E aqui, mais uma vez marcando presença em nosso Toque Musical, Simonetti e sua orquestra. Este pianista, compositor e maestro italiano, que passou uma boa temporada no Brasil, acabou também fazendo parte da história da música popular brasileira, participando de dezenas de discos. Foi o maestro da orquestra da gravadora RGE e por esse selo ele lançou diversos discos, como os já apresentamos em outros momentos. Agora, vamos com “Dance com Simonetti”, disco de 1961. Um lp voltado para o público jovem da época e talvez um dos últimos gravados aqui no Brasil antes de voltar para a Itália.
Há algum tempo atrás recebemos um lote enorme de gravações/discos digitalizados de alguém que pensava em nos dar uma colaboração. Havia muita coisa nesse lote, inclusive, arquivos de postagens aqui do Toque Musical. Se tratava, por certo, de alguém que coleciona que garimpa música em arquivos digitais. Este lote ficou esquecido aqui por esse tempo, mas agora estamos começando a explorar o que ele tem para nos oferecer. E então aparece isso, “Embolabalanço”, com Moura Junior. Um disco muito curioso, ou melhor dizendo, interessante e mais ainda, obscuro e raro. Lançado pela Companhia Brasileira de Discos, selo Philips e ao que tudo indica, em 1964. Informações sobre Moura Junior, só mesmo o que se lê na contracapa. Sabemos que Moura Junior foi um artista pernambucano, que gravou também outros discos. E aqui em “Embolabalanço” podemos ver e ouvir o cantor numa seleção de repertório dos mais interessantes que busca valorizar a música regional do norte e nordeste através de arranjos então modernos do maestro Guerra Peixe que busca fundir com elementos e a leveza da bossa nova. Não bastasse, ainda temos um time de músicos de primeiríssima, que dá a esse trabalho toda a garantia de qualidade que ele merece. O texto de contracapa é de ninguém menos que Antonio Carlos Jobim, que também está presente em duas das faixas deste disco. Precisa de dizer mais alguma coisa? Precisa, mas vamos logo procurar, pois numa próxima oportunidade a gente traz também outros discos deste artista. Confiram, vale muito a pena…
Eis aqui um lp, de dez polegadas, que merece toda a nossa atenção. Radamés Gnattali, sua irmã, pianista e professora Aida Gnattali e o saxofonista Sandoval Dias, um momento que é também histórico na música brasileira. Aqui, Radamés nos apresenta a série “Brasiliana Nº 7 e 8” com peças para piano e saxofone. Como se pode ver, na contracapa, há toda informação necessária sobre este disco. Simplesmente maravilhoso e por certo, merecedor de uma reedição em cd em 1998, ou seja, 40 anos depois. Para quem necessida da obra material, ainda é possível encontrar a vesão em cd.
Mais uma vez, em nosso Toque Musical, Sérgio Carvalho e seu conjunto apresentando o lp “Ritmo Dança Alegria”, lançado em 1968 pela Companhia Brasileira de Discos e Selo Philips. Um disco com aquela cara (se é que sonoridade tem cara) dos saudosos anos 60. Sergio Carvalho e seu conjunto desfilam um repertório então moderno, da época, com temas em ‘pot-pourri’, nacionais e internacionais. Sucessos pop que ganham arranjos bem interessantes. Disco bem gostoso de ouvir, por isso não podia faltar 🙂
E aqui, mais uma vez marcando presença, Steve Bernard, ou ainda Stephen Bernahardt, organista e pianista romeno radicado no Brasil no início dos anos 50. Fez muito sucesso por aqui, no Brasil, tocando nas principais boates do Rio de Janeiro. Já apresentamos no Toque Musical outros discos dele. Aqui temos este lp, “Mosaio”, de 1958, um disco ainda no formato 10 polegadas, produzido pela Odeon. Neste álbum, como o próprio título indica, temos um repertório misto, com músicas de sucesso, de compositores nacionais e internacionais. Seleção boa, com destaque para o instrumental, “Se todos fossem iguais a você”, de Antonio Carlos Jobim…
Curiosidades que cabem como uma luva em nosso blog Toque Musical. Aqui temos este compacto da Odeon, lançado em 1975, trazendo o cantor e compositor Kid Bayano, que como o próprio nome indica, trata-se de um arista baiano, vindo lá de Feira de Santana. Ele foi morar no Rio de Janeiro, nos anos 60, em busca do sonho de se tornar músico profissional. Por mais de 20 anos ele esteve trabalhando com os mais diversos artista, tocando violão e guitarra. Acompanhou músicos da Jovem Guarda, músicos populares e até Nelson Gonçalves. Trabaqlho também em boates e casas noturnas do Rio. Conseguiu finalmente, em 75 gravar este compacto que aqui apresentamos. Influenciado musicalmente por seus conterraneos, compôs em parceiria com outro, ‘Pitter Pitter’ dois sambas bem suingados e curiosos, pois são quase plágios descarados e em especial a faixa “Eu não tenho onde morar”, titulo também do clássico de Caymmi e que como esta tem o mesmo refrão, ou parte dele e da melodia. Não sei como Caymmi, ou seus empresários deixaram passar isso. O certo é que Kid Baiano acabou não vingando e voltou para Feira de Santana. Seu nome voltou a tona quando alguns dj’s descobriram esse disquinho, que soa muito bem nas discotecagens. Confiram…
Desta vez temos um lp lançado de Selo Kuarup. Disco esse sem finalidade comercial, pois se trata de um produto que faz parte do pacote Prêmio Shell de Músíca, no ano de 1985. O Prêmio Shell é um evento cultural patrocinado pela empresa Shell do Brasil. Criado em 1981, tem como finalidade premiar, incentivar e homenagear grandes artistas da música brasileira. A cada ano são escolhidos até dois artistas de destaque para essa homenagem. Neste, temos dois compositores importantes, um da música popular, o Braguinha, outro, Cláudio Santoro representando a música erudita. No presente álbum, temos para cada lado uma seleção com algumas de suas obras mais representativas. No caso, diferntes artistas e gravações que marcaram. Curiosidade que vale a pena ouvir 🙂
balancê – gal costa
copacabana – dick farney
pastorinhas – silvio caldas
anda luzia – maria bethania
cantoras do rádio – aurora e carmem miranda
pirata da perna de pau – nuno rolland
touradas de madri – almirante
primavera no rio – dalva de oliveira
carinhoso – elis regina
cinco prelúdios de amor – aldo baldin e lilian barreto
quatro prelúdios para piano – lilian barreto
ponteio – orquestra sinfônica de moscou (regida pelo autor)
Temos aqui, Sonia Mello… Um bom exemplo de artista moldado pela indústria fonográfica. Não que boa parte dos artistas, no auge da produção dessa indústria, deixasse de passar por isso. Poucos na verdade, são (ou foram) os artistas que tiveram total liberdade na produção e direção de seus discos, aliás, dos seus trabalhos. Na verdade, o que queremos dizer é que existem duas classes de artistas nesse então mundo fonográfico: os artistas que naturalmente criam músicas, quem tem um trabalho autoral e os que são contratados, cooptados, formados ou moldados para atender a uma demanda essencialmente comercial. Sonia Mello é parte dessa segunda classe. Trata-se de uma moça, ainda muito nova, colegial, que gostava de ficar nas portas de gravadoras tietando os artistas. Foi vista pelo produtor Nilton Miranda, talvez encantado pela moçoila, levou ela para uns testes no estúdio, sendo em seguida contratada pela Odeon. Seu grande feito, ou que dá a essa cantora um certo destaque foi ter gravado um primeiro disco com um repertório exclusivamente de Roberto e Erasmo Carlos. Uma produção, por certo encomendada, pois algumas dessas músicas foram usadas em temas de novelas (saía mais barato usar um intéprete do que o autor). E foi regravando músicas do RC e aparecendo em programas de auditório que Sonia Mello conseguiu se destacar. Gravou somente para a Odeon dois lps com músicas de Roberto e Erasmo, um compacto duplo e este último lp, “Grandes Mulheres Grandes Sucessos”. Como os demais, este foi outro disco onde a gravadora aposta numa coletânea de sucessos de outras cantoras e de diferentes gravadoras e para isso, coloca a Sonia Mello numa interpretação que nada mais é que um ‘cover’, mantendo sempre os mesmos arranjos. Enfim, nessa condição, a cantora tem aqui apenas a função de incluir sua voz. E frente às gravações originais, dá uma certa preguiça ouvir e uma inevitável comparação.
Sonia Mello após esses discos, desapareceu da mídia e ao que se sabe, se afastou do meio artístico. Hoje, virou apenas uma lembrança para um pequeno grupo de fãs no Facebook. Aliás, ao visitar o perfil da ex-cantora, inevitavelmente nos deparamos com fotos de seu ‘mito’. A mulher se tornou uma apoiadora do crápula golpista. Agora a gente entende de onde vem tanto ressentimento…
E seguimos nossas postagens trazendo hoje o Moleque de Rua, grupo formado por jovens da periferia de São Paulo, no final dos anos 80. Ganhou destaque por conta de seus integrantes criarem instrumentos ritmicos a partir de sucatas, de materiais como latas, tubos e tambores. Criando também as suas próprias músicas, o Moleque de Rua foi assunto no Fantástico, programa da TV Globo. Em 1991 tiveram então a oportunidade de gravarem este disco, produzido por Charles Gavin, dos Titãs.
Aqui um disco bem bacana de um dos grandes músicos brasileiros, Sebastião de Barros, ou como se tornou conhecido, K-Ximbinho, instrumentista, compositor, arranjador e regente. Considerado como um dos mais originais instrumentistas de sua geração, atuou tanto em orquestras populares como em regionais, grupos de choro e jazz. Este disco foi gravado no intúito de ser o primeiro lançamento de um selo/gravadora independente idealizado por Chico Buarque, Paulinho da Viola, o pessoal do MPB-4, Fernando Faro e Toninho Morais. Porém, conforme nos cona Aluízio Falcão, no texto de contracapa, o projeto não vingou. A gravação acabou engavetada. Nesse meio tempo, K-Ximbinho veio a falecer. O projeto foi resgatado no ano seguinte e o disco acabou saíndo pelo selo Eldorado.
Sem dúvida, um trabalho maravilhoso de se ouvir. Quem não conhece, a gente recomenda…
O toque de hoje é o Quarteto em Cy, Em 1.000 Kilohertz, um dos muitos e excelentes álbuns deste quarteto vocal feminino fantático, que se iniciou com as irmãs, Cyva, Cybele, Cynara e Cylene, nos anos 60. O grupo, ao longo de cinco décadas, teve várias formações, com outras cantoras substintundo as que foram saíndo. O Quarteto em Cy gravou dezenas de disco, uma discografia exemplar que carece maior reconhecimento, ou conhecimento por parte de um público que não chegou a conhecer esse grupo vocal. “Em 1.000 Kilohertz, disco de 1979, a formação do quarteto era Cyva, Cynara, Sônia e Dorinha Tapajós. A direção musical é de Luiz Claudio Ramos. O repertório, como sempre, impecável,
é parte do show com o mesmo nome, levado a público em junho de 79, no Teatro Vanucci, no Rio de Janeiro.
Seguindo em nosso ‘drops sortido’, temos aqui mais um exemplar Ray-O-Vac. Para aqueles que já seguem o nosso Toque Musical a mais tempo, há de lembrar de outros discos desta série promocional, lançada em 1969 pelo obscuro selo PAT Records, trazendo o maestro Tibor Reisner e sua orquestra.
Vamos repetir aqui, praticamente, o mesmo texto de uma outra postagem desta série de 4 volumes…
Lançado como promoção das pilhas Ray-O-Vac, este lp nos traz um encontro exclusivo com o maestro e arranjador Tibor Reisner e sua orquestra. Por certo, a maioria das pessoas não fazem ideia de quem foi este músico. Húngaro naturalizado brasileiro, o maestro Tibor viveu e atuou em Joinville – SC por muitos anos. Foi regente da extinta Orquestra Filarmônica-Lyra e diretor da Escola de Música Villa Lobos, ambas nessa cidade. Nos últimos anos de vida mudou-se para São Paulo, depois de ter amargado o desgosto de não conseguir criar em sua cidade uma Orquestra Sinfônica. Segundo informações, ele vivia sozinho em São Paulo. Já doente, foi resgatado por amigos e levado de volta a Joinville. Seu único parente era uma irmã que veio da Alemanha para cuidar dele. Levou-o de volta para a capital paulista para tratamentos. Faleceu aos 73 anos, em 1999. Deixou uma obra volumosa, inédita e inacaba. Neste álbum promocional, encontramos o arranjador, regente e instrumentista a frente de uma pequena orquestra formada por músicos estudantes, possivelmente da sua Escola de Música Villa Lobos. O repertório, como nos demais discos já apresentados traz em ‘pot pourri’ uma série mista com temas nacionais e internacionais, sucessos dos anos 60. Um trabalho feito exclusivamente para o disco promocional das populares pilhas ‘amarelinhas’ para agradar a todo tipo de público daquela época.
Que salada mista está sendo este mês de novembro. Cada dia algo diferente, alegrando gregos, troianos e quem mais chegar. Na postagem de hoje nosso destaque é para o genial Naná Vasconcelos. Como sabemos, ele construiu uma sólida carreira internacional se tornando um dos mais respeitáveis percursionistas mundiais. Tocou com inúmeros artistas, estando presente em dezenas de discos nacionais e internacionais. Aqui temos ele em sua fase tocando e gravando pelo conceituado selo ECM, dedicado a música instrumental jazzistica. Já apresentamos Naná em outro disco desta gravadora e agora trazemos “Eventyr”, trabalho que ele participa ao lado do saxofonista Jan Garbarek e do violonista e guitarrista John Abercrombie, gravado no início dos anos 80.
Seguinos desta vez com a cantora brasileira radicada nos Estados Unidos, Astrud Gilberto, artista já apresentada em nosso Toque Musical diversas vezes. Volta, literalmente, a mostrar a cara neste lp, “I Haven’t Got Anything Better To Do”, pelo conceituado selo americano Verve, lançado também no Brasil, em 1969. Um repertório pop com arranjos e regência de Albert Gorconi. O interessante para nós neste disco é a última faixa do lado A, a música de Dori Caymmi e Nelson Motta, “O mar é meu chão” que ganha uma versão em inglês,”The sea is my soil”.
Embora não tenhamos encontrado nada a respeito deste disco na internet, além de anúncios de vendas, montamos aqui nosso quebra-cabeça. Se não estamos enganados, Melão é um músico mineiro que no fim dos anos 70, ao lado de outro, Lery Faria Jr gravaram “Jequitinhonha – Notas de Viagem”, disco maravilhoso que já tivemos o prazer de apresentar aqui no Toque Musical. Ao que parece, Melão seguiu para o Rio de Janeiro, trabalhou ao lado de grandes artistas e lançou nos anos 80 este lp, “Box Blindex”, em 1988, pelo selo Continental. Um trabalho bem condizente com aquele momento, os anos 80, ou seja, um disco pop, mas com um diferencial importante, a qualidade musical. Melão vem acompanhado por um excelente grupo de instrumentistas com direção artística do saudoso Arthurzinho Maia. Trabalho inteiramente autoral bem a cima da média pop daqueles tempos. Confiram…
Verificando aqui em nossa lista de postagem, percebo que até então não chegamos a postar nada sobre A Barca do Sol, além do excelente lp “Corra o risco”, da cantora Olivia, que na verdade não deixa de ser também um disco da banda, visto que são eles quem acompanham a cantora e o repertório também é praticamente deles. A Barca do Sol foi uma banda carioca surgida nos anos 70, com fortes influências do rock progressivo, mesclado ao folk e também com o bom tempero de elementos da música popular brasileira. “Durante o verão” foi o segundo disco deles, lançado em 1976 pelo selo Continental. A Barca do Sol ao longo de suas existência, quase dez anos, lançou três discos e teve um bom time de músicos. Nando Carneiro, Muri Costa, Beto Resende e Marcelo Costa estiveram presentes do início ao fim do grupo. Passaram também pela Barca, Jaques Morelenbaum, Marcelo Bernardes, Ritchie, David Ganc, Marcos Stul e Alain Pierre.
Desta vez, temos Armandinho, da Cor do Som, aqui então, Armando Macedo, em seu primeiro disco, lançado em 1969. Ainda um adolescente, mas já com um domínio excepcional de instrumentos de corda. Foi através do lendário programa, A Grande Chance, do também lendário Flávio Cavalcanti que o jovem Armando Macedo faturou o primeiro lugar e com isso a chance de gravar um compacto que algum tempo depois viraria este lp, lançado pela Codil e seu selo Ritmos…
Veririficando aqui agora, percebo que já havia postado este lp ainda em 2010. Sem querer ser repetitivo e até porque já havíamos programado, segue mais uma vez o disco e também o compacto de bonus.
arrependimento viola enluarada tico tico no fubá martinha desespero hino do senhor do bonfim aquarela do brasil peguei um ita no norte iracema vassourinhas prenda minha minas gerais são paulo quatrocentão cidade maravilhosa na baixa do sapateiro pra frente brasil molambo divagando pelo cais bentevi atrevido carolina o destino desfolhou
Nossa sequência hoje é com música instrumental. E para tanto, temos aqui a Banda Metalurgia, grupo musical nascido na cidade de São Bernardo do Campo, em 1982. Formado por dez talentosos músicos, sendo predominante a presença de instrumentos de sopro, o que de certa forma dava nome a banda. A Metalurgia gravou apenas este lp. Embora tenha sido considerando o melhor disco de música instrumental daquele ano de 1982, a banda não durou muito. Seus elementos, os músicos logo partiriam para suas carreiras individuais, entre esses destacamos o trombonista Bocato (o qual já apresentamos aqui dois de seus discos) e o baterista Claudio Baeta. É bom também lembrar que antes de serem a Metalurgia, esses músicos acompanhavam Elis Regina nos anos de 79 e 80.
Hoje o nosso encontro é com Paulo Diniz, artista que dispença maiores apresentações. Pernambucano que no início dos anos 60 veio para o Rio de Janeiro para trabalhar em rádio. Gravou seu primeiro disco e sucesso, “O chorão”, em 1966 e daí para frente fez só crecer sua popularidade como outros tantos sucessos que viria a lançar na primeira metade dos anos 70. Aqui temos dele um dos últimos discos com músicas que se destacaram, tal como “Me leva morena”, em parceria com Marconi Norato e Juhareiz Correya e também “Severina Cooper (It’s not mole não)”, de Accioly Neto. Ele também regrava aqui outro de seus grandes sucessos, a música “Pingos de amor”. O lp foi lançado pela EMI em 1978. Confiram no GTM…
De volta aos obscuros lançamentos de pequenas gravadoras dos anos 60. Aqui temos, “Surfing Success”, um raro (e caro) lp lançado em 1964 pelo selo Caravelle. The Elevens é o nome do conjunto que desfila as treze faixas, sucessos dos mais variados e aqui transformados em uma espécie de ‘surf music’, gênero que se caracterizou a partir dos anos 50 e 60 pela presença acentuada do saxofone. Aqui, podemos dizer que é algo tipo ‘latin surf music’. E pelo nome do conjunto podemos já supor que fosse quase uma pequena orquestra com onze músicos, conjunto de beira de piscina, grupo de baile… Infelizmente, não há nenhuma informação sobre o disco ou mesmo o conjunto. Curiosamente, o disco parece ter sido lançado com versões diferentes da capa. Seria esse o motivo de um sujeito estar oferecendo sua versão no Discogs por mais de mil reais? Bom, seja como for, aqui temos a nossa versão e é por ela que você poderá dizer se vale ou não. Vamos conferir?
Iniciamos nosso novembro chuvoso prestando uma homenagem a Arthur Moreira Lima, um dos mais importantes pianistas eruditos brasileiros que infelizmente nos deixou, há dois dias atrás. Músico excepicional, reconhecido internacionalmente, foi um dos poucos artistas da música clássica a flertar com o popular, ganhando com isso mais notoriedade até mesmo dentro da MPB. Entre os trabalhos que realizou tem este disco, lançado pela Kuarup Discos, em 1987, que reune gravações que ele fez a partir de seu retorno ao Brasil. Uma seleção com composições célebres de Joaquim Callado, Henrique Alves de Mesquita, Chiquinha Gonzaga, Eduardo Souto, Pixinguinha e também de compositores contemporâneos com Elomar, Heraldo do Monte, Paulo Moura e Laércio de Freitas. Piano solo para conferir.
Enfim, fechamos aqui a mostra exclusiva de cds. Como há ainda tanta coisa pra gente mostrar, vamos então adotar as postagens dos disquinhos prateados com mais frequencia, ou seja, agora vai rolar de tudo, vinil, cd, gravações caseiras, registros obscuros e também as nossas coletâneas que há tempos não trazemos por aqui.
Bom, seguindo aqui, temos este trabalho bem bacana da cantora paulista Ilana Volcov. “Banguê” é o nome deste que foi o seu disco de estréia, lançado pela Tratore em 2011. Ilana iniciou sua carreira como integrante do Grupo Barbatuques. Também atuou ao lado de outros grandes artitas como Zeca Baleiro, Ed Motta, Guinga, Vanessa da Mata, Eduardo Gudin e outros, tanto em discos quanto em shows. Neste disco ela interpreta treze canções escolhidas a dedo por ela. Um repertório fino com composições de diferentes épocas, muitas dessas verdadeiros clássicos da nossa mpb. Vale a pena ouvir…
Mais um mineirim… mais um tiquim… hehehe… Uai, sô, tá gostando não? Olha aí, hoje vamos com o Juarez Maciel e Grupo Muda, neste trabalho de 2007, “Subsolo”. Segundo a Sonhos&Sons, distribuidora do cd, este trabalho é descrito com música instrumental contemporânea, devido ao uso de trompas, somado a pitadas jazzísticas e new age. Muito interessante, bem agradável de se ouvir.
Mais um disquinho de mineiro, mais uma vez puxando a sardinha para o nosso lado. Isso é o que irão pensar e vai ser difícil dizer que não. Porém, o que acontece é que vamos postando aqui, aquilo que a gente está ouvindo e achando interessante trazer para o Toque Musical. Opções não faltam, há centenas de títulos interessantes esperando sua vez. Na medida do possível, vamos também publicando os lançamentos que só saíram em compact disc. O mês exclusivo do cd vai chegando ao fim…
Então, voltando, aqui temos uma produção mineira, o cavaquinista Guiba numa seleção instrumental com a música de Noel Rosa. Gravado em 1993 na Bemol pelo Dirceu Cheib. O disco é uma produção do violonista Geraldo Vianna que juntamente com outros grandes músicos mineiros dão a base para o cavaquinho de Guiba. Disquinho bem legal, vale a pena conhecer. Confiram no GTM…
O cd de hoje é um trabalho solo do músico, compositor, arranjador e produtor mineiro, Márcio Lomirada. Aliás, consta como sendo o seu primeiro disco solo. Já apresentamos ele aqui, em outro trabalho, o Eletro Fluminas, de 2001, ao lado do guitarrista Paulo Rafael e a cantora Taryn Szpilman. Embora só tenha lançado seu primeiro disco solo em 2008, Márcio tem muita bagagem, currículo e tempo de estrada. Como tecladista e arranjador já esteve presente em discos importantes de artistas famosos da MPB. Há mais de duas décadas integra a equipe de produtores musicais da Rede Globo, sendo compositor de trilhas originais para vários dos programas da emissora.
Verdazul parece seguir exatamente essa linha, um estilo de música visual, uma mesclagem de diferentes elementos com muitos recursos eletrônicos, prontinho para trilha do que for, até mesmo para nosso próprio ambiente. Bem legal.
Ouvir João Donato é sempre muito bom, né? Pois fica ainda melhor quando ele interpreta outro grande, Tom Jobim. Uma seleção de 14 sambas clássicos pontuados pelo produtor Almir Chediak, seguindo a concepção do songbook de Tom, produzido também por Chediak. Temos assim, o João Donato desfilando em seu piano, ao lado de um timaço de músicos, que dão a este cd um caráter pra lá de homenagem entre dois grandes músicos. É mesmo um trabalho único onde Donato se dedica exclusivamente à musica de Tom Jobim. Imperdível 🙂
Mais um artista mineiro (olha o barrismo!), o inspirado Luizinho Lopes, músico nascido em Pirapora, mas que veio viver em Juiz de Fora ainda na adolescencia. Com mais de 40 anos de estrada, Luizinho é hoje um dos grandes artistas da música popular brasileira de qualidade. E quando falamos de ‘qualidade’, estamos dizendo, ele pertence a uma classe de músicos e músicas acima da média, ou seja, o popular com arte 🙂
“Sertão das Miragens” é mais um desses trabalhos impecáveis. Luizinho Lopes vem acompanhado da competente cantora, também mineira, Marcela Lobo. Juntos eles fazem deste um dos trabalhos mais primorosos lançados naquele ano de 2001. Vale a pena dar uma conferida 🙂
E mais uma vez marcando presença em nosso Toque Musical, temos o Ladston do Nascimento, artista mineiro, cantor, compositor e arranjador dos mais talentosos. Já apresentamos dele, aqui, outros três trabalhos e se vamos para um quarto disco é porque o cabra merece. Como já comentamos em outras postagens Ladston tem um timbre vocal muito semelhante a de outro Nascimento, o grande Bituca e muitas vezes ao ser ouvido por uma primeira vez, pode-se pensar que é o Milton. Não bastasse o segundo nome e também o timbre vocal, outras semelhanças associam um ao outro, tal como a qualidade musical e esse jeito mineiro que não dá para enganar, Porém, embora as semelhanças, percebe-se logo que não é uma questão de influências ou imitação. Ladston é originalíssimo, músico reconhecidamente competente. Prova maior da qualidades deste artista se vê também neste disco, “Anjim Barroco”, lançado em 1998. Disco este que foi também lançado, dois anos depois, no mercado americano com o título de “Voice Of The Heart’. Foi considerado, segundo conceituadas revistas especializadas de música como um dos melhores lançamentos estrangeiros, em 2000, nos Estados Unidos.
Em tempos de cd’s também cabe Elza Soares. E aqui temos ela em um trabalho de 2002, seu trigésimo álbum, “Do Cóccix Até O Pescoço”. Um disco então que abria as portas para as novas gerações. Uma repaginada na lendária cantora trazendo experimentações músicais, mesclando samba, soul, funk, rap e pop eletrônico. Ou seja, colocando Elza Soares dentro da modernidade, coisa que nenhuma outra cantora de sua geração conseguiu. Estava nascendo ali uma nova fase da cantora…
Um cd bem bacana é o que temos aqui, segundo e último disco autoral do músico mineiro Claudio Faria. “O que ninguém ensina” foi um trabalho que ele dedicou a sua mãe, a artista plática Maria Simim Faria que havia falecido em 2014. Claudio Faria lançou este cd, de produção independente, em 2016. Contou também com a participação da cantora Leila Pinheiro. Pouco tempo depois, foi diagnosticado com uma toxoplasmose cerebral, vindo a falecer no ano seguinte, infelizmente, com apensa 48 anos. Claudio Faria era cantor, compositor, tecladista, arranjador e produtor. Paralelamente, há mais de 20 anos fazia parte da banda de Beto Guedes.