Na dobradinha do samba, vamos mais uma vez de Ataulfo Alves. Como na primeira, uma coletânea, talvez mais interessante por trazer os seus grandes sucessos (não são todos, claro!). Ataulfo está entre os compositores brasileiros de obra mais extensa, tendo deixado cerca de umas 400 músicas gravadas. Foram mais de três décadas dedicadas a musica. Dezenas de discos gravados e uma imensidão de interpretes. Este disco é mais um que eu recomendo, não apenas por sua seleção de sucessos, mas também pela qualidade da gravação. Álbum lançado em 1966.
Nelson Sargento – Sonho De Um Sambista (1979)
Quem está acompanhado as postagens do Toque Musical, irá perceber que tenho apresentado nessa ‘onda do samba’, álbuns e artistas que se completam. Segue aqui mais um excelente disco, importante na discografia do samba. Nelson Sargento é mais um nobre personagem da história do samba. Surgiu para o grande público a partir do “Rosa de Ouro”. Foi integrante do grupos “Os Cinco Crioulos” e “A Voz Do Morro”, participou em gravações diversas de outros sambistas, mas foi somente em 1979 que ele gravou este que foi o seu primeiro disco solo. Figura super respeitada, continua aí, sempre atuante. Este álbum eu ainda não vi postado em nenhum outro blog, mas logo vai estar, com certeza. Aproveita enquanto Brás é tesoureiro. Eu recomedo…
Paulinho da Viola (1971)
Novamente eu volto a insistir neste grandioso artista. No disco de 1971, Paulinho desfila suas composições ao lado do parceiro Elton Medeiros. Este por sua vez nos mostra que além de compositor é um excepcional ritmista. Escute a performace do cara marcando o ritmo na caixinha de fósforo em “Para ver as meninas”. Genial! O disco também tem Candeia e Nelson Sargento. Nota10!
Paulinho da Viola & Elton Medeiros – Samba Na Madrugada (1968)
“Samba na madrugada” é outro clássico que eu não poderia deixar de postar. Já foi bem divulgado em outros blogs e agora é a minha vez. O disco traz pérolas como “Minhas madrugadas”, “14 anos”, “O sol nascerá”… O álbum foi produzido por Ermilio Bello de Carvalho que já havia trabalhado com eles no show Rosa de Ouro. Tem participação de Dinho Sete-Cordas, Canhoto, Copinha e Raul de Barros. Precisa dizer mais alguma coisa? Melhor ouvir.
Ataulfo Alves (1992)
Tenho tido pouco tempo para me dedicar ao blog e suas postagens. Contudo, gostaria de estar postando pelo menos um título por dia. O Ataulfo Alves era outro que eu queria trazer desde o início. Gosto muito de suas composições. O cara começou fazendo música para a Carmem Miranda. Um sambista de sorte que sempre se deu bem. Refinado, andava sempre impecável. Engomadinho, chegou certa vez a ser considerado um dos dez mais elegante, veja só! O álbum que apresento aqui é um coletânea que tem de incomum o fato de trazer composições, entre outras, pouco conhecidas do grande público. O disco é relativamente pequeno, com apenas doze músicas. Podia ter mais, se tratando de um compositor tão prolixo. Mesmo assim, vale ouvir.
Nelson Cavaquinho – Flores em vida (1985)
Mais uma dose de Nelson Cavaquinho. Neste álbum, lançado em 1985 pelo Estúdio Eldorado, temos uma celebração. Um disco-homenagem, produzido por Carlinhos Vergueiro. O trabalho contou com a participação de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, João Bosco, Toquinho e Cristina Buarque, entre outros. Nelson comparece em quatro faixas. Fizeram uma baita festa na quadra da Mangueira para o lançamento desse disco. Mais um discão!
Paulo Cesar Pinheiro, Eduardo Gudin & Marcia – O Importante É Que A Nossa Emoção Sobreviva
Mais uma contribuição para o Toque Musical, aqui em dose dupla. “O importante é que a nossa emoção sobreviva” 1 e 2. Originalmente eles foram lançados em separados, um em 1975 e outro em 76. Na edição em cd, para a nossa felicidade, os dois vieram juntos (oba!). Para os que não sabem, trata-se de um registro ao vivo, uma seleção de shows realizados no Rio e em SP no início dos anos 70. PC Pinheiro é genial, além de um grande poeta, tem aquela voz do Nelson Cavaquinho. Aliás, em shows, ele se apresenta com filho do Nelson. Embora não seja, tem tudo a ver. No álbum aqui apresentado ele faz um breve comentário sobre seu suposto parentesco com Nelson Cavaquinhho. Este é mais um registro sonoro que não pode faltar em uma discoteca básica de MPB. Vamos ouvir?
Rosa de Ouro II – Hermilio Bello de Carvalho (1967)
O segundo Rosa de Ouro não foi diferente em brilho e grandeza do primeiro. Parece que um completa o outro. Viva Hermilio Bello de Carvalho! Esse cara é o bicho! O estrategista do samba. Neste número dois estão presentes além de Clementina e Aracy, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaco e Nelson Sargento. Mais um grande disco que, por honra, eu não poderia deixar de postar aqui no Toque Musical.
Rosa de Ouro – Aracy Cortes e Clementina de Jesus (1965)
Esta é a trilha sonora de um espetáculo que marcou época, apresentado no Teatro Jovem do Rio de Janeiro e dirigido por Hermínio Bello de Carvalho. O musical e lp apresentaram para o grande público Clementina de Jesus e o samba de partido alto. O sucesso desse trabalho acabou gerando uma segunda edição dois anos depois, o Rosa de Ouro II. Por enquanto vamos curtir essa jóia, depois falamos do segundo (e também maravilhoso) álbum. Foi re-lançado em CD, mas claro que já está fora de catálogo.
Nelson Cavaquinho – Quando Eu Me Chamar Saudade (1996)
Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito, Candeia & Elton Medeiros – Quatro Grandes do Samba (1977)
Este disco é uma maravilha! Quatro feras do samba num registro histórico. Um álbum já conhecido por toda a comunidade blog-musical, mas que eu faço questão de apresentá-lo aqui no TM. Este lp só tem um ‘grave defeito’, não é um álbum-duplo. Num ‘encontro’ assim, bem que merecia. Tenho a impressão que os quatro juntos tocando no disco, só mesmo na ilustração da capa (mais uma vez, me corrija se eu estiver errado). O Candeia só canta suas composições. A gente não percebe sua participação em outros momentos. Mas mesmo com o aparente encontro-montado o disco não perde o seu encanto. Quem não conhece, tem aqui a chance…
Martinho da Vila (1969)
Na dobradinha, vai aqui mais um Martinho da Vila. Me parece que este foi o primeiro disco do cara. Me corrijam se eu estiver errado. Este disco é ainda mais interessante que o outro já postado. Várias faíxas deste lp fizeram muito sucesso nas rádios e na boca do povo. Quem não cantou “O pequeno buguês”, “Prá que dinheiro”, “Casa de bamba”… ? Tá tudo aqui, em versão original, quando o Martinho ainda não usava tanto a técnica de cantar sorrindo. É aquele jeitinho que mata ele (malandrinho!).
Beth Carvalho – Andança (1968)
Taí o primeiro disco da Beth Carvalho. Não é exatamente um álbum de samba, mas está dentro do contexto. Lp muito legal, com aquele clima de anos 60, de festivais… “Andança”, uma composição de Paulinho Tapajós, Edmundo Souto e Danilo Caymmi foi defendida por ela e os Golden Boys no III Festival Internacional da Canção”. A música ficou em terceiro lugar, se tornando um clássico do nosso cancioneiro popular. Não há quem esqueça de cantá-la numa roda de viola. Além da canção homônimo, o álbum traz outras faixas interessantes como “Sentinela”, gravada e sucesso na voz de Milton Nascimento. Disco importante da MPB, básico!
Martinho da Vila – Memórias De Um Sargento De Milícias (1971)
Martinho da Vila é outro sambista bastante apreciado. Assim como Beth Carvalho, acho seus primeiros trabalhos bem mais interessantes. É o caso deste álbum lançado em 1977. Nele podemos encontrar um sambista mais voltado para um samba de partido-alto. Ele foi um dos responsáveis pela popularização de um gênero que antes se limitava aos terreiros das escolas de samba. “Segure tudo”, “Menina moça” e “Pode encomendar o seu caixão” são as faixas mais conhecidas. Samba autêntico!
Beth Carvalho – Canto Por Um Novo Dia (1973)
Olha aí um disco bacana. Samba(-canção) puro, coisa fina! Para muitos este é considerado o primeiro disco da Beth Carvalho. Mas na verdade foi o primeiro na Tapecar, onde, na minha opinião, ela gravou seus melhores trabalhos. Beth já havia gravado um disco pela Odeon, mas esse fica para um outro momento. Neste lp tem “Folha seca” do nosso maravilhoso Nelson Cavaquinho e Guilherme de Britto, “Velhice da porta-bandeira”, “Hora de chorar”, “Canto por um novo dia”… Grande disco!
A Bienal do Samba – TV Record (1968)
Aproveitando o gancho, vamos agora para este outro disco raro que tem também uma composição do Synval Silva. A Bienal do Samba era uma proposta da TV Record, um festival apenas para o samba. Infelizmente a idéia não vingou e o projeto parou na segunda edição de 1970. Na primeira edição (1968) quem faturou o primeiro lugar foi a Elis Regina juntamente com os Originais do Samba, interpretando “Lapinha” de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro. O disco tem também Chico Buarque, Marilia Medalha, Jair Rodrigues e mais…
Synval Silva – Série Documento (1973)
Vamos começar a semana com samba. Tenho aqui alguns títulos que gostaria de compartilhar com os meus possíveis visitantes. Por enquanto, somente “os chegados”, mas aos poucos o público irá crescendo. Vamos abrindo com um disco importantíssimo, uma obra rara e esquecida assim como seu autor. Estou falando do Synval Silva, grande sambista e compositor da velha guarda. Foi um dos fundarores da escola de samba Império da Tijuca. Gravou apenas este disco na Série Documento da RCA Victor.
Tavito (1980)
Centro Popular de Cultura – O Povo Canta (1964)
“O povo canta” foi um trabalho musical composto por Carlos Lyra, Francisco de Assis, Billy Blanco, Rafael de Carvalho, Geni Marcondes e Augusto Boal. A venda desse compacto arrecadou fundos para a construção do Teatro do CPC da UNE. No ano seguinte, o disco foi retirado de circulação pela censura. Na mesma época, o Teatro do CPC da UNE, recém-construído, foi metralhado pelo Movimento Anti-Comunista (MAC). Por um longo período este inocente disquinho foi considerado “material subversivo”. Hoje vale uma baba na mão de colecionadores.
… e não é pra menos, este disco pode ser considerado uma peça histórica na cena musical e política desse nosso país. Música de crítica, resistência e protesto. Insdispensável!
Ronnie Von – A Misteriosa Luta Do Reino De Parassempre Contra O Imperio De Nuncamais (1969)
Arnaud Rodrigues – Sound & Pyla ou Homenagem Do A ao Z (1970)

Eu tenho as vezes a impressão de que certos casamentos (ou parcerias) acabam implicando um dos parceiros. O mais forte acaba moldando o mais fraco. Um sempre fica na sombra do outro. Sinto algo parecido na relação do Arnaud Rodrigues com o Chico Anisio. O talento musical do Arnaud acabou ofuscado pelo humor e de uma certa forma pela dupla com o Chico.
Para quem não sabe, os dois formavam a caricata dupla “Baiano e Os Novos Caetanos”. Inicialmente tudo não passava de mais um quadro no programa de humor do Chico. Acabaram virando disco que também foi sucesso. O fato é que esse artista foi mais um que deixou pérolas esquecidas no mundo da MPB. Quantos ainda se lembram desse disco? Acho que vai ser mais fácil lembrar das última piadas que ele contou nA Praça é Nossa. Vale conferir… (quem vê cara, não vê conteúdo)
*esta postagem foi reeditada aqui em outro momento (texto completo)
Raimundo Sodré – Massa (1980)
Esse baiano apareceu no cenário musical depois de ter classificado sua composição “A massa”, no MPB 80, festival realizado pela Rede Globo. A música foi um tremendo sucesso, abrindo assim a chance do cara de gravar seu primeiro disco. O álbum em questão tem, além da faixa título, outras músicas bem marcantes como “Vai pra casa esse menino, viu?” e “Recado pro pessoal lá de casa”. Ele depois desse, chegou a lançar outros trabalhos. Quem se interessar poderá encontrar outros títulos postados nos blogs de música. Sei que já vi em algum lugar, mas não me lembro onde. Quem souber, dê a dica…
Cesar Costa Filho – Bazar (1977)
Outro cara sumidaço é o Cesar Costa Filho. Durante os anos 70 ele esteve bem atuante, gravando diversos discos. Suas composições foram interpretadas por Elis Regina, Beth Carvalho, Clara Nunes, Dóris Monteiro, Claudette Soares, Elizeth Cardoso, Vanusa, Antônio Marcos e até figurinhas duvidosas como Eliana, Xuxa, Angélica e Rosana e mais… Acho que ele sumiu da parada depois que passou a ser o presidente da UBC (União Brasileira de Compositores). Ele também foi um dos fundadores do MAU (Movimento Artístico Universitário) ao lado de Ivan Lins, Gonzaguinha, entre outros.
“Bazar” foi seu terceiro lp e tem como destaque a divertida “Consumatum Est (nessa época ainda não havia o Viagra hehehe… Disquinho legal, recheado de bons sambas-canção.
Paulo Rafael (1988)
Zé Rodrix – I Acto (1973)
João Bosco (1973)
João Carlos E Zé Augusto – Nem A Nem B (1981)
Mais um exemplar (e um exemplo) de um trabalho raro e esquecido. Talvez, se não fosse iniciativas como as dos blogs de música, ninguém viria saber da existência deste disco. João Carlos e Zé Augusto são dois compositores mineiros, num trabalho realizado em 1981 e contou com a produção, arranjos e participação de Nelson Ângelo. Aliás, o álbum traz ainda outros convidados e participantes ilustres como Danilo Caymmi, Titane, Juarez Moreira e Grupo Uakti.
“Pois é, mais um trabalho musical. É a partida de João e José e essa viagem não tem volta. A direção é aperfeiçoar, caminhar, repetir, repetir pra ficar bonito. Foi m trabalho feito com muito carinho e dedicação de todos que dele participaram. Agora é ouvir, porque música é pra ouvir e não pra falar.” Nelson Angelo
Filó Machado – Filó (1978)
Filó é mais um desses grandes artistas brasileiros que tem passado batido, pouco falado, pouco ouvido. Pelo menos aqui no Brasil. Lá fora o cara é respeitado, com vários discos lançados e trabalhos ao lado de nomes como Kenny Barron, César Camargo Mariano, Romero Lubambo, Djavan, Michel Legrand, Jane Bunnet, Johnny Alf, Tetê Espíndola, Hermeto Pascoal e vai por aí a fora. Neste disco de 1978, o primeiro de sua carreira, já podemos ver o nível e a qualidade do cara. Me faz lembrar um pouco o Milton Nascimento. Bom disco!
Erasmo Carlos – A Pescaria (1965)
Erasmo Carlos (1967)
Aqui segue o quarto disco de Erasmo. Lançado em 1967, este foi a sequencia no mesmo ano do álbum “O Tremendão”. Também se trata de um trabalho memorável, embora ofuscado por sucessos anteriores. Vale a pena ouvir “Cara feia, pra mim é feia”, “O caderninho”, “O ajudante do kaiser” e a versão de “Mellow Yellow” do Donovan, “O caramelo”.



