Beth Carvalho – Andança (1968)

Taí o primeiro disco da Beth Carvalho. Não é exatamente um álbum de samba, mas está dentro do contexto. Lp muito legal, com aquele clima de anos 60, de festivais… “Andança”, uma composição de Paulinho Tapajós, Edmundo Souto e Danilo Caymmi foi defendida por ela e os Golden Boys no III Festival Internacional da Canção”. A música ficou em terceiro lugar, se tornando um clássico do nosso cancioneiro popular. Não há quem esqueça de cantá-la numa roda de viola. Além da canção homônimo, o álbum traz outras faixas interessantes como “Sentinela”, gravada e sucesso na voz de Milton Nascimento. Disco importante da MPB, básico!

Martinho da Vila – Memórias De Um Sargento De Milícias (1971)

Martinho da Vila é outro sambista bastante apreciado. Assim como Beth Carvalho, acho seus primeiros trabalhos bem mais interessantes. É o caso deste álbum lançado em 1977. Nele podemos encontrar um sambista mais voltado para um samba de partido-alto. Ele foi um dos responsáveis pela popularização de um gênero que antes se limitava aos terreiros das escolas de samba. “Segure tudo”, “Menina moça” e “Pode encomendar o seu caixão” são as faixas mais conhecidas. Samba autêntico!

Beth Carvalho – Canto Por Um Novo Dia (1973)

Olha aí um disco bacana. Samba(-canção) puro, coisa fina! Para muitos este é considerado o primeiro disco da Beth Carvalho. Mas na verdade foi o primeiro na Tapecar, onde, na minha opinião, ela gravou seus melhores trabalhos. Beth já havia gravado um disco pela Odeon, mas esse fica para um outro momento. Neste lp tem “Folha seca” do nosso maravilhoso Nelson Cavaquinho e Guilherme de Britto, “Velhice da porta-bandeira”, “Hora de chorar”, “Canto por um novo dia”… Grande disco!

A Bienal do Samba – TV Record (1968)

Aproveitando o gancho, vamos agora para este outro disco raro que tem também uma composição do Synval Silva. A Bienal do Samba era uma proposta da TV Record, um festival apenas para o samba. Infelizmente a idéia não vingou e o projeto parou na segunda edição de 1970. Na primeira edição (1968) quem faturou o primeiro lugar foi a Elis Regina juntamente com os Originais do Samba, interpretando “Lapinha” de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro. O disco tem também Chico Buarque, Marilia Medalha, Jair Rodrigues e mais…

Synval Silva – Série Documento (1973)

Vamos começar a semana com samba. Tenho aqui alguns títulos que gostaria de compartilhar com os meus possíveis visitantes. Por enquanto, somente “os chegados”, mas aos poucos o público irá crescendo. Vamos abrindo com um disco importantíssimo, uma obra rara e esquecida assim como seu autor. Estou falando do Synval Silva, grande sambista e compositor da velha guarda. Foi um dos fundarores da escola de samba Império da Tijuca. Gravou apenas este disco na Série Documento da RCA Victor.

Tavito (1980)

Sem querer fui me lembrar de um disco que gosto muito. Na verdade eu fui lembrado ao ligar o rádio, ao ouvir essa canção, “Rua Ramalhete”. Tavito é o cara. A gente quase não escuta falar dele, mas vez por outra, nas rádios sempre toca essa canção. Uma outra música bacana dele é “Naquele tempo” e também “Casa no campo” que é uma parceria com o Zé Rodrix. Tá tudo aqui nessa seleção. Este foi seu primeiro disco solo. Para os que não sabem, Tavito foi também um dos integrantes do maravilhoso Som Imaginário. Não ouvir esse albúm é um pecado.

Centro Popular de Cultura – O Povo Canta (1964)

“O povo canta” foi um trabalho musical composto por Carlos Lyra, Francisco de Assis, Billy Blanco, Rafael de Carvalho, Geni Marcondes e Augusto Boal. A venda desse compacto arrecadou fundos para a construção do Teatro do CPC da UNE. No ano seguinte, o disco foi retirado de circulação pela censura. Na mesma época, o Teatro do CPC da UNE, recém-construído, foi metralhado pelo Movimento Anti-Comunista (MAC). Por um longo período este inocente disquinho foi considerado “material subversivo”. Hoje vale uma baba na mão de colecionadores.

… e não é pra menos, este disco pode ser considerado uma peça histórica na cena musical e política desse nosso país. Música de crítica, resistência e protesto. Insdispensável!

Ronnie Von – A Misteriosa Luta Do Reino De Parassempre Contra O Imperio De Nuncamais (1969)

Ronnie Von é o tipo de cara que tinha tudo para se tornar um grande artista. Era bonito, talentoso e fazia parte de uma turma de jovens interessantes como os Mutantes, de quem ele era muito amigo. O pequeno príncipe nos anos 60 fez sua fama, tendo até um programa de televisão. Eu não consigo entender como ele foi ao poucos se rendendo ao popular, se tornando um artista medíocre e pobre. Virou uma coisa assim meio brega, sei lá… Acho que ele realmente ‘trancou a vida’. De qualquer forma, não há como negar que o moço chegou a fazer alguns trabalhos interessantes e pretenciosos, como é o caso deste álbum que estou postando. Neste temos coisas “Por quem sonha Ana Maria”, “Dindin”, “My cherie amour”, “De como meu heroí Flash Gordon irá levar-me de volta a Alpha do Centauro, meu verdadeiro lar” (convenhamos, com um título desses a música não precisa nem de letra)

Arnaud Rodrigues – Sound & Pyla ou Homenagem Do A ao Z (1970)


Eu tenho as vezes a impressão de que certos casamentos (ou parcerias) acabam implicando um dos parceiros. O mais forte acaba moldando o mais fraco. Um sempre fica na sombra do outro. Sinto algo parecido na relação do Arnaud Rodrigues com o Chico Anisio. O talento musical do Arnaud acabou ofuscado pelo humor e de uma certa forma pela dupla com o Chico.
Para quem não sabe, os dois formavam a caricata dupla “Baiano e Os Novos Caetanos”. Inicialmente tudo não passava de mais um quadro no programa de humor do Chico. Acabaram virando disco que também foi sucesso. O fato é que esse artista foi mais um que deixou pérolas esquecidas no mundo da MPB. Quantos ainda se lembram desse disco? Acho que vai ser mais fácil lembrar das última piadas que ele contou nA Praça é Nossa. Vale conferir… (quem vê cara, não vê conteúdo)

*esta postagem foi reeditada aqui em outro momento (texto completo)

Raimundo Sodré – Massa (1980)

Esse baiano apareceu no cenário musical depois de ter classificado sua composição “A massa”, no MPB 80, festival realizado pela Rede Globo. A música foi um tremendo sucesso, abrindo assim a chance do cara de gravar seu primeiro disco. O álbum em questão tem, além da faixa título, outras músicas bem marcantes como “Vai pra casa esse menino, viu?” e “Recado pro pessoal lá de casa”. Ele depois desse, chegou a lançar outros trabalhos. Quem se interessar poderá encontrar outros títulos postados nos blogs de música. Sei que já vi em algum lugar, mas não me lembro onde. Quem souber, dê a dica…

Cesar Costa Filho – Bazar (1977)

Outro cara sumidaço é o Cesar Costa Filho. Durante os anos 70 ele esteve bem atuante, gravando diversos discos. Suas composições foram interpretadas por Elis Regina, Beth Carvalho, Clara Nunes, Dóris Monteiro, Claudette Soares, Elizeth Cardoso, Vanusa, Antônio Marcos e até figurinhas duvidosas como Eliana, Xuxa, Angélica e Rosana e mais… Acho que ele sumiu da parada depois que passou a ser o presidente da UBC (União Brasileira de Compositores). Ele também foi um dos fundadores do MAU (Movimento Artístico Universitário) ao lado de Ivan Lins, Gonzaguinha, entre outros.
“Bazar” foi seu terceiro lp e tem como destaque a divertida “Consumatum Est (nessa época ainda não havia o Viagra hehehe… Disquinho legal, recheado de bons sambas-canção.

Paulo Rafael (1988)

Segue aqui mais um disco raro, pelo menos nas bandas do sul. Paulo Rafael, grande guitarrista pernambucano. Para quem não o conhece, este cara toca com o Alceu Valença. Sua trajetória começa na década de 70, quando foi integrante da banda Phetus e depois Ave Sangria, duas banda de renome no cenário rock nordestino. Chegou a fazer um disco “Caruá”, por um selo independente, com o também integrante da banda do Alceu na época, Zé da Flauta. Esse disco, apareceu recentemente postado em alguns blogs. Interessados, posso postá-lo também. Bom, sobre o disco aqui apresentado, o que tenho a dizer é que se trata de um album instrumental muito bom. Foi o primeiro trabalho solo desse instrumentista. Guitarras acústicas, sintetizadas, com pitadas de rock, jazz e ritmos nordestinos. Sei de um outro trabalho experimental do Paulo com o tecladista mineiro Marcio Lomiranda e a cantora carioca Taryn Kern Szpilman, o Eletro Fluminas. Mas essa é uma outra história e vamos deixar para uma próxima ocasião.

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navegantes
maracajá
rota da africa
depois do escuro
arraial do bom jesus
estação do som
arrecifes
orange

Zé Rodrix – I Acto (1973)

Zé Rodrix em seu primeiro disco solo após ter deixado o Sá e o Guarabyra. É um álbum maneiro como só o Zé sabe fazer. Suas músicas tem a capacidade de envolver as pessoas, assim como os seu jingles de comerciais. Depois de ouvir o disco pela segunda vez a gente já assimila vários trechos das suas músicas. Este álbum é sem dúvida (para mim) o melhor disco solo do Zé Rodrix. Chamo a atenção para as faixas “Casca de caracol”, “Eu preciso de você pra me ligar” e “Quando você ficar velho”. Para quem tem mais de 40, esse disco é memorável. Escutem! Esse cara é muito bom!

João Bosco (1973)

Este foi o primeiro disco de João Bosco, lançado em 1973, registrando sua parceria com Aldir Blanc, em canções como “Tristeza de uma embolada”, “Nada a desculpar” e “Boi”, entre outras, e incluindo também “Bernardo, o eremita”, com Aldir Blanc e Cláudio Tolomei, além de “Quem será?”, com Aldir Blanc e Paulo Emílio, e “Amon Rá e o cavalo de Tróia”, com Paulo Emílio. Músicas que estão na boca do povo. Destaque para “Bala com bala” que foi gravada por Elis Regina. Disco básico!

João Carlos E Zé Augusto – Nem A Nem B (1981)

Mais um exemplar (e um exemplo) de um trabalho raro e esquecido. Talvez, se não fosse iniciativas como as dos blogs de música, ninguém viria saber da existência deste disco. João Carlos e Zé Augusto são dois compositores mineiros, num trabalho realizado em 1981 e contou com a produção, arranjos e participação de Nelson Ângelo. Aliás, o álbum traz ainda outros convidados e participantes ilustres como Danilo Caymmi, Titane, Juarez Moreira e Grupo Uakti.

“Pois é, mais um trabalho musical. É a partida de João e José e essa viagem não tem volta. A direção é aperfeiçoar, caminhar, repetir, repetir pra ficar bonito. Foi m trabalho feito com muito carinho e dedicação de todos que dele participaram. Agora é ouvir, porque música é pra ouvir e não pra falar.” Nelson Angelo

Filó Machado – Filó (1978)

Filó é mais um desses grandes artistas brasileiros que tem passado batido, pouco falado, pouco ouvido. Pelo menos aqui no Brasil. Lá fora o cara é respeitado, com vários discos lançados e trabalhos ao lado de nomes como Kenny Barron, César Camargo Mariano, Romero Lubambo, Djavan, Michel Legrand, Jane Bunnet, Johnny Alf, Tetê Espíndola, Hermeto Pascoal e vai por aí a fora. Neste disco de 1978, o primeiro de sua carreira, já podemos ver o nível e a qualidade do cara. Me faz lembrar um pouco o Milton Nascimento. Bom disco!

Erasmo Carlos (1967)

Aqui segue o quarto disco de Erasmo. Lançado em 1967, este foi a sequencia no mesmo ano do álbum “O Tremendão”. Também se trata de um trabalho memorável, embora ofuscado por sucessos anteriores. Vale a pena ouvir “Cara feia, pra mim é feia”, “O caderninho”, “O ajudante do kaiser” e a versão de “Mellow Yellow” do Donovan, “O caramelo”.

Erasmo Carlos – Carlos, Erasmo… (1971)

Começando a semana, o mês, o blog… vamos com alguns títulos ainda raros (senão inéditos) no mundo dos blogs de música. Hoje, graças a esses maravilhosos transgressores, podemos encontrar pérolas musicais que até a pouco tempo estiveram perdidas, esquecidas ou mesmo que em sua época não tiveram seu reconhecimento. Quero começar aqui com um artista genial, que embora nunca tenha sido esquecido, tem sua obra pouco lembrada. Vamos abrir o nosso Toque Musical com chave de ouro. Um cara nota 10! “O meu amigo, Erasmo Carlos!”
Inicialmente, vamos com “Carlos, Erasmo…”, álbum lançado em 1971. Primeiro disco pela Philips. Um trabalho que nos mostra um Erasmo amadurecido. O destaque, entre outras, fica para o sucesso “De noite na cama”, de Caetano Veloso.