse iniciativas como as dos blogs de música, ninguém viria saber da existência deste disco. João Carlos e Zé Augusto são dois compositores mineiros, num trabalho realizado em 1981 e contou com a produção, arranjos e participação de Nelson Ângelo. Aliás, o álbum traz ainda outros convidados e participantes ilustres como Danilo Caymmi, Titane, Juarez Moreira e Grupo Uakti.

“Pois é, mais um trabalho musical. É a partida de João e José e essa viagem não tem volta. A direção é aperfeiçoar, caminhar, repetir, repetir pra ficar bonito. Foi m trabalho feito com muito carinho e dedicação de todos que dele participaram. Agora é ouvir, porque música é pra ouvir e não pra falar.” Nelson Angelo

Filó Machado – Filó (1978)

Filó é mais um desses grandes artistas brasileiros que tem passado batido, pouco falado, pouco ouvido. Pelo menos aqui no Brasil. Lá fora o cara é respeitado, com vários discos lançados e trabalhos ao lado de nomes como Kenny Barron, César Camargo Mariano, Romero Lubambo, Djavan, Michel Legrand, Jane Bunnet, Johnny Alf, Tetê Espíndola, Hermeto Pascoal e vai por aí a fora. Neste disco de 1978, o primeiro de sua carreira, já podemos ver o nível e a qualidade do cara. Me faz lembrar um pouco o Milton Nascimento. Bom disco!

Erasmo Carlos (1967)

Aqui segue o quarto disco de Erasmo. Lançado em 1967, este foi a sequencia no mesmo ano do álbum “O Tremendão”. Também se trata de um trabalho memorável, embora ofuscado por sucessos anteriores. Vale a pena ouvir “Cara feia, pra mim é feia”, “O caderninho”, “O ajudante do kaiser” e a versão de “Mellow Yellow” do Donovan, “O caramelo”.

Erasmo Carlos – Carlos, Erasmo… (1971)

Começando a semana, o mês, o blog… vamos com alguns títulos ainda raros (senão inéditos) no mundo dos blogs de música. Hoje, graças a esses maravilhosos transgressores, podemos encontrar pérolas musicais que até a pouco tempo estiveram perdidas, esquecidas ou mesmo que em sua época não tiveram seu reconhecimento. Quero começar aqui com um artista genial, que embora nunca tenha sido esquecido, tem sua obra pouco lembrada. Vamos abrir o nosso Toque Musical com chave de ouro. Um cara nota 10! “O meu amigo, Erasmo Carlos!”
Inicialmente, vamos com “Carlos, Erasmo…”, álbum lançado em 1971. Primeiro disco pela Philips. Um trabalho que nos mostra um Erasmo amadurecido. O destaque, entre outras, fica para o sucesso “De noite na cama”, de Caetano Veloso.

 

Toque Inicial

O Toque Musical foi o nome que eu escolhi para melhor definir a proposta do meu blog. Estarei postando aqui regularmente uma diversidade musical que considero essencial para um ouvido inteligente. Não sou pretensioso e nem me considero um estudioso da música a ponto de definir o que é o melhor. Sou apenas um apreciador com uma vivência musical e fonográfica bastante ampla. Quero, mais uma vez, compartilhar com vocês um pouco disso tudo. Trazer semanalmente amostras de pérolas produzidas pela indústria fonográfica. Este universo é bastante amplo e diversificado. Para aqueles que conhecem bem essa nova onda dos blogs musicais, sabe quanta coisa foi resgatada, para não dizer ressuscitada. Álbuns e artistas esquecidos, viram nessa tomada ilegal (mas essencial) um novo momento. Contrariando a indústria e o consumo banalizado, a música gravada ressurgi neste instante como um outro conceito. Forçosamente as gravadoras e detentoras dos direitos fonográficos tiveram que correr atrás do prejuízo. Prejuízo este que só foi percebido depois de constatarem que aquilo que eles haviam deixando no limbo por tanto tempo era alvo de interesse de muitos. Por outro lado, aquilo que para eles pareciam uma ameaça (os blogs), passou a ser visto (embora de forma velada) como um instrumento de divulgação, um termômetro da viabilidade de relançamento de um determinado álbum ou artista. Infelizmente, alguns criadores de blog, na ânsia de popularidade, acabam ultrapassando as leis do bom senso. Publicam (mais que) indevidamente lançamentos e trabalhos recentes que prejudicam a todos. Eu sou totalmente contrário a essa prática, como também a de postagem sem conteúdo, nada além de um link. Esses, acabam caindo na mesma questão da banalidade. Não estamos aqui para concorrer com as editoras, artistas e gravadoras. Aqueles que assim o fazem não conseguem enxergar muito além da chamada pirataria. Musica é cultura. Esta é uma grande verdade que foi propagada no verso das capas dos LPs dos anos 70.