Na postagem de hoje trazemos, mais uma vez, um disco de Dick Farney, artista que dispensa maiores apresentações. Nesta, temos nosso artista em quinteto apresentando oito temas, entre choro e fox, em ritmo dançante para a alegria dos casais. Um descrição detalhada segue na contracapa do lp de 10 polegadas, lançado em 1954 pelo selo Continental. Confirmam…
Aqui um disco que também vale a pena conhecer e ouvir. Uma produção da RGE Discos lançada em 1970. Pap’s Modern Sound é um super conjunto instrumental liderado pelo lendário pistonista Papudinho. Um time de feras formado por músicos de estúdio: José Lídio (o Papudinho), Cido Bianchi, Roberto de Azevedo (o Capacete), Carlos Alberto de Alcantra, Valério Costa (o Alemão), Dirceu Medeiros e os ritmistas Ney de Castro e Paulinho. Juntos, esses craques dão uma outra roupagem a temas de sucessos, nacionais e internacionais daquele momento. Disco bacana que desperta atenção de muito gringo colecionador e por consequencia, os poucos exemplares que ainda existem vão ficando cada vez mais caro…
Não faz nem um mês que postamos aqui um disco do Zé Maria e seu conjunto. A coisa é tão boa de se ouvir que tivemos que pedir mais uma dose. E desta vez vamos com o lp, lançado pela RCA Victor, em 1965, um trabalho deliciosamente interessante com muito samba. balanço e suingue. Olha só o repertório…
Seguindo em nosso agosto e ao gosto de gregos e troianos, pois aqui o importante é que todos seja felizes 😁, hoje vamos com este lp de 10 polegadas do acordeonista paulista, Carlinhos Maffasoli e seu conjunto. Este foi o seu segundo lp, lançado pela Columbia, em 1956. Assim como o primeiro, lançado no mesmo ano, reúne músicas gravadas entre 1954 a 56 em discos de 78 rpm. O repertório segue bem o que se produzia nessa época, música para dançar. E no repertório, um misto com temas populares nacionais e internacionais que bem agradava a turma daquela tempo. Quem não podia ir às boate$, dançava na sala de casa mesmo.
Eis aqui um disco curiosamente interessante… “Garoto Revive Em Alta Fidelidade Ary Barroso” é um lp lançado pela Odeon, em 1957, trazendo um trabalho inédito de Anibal Augusto Sardinha, o genial Garoto, onde ele interpreta músicas de Ary. Porém, trata-se de um disco póstumo. Gatoro havia falecido dois anos antes, em 1955. Um técnico da Odeon achou, por acaso, uma fita com gravações feitas pelo violonista, ao que parece, seria um projeto para um disco que ficou esquecido. A gravação trazia Garoto, numa tacada só, interpretando ao violão essa série de música sem pausa. Como a gravação era pequena demais para um disco, tiveram a ideia de engrossar o caldo. Chamaram o maestro Leo Peracchi para colocar uma orquestra dentro dessa gravação, realmente encorpando uma obra onde agora Garoto era o solista. O trabalho de fundir uma gravação com orquestra ficou muito bom. Com certeza Garoto teria aprovado 🙂
Em um outro momento, postamos aqui um lp do Déo (Ferjalla Rizkalla), cantor que fez muito sucesso nos anos 30 e 40. Era conhecido como o “ditador de sucessos” pois só interpretava sucessos de outros cantores e por certo, fazia também sucesso. Por falha, percebemos que Déo também havia gravado lps de 10 polegadas. Aqui temos ele interpretando oito sucessos dos anos 30 e 40 e também daqueles anos 50. Disco lançado pelo selo Columbia, em 1957.
Nosso encontro de hoje é com Ubirajara Silva, músico gaúcho que iniciou sua carreira tocando na Argentina. Atuou em casas noturnas deste país por muitos anos. Nunca chegou a gravar lá fora, ainda mais se tratando de um instrumentista brasileiro de bandoneon. Seus primeiros discos foram lançados nos anos 50, o solovox entrou em seguida, fazendo parte de discos lançados, já nos anos 60.
Neste lp, o quarto da série “Solovox de Ouro”, temos uma seleção de sucessos internacionais. Ubirajara vem acompanhado de orquestra sob a regência e os arranjos do maestro Hector Lagna Fietta.
A propósito, só por curiosidade, Ubirajara era o pai de Taiguara.
Trazemos hoje para o nosso toque musical, Heleninha Costa, cantora paulsita, uma das grandes vozes da era de ouro do rádio. Aqui temos dela este lp, “Heleninha Costa Canta”, lançado pelo selo Todamerica, em 1959. Um long play de 12 polegadas que começa bem, de samba para samba canção, chegando ao ápice com “Máxima culpa”, bossa romântica de Sérgio Ricardo. Depois, o disco entra num ritmo quase sonolento em contraste com a entrada, mas a voz de Heleninha desperta e nos envolve. As regências e orquestração ficam por conta de Radamés Gnatalli e Guido de Morais. Um bom disco, com certeza!
Seguimos com mais um disco, desta vez para os amantes da valsa, um gênero tão popular e que muito agrada. Ainda mais sendo uma interpretação de Radamés Gnatalli e sua orquestra, com participação especial do violonista Dilermando Reis. O repertório é clássico…
Este disco era para ter sido apresentado aqui no periodo do carnaval. Acabou ficando para depois… Mas diante do nome de Joel de Almeida, cabe a qualquer momento. Cantor e compositor (também radialista), dedicou boa parte de sua vida ao carnaval, com intérprete e compositor. Atuou no cimena cantando em uma dezena de filmes. Formou dupla com o cantor Gaúcho (Joel e Gaucho) e também gravou vários discos. Já postamos algumas outras coisas dele aqui no TM e desta vez, temos um lp lançado em 1973 pela Odeon onde ele interpreta boa parte desses seus sucessos…
Um dos artistas mais presentes no Toque Musical é, sem dúvida, o Leal Brito, ou Britinho. Ou ainda um dos muitos sobrenomes que ele usou para poder atuar por diferentes gravadoras. Aqui, por exemplo, temos ele e seu conjunto num gostoso lp feito, por certo, para dançar. Sua sonoridade ainda hoje é empolgante e convida qualquer um para uns passinhos. Repertório da melhor qualidade 😉
Mais uma boa curiosidade musical… aqui temos e mais uma vez o conjunto The Rebels, que foi um grupo de rock/twist, formado no final dos anos 50. Em alguns sites informam que eles surgiram no Rio de Janeiro e depois mudaram-se para São Paulo. Eu, porém, me apoio em outras fontes* que dizem que o grupo é mesmo paulista. Formado inicialmente por José Gagliardi Jr (guitarra base e vocal); Romeu Benvenutti (guitarra solo); Lídio Benvenutti, o Nene (bateria); José Carlos Camargo (baixo) e Gaspar (piano). Em 1960 José Gagliardi Jr sai do conjunto para se tornar o Prini Lorez, lembram dele? Os rebeldes dão uma pausa, mas retornam em 62 com uma formação diferente. No lugar de Gagilardi entra Constantino, Nene se transfere para o baixo, entra Nino na bateria e José Carlos Camargo assume a guitarra solo, além de se tornar o principal compositor. Sim, além dos ‘covers’ eles também compunham. Com esta formação eles gravaram ainda mais dois discos, cada um em gravadoras diferentes. Gravaram também um disco com um cantor americano chamado Dave Gordon (King Dave And The Rebels) que também já postamos aqui. No final dos anos 60, os rebeldes já com outros ‘ares’ se tornam um grupo vocal, bem ao estilo conjunto de baile e também com uma nova formação lançam este que foi seu último disco, pelo selo Musicolor. Um lp essencialmente de ‘covers’ de sucessos nacionais e internacionais daquele momento…
Mais uma vez, merecendo o nosso toque, temos a presença fonomusical de Ayres da Costa Pessoa, músico, instrumentista, maestro e compositor pernambucano, que por isso mesmo ficou conhecido como Pernambuco. Começou sua carreira vindo para o Rio de Janeiro onde inicialmente atuou como pistonista da orquestra do maestro Fon-Fon. De pistonista passou para o piano, se dedicando a composições e arranjos. Já postamos outros discos dele aqui e como já foi dito, há poucas informações sobre este artista.
Aqui temos dele “A Bossa Velha – Viagem Musical”, lp lançado em 1960 pelo selo CID Internacional. Um álbum bem bacana onde Pernambuco e seu conjunto passeiam por diferentes temas clássicos, de diferentes regiões do Brasil.
Aqui um disco que vale o toque musical de hoje. “Festival de Bossa” é uma coletânea com artistas e músicas que não se encontra fácil por aí. Boa parte dos discos de artistas apresentados nesta seleção, hoje são raridades e muitos nem chegaram a ser relançados. Na contracapa do lp temos um texto da Vera Brasil apresentando cada um dos artistas. Disco bem conhecido do público, mas não custa nada ouvir de novo. Ou melhor, aqui no Toque Musical. Confira no GTM…
sambalanço trio – samblues
alaide costa – terra de niguém
sansa trio – primavera
geraldo vandré – canção nordestina
elenco de arena contra zumbi – eu vivo num tempo de guerra
Iniciamos nosso textinho com uma pergunta: Vocês conhecem este moço? Este é Mário Augusto, um cantor e compositor que embora tenha gravado alguns discos é um completo desconhecido. Tentar encontrar informações sobre ele é mesmo um trabalho de detetive e toma tempo. As poucas informações sobre este artista só encontramos mesmo no Dicionário da MPB e quase nada além do que replicamos aqui. Mario Augusto foi um cantor popular, versátil em diferentes estilos musicais, o que pode ser comprovado neste lp lançado pela Copacabana, em 1961. Mário Augusto faz um estilo Agostinho dos Santos o que o torna bem agradável. Confiram…
Hoje temos “Em Tempo de Samba”, lp de estréia de Erlon Chaves na RCA Victor. Disco dos mais bacanas, recheado de clássicos e uma orquestra que parece um festival, explosiva e ao mesmo tempo na medida. Erlon Chaves era mesmo fenomenal…
Desta vez temos um Antonio Carlos Jobim em um disco impecável. Gravado nos Estados Unidos, Jobim vem acompanhado pela orquestra de Nelson Riddle, responsável também pelos arranjos. Foi lançado originalmente pela Warner com o título “The Wonderful World Of Antonio Carlos Jobim”. No Brasil o disco saiu pelo selo e supervisão da Elenco/Aloysio de Oliveira. Um lp fabuloso, um clássico que não pode faltar em nosso Toque Musical.
Diquinho interessante este que postamos hoje. “Jam Sesseion”, um lp da RGE trazendo Dick Farney Trio e Brook Pittman. Embora isso não fique claro nas informações do álbum, Dick Farney não toca ou canta ao lado do americano Book Pitman. São dois momentos distintos. O lado que abre o disco é de Dick Farney e seu conjunto, gravado, por certo, em estúdio, diferente do lado B com Brook Pittman, cuja a gravação é ao vivo no Auditório do Jornal Folha de São Paulo..
Começando bem a semana, vamos aqui apresentando este lp com grande Ary Barroso. Gravado nos anos 50, este é o volume 2 de um lançamento da Musidisc, selo e editora do músico Nilo Sérgio. Neste disco temos o compositor sendo interpretado por artistas como Orlando Silva, Horacina Corrêa, Nilo Sergio, Leal Brito e Rud Wharton. Por certo, fonogramas extraidos de gravações originais para discos de 78 rpm.
Hoje, passei a tarde ouvido este disco, Zé Maria, Seu Orgão (seu orgão é otimo!) e Seu Conjunto, em “Bossa & Balanço S/A”. Um discaço que, por certo, muita gente desconhece. Aliás, não somente este lps, mas tudo que conheço desse músico e seu conjunto. Música brasileira tipo exportação e isso é inegável, pois estilos como este são os mais visados por jd’s e colecionadores gringos. Muito balanço que faz a alegria em qualquer festa. Curiosamente, ainda é possível encontrar discos do Zé Maria em sebos e vendedores no Mercado Livre. Discoteca básica para qualquer colecionador ‘de responsa’…
“O Samba de Cartola”, eis aí um disco que a primeira vista, pelo título, pode nos enganar. Tem gente que há de pensar que é um disco com músicas do sambista Cartola. Outros, talvez, dirão o que o texto de contracapa nos fala, achar que se trata de um lp de sambas, mas com uma roupagem mais apropriada para agradar os pequenos burgueses em seus salões de festas. Aqui eles negam, mas, sem dúvida a intensão foi sofisticar o samba a partir de arranjos jazzisticos feitos pelo mestre K-Ximbinho. Nada contra, enquanto uma modernização da harmonia e dos arranjos, inclusive demonstra a versatilidade do samba e a genialidade de músicos como o K-Ximbinho. Mas não há como negar que o samba para chegar , por exemplo, no lendário Vougue, teve antes que se vestir a caráter e colocar a cartola. Mas isso é outra história. O certo, aqui, é que temos um disco musicalmente e instrumentalmente diferente do comum. Uma seleção de sambas clássicos com fortes influências da música americana daquela época, uma pegada jazzística que se por um lado causa espanto, por outro, uma grande surpresa que agrada facilmente o ouvido ‘culto’e estrangeiro. Um disco, acima de tudo, da melhor qualidade.
Mais uma vez temos aqui no Toque Musical a presença de Helena de Lima, uma das grandes cantoras da noite carioca e paulista. Iniciou sua carreira nos anos 40 atuando no rádio e ao longo dos anos gravou vários discos e também cantou nas famosas boates de Rio e São Paulo.
“Dentro da noite” é um lp de 10 polegadas lançado em 1956 pelo selo Continental, trazendo as tradicionais oito faixas, no caso aqui, oito sambas, então inéditos, de compositores como Vadico, Mário Rossi, Antonio Carlos Jobim, Cesar Siqueira, Paulo Soledade, Marino Pinto e outros. Este foi o primeiro lp da cantora que até então só havia gravado em 78 rpm…
Aqui temos um disco de dez polegadas dos anos 50 que foge do comum, dos discos de sambas, boleros e orquestras dançantes. “Obaluayê” é um autêntico disco de cunho folclório da cultura de origens africanas no Brasil. É um disco que registra a ação da Orquestra Afro-Brasiliera, criada nos anos 40 pelo músico e compositor autodidata Abigail Moura que buscava resgatar e valorizar a cultura negra e seus elementos ritualistas através de cantos e batuques, incorporando os intrumentos tradicionais africanos com agogôs, atabaques, urucungos e outros. A OAB foi uma orquestra que existiu no Rio de Janeiro e durou até 1970, quando então Abigail vio a falecer. Deixaram registrados dois discos, sendo este o primeiro, lançado em 1957 pelo selo Todamerica, talvez o mais autêntico. E em 68 teriam o segundo disco, um lp lançado pela CBS. Esses dois discos viram a ser relançados e curiosamente despertando, hoje, mais interesse que na época de seus lançamentos originais.
Encerrando este mês especial, de aniversário e coisa tal, cravamos no último dia um disco de samba de teleco-teco, ou seja, um tipo de samba muito específico, que, segundo os amigos mais cultos dirão que se trata de um samba requebrado, de repique com pausas e breques, samba para dançar no salão, base ideal para o que viria a ser a bossa nova.
Lançado no início dos anos 60, pelo selo Copacabana, com direção musical de Moacir Silva e arranjos e orquestração do maestro Pachequinho. “Sucessos no Teleco-Teco” é uma seleção de músicas consagradas da época, nem todas originalmente sambas, mas que segue nessa ‘vibe’, do teleco-teco
Nossa intérprete, a cantora Mara Silva, atuou por muitos anos nas boates da noite carioca, gravou seus primeiros discos a partir dos anos 50 e também participou de coletâneas. Até onde sabemos, este foi o seu único lp de 12 polegadas.
Pois é, chegamos enfim aos 17 anos de peleja fonomusical. Hoje, dia 30 de julho fechamos mais um ciclo. Quando olho para trás, vejo quanta coisa bacana a gente já viveu. E tudo começou meio que de brincadeira, sem a menor pretensão. As vezes penso em refazer muitas dessas postagens, pois sei que além de muitos erros, ortográficos, históricos e de postura, acabamos não acompanhando as mudanças e migrando para outras plataformas e uma outra concepção. Sei que perdemos muito do nosso encanto, mas ainda assim temos uma fiel torcida e isso ajuda a manter a moral. Mesmo contando com a ajuda dos amigos cultos e ocultos, não é fácil ter uma dedicação diária e as vezes a gente não está muito com tempo ou com aquela inspiração para escrever. Fico imaginando o que pesam alguns pesquisadores musicais, gente dos livros e artigos, os verdadeiros críticos do assunto. Sei de alguns que adoram e tantos outros que envitam associar seus nomes a esse arremedo de um pasquim musical. Mas vejo que nosso maior mérito é a persistencia. Não é para qualquer um manter atividade como essa por tanto tempo. Neste sentido, creio que ainda vale a pena continuar. Vamos seguindo, até porque não dependemos de nada além da nossa própria vontade. E salve o Toque Musical! 👏👏👏
Nesses tempos de retorno da cultura do disco de vinil, o que não falta é malandro especulando encima do que eles entendem por ‘raridades’, principalmente e por conta do Discogs e mais ainda do Mercado Livre. Camarada tem um disco antigo e acha que está com um tesouro nas mãos. Longe eu de não acreditar em tesouros musicais… Sem dúvida para um colecionador, um amante do vinil e de múisca há discos que são mesmo um tesouro, mas isso não quer dizer que sua raridade se limita pelo fato de ser um único oferecido no mercado. Por exemplo, nunca entendi o porquê aquele disco horroroso, “Louco por você”, do Roberto Carlos tenha tantos idiotas pagando 5 ou até 10 mil reais num exemplar. Nada justifica, ou se justifica é apenas para um colecionador específico e mesmo assim tem que ser um louco para desembolsar essa nota preta. Mas acho que essa especulação toda se dá, não pelo disco em si, mas porque há nele uma possibilidade real de venda, uma espécie de ‘moeda de troca’. É algo parecido com uma obra de arte, onde o que está em jogo, na verdade não é exatamente a obra, mas sim a vaidade, o poder de compra e porque não dizer, o ‘eu tenho’. No caso dos discos, eu vejo que a coisa acontece assim, o camarada tem um disco antigo, entra no Mercado Livre, vê que não há outro igual à venda, vai então e coloca um preço bem alto. Logo em seguida, aparece outro vendedor e baseia seu preço em paridade com o primeiro. Assim nasce a cotação dos vendedores de discos, que em sua maioria não entendem nada do que é realmente uma raridade, muito menos de música. Daí é que surgem os preços abusivos, a lei dos especuladores. Quando vejo coisas como essas, me dá vontade de perguntar o porquê desse preço exorbitante. Mas depois entendo que para os expertos existem os idiotas. Ou, como dizem por aí, o que não falta nesse mundo é trouxa. Estou dizendo isso, muito por conta deste disco, que embora seja uma maravilha e até raro de se ver e ouvir, não vale o que estão cobrando por aí. Ou, mais ainda, o que um ‘experto’ pensa em conseguir por ele. Estou falando tudo isso porque acho lamentável o que se transformou o mercado do vinil hoje em dia. Nao posso negar também que indiretamente, o Toque Musical contribuiu para que coisas como essa acontecessem. Pois, muita coisa que ‘desenterramos’ e publicamos por aqui, o fizemos tratando como tesouros, raridades e sei que muita gente por aí se baseia em nossa opinião, ou toma como métrica. Já vimos isso acontecer com diversos discos e artistas aqui apresentados. Porém, se por um lado isso foi ruim, por outro foi bom, porque na ânsia de fazer um troco e dentro dessas cotações absurdas vão aparecendo mais exemplares e dependendo do disco a coisa cai de mil para cem, ou até menos. Sem falar no fato de que alguns desses discos acabam sendo relançados, aplacando um pouco a hegemonia daqueles que se achavam os donos da bola. Contudo, ainda há a máxima daqueles vaidosos, “mas o meu é original de época”… Bela merda! Como se os relançamentos não tivessem as qualidades do original. As vezes não tem mesmo, mas a questão aqui é somente uma, ou duas… soberba e vaidade. Esta minha crítica não é diretamente a este disco. Caberia a muitos outros publicados no TM. E se não o fiz em outro momento, foi mesmo por falta de tempo para sentar e escrever. Acho que fiquei um pouco indignado quando fui consultar “Neyde e Nancy – Distração Musical”, no Mercado Livre. Então, é com prazer que compartilho com aqueles que não poderiam ter o disco, sua versão digital. Assim, pelo menos, quem quiser pode conhecer e não apenas olhar na vitrine do inacessivel.
Eis que temos Neyde e Nancy, uma dupla de cantoras que nasceu aqui em Minas Gerais, cantando nas rádios da capital. Se destacaram representado a música regional mineira num concurso musical de cunho folclórico, na Argentina. Daí, seguiriam uma carreira profissional ainda maior quando passaram a se apresentar na gigante Rádio Nacional, no Rio de Janeiro. Toda essa história é contada na contracapa deste lp e que vocês poderão certamente ler com mais facilidade no arquivo que compartilhamos em nosso GTM (Grupo do Toque Musical) e também ouvir suas músicas, claro! O disco é mesmo muito interessante e não demora para que os mais expertos (que não sou eu) o publique no Youtube.
A propósito, para quem tem interesse neste lp, vai encontrar por um preço honesto na Acervos Discos, da Savassi, aqui em ‘Belzonte’. 😁
Para mim, para nós, é com disse Paulo Cesar Pinheiro naquela canção, “o importante é que nossa emoção sobreviva”. O importante é compartilhar as emoções. A vida é curta, então curta… ✌
Nesses dias de aniversário do Toque Musical, quem faz a trilha aqui são as mulheres e não só cantoras, compositoras e intérpretes, também as instrumentistas. E nesta, vamos hoje trazendo a maravilhosa Rosinha de Valença em um disco que soa até um pouco diferente entre outros que ela gravou. “Ipanema Beat” tem suas singularidades… Ao contrário dos demais, aqui ela deixou de lado o violão acústico e abraçou a “Belinha”, sua guitarra elétrica Gibson. Se reuniu com outros músicos internacionais formando o grupo Ipanema Beat e gravou em Johnnesburg, na Africa do Sul. O disco foi lançado no Brasil em 1970 e traz um repertório, por certo, também internacional com uma pegada bem jazzistica, uma sonoridade bem sessentista onde se destaca os teclados do músico Ducan Mackay, a la Brian Auger. Instrumental gostoso de se ouvir da primeira a última faixa. Bão demais, eu garanto! 🙂
Há tempos fiquei de postar aqui este disco da cantora e compositora paulista Tuca (Valeniza Zagni da Silva). “Meu eu” foi seu primeiro lp, gravado no final de 65 e lançado em 1966 pelo selo Chantecler, com arranjos e regências dos maestros Erlon Chaves, Francisco Moraes e Renato Mendes. Um disco muito bacana que merecia uma reedição. Aliás, não apenas este, mas também seus dois outros trabalhos lançados em 68 e 74. Em 1971 ela também participou do disco da cantora francesa Françoise Hardy, onde boa parte das composições eram suas, “La Question”, o nome do lp, foi também lançado no Brasil pela Som Livre. Infelizmente, Tuca veio a falecer em 1978 por conta de uma dieta radical que fez para emagrecer.
Uma das grandes cantoras do rádio, a mineira, Zezé Gonzada, dona de uma da mais bonitas vozes, não poderia falta aqui no Toque Musical e no mês de nosso aniversário. Para tanto, escolhemos dela este lp pela Continental, de 1964 e que reúne todos os seus discos de 78 rpm lançados anteriormente nessa gravadora. Sem dúvida, um álbum que não pode faltar em nossas fileiras. Confiram…